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quinta-feira, 17 de maio de 2018

Cantareira volta a pedir socorro!


 O período seco ainda não chegou ao seu ápice e o Sistema Cantareira está com nível baixo e já está em estado de atenção. Especialista acredita que uma das soluções mais sustentáveis para dar fim ao problema é o reúso.


No verão deste ano, o Sistema Cantareira sofreu - ficou em estado de atenção, com 46% do seu volume. Agora, o problema pode se tornar mais grave. Na quarta-feira, dia 16, o reservatório voltou ao estado de atenção com 48% da sua capacidade (sem considerar a reserva do volume morto). Em 2013, ano que antecedeu a crise hídrica de 2014, a Cantareira contava com 61,5% da capacidade. Essas faixas de atenção foram adotadas desde a crise, Elas correspondem à capacidade do volume do sistema, a saber: Normal: mais de 60%, Atenção: entre 60% e 40%, Alerta: entre 40% e 30%, Restrição: entre 30% e 20%.

O cenário pode ficar ainda pior porque, segundo a Climatempo, o período seco ainda nem começou. Do ponto de vista climatológico, este período tem seu início de fato no mês de junho, quando há menores volumes médios mensais de chuva.  Mas será que o problema é mesmo só a falta de chuva? Porque existem países com recursos hídricos inferiores ao nosso e este problema está praticamente resolvido? E qual é a solução?
De acordo com o engenheiro Fernando Pereira, diretor comercial da General Water, concessionária particular de água, depender da chuva ou buscar novas fontes de água para abastecer lugares distantes, como em geral ocorre, não são as melhores alternativas. “Existem soluções mais viáveis. Hoje, há tecnologia suficiente para tratar o esgoto para reutilização, inclusive para consumo humano”, diz a Pereira. "Especialistas do mundo todo enxergam o esgoto não como um resíduo, mas sim uma fonte de água. A crise seria uma oportunidade de resolver o problema do abastecimento e despoluir os nossos rios, que hoje recebem todo esse dejeto”, afirma.
A Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, possui cinco grandes estações de tratamento de esgoto, como a de Barueri e a Parque Novo Mundo. Se cada uma delas ganhasse uma segunda estação, de pós-tratamento de esgoto, toda a água poderia ser transformada em potável para complementar o fornecimento. “É uma alternativa sustentável”, diz Pereira. “Essas ‘fábricas de água` funcionam em vários lugares do mundo, entre eles a Califórnia, que combate a seca desta forma há 40 anos”.
Pereira explica que a reutilização da água pode ser feita de diversas maneiras, das mais simples às mais sofisticadas e os benefícios não param. “Além de reduzir o consumo de água potável e preservá-la exclusivamente para atendimento de necessidades que exigem a sua potabilidade, o reúso também é estratégia indispensável para reduzir o volume de esgoto descartado, além de gerar uma grande economia de recursos que podem ser utilizados em outros investimentos”.

Como funciona o tratamento?

A água que escorre pelo ralo do chuveiro e da pia ou a que é usada nas descargas pode ser transformada em água potável, num processo de cinco etapas e que dura até 12 horas.

Na estação de tratamento, o esgoto primeiro passa por um peneiramento, que faz a filtragem inicial dos resíduos. Em seguida, a água vai para os tanques de equalização, onde é feito o controle do volume de esgoto necessário para o tratamento.

A terceira etapa é a passagem por um reator biológico, onde bactérias especializadas se alimentam da matéria orgânica, limpando a água. Esse processo dura algumas horas, durante as quais o reator recebe uma injeção constante de ar, para que as bactérias que degradam o esgoto se proliferem.

O passo seguinte é o processamento no tanque de membranas de ultrafiltração, importadas do Japão, que separam completamente o iodo da água, que depois é esterilizada em outro tanque, com cloro e recebe a adição de um corante para diferenciá-la da água potável. Pronto! A água, que era esgoto, já pode ser usada para o abastecimento de torres de resfriamento de ar condicionado, bacias sanitárias e para a irrigação.





General Water


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