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domingo, 10 de julho de 2016

ABIA vai denunciar situação brasileira na Conferência Internacional de AIDS, na África do Sul

A 21ª Conferência Internacional de AIDS, que acontece de 18 a 22 de julho, na cidade de Durban - Afica. é organizado pela Sociedade Internacional de AIDS (IAS, sigla em inglês). No encontro a ABIA terá uma expressiva atuação antes e durante a conferência

De 13 a 15/07, o Observatório de Política e Sexualidade (SPW, sigla em inglês), secretariado pela ABIA, realiza o Seminário SexPolitics: Mapping Key Trends and Tensions in the Early 21st Century (SexPolitics: mapeando as principais tendências e tensões no começo do século 21). Serão 35 pesquisadores e ativistas de todo o mundo reunidos para analisar as tendências geográficas e as dinâmicas em jogo no contexto dos direitos sexuais, incluindo a identidade de gênero, aborto, trabalho sexual e o HIV e a AIDS

Já no dia 19/07, durante a Conferência Internacional de AIDS, o diretor-presidente da instituição, Richard Parker, participa da sessão satélite Prevention Literacy: reinventing HIV prevention for the 21st century (Pedagogia da Prevenção do HIV: Relembrando o que temos aprendido).

O objetivo é discutir novas formas de prevenção além de questionar as estratégias que vem sendo implementadas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre a HIV/AIDS(UNAIDS) – e outras agencias oficiais e governamentais – bem como dar ênfase à importância das respostas comunitárias.
Na ocasião, serão lançadas as publicações 1- Myth and Reality: Evaluating the Brazilian Response to HIV in 2016 (Mito vs Realidade: sobre a resposta à epidemia de AIDS no Brasil em 2016) e 2- Prevention Literacy: Reinventing HIV Prevention for the 21st Century (Pedagogia da Prevenção: Reinventando a Prevenção do HIV no século XXI, cuja versão em português está disponível no site da ABIA (www.abiaids.org.br).

Denúncia


A publicação Myth and Reality vai oferecer um panorama sobre o cenário da resposta brasileira à epidemia da AIDS a partir de análises contundentes de nomes como Alexandre Grangeiro (Departamento de Medicina Preventiva, Universidade de São Paulo), Fernando Seffner (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), dentre outros.

O objetivo é denunciar os entraves que estão comprometendo a eficácia da resposta brasileira à epidemia do HIV e da AIDS no país, conforme moção aprovada ano passado pelo movimento AIDS na 18ª Assembleia de ONGS AIDS, realizada em Campo Grande (MT).

“Também vamos reforçar sobre a necessidade de dar visibilidade à América Latina e às demandas por igualdade de acesso aos novos e melhores tratamentos”, adiantou VerianoTerto Jr., coordenador da área de acesso ao tratamento da instituição. Por meio do Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI), coordenado pela ABIA, a instituição também participa da apresentação de um pôster sobre o trabalho do GTPI em oposição às patentes no Brasil.

Global Village
 

Além de fazer parte da programação oficial, representantes da ABIA no GTPI organizarão rodas de conversa no Global Village, o espaço paralelo que concentra a maior mobilização da sociedade civil.
A primeira roda de conversa (19/07) será sobre a experiência do Brasil e da Argentina com a indústria farmacêutica Big Pharma (Big Pharma attacks to national laws - no more!:experiences from Brazil and Argentina ou Não aos ataques da Big Pharma às leis nacionais: experiências do Brasil e da Argentina).
 
A iniciativa pretende mostrar as ações movidas pela empresa farmacêutica Big Pharma para deter mecanismos nacionais que avaliam a concessão de patentes de medicamentos. No caso brasileiro, por exemplo, a empresa move uma ação contra a anuência prévia da Anvisa .

Outro debate está programado para 20/07(Implementing the 90-90-90 strategy: Civil society perspectives and real challenges on the ground/ Implementando a meta 90-90-90: perspectivas da sociedade civil e os desafios reais a serem enfrentados) e vai discutir a meta 90-90-90 estabelecida pelo UNAIDS. A meta prevê, até 2020, que 90% das pessoas que tem o HIV saibam que são portadoras do vírus; 90% das pessoas diagnosticadas recebam terapia antirretroviral e 90% das pessoas recebendo o tratamento tenham carga viral indetectável.

Haverá ainda um bate-papo sobre as demandas de cada país em relação ao processo de reforma da lei de patentes. Outra ação que os representantes da ABIA no GTPI participam é de uma marcha organizada pela ONG sul-africana Treatment Action Campaign (TAC).

“O Global Village é o espaço propício para falar sobre o fim da referência brasileira na resposta a epidemia de AIDS. É um lugar onde os saberes das comunidades são valorizados”, avaliou Pedro Villard, um dos representantes da ABIA/GTPI, durante a conferência.

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