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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Séries, jogos e suicídio



 Uma série recém-estreada traz a história de uma adolescente vítima de diversas violências cotidianas e que comete suicídio. A ficção apresenta dramas reais que faz com que muitos adolescentes identifiquem-se com algum dos personagens. A produção tem muitas ressalvas dos especialistas em relação a forma que assunto foi abordado. O fato de algumas pessoas muito fragilizadas e já sem esperança interpretarem que ninguém realmente se importa e que não adianta buscar ajuda, é preocupante. Também preocupa a notícia de jogos de estímulo ao suicídio, onde suspeita-se que jovens sejam desafiados a seguir ordens até chegar ao último estágio: tirar a própria vida. 

Com toda essa repercussão, como evitar mortes prematuras? As respostas podem não ser simples, mas passam pelo esclarecimento sobre bullying, abusos, uso de tecnologia e doenças mentais. Os transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia e outros mais, se não identificados e tratados, colocam a pessoa em situação de vulnerabilidade. O suicídio já era a segunda causa de morte entre adolescentes, antes do jogo e série. 

Mudanças bruscas de comportamento, isolamento, tristeza persistente, abandono de atividades prazerosas, irritabilidade, queda do rendimento escolar, descuido com a aparência, alterações do sono e apetite, são alguns sinais de que algo não está bem. Passar noites em claro, acordar em horários não habituais, mensagens nas redes sociais e cortes nos braços e pernas, seriam sinais observáveis relacionados ao jogo. Portanto, é importante a supervisão sobre horários e conteúdos acessados na internet, de acordo com cada idade e situação.

É fundamental que pais, professores ou amigos conversem com quem apresente esses sinais. Perguntem abertamente e sem julgamentos como se sentem e como podem ajudá-los. No caso de adolescentes com medo de represálias por jogo ou outro tipo, a polícia deve ser procurada, já que incitação ao suicídio é crime.

                Uma avaliação psiquiátrica deve identificar situações ambientais, tais como bullying e outras situações estressoras, presença de transtornos mentais e orientar o tratamento.

Procure ajuda.




Deisy Porto - Psiquiatra ACP
Florianópolis



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