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sexta-feira, 8 de julho de 2016

7 famosos que provam como disléxicos podem se destacar intelectualmente



Na luta contra o preconceito, especialista em dislexia infantil destaca a relação entre Q.I. e o distúrbio que ataca 4% da população brasileira


Muitas pessoas ainda ligam a dislexia a dificuldades de aprendizado e problemas na escola. A psicopedagoga e porta voz do Portal Filhos Brilhantes, Sheila Leal, no entanto, ensina este é um distúrbio que pode ser tratado com os estímulos corretos. “A dislexia é um transtorno de aprendizagem que faz com que a pessoa tenha dificuldade para associar os códigos da escrita ou da matemática, seja para decodificar letras como representações dos sons ou sinais gráficos como representações de números”, explica.

A especialista destaca que a dislexia não possui nenhuma relação com o grau de inteligência de uma pessoa. “A dislexia não tem relação direta com o Q.I., uma das formas de medir a inteligência, mas é não é raro que pessoas disléxicas apresentem o Q.I. mais elevado do que a maioria das pessoas”. O grande problema, como explica a psicopedagoga, é que crianças com dislexia não são estimuladas da mesma forma que as outras, e podem ter sérios problemas de autoestima. “Profissionais sérios e pais comprometidos podem ser o grande diferencial para ajudar uma criança disléxica a se desenvolver independentemente de suas dificuldades”, ensina, reforçando que, se com os estímulos corretos, um disléxico tem as mesmas chances que uma criança típica possui de ter sucesso acadêmico e profissional.

Sheila resume os ensinamentos sobre a dislexia em uma lista com sete famosos que têm ou tiveram o distúrbio:

Jamie Oliver:
Um dos chefs de cozinha mais famosos do mundo é disléxico e admitiu à imprensa nunca ter lido um livro inteiro, pois se torna complicada e entediante por conta da dislexia. “É interessante notar como isso não o impediu de ter sucesso e mudar a vida de muita gente”, diz Sheila.

Agatha Christie:
A escritora britânica, que entrou para a História com seus livros policiais, não conseguia escrever seus romances diretamente, o os ditava para uma secretária ou usava um gravador. “A tecnologia também pode ser usada com mais facilidade para contornar os obstáculos que os disléxicos enfrentam”, explica a especialista.

Jennifer Aniston:
Uma das mais famosas atrizes de Hollywood declarou que só ficou sabendo de seu transtorno após os 20 anos, e que isso lhe deu tranquilidade para entender os problemas que havia enfrentado. “Como o diagnóstico do transtorno é complexo e necessita de uma equipe muito completa de especialistas, é comum que muitas pessoas descubram ser disléxicos na fase adulta. Por isso é importante se atentar aos sinais o quanto antes”, destaca Sheila.

Leonardo da Vinci:
Os manuscritos deixados pelo artista e estudioso do século XV acusam que o pintor da Mona Lisa escrevia “de trás para frente”, e que muitos historiadores veem isso como sinal de sua possível dislexia. Sheila conta que, em muitos ambientes escolares, as crianças podem se sentir desencorajadas a continuarem os estudos caso não se encaixem no padrão estabelecido. “No tempo de Leonardo da Vinci, é possível que isso sequer tenha sido percebido como um problema, mas hoje nós possuímos profissionais e métodos que podem ajudar a identificar o quanto antes esse transtorno”, completa.

Van Gogh:
Um dos artistas plásticos mais importantes do século XIX, Van Gogh tem uma história polêmica e repleta de relatos de desequilíbrio mental. “A dislexia pode vir junto de uma série de outros transtornos, e mesmo assim o indivíduo é capaz de desenvolver suas capacidades”, destaca a especialista.

Pablo Picasso:
Considerado um artista completo, o espanhol Pablo Picasso enfrentou dificuldades na escola, sendo diagnosticado como disléxico, e só continuou os estudos por insistência do pai, que era professor. “O papel dos pais no incentivo a um filho disléxico pode ser definitivo para o melhor desenvolvimento da criança”, explica Sheila.

Albert Einstein:
Considerado o pai da física moderna e cujo nome se tornou símbolo de uma grande inteligência, o cientista alemão começou a falar mais tarde do que a maioria das crianças, e só foi alfabetizado aos 9 anos. No ensino superior, chegou a ser reprovado em alguns exames de humanas. “Muitas pessoas tendem a olhar só para o que é problemático, e no caso dos disléxicos, é preciso sempre olhar para aquilo que é positivo, valorizando as potencialidades”, destaca a psicopedagoga.

Por fim, Sheila Leal conclui dizendo que os disléxicos que se tornaram famosos pela inteligência e pelo sucesso alcançado podem ser grandes exemplos de superação, mas não devem ser tomados como regra. “Depositar em um disléxico o rótulo de gênio pode ser tão ruim quanto fazer isso com o rótulo de incapaz. Cada ser humano é único”, conclui.


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