Bebês
devem comer amendoim ou evitá-lo? Qual é a melhor abordagem para prevenir a
alergia ao amendoim e aos demais alimentos?
Com as alergias
alimentares em crianças em ascensão, os pais, muitas vezes, se perguntam: como
posso evitar esse problema no meu bebê? Uma nova revisão sobre o
tema, publicada em CMAJ (Canadian Medical Association Journal), com base
nos últimos dados, interpreta novas evidências para orientar médicos e famílias
sobre a introdução de alimentos e a prevenção de alergias.
“Segundo
os autores, se os pais perguntarem como é possível prevenir a alergia em seus
filhos, a recomendação mais atual é a de introduzir os alimentos alergênicos o
mais cedo possível. Uma vez que eles são introduzidos, a exposição é importante
para a manutenção da tolerância. As crianças devem comer esses alimentos
regularmente”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP
36.349).
As alergias
alimentares têm evoluído ao longo do tempo, com um aumento de 18% entre 1997 e 2007,
nos Estados Unidos. Uma pesquisa recente junto às famílias canadenses descobriu
que 8% relataram pelo menos uma alergia alimentar. Os alergenos mais comuns são
leite de vaca, soja, amendoim, nozes, ovos, trigo, peixe, marisco e gergelim.
Bebês com pais ou
irmãos que sofrem de alergias, especialmente a amendoim, estão em maior risco
de atopia. Um estudo recente sobre o amendoim - (LEAP)
study - descobriu que a introdução do alimento
precocemente reduziu o risco de alergia alimentar em até 80%. No entanto, as
crianças com alto risco de alergia a amendoim podem se beneficiar da avaliação
de um alergista antes da introdução do alimento.
“Como resultado do (LEAP) study, entidades como a Academia Americana de Alergia, Asma e
Imunologia, a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de
Alergia e Imunologia Clínica, afirmam, agora, que para crianças de alto risco,
há fortes evidências que apoiam a introdução de amendoim entre 4 e 11 meses”,
informa o médico.
Orientações
anteriores recomendavam evitar alimentos potencialmente alergênicos até 12-36
meses de idade em bebês de alto risco. Como consequência, algumas mulheres
evitavam sua ingesta durante a gravidez e a amamentação para tentar impedir o
desenvolvimento de alergias em seus bebês. No entanto, as diretrizes atuais não
suportam dietas de eliminação.
Para introduzir
novos alimentos, a Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia recomenda:
1.
Introduzir um
novo alimento, a cada 3-5 dias, de uma maneira apropriada para a idade (para
evitar a asfixia);
2.
Começar com grãos
e legumes e frutas amarelos e laranjas;
3.
Introduzir um dos
alimentos potencialmente alergênico, se bem tolerado, em pequenas quantidades
(por exemplo, leite de vaca, soja, ovos);
4.
Introduzir
alimentos altamente alergênicos em casa;
5.
Aumentar a
quantidade de alimentos durante vários dias.
“Já é bem
documentado que evitar alimentos alergênicos não é uma forma de prevenir a
alergia alimentar. No (LEAP) study, há fortes evidências
de que a introdução precoce de amendoim é de fato preventiva. Com isso, teremos
muitas mudanças nas diretrizes atuais sobre a introdução de alimentos. Muitas
serão revistas. O melhor é conversar com o pediatra e tirar todas as dúvidas,
tentando manter, ainda assim o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês e
iniciando essas medidas apenas quando da introdução alimentar”, orienta o
médico, que é membro do
Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de
Pediatria de São Paulo.
Sobre a
alergia alimentar em crianças, veja:
Moises Chencinski - http://www.drmoises.com.br
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