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sexta-feira, 31 de março de 2023

Novo arcabouço pauta responsabilidade fiscal, mas peca em focar só na abundância

 
Para FecomercioSP, modelo é primeiro passo em direção positiva; entretanto, governo cria princípio de aumento constante dos gastos

 
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o novo arcabouço fiscal, anunciado pelo Ministério da Fazenda na última quinta-feira (30), é positivo ao mostrar preocupação do governo com a regra fiscal e, consequentemente, dar um norte ao mercado. Por outro lado, cria princípio de aumento constante dos gastos, o que está longe do ideal de um Estado menos pesado e mais eficiente.
 
De acordo com o anúncio, os gastos sempre crescerão em valores reais – cujo crescimento estará sempre entre um piso de 0,6% até o teto de 2,5%. Não há vislumbre, por exemplo, em anos de queda de despesas. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o ponto negativo é que se trata de uma regra para administrar a abundância de receita, mas pouco diz como lidar com escassez, o que não é uma hipótese remota. O valor real dos gastos subiria sempre, independentemente das condições econômicas.
 
Além disso, como o arcabouço está atrelado ao aumento de receitas, pode ser um incentivo ao governo para aumento de impostos, um perigo para o contribuinte, que vai ser “chamado” a participar do ajuste da forma como vem ocorrendo há mais de 20 anos no País: por meio do aumento de despesas, contempladas por aumento de tributos. A despeito da sua inflexibilidade, o teto de gastos tinha duas grandes vantagens: impor à classe política a necessidade de escolhas e resguardar a população do aumento da carga. Isso não existirá mais. Contudo, o novo modelo tem clara preocupação de não criar aumento desordenado de despesas em substituição ao teto, o que é positivo.
 
Outro ponto favorável é o fato de despesas com educação, saúde e investimentos em infraestrutura, a princípio, estarem incluídas nas contas. Neste contexto, o governo terá o desafio de lidar com a recomposição dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e com o piso da enfermagem, os quais, constitucionalmente, devem ser considerados fora do teto. Ao ser questionada, a equipe de governo destacou que ainda não sabe como lidará com este paradoxo (educação dentro do programa apresentado, mas constitucionalmente fora).
 
Para Antonio Lanzana, copresidente do Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP) da FecomercioSP, o anúncio do pacote fiscal ainda tem alguns pontos importantes a serem esclarecidos, mas, no geral, responde à demanda do mercado quanto a uma definição das atitudes do governo.
 
“Há uma expectativa de que, no futuro, as medidas contribuam para o controle da dívida pública, e isso cria um espaço para a redução da taxa de juros. Esse espaço será tão mais forte quanto forem as reações do mercado, as quais, após análise dos documentos apresentados essa semana, estarão explicitadas no nosso dia a dia. Para as empresas, isso abre a possibilidade de queda da taxa de juros com redução de imposto de capital, mas não será uma reação imediata, depende da reação do mercado”, explica o especialista.


 
FecomercioSP


Educação eleva custo de vida na RMSP em fevereiro

Grupo responde por mais da metade da elevação das despesas dos lares, aponta FecomercioSP

 
O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentou alta de 5,79%, no acumulado dos últimos 12 meses. Em fevereiro, o índice registrou elevação de 0,63%, pouco acima do 0,50% constatado no primeiro mês do ano. Os tradicionais reajustes da educação fizeram do grupo o grande vilão da elevação das despesas das famílias no segundo mês do ano.
 
Com grande peso no orçamento, a categoria alimentação e bebidas também pressionou as contas dos lares paulistanos. Os dados são do levantamento mensal Custo de Vida por Classe Social (CVCS), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).


 
Educação

Na comparação interanual, o segmento da educação apresentou crescimento de 7,05%. Na variação mensal, o aumento foi de 5,24% – número que representa 0,37 ponto porcentual (p.p.) o índice geral de fevereiro. O ensino médio apontou elevação média de 11,1%, enquanto o ensino fundamental, de 10%. A educação infantil aumentou 9,3%. O impacto do setor foi alto para todas as faixas de renda analisadas. A maior variação foi vista na classe D, de 6,63%. Para a classe A, a alta foi de 5,95%, ao passo que a classe E registrou elevação de 3,65%.
 
Apesar dos efeitos, esta é uma questão pontual e não estrutural, aponta a FecomercioSP. O segmento não vai continuar a pressionar nos próximos meses. 

 



Saúde e habitação pressionaram de forma similar: o primeiro grupo apontou elevações de 12,02%, em 12 meses, e 1,15%, em fevereiro; o segundo registrou crescimentos de 2,62%, na comparação interanual, e 0,78%, na mensal.
 
No grupo da saúde, os preços aumentaram tanto no varejo quanto nos serviços. Os serviços médicos apresentaram alta de 3,1%, e o plano de saúde, 1,2%. Pelo comércio, os perfumes avançaram 7,3%, os produtos para a pele cresceram 4% e o antigripal encareceu 2,5%.
 
No grupo da habitação, por sua vez, também pressionou os serviços e o varejo. Pelo primeiro, o aluguel residencial obteve elevação de 1,6%, enquanto a energia elétrica residencial aumentou 0,7%. Já no segundo, destaque para os produtos de construção, como revestimento de piso, cimento e tijolo – que subiram 2,1%.


 
Alimentação e bebidas têm alta de 0,40%

Segmento com principal peso no CVCS, alimentação e bebidas registrou alta mensal de 0,40%, gerando impacto de 0,9 p.p. na variação global. As frutas, legumes e verduras sofreram aumento, como o mamão (15,1%), a alface (9,6%) e a cenoura (15,9%).
 
De acordo com a FecomercioSP, questão climáticas, como excesso de chuva e aumento de custos, explicam as altas mais expressivas. A classe A foi a que mais sentiu as variações (0,52%), ao passo que, para a classe E, a variante foi de 0,28%. No campo negativo, três grupos apresentaram retração nos preços. Quem mais ajudou a contrabalancear o aumento no mês foi o grupo dos transportes, que caiu 0,49%. Destaques para as quedas de 8,8% das passagens aéreas e de 4,6% do seguro de veículo. No varejo, redução de 2,4% do óleo diesel. Em contrapartida, a gasolina apontou aumento médio de 1%. Um fato importante é que o alívio foi maior para as classes de renda mais baixas. Para a classe E, por exemplo, o grupo transporte retraiu 0,72%, ao mesmo tempo que, para a classe A, houve aumento médio de 0,26%. Os grupos de vestuário e artigos do lar completam a lista de quedas, com variações respectivas de 0,35% e 0,66%.
 
Apesar dos preços médios arrefecendo, ao apresentar variação abaixo da vista em 2022, o custo de vida na RMSP continua em patamar elevado, próximo a 6%. São pressões de custos, impostos e problemas climáticos que pressionam a oferta e não permitem uma inflação mais baixa. Frente a um cenário relativamente melhor, as famílias devem recuperar de forma gradativa o poder de compra, o que é um ótimo indicativo para os empresários do comércio.


 
Varejo e serviços acumulam alta

O Índice de Preços do Varejo (IPV), da CVCS, acumulou alta de 5,29% nos últimos 12 meses. Dentre os oito grupos estudados, cinco apresentaram variação positiva. Destaque para a elevação no segmento de saúde e cuidados pessoais (113,45%), seguido pelo de alimentos e bebidas (10,41%).
 
Elevação também observada no Índice de Preços dos Serviços (IPS), da CVCS, acumulado de 6,29% em 12 meses. Dentre os oito grupos que compõem o indicador, seis apontaram índices positivos. No período, a maior variação foi vista em educação (7,48%) e habitação (0,89%).


 
Nota metodológica

CVCS

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.


 
FecomercioSP


Como o inglês pode te ajudar a superar as demissões em massa na área de tecnologia

   O setor de tecnologia é uma das áreas que mais vem
sofrendo com as demissões (créditos: unsplash)
O número de demissões já corresponde a 64% do total de funcionários dispensados em 2022               

 

O começo do ano é marcado por muitas mudanças, no setor empresarial são realizados ajustes salariais e alterações de cargos, muitos funcionários de diferentes empresas do Brasil foram surpreendidos com as demissões em massa. 

Uma pesquisa da Layoffs.fy, relatório do portal de rastreamento demissões em massa, apontou que desde  o começo de 2023, o setor de tecnologia vem demitindo em massa trabalhadores no mundo todo. Correspondendo a 64% do total de funcionários dispensados em 2022 contabilizando o total de  103.767 dispensas.

O grande número se explica por uma série de fatores. Economistas afirmam que após o cenário da pandemia, a economia passou por alterações, sendo refletido nos anos posteriores, como em 2023. Uma forma de ajustar gastos e evitar falências nas empresas. 

Com isso um dos maiores prejudicados foram os ex-colaboradores que precisam se inserir novamente no mercado de trabalho, tendo que reformular seus currículos e buscar novas especializações. 

“As mais variadas empresas estão passando por um período de reestruturação, um dos setores prejudicados é o da tecnologia mesmo sendo uma área que oferta um número grande de vagas todos os dias. Pensando no ponto de vista do ex colaborador, o ideal para esse momento é buscar novas oportunidades, investindo em uma capacitação mais aprimorada, como o inglês, que é um idioma que anda muito alinhado às novas tendências e requisitado no mundo dos negócios”, afirma o CEO da EdTech Aliança. 

Um profissional da tecnologia já pode possuir uma comissão salarial interessante, um colaborador que possui suas experiências e a fluência do inglês pode ter um salário 70% maior.   

Com isso o especialista em educação e CEO da Aliança Helaman Fernandes, separou benefícios do inglês para a área da tecnologia:

 

  • Imersão maior nos materiais 

Grande parte dos manuais de instrução, peças e softwares são redigidos no idioma inglês, pedindo assim que profissionais tenham uma certa fluência para entenderem o que está sendo descrito, por exemplo: JAVA, HTML, PHP etc.

 

  • Oportunidade de trabalhar em outros países 

Por ser uma área vasta, a tecnologia está presente nos 4 cantos do mundo. Para que esses colaboradores participem das multinacionais, a língua mais pedida é o inglês, permitindo que consigam se desenvolver e expandir sua rede de contatos.

 

  • Possibilidade de plano de carreira 

O inglês pode servir como um divisor de águas na vida de algumas pessoas, possibilitando um destaque e diferenciação do que se comparado a  outros candidatos que não possuem uma certa dominação e fluência. Não é apenas um idioma muito falado em todo o mundo, mas um potencializador para melhores condições salariais e concretização de um plano de carreira mais estruturado. 

Pesquisas da Revelo, empresa de recrutamento e seleção aponta que 38,4% dos candidatos de tecnologia que afirmam dominar o idioma possuem nível intermediário de proficiência. O levantamento também mostra que os níveis básico e intermediário empatam com 31% no perfil dos profissionais à disposição do mercado. 

“A capacitação do inglês é um investimento na carreira que traz grandes resultados e que provocam um impacto na vida do colaborador, evidenciando que não é meramente um luxo mas uma necessidade”, afirma o CEO Helaman Fernandes  

  

Aliança
https://aliancaamerica.com.br/


TRT-15 recebe mais de um novo processo de assédio sexual por dia

Para a advogada Mirella Franco, do GBA Advogados Associados, número está relacionado ao incentivo às denúncias, como o recente programa Emprega + Mulheres 

 

Por dia, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, com sede em Campinas (SP), recebe mais de um processo de assédio sexual. Somente nos dois primeiros meses de 2023, foram 72 novas ações, 9% a mais que o mesmo período do ano passado, quando recebeu 66. 

Nos últimos cinco anos, o número de processos saltou de 337 (2018) para 459 (2022). “Esse aumento está diretamente relacionado ao incentivo às denúncias, como o recente programa Emprega + Mulheres, que exige ações concretas de empresas no combate e prevenção ao assédio no trabalho”, afirma a advogada Mirella Pedrol Franco, do GBA Advogados Associados. 

Mirella lembra que o assédio, tanto o moral quanto o sexual, infelizmente ainda é uma realidade no mundo corporativo. O tema ganha destaque no Mês da Mulher, e leis como a do Emprega + Mulheres são fundamentais ao estabelecer medidas de proteção. 

A lei, que completou seis meses no último dia 23 de março, estabelece que a empresa deve criar procedimentos, além de receber e acompanhar as denúncias, para que haja a apuração do caso, devendo aplicar as sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio e violência, garantindo o anonimato da pessoa denunciante. A norma diz, também, que as queixas corporativas não substituem uma eventual ação na Justiça.


“O ideal é que as denúncias de assédio sejam apuradas por um canal próprio, que assegure o sigilo e seja especializado no tema. Algumas companhias já têm comitês de mediação no caso de microagressões, tratando de casos mais leves e prevenindo problemas graves futuros”, complementa a advogada. Caso a empresa não cumpra o estabelecido, pode ser multada por infração às normas regulamentadoras, se flagrada pelo Ministério Público do Trabalho. 

Outra importante determinação da lei, é que as empresas deverão incluir temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio e outras formas de violência nas atividades e nas práticas da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -- CIPA; e também obriga a realização, no mínimo a cada 12 meses, de ações de capacitação, orientação e sensibilização dos empregados de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados a violência, assédio, igualdade e diversidade no ambiente de trabalho. “Essas ações devem ser feitas em um formato simples, acessível e de fácil compreensão”, explica a advogada. 

Mirella lembra que as empresas que ainda não se adequaram precisam, urgentemente, acionar o seu jurídico e a área de Recursos Humanos para que todas essas medidas sejam implementadas, evitando ações judiciais, risco reputacional, denúncias ao MPT, e multas por infração às normas regulamentadoras.

 

Marco de inclusão

Mirella destaca que o Programa Emprega + Mulheres é um marco nas medidas de inclusão de mães e mulheres no mercado de trabalho. Essa questão, ressalta a advogada, merece destaque e tem ganhado foco, sendo uma preocupação global. As empresas, hoje, acreditam que as práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) são uma parte fundamental de suas estratégias. 

Segundo o estudo da consultoria e auditoria Deloitte, o qual mapeou avanços na estrutura e representatividade nos negócios, apenas dois em cada dez oferecem benefícios específicos. A análise também indicou que as empresas ainda levam mais em consideração a participação numérica de grupos minorizados do que os aspectos mais estratégicos, como desvios salariais, programas de inclusão, impacto à reputação, benefícios etc. “Assim, fica claro que ainda estamos caminhando a passos lentos, e que as empresas ainda precisam trabalhar em suas frentes de inclusão, construindo um ambiente seguro, sobretudo para as mulheres”, conclui.


Criadores de conteúdo dão dicas para não errar na declaração do Imposto de Renda

O Kwai destaca conteúdos feitos por criadores da plataforma que ajudam a tirar dúvidas sobre a entrega da restituição deste ano 

 

O Imposto de Renda Retido na Fonte, conhecido como IRRF ou Leão, é um tributo federal anual que é aplicado sobre o que cada brasileiro recebe e que acompanha a evolução patrimonial dos cidadãos ao longo dos anos. Por isso, há mais de 100 anos (desde 1922), o governo solicita que empresas e trabalhadores informem à Receita Federal todos os seus ganhos. 

Neste momento do ano, muita gente costuma ter dúvidas na hora de fazer e entregar a declaração da restituição: Como declarar o Imposto de Renda Retido na Fonte? Quem deve fazer a declaração? Qual valor é isento?. Para dar uma ajuda àqueles que ainda se confundem ou procuram informações sobre o Leão, o Kwai, app de criação e compartilhamento de vídeos curtos, destaca cinco conteúdos feitos por criadores e especialistas da plataforma que vão ajudar a esclarecer os principais questionamentos. Confira!
 

1 – Quem precisa declarar? – O criador de conteúdo financeiro Rob Correa (+43,1 mil seguidores), explica, de forma didática, uma das principais dúvidas relacionadas ao Leão: quem deve declarar de acordo com os rendimentos recebidos no ano passado. 

 

2 – Tabela Imposto de renda – Caso ainda haja dúvidas sobre quem precisa fazer a restituição, o advogado Dr. Amarildo Filho (+1,9 milhão de seguidores), especialista em direito, explica, de forma detalhada e simples, como funciona a tabela de Imposto de Renda Retido na Fonte. Este ano, quem recebe até R 1.903,98 é isento da tributação, no ano que vem, está prevista a mudança desse valor para R 2.640.

 

3 – Como fazer declaração de Imposto de renda? – O primeiro passo para fazer a sua declaração de IRRF é baixar o programa no site oficial da Receita Federal e preencher todos os dados. Para deixar mais lúdico, o criador de conteúdo da área de finanças, Alberto Pompeu (+231,1 mil seguidores), mostra o passo a passo no Kwai. Além disso, caso você tenha algum investimento para declarar, ele ensina como informá-lo na restituição.

 

4 – Declaração de PIX no Imposto de Renda – Outra informação importante, e pouco conhecida, é que as transações recebidas via PIX devem ser informadas na declaração do IRRF. Em forma de esquete, Doutor Fran (+617,5 mil seguidores), advogado especialista em Direito do Consumidor e Direito Civil, comenta sobre a importância dessas informações na restituição.
 

5 – Declarar imposto não é igual a pagar IR – Se você é investidor, saiba que é importante entender que declarar Imposto de Renda Retido na Fonte não pode ser confundido com pagar Imposto de Renda (IR). O criador Marlon Mendes (+617,5 mil seguidores), que fala em seu perfil sobre investimentos, explica um pouco mais sobre essa diferença e dá outras dicas para quem quer começar a investir.


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Recuperação Judicial

 Qual importância desse instituto para a sociedade?   

 

Tornou-se usual nos últimos anos ouvirmos notícias de que uma empresa entrou em recuperação judicial, tal como ocorreu mais recentemente com a Americanas, mas pouco se fala sobre o que é esse instituto e qual sua importância para a sociedade. Afinal, por qual razão as empresas entram em recuperação judicial?

 

Incialmente, para melhor compreensão da proteção jurídica das empresas no caso de uma crise econômico-financeira cabe fazer alguns esclarecimentos.

As empresas são organizações técnicos-econômicas que se propõem produzir a combinação dos diversos elementos da natureza, tais como trabalho, capital, bens ou serviços destinados à troca (venda), com esperança de realização de lucros, correndo riscos por conta do empresário, isto é, daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos sob sua responsabilidade.

 

De forma simplista, o empresário coordena os elementos supramencionados (trabalho, capital, bens e/ou serviços) com a intenção de obter lucro. Entretanto, além da finalidade lucrativa acima citada, a empresa é um importante mecanismo social, capaz de produzir riquezas, gerar empregos e movimentar a economia, com função para além dos interesses daquele que coordena tal atividade, justificando que empresas em crises façam jus a um procedimento recuperacional quando necessário.

 

A recuperação judicial de empresas é um importante mecanismo judicial que visa viabilizar a superação dos efeitos de uma crise econômico-financeira, permitindo a manutenção da atividade produtora, dos empregos, bem como dos interesses dos credores, cuja intenção primordial é preservar a empresa, prestigiar sua função social, bem como o estimular a atividade econômica.

 

Segundo TOMAZETTE (2017) a recuperação judicial não se preocupa em salvar o empresário (individual ou sociedade), mas sim em manter a atividade em funcionamento, assim como a empresa (atividade) é mais importante que o interesse individual do empresário, dos sócios e dos dirigentes da sociedade empresária.

 

Nesse diapasão, nota-se, o exercício da atividade empresa possui um importante escopo social e está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento econômico.

 

Com isso, percebe-se que a preservação do exercício da empresa não beneficia apenas aquele que o exerce, mas atua no interesse da sociedade através do cumprimento de sua função social.

 

Logo, ao exercer a atividade econômica o empresário ou acionista age (ou deve agir) no intuito, não apenas de obter lucro, mas também de cumprir a função social, cujo interesse está alçado no interesse da coletividade, mediante a principiologia dos valores do trabalho e da livre iniciativa previstos na Magna Carta.

 

Portanto, é possível concluir que o exercício da atividade empresarial, não é apenas uma forma de obtenção de lucro ao empresário em prol de um interesse particular, mas também um mecanismo social e econômico de prover os direitos constitucionais a ensejar uma economia saudável capaz de prover o desenvolvimento da sociedade e atender os anseios básicos da sociedade, tal qual, uma vida digna e empregabilidade.

 

Todavia, por motivações internas ou externas aos negócios, as empresas podem sofrer aquilo que se denomina de “crise econômico-financeira”, impedindo que o empresário siga exercendo sua atividade em razão da ausência de recursos suficientes para cumprir com as obrigações assumidas, bem como pela ausência de ativos necessárias para o fluxo de caixa cotidiano das atividades desempenhas. Vale mencionar que existem outros fatores capazes de originar crises, mas nem todos ensejam resposta jurídica.

 

De acordo com TOMAZETTE (2017) a crise econômica poderá ser compreendida como a retração considerável nos negócios, ou seja, a atividade tem rendimentos menores do que seus custos, isto é, trabalha no prejuízo. O fato é que, esse prejuízo, a princípio, só interessaria ao empresário, entretanto, seus desdobramentos podem gerar outras crises capazes de afetar outros sujeitos.

 

Por essa razão, para TOMAZETTE (2017) 

“(...) a princípio, tal crise não ensejaria, por si só, respostas do Estado ou do mercado, contudo, seus desdobramentos são preocupantes e, por isso, o mercado e nosso ordenamento jurídico já oferecem respostas a essa crise. ” 

Ou seja, pode-se compreender por crise econômica, quando os rendimentos da organização não superam seus custos, gerando prejuízos. Essa condição, por si só, não seria suficiente para ensejar atuação do Estado, mas como esse tipo de crise possui potencial de reflexo para outros sujeitos, o ordenamento jurídico oferece soluções a essa modalidade.

 

Por outro lado, para TOMAZETTE (2017), diferentemente da crise econômica, a crise financeira é aquela em que a empresa não dispõe de recursos financeiros para fazer frente aos seus compromissos.

 

A crise financeira se perfaz na constante incapacidade de uma empresa arcar com suas dívidas cotidianas, apenas com os recursos financeiros que tem em mãos. Cuida-se, pois, de uma crise de liquidez, a qual inviabiliza o pagamento dos compromissos. Essa crise é preocupante, visto que a empresa passa a ter dificuldade de manter os fornecedores e continuar com os contratos ativos no sistema de crédito, atingindo, então, terceiros que circundam a atividade.  

Conclui-se, portanto, que a crise financeira é aquela que se origina da incapacidade de arcar com os compromissos assumidos e possui potencial de atingir terceiros que podem ser negativamente impactados pelo dispêndio enfrentado pela empresa, justificando a tutela jurídica. 

De acordo com NEGRÃO (2020) as crises econômicas podem acarretar crises financeiras, que se resumem na insuficiência – momentânea ou sistemática – de recursos financeiros para o pagamento dos credores e cumprimento de todas as obrigações assumidas.

 

Desse modo, é possível compreender que a crise se origina da ausência de recursos, a qual pode ser advinda tanto de uma circunstância interna, quanto uma circunstância externa, como consequência ensejar a tutela jurídica, além disso, pode ocorrer de uma crise econômica acarretar crises financeiras, assumindo o binômio de “crise econômico-financeira”.

 

Nesse sentido, advém o instituto da recuperação judicial, como aquele que tem por objetivo a superação de uma situação de crise econômico-financeira. O conceito legal da recuperação judicial pode ser observado pela análise do que dispõe a Lei 11.101/2005, no caput do artigo 47, segundo qual:

 

Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 

Nota-se, a intenção precípua do legislador pátrio não foi a conservação da empresa pura e simplesmente, mas em criar mecanismos que possibilitem que empresas nessa situação, desde que recuperáveis, possuam meios de se soerguer e manter-se no exercício da atividade empresarial em prol da função social da empresa e estímulo econômico, isto pode ser claramente evidenciado em suas finalidades, quais sejam, a manutenção da fonte produtora em prol dos empregos e dos credores.

 

Para a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, diante do Agravo Regimental no Conflito de Competência 86.594/SP, citado por MAMEDE (2019):

“A recuperação judicial tem como finalidade precípua o soerguimento da empresa mediante o cumprimento do plano de recuperação, salvaguardando a atividade econômica e os empregos que ela gera, além de garantir, em última ratio, a satisfação dos credores.” 

Portanto, em vista do exposto, conclui-se que em razão dos benefícios de se ter uma empresa em pleno funcionamento, gerando empregos, fortalecendo a economia e garantindo o cumprimento das obrigações perante os credores justificam-se os esforços de sua manutenção quando se está diante de uma crise econômico-financeira, embora seja importante ressaltar que a eficácia e aplicabilidade prática do instituto envolva outra grande discussão, tem-se que a legitimidade de seu propósito, quando aplicável em casos que atendam aos requisitos legais, é inegável.

  

 

Marina Gabriela Braghere - Graduada em Direito pela Athon Ensino Superior, pós-graduanda em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Atualmente é Analista Jurídico Sênior no Escritório Vigna Advogados Associados em São Paulo, atuante na área de Contratos e Business.

 

 Referências

REQUIÃO, Rubens, Curso de direito comercial/Rubens Requião. –Vol.1:25; ed. atual por Rubens Edmundo Requião. São Paulo: Saraiva, 2003. Segundo J.X Carvalho de Mendonça citado por Requião, página 57.

TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas, v. 3 /Marlon Tomazette. – 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017. Página, 96.

De acordo com art. 116, parágrafo único, da lei 6.404/1976, Lei da Sociedades Anônimas, o acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender. (grifei

Tomazette, Marlon. Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas, v. 3 /Marlon Tomazette. – 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017. Página, 37.

Tomazette, Marlon. Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas, v. 3 /Marlon Tomazette. – 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017. Página, 37.

Tomazette, Marlon. Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas, v. 3 /Marlon Tomazette. – 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017. Página, 37. 

Negrão, Ricardo Manual de direito empresarial / Ricardo Negrão. – 10. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. Página, 362.

Mamede, Gladston Falência e recuperação de empresas / Gladston Mamede. – 10. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. Página, 147

 

Dificuldade na interação social não impede autista de trabalhar com atendimento ao público

 

Ingressar no mercado de trabalho é fundamental para que o indivíduo autista consiga ser independente
Divulgação/Grupo Marista

 

Diagnosticado tardiamente, Esau Henrique Goes mostra que é possível exercer funções que pareciam inacessíveis e avalia positivamente as empresas que lutam contra o preconceito e abrem espaço para a inclusão 

 

“Direito ao diagnóstico precoce e tratamento; ao acesso à educação e proteção social; e ao trabalho e à igualdade de oportunidades.” São esses os direitos que a Lei da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista garante desde 2012, no Brasil. Mas, infelizmente, ainda não é o que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) vivenciam diariamente. Celebrado no dia 2 de abril, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado justamente para dar voz aos indivíduos com TEA na busca por respeito, igualdade e inclusão. Neste ano, a campanha traz o tema: “Mais informação, menos preconceito”. 

No entanto, mesmo sendo mundialmente conhecida e cada vez mais diagnosticada precocemente, a condição ainda é pouco debatida na sociedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de 70 milhões de autistas diagnosticados em todo o mundo e, somente no Brasil, esse número é de aproximadamente 2 milhões de pessoas. “Ainda falta a compreensão do que é o autismo, principalmente aqui no nosso país, onde o assunto ainda é um tabu. Poucos sabem sobre o autismo e muito menos como agir diante de um autista”, avalia Esau Henrique Goes.

Henrique, como prefere ser chamado, tem 28 anos e foi diagnosticado com TEA recentemente, aos 26. Funcionário do Grupo Marista, ele exerce o cargo de operador de teleatendimento, na PUCPR, o qual foi conquistado por meio de um mutirão de vagas PcD, realizado em 2022. Hoje, ele tem bons amigos e colegas de trabalho, mas nem sempre foi assim. Por ter recebido o laudo tardio, Henrique sofreu com o preconceito em seus antigos trabalhos e também na escola, fatos que faziam com que ele mesmo não conseguisse se entender. 

“Por que eu sou assim?”, era a pergunta que se fazia cada vez que sofria algum ataque. “Não entendia o motivo de ser vítima de bullying apenas por ser diferente. Depois do meu diagnóstico, consegui me entender melhor. Hoje, não tenho vergonha de ser autista e assumo com orgulho a minha condição. Tenho que matar dois leões por dia, tanto na vida pessoal quanto na profissional, e essa é a mesma luta  da comunidade autista. Por isso, quanto mais pessoas souberem e mais informações forem distribuídas sobre a nossa condição, é melhor, não só para a sociedade entender a gente, como pra gente conseguir se enturmar na sociedade”, ressalta. 

Para ele, os debates deveriam, inclusive, estar na pauta de colégios e faculdades. Segundo a mestre em psicologia e coordenadora do curso de pós-graduação em Autismo, na PUCPR, Thaise Löhr Tacla, é uma tendência global a adoção de políticas públicas para facilitar o ingresso do autista no mercado de trabalho. “As empresas que enfatizam a importância de empregar pessoas com TEA, realizam treinamento de capacitação para acolhimento. Por isso, é importante salientar que o preparo do candidato para atuação profissional é fundamental, bem como o da empresa com incentivo a contratações”, avalia. 

Falta de interação social não é barreira  

O caso de Henrique não é raro e reforça ainda mais a importância de identificar precocemente o autismo. Para Thaise, o atraso nesse diagnóstico dificulta o desenvolvimento das habilidades sociais e de comunicação, sinais mais comuns da condição, além de atrapalhar a inserção desses indivíduos na sociedade. “Os sinais do autismo começam cedo e, quando presentes ocorrem, principalmente, com o prejuízo persistente na comunicação social recíproca, na interação social e nos padrões restritos e repetidos de comportamento, interesse ou atividade”, explica a psicóloga.

Na visão da especialista, a inclusão se mostra ainda mais essencial quando há exemplos de pessoas com TEA que cumprem tarefas que, aos olhos da sociedade, não seriam possíveis. Ela destaca ainda que ingressar no mercado de trabalho é fundamental para que o indivíduo autista consiga ser independente, tenha autonomia e liberdade para atingir seus objetivos.

A supervisora de atendimento da PUCPR e gestora de Henrique, Sandra Hanemann, pode falar com propriedade sobre a questão. Ela vê e analisa o trabalho do operador de teleatendimento sendo executado diariamente sem grandes impedimentos. “Quando o Henrique chegou à minha equipe, busquei conhecê-lo primeiro e ganhar a sua confiança. Ficamos um mês de adaptação juntos para que depois ele pudesse assumir sozinho suas tarefas”, conta Sandra.Henrique presta atendimento aos alunos da PUCPR por meio do chat, whatsapp e telefone, e, segundo Sandra, consegue atender muito bem às expectativas do cargo. “Pessoas com TEA têm, por vezes, um entendimento e uma interpretação diferentes e, quando isso acontece, contamos com o suporte do nosso RH. Quando erra, damos o feedback para ele, assim como para seus colegas. Mas o Henrique é muito inteligente. Além de trabalhar conosco, ele faz faculdade de biologia e estágio. Temos aqui no setor uma troca muito rica. Em grande parte dos momentos, ele conversa com todos, é alegre, mas quando tem seus momentos mais introvertidos, ele é respeitado”, conta.

 

Saúde e Nutrição - CROSP destaca alimentos e hábitos para uma saúde sistêmica e bucal de qualidade

Os alimentos naturais são essenciais para uma nutrição equilibrada. O cardápio adequado somado à boa higiene e ao acompanhamento periódico com o Cirurgião-Dentista são hábitos imprescindíveis para manter a saúde geral e bucal em dia.  


O Cirurgião-Dentista e membro da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Vinicius Pioli Zanetin, salienta que a boa alimentação começa pelo cuidado com a ingestão de açúcares, assim como de alimentos industrializados.  

De acordo com o especialista, a inclusão na dieta de variedades de frutas, legumes e verduras, além de alimentos ricos em nutrientes, e uma alimentação balanceada, ajudam a evitar diversos problemas bucais ou sistêmicos e só colaboram para melhorar a qualidade de vida.  

O Cirurgião-Dentista listou os principais alimentos que contribuem para saúde bucal e geral:



Maçã  

Quando se pensa em alimentos que possam melhorar a saúde, as frutas, verduras e legumes se destacam. No que diz respeito especialmente à saúde bucal, Dr. Vinicius menciona a maçã. Ele explica que ela é rica em água e está associada à limpeza natural dos dentes.

“A fruta, além de beneficiar a saúde geral, elimina resíduos que aderem à superfície dos dentes, prevenindo o surgimento de cáries. Além disso, estimula o fluxo de saliva na boca e participa da neutralização do pH. Suas fibras alimentares, de uma forma geral, auxiliam no processo de prevenção de doenças gengivais e cáries”.  



Cítricos

Frutas cítricas como kiwi, laranja, limão ou acerola possuem a capacidade de neutralizar o pH da boca. São ricos em Vitamina C (que ajuda na produção de colágeno) e facilitam a cicatrização, com efeito direto na saúde das gengivas.  
As frutas cítricas levam a um fator imunizante natural contra infecções e a um ambiente pouco favorável para o desenvolvimento das cáries e da placa bacteriana.

Contudo, Dr. Vinicius diz que é preciso estar atento ao excesso de acidez de algumas opções, como o limão, já que pode desencadear processos de erosão ou desgaste no esmalte. “Quando esses processos acontecem, os dentes se tornam vulneráveis e ficam sensíveis”.



Vitamina A

Alimentos que contenham vitamina A possuem ação antioxidante e combatem os radicais livres, ajudando, assim, na prevenção de situações como envelhecimento precoce e doenças cardiovasculares, além de auxiliarem no fortalecimento do esmalte.

A vitamina A pode ser encontrada em alimentos como gema de ovo, leite ou derivados.  

Vale destacar que os alimentos ricos em vitamina A atuam na renovação e fortalecimento das células de defesa do organismo, ajudando a combater vírus, bactérias e fungos, evitando, assim, o surgimento de gripes, alergias e candidose oral (doença provocada por um fungo chamado Candida albicans).



Derivados do leite  

Os alimentos derivados do leite têm grande concentração de cálcio e proteínas. O iogurte, por exemplo, tem uma concentração de probióticos que ajuda na saúde da gengiva ao combater as bactérias que causam cáries. Porém, o especialista esclarece que este benefício ocorre apenas quando se faz uso do iogurte natural.  



Folhas  

Folhas escuras, como espinafre, brócolis, couve e almeirão, são ricas em fibras. De acordo com o Dr. Vinicius, elas ajudam na limpeza natural dos dentes, auxiliando na neutralização do pH da saliva e consequente aumento da produção salivar. “Como já destacamos, ao manter o pH neutro você previne o surgimento de cáries e doenças na gengiva. Além disso, algumas folhas escuras contêm ácido oxálico, substância que auxilia na absorção do cálcio”.  



Grãos e cereais

A linhaça, a chia e as nozes são alimentos que contêm cálcio, ômega 3, ômega 6 e proteínas com baixo índice de açúcar. Outra característica interessante mencionada pelo Cirurgião-Dentista é que esses alimentos liberam um óleo natural que forma uma película sobre os dentes, evitando o acúmulo de biofilme dentário, além de agirem contra as inflamações ou infecções nos órgãos do corpo humano.  

Além das frutas, verduras e legumes, Dr. Vinicius acrescenta à lista o peixe de água salgada e os frutos do mar (siris, lagostas e lula). “Esses alimentos contêm flúor e cálcio, que atuam no fortalecimento ósseo e na prevenção de cáries e de placas bacterianas, respectivamente”.  



Água

Para finalizar, o Cirurgião-Dentista lembra da importância da água para o bom funcionamento do organismo. Ele explica que a ingestão de água ajuda a eliminar os detritos, ácidos e açúcares, além de manter o organismo hidratado e de estimular a produção de saliva, o que colabora para a ausência - ou melhora - da halitose.  



Hábitos saudáveis 

Além dos alimentos, existem outros fatores que são determinantes para o equilíbrio do organismo. O consumo de alimentos deve estar alinhado aos bons hábitos. Neste sentido, Dr. Vinicius explica que a boca (maior cavidade do corpo) exerce papel fundamental na fala, na mastigação e na respiração, e está em contato direto com o meio ambiente, o que a torna mais exposta à contaminação de microrganismos prejudiciais à saúde.  

Além dessa exposição, ele ressalta as doenças próprias da boca ou doenças sistêmicas que podem apresentar, também, manifestações bucais, como a relação direta com o tabagismo, o consumo de álcool e com a má alimentação.

“A alimentação pode ser uma aliada, ou não, da boa saúde, depende do que e do quanto ingerimos e o que se faz após ela. Hábitos como o excesso de ingestão de álcool, por exemplo, pode levar à desidratação bucal e, com a diminuição da saliva, pode acarretar inflamações ou infecções e outros problemas como cárie,  periodontite e erosão dentária”.  



Higienização

Quanto à higienização, o Cirurgião-Dentista explica que não importa a quantidade de vezes que se escova os dentes, mas sim a qualidade da escovação.

Segundo ele, é preferível escovar 3 vezes ao dia após as refeições de forma correta, com escova e creme dental adequados, do que escovar 20 vezes de modo impreciso. “O excesso de escovação pode prejudicar o esmalte dos dentes. Soma-se a isso a escovação abrupta, irregular e com os componentes inadequados, como escova antiga ou sem creme dental”.  

Por fim, para uma saúde sistêmica e bucal de qualidade, Dr. Vinicius recomenda que, além da manutenção de uma dieta equilibrada e sem excessos e da higienização adequada dos dentes após as principais refeições, sejam realizadas consultas regulares ao Cirurgião-Dentista.  

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
www.crosp.org.br

Mais de 90% dos casos de agressões contra crianças no Brasil ocorrem dentro de casa

  

Pixabay
Pesquisa realizada pelo ChildFund Brasil, com o apoio da The LEGO Foundation, apontou que três em cada quatro crianças com idades entre dois e quatro anos - cerca de 300 milhões - são regularmente submetidas a disciplina violenta por parte de seus cuidadores 

 

A maioria dos casos de violência e agressões contra crianças no Brasil - mais de 90% - ocorre no ambiente doméstico. Isso é o que mostram os dados da Pesquisa Nacional da Situação de Violência Contra Crianças no Ambiente Doméstico, lançada em março de 2023 pelo ChildFund Brasil, com o apoio da The LEGO Foundation. Ela indica que 72,7% dos casos acontecem onde mora a vítima e o acusado da agressão, 15,7% na casa da vítima e 5,2% na casa do acusado. Os percentuais restantes (em torno de 6%) ficam distribuídos entre via pública (1,5%), casa de familiares (1%), ambiente virtual (0,8%), estabelecimento de ensino (0,5%) e de saúde (0,3%), por exemplo.  

O levantamento, feito entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, escutou 698 pessoas, entre crianças, adolescentes, familiares e professores de crianças de zero a oito anos. Os questionários foram aplicados por telefone,de forma on-line e presencial. 

A pesquisa mobilizou diferentes esferas, instituições, representantes de organizações da sociedade civil, parceiros e parceiras do ChildFund Brasil e representantes institucionais da rede de atendimento a crianças em situação de violência. “O objetivo da pesquisa foi identificar possíveis lacunas e entraves na prevenção e no enfrentamento das violências contra as crianças e auxiliar na identificação de possibilidades de atuação, tanto do Estado, quanto da sociedade civil e das organizações da sociedade civil na erradicação desse problema”, explicou Maurício Cunha, diretor de país do ChildFund Brasil. 

Quanto aos tipos de violências registradas, a pesquisa apontou que, em primeiro lugar, ficaram as violências contra a integridade física das crianças e dos adolescentes. Maus-tratos, riscos à saúde, agressão, lesão corporal e tortura física acumularam 37,1%. Violência contra a integridade psíquica (exposição, constrangimento ou difamação), em segundo lugar, com 18,7% e tortura psíquica, ameaça e alienação parental em terceiro, com 15,4%. Insubstância afetiva (11%), negligência (7,2%), violação de direitos sociais (4,3%), violências sexuais (4%) e condição análoga à escravidão (1,2%) ocupam os outros lugares em relação às maiores ocorrências. 

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2020, revelaram que cerca de 50% da população com menos de 18 anos foi vítima de violência doméstica, perpetrada comumente por familiares ou pessoas próximas. Esse tipo de violência ainda segue invisibilizado e restrito à esfera privada, o que pode dificultar tanto a identificação do problema quanto a sua mitigação. 

Segundo a pesquisa, apesar de não ser tão perceptível quanto a violência física, a violência psicológica cometida contra crianças e adolescentes também é muito expressiva no Brasil. Só no ano de 2021, foram registrados no país 186.862 casos de denúncias de violações de direitos de crianças de até nove anos no Disque 100, do Governo Federal. “As violências físicas são, comumente, de melhor compreensão e identificação por parte das pessoas, sejam elas as próprias vítimas ou pessoas externas ao domicílio, como vizinhos, outros parentes e amigos. Mas é importante destacar que, habitualmente, elas não ocorrem de forma isolada, mas estão inseridas em algum ciclo de violência, somando-se a agressões e ameaças, por exemplo, ou agressões e privações de liberdade”, destaca Cunha.

O ChildFund Brasil é uma organização internacional que atua na promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes, para que alcancem seu pleno desenvolvimento. Já a The LEGO Foundation busca redefinir o brincar e reimaginar o aprendizado, construindo um futuro no qual o aprender, por meio do brincar, seja um instrumento que possibilite o desenvolvimento das crianças para que se tornem pessoas criativas e engajadas. 

Em parceria com o ChildFund, a The LEGO Foundation apoia o projeto “Brinca e Aprende Comigo”, que busca promover intervenções positivas em comunidades e no ambiente familiar, por meio do desenvolvimento de ações de conscientização sobre parentalidade lúdica e aprendizagem socioemocional na primeira infância, transformando atitudes e comportamentos, especialmente por meio do brincar. A Pesquisa Nacional da Situação de Violência Contra Crianças no Ambiente Doméstico faz parte do trabalho realizado em parceria entre as duas instituições. 


Violência doméstica no Brasil e no mundo 

A violência doméstica é considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem dimensões globais. Os grupos mais vulneráveis - mulheres, idosos e crianças - são afetados constantemente em grandes proporções. Mesmo com todos os avanços legais e institucionais, a violência contra as crianças continua atingindo altos níveis. Esse é um problema que atravessa a história e impõe dificuldades para a garantia de Direitos Humanos. Aproximadamente uma em cada quatro crianças menores de cinco anos – cerca de 176 milhões – vive com uma mãe que é vítima de violência por parceiro íntimo. Aproximadamente três em cada quatro crianças com idades entre dois e quatro anos – cerca de 300 milhões – são regularmente submetidas a disciplina violenta por parte de seus cuidadores.

Embora quase todos os países (88%) possuam leis importantes para proteger as crianças contra a violência, em menos da metade (47%) essas leis têm sido fortemente aplicadas. Cerca de 40 mil crianças e adolescentes foram vítimas de homicídio só em 2017, no Brasil. Com a pandemia da COVID-19, várias instituições, principalmente as de ensino, foram fechadas para evitar a propagação do vírus e, nesse contexto, as crianças tiveram maior presença no ambiente doméstico, o que, em algumas ocasiões, pode ter gerado situações de violência. 

“Muitas crianças têm as escolas e outras instituições como aliadas para a quebra de ciclos de violências. Esse foi um dos fatores que agravou o cenário de violações contra as crianças, à semelhança das violências contra as mulheres, evidenciando a trama de violências preponderantes no ambiente doméstico”, ressaltou Águeda Barreto, Coordenadora de Advocacy no ChildFund Brasil. 

“A infância é a fase mais importante da vida, e é dever de todos zelar para que esta etapa da vida seja saudável e segura para todas as crianças”, concluiu Águeda. 

Para conferir a pesquisa completa, acesse www.childfundbrasil.org.br/pesquisa-maus-tratos-na-infancia

  

Sobre o ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização que atua na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, para que essas pessoas tenham seus direitos respeitados e alcancem o seu potencial. Atualmente, a ONG está presente em sete estados brasileiros (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo). Para realizar esse trabalho que impacta positivamente na vida de mais de 110 mil pessoas, entre elas cerca de 60 mil de crianças e adolescentes, a organização conta com a doação de pessoas físicas, por meio do programa de apadrinhamento de crianças e também de doações de empresas, institutos e fundações que apoiam os projetos desenvolvidos. 

A fundação do ChildFund Brasil foi em 1966, e sua sede nacional se localiza em Belo Horizonte (MG). A organização faz parte de uma rede internacional associada ao ChildFund International, presente em 24 países e que gera impacto positivo na vida de 16,2 milhões de crianças e suas famílias. A organização foi eleita a melhor ONG de assistência social em 2022, e a melhor para Crianças e Adolescentes do país, por três anos (2018, 2019 e 2021), além de estar presente, também, entre as 100 melhores por 6 anos consecutivos pelo Prêmio Melhores ONGs.  www.childfundbrasil.org.br


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