A busca pelo
reconhecimento de direitos e empoderamento das mulheres está cada vez mais
presente no cotidiano. Nossa luta está estampada nas redes sociais, na TV, nas
ruas, em todo lugar. Isso é ótimo e essencial para vivermos em um mundo menos
machista. Porém, além de mudar aquilo que está ao nosso redor, um futuro mais
justo depende da consciência de quem fará parte dele: os nossos filhos.
Nós sabemos que as
crianças aprendem o que não devem com extrema facilidade. Quando o assunto é
machismo a situação não é diferente, já que esse é um mal que está enraizado na
sociedade. Portanto, a infância é o período correto para intervir em algumas
ações e mostrar a importância de respeitar a figura feminina.
O primeiro passo é
ter o exemplo dentro de casa. Nesse sentido, é fundamental que pais e parentes
não reproduzam discursos sexistas. Pelo contrário, é responsabilidade de toda a
família – e não só da mãe – falar com os pequenos sobre direitos, deveres e
igualdade, apontando atitudes erradas e corrigindo quando necessário.
Um dos principais
erros dos pais está na diferenciação dos brinquedos e brincadeiras. Mesmo antes
de nascer, a menina ganha bonecas e utensílios domésticos de plástico, enquanto
o menino recebe carros e ferramentas de presente. Essa inocente padronização
pode trazer consequências perigosas para a criança, já que as meninas são
associadas exclusivamente a “cuidar da família” e ao “trabalho doméstico”.
Paralelamente, afastando os meninos das bonecas, reforçamos na figura feminina
toda a responsabilidade de cuidar dos filhos. Acha que isso é um exagero? Há
inúmeras pesquisas que mostram que os homens são maioria esmagadora em
carreiras científicas, e isso tem influência direta nas curiosidades da
infância.
Outro ponto
importante é conversar constantemente com seu filho, mesmo quando o tema for
delicado. É difícil e desconfortável, já que não estamos acostumados a isso e
muitas vezes teremos que confrontar a educação de outras famílias. Mas é
necessário tomar esse tipo de atitude, podendo recorrer inclusive a desenhos,
livros ou aplicativos que tenham um fim socioeducativo. Apesar de ser um
assunto sério, ele pode ser ensinado de forma descontraída.
Evitar
diferenciações é o ponto principal para que seu filho respeite toda mulher. Ele
precisa entender que não existe nada que seja “de menino” ou “de menina” e que
todos têm o mesmo direito independente de gênero. Parece algo simples, mas
mesmo para adultos essa não é uma tarefa fácil. Neste sentido, os pais têm
papel fundamental de ensinar, conversar, corrigir e, principalmente, ser
exemplo dentro e fora de casa.
Fabiany Lima é mãe de Gêmeas, escritora de
livros infantis e criou o aplicativo Timokids, que oferece livros e jogos
socioeducativos com ilustrações em 3D narrados e legendados em 4 idiomas e que
estimula a interação da família.
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