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domingo, 22 de novembro de 2015

NOVO DOVE ELIMINA OS SINAIS DE DANO NO CABELO




 Dove acaba de lançar a linha Dove Regenerate Nutrition que regenera a aparência saudável até dos cabelos extremamente danificados, deixando-os brilhantes e macios. Enriquecido com complexo exclusivo de Algas Vermelhas** e Nutri Keratin, Dove Regenerate Nutrition repõe os nutrientes e repara a estrutura interna dos fios, deixando-os mais fortes e sedosos, como se os danos nunca tivessem existido*.


A linha premium é composta por shampoo, condicionador, creme de tratamento e o formato - inédito - Serum-in-Oil**, que instantaneamente recupera e restaura a aparência saudável do cabelo, fortalece os fios danificados e previne pontas duplas. Por enquanto, Dove Regenerate Nutrition está disponível apenas para compra online, no e-commerce www.regenerate.dove.com.br . Já nas lojas físicas os produtos chegam a partir da segunda quinzena de outubro.
Segundo Diego Guareschi, Gerente de Marketing de Dove, "O Brasil é o primeiro país a receber a tecnologia desenvolvida na Europa, afinal a brasileira adora mudar os cabelos para ficar ainda mais bonita e agora, com Dove Regenerate Nutrition ela pode continuar a fazer o que quiser com seus fios, sem se preocupar com os danos.”
Dove acredita que toda mulher deve se sentir à vontade para fazer o que quiser com seus cabelos, por isso Dove Regenerate Nutrition foi pensado para quem não abre mão de alisar, secar, colorir, fazer luzes ou outras transformações que podem danificar os fios. Experimente a linha Dove Regenerate Nutrition e descubra um cabelo regenerado: visivelmente saudável, incrivelmente forte, brilhante e com movimento*.

*Força devido à quebra. Resultados com o uso de shampoo e condicionador comparados com shampoo sem agentes condicionantes.
** O Complexo de Algas Vermelhas não se aplica para o Sérum.O produto deve ser usado em conjunto com os demais da linha para obtenção de melhores resultados.

Dove -    www.dove.com.br

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ROAD SAFETY BRAZIL




Países se comprometem a priorizar pedestres, ciclistas e motociclistas
Declaração de Brasília inova ao dar ênfase ao transporte sustentável. Documento apresenta o compromisso de países-membro da ONU em torno da proteção a populações vulneráveis e reafirma meta de redução de mortes
Aprovada nesta quinta-feira (19/11) pelos mais de 130 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) reunidos na 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, a Declaração de Brasília contribuirá para mudar o paradigma do debate sobre trânsito em todo o planeta. O documento, apresentado pelo ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Castro, traz como prioridade a segurança de pedestres, ciclistas e motociclistas – usuários mais vulneráveis do trânsito. Essa é a primeira vez que um compromisso internacional dá ênfase ao transporte público como forma de aprimorar a segurança no trânsito. Os países reafirmaram também, no âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, reduzir à metade, até 2020, as mortes causadas por acidentes de trânsito.

“A promoção de modos de transporte sustentável, em particular transporte público e deslocamentos a pé e de bicicleta seguros, é elemento essencial para a promoção da segurança no trânsito”, afirmam os países no texto. Entre as ações recomendadas no documento está a adoção, implementação e cumprimento de políticas e medidas voltadas a proteger e promover, de forma ativa, a segurança de pedestres e a mobilidade de ciclistas – como calçadas, ciclovias e/ou ciclofaixas, iluminação adequada, radares com câmeras, sinalização e marcação viária.

“É necessária uma ação efetiva e uma cooperação conjunta para que os resultados apareçam”, disse o ministro Marcelo Castro durante o discurso de encerramento da conferência. “Os países devem assegurar transportes públicos sustentáveis, e adotar ações importantes para fortalecer suas legislações e a fiscalização”, assinalou ele, destacando também o fortalecimento da cooperação internacional.

Participaram também da sessão final o secretário executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Christia Friis Bach, o diretor executivo da Youth for Road Safety, Floor Lieshout, o presidente da Comission for Global Road Safety, George Robertson, e a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde, Carissa Etienne.

Uso de motocicletas - No que diz respeito aos motociclistas, que figuram entre as vítimas mais vulneráveis do trânsito em todo o mundo, a Declaração de Brasília registra entre suas recomendações a de desenvolver e implementar legislação e políticas abrangentes sobre o uso de motocicletas - incluindo educação e formação, licenciamento do condutor, registro do veículo, condições de trabalho, uso de capacetes e de equipamentos de proteção individual. Pedestres, ciclistas e motociclistas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) perfazem atualmente metade das 1,25 milhão de vítimas fatais do trânsito no mundo.

“Mortes e lesões no trânsito são também uma questão de equidade social, já que as pessoas pobres e vulneráveis são, com maior frequência, também usuários vulneráveis das vias (pedestres, ciclistas, motoristas de veículos motorizados de duas e/ou três rodas e passageiros de transporte público inseguro)”, afirma a declaração. “Eles são desproporcionalmente afetados e expostos a riscos e lesões e mortes no trânsito, que podem levar a um ciclo de pobreza exacerbada pela perda de renda”, assinala o documento.

Para proteção desses usuários, um dos compromissos assumidos pelos países na carta é o de estabelecer e implementar limites de velocidade seguros e adequados acompanhados de medidas apropriadas de segurança - como sinalização de vias, radares com câmeras e outros mecanismos de restrição de velocidade, particularmente perto de escolas e de zonas residenciais, de modo a ampliar a segurança de todos os usuários das vias.

METAS REAFIRMADAS - As metas de reduzir à metade, até 2020, o número de mortes e lesões causadas pelo trânsito em todo o mundo, e de aumentar de 15% para 50% o percentual de países com legislação abrangente sobre os cinco fatores-chaves de risco – não uso de cinto de segurança, de capacete e de dispositivos de proteção para crianças, mistura álcool/direção e excesso de velocidade -, são reafirmadas na declaração. O acesso das populações a sistemas de transporte seguros, acessíveis e sustentáveis, melhorando a segurança no trânsito notadamente por meio da expansão do transporte público – conforme incluído pela Cúpula da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável 2015 na nova agenda global -, é também uma meta saudada pelo documento.

O reforço dos países a estratégias de policiamento nas vias e medidas de fiscalização com foco na redução de acidentes também está entre as recomendações, assim como incentivar os Estados a introduzirem novas tecnologias de gestão do trânsito e de sistemas de transporte inteligente, para mitigar os riscos de lesões e mortes.

Na área da saúde, o documento aponta a necessidade de fortalecer os cuidados pré-hospitalares, incluindo serviços de saúde de emergência e resposta imediata pós-acidente, diretrizes ambulatoriais e hospitalares para cuidado do trauma, além de serviços de reabilitação.

A Declaração de Brasília sobre Segurança no Trânsito reconhece que a maioria expressiva das mortes e lesões no trânsito é previsível e evitável – e, na metade da Década de Ação, há muito a ser feito apesar dos progressos e melhorias em vários países.


  Ludmilla Duarte

 Agência Saúde

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Cabelo Black Power ainda gera preconceitos


Em plena semana da consciência negra, autora fala sobre importância do empoderamento infantil
Mesmo com muitos avanços sociais e em pleno ano de 2015, ainda não é dificil escutar e ler matérias sobre pessoas negras que, infelizmente, sofreram preconceito por conta da cor de pele e de características físicas, como o cabelo afro.  Difícil para os adultos, o tema é ainda mais sensível a crianças, que não conseguem entender essa relação de preconceito racial. É justamente para ajudar os familiares, e a sociedade em geral, a tratar sobre um tópico tão importante, que a arte-educadora paulista Kiusam de Oliveira, de 48 anos, escreveu o livro 'O Mundo no Black Power de Tayó', que narra a história de uma criança negra, que sente muito orgulho de seu cabelo black,m adora enfeitá-lo e exibi-lo, mas, sofre com o preconceito dos colegas da escola. 
A situação, contada de forma lúdica na obra, pode ser bem traumática na vida real. “A ideia surgiu das minhas próprias experiências enquanto menina negra, e, depois, como professora. Estas crianças sofrem demais com os xingamentos que recaem sobre a cor da pele e suas características físicas”, afirma Kiusam, uma das estudiosas que trabalhou na implementação da lei 10.639 – que regulamenta o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. 
Ninguém quer ver um filho seu sendo alvo de piadas na escola. E isso não é diferente com uma criança de cabelos crespos. Já imaginou um professor ou diretor de escola aconselhar uma mãe a alisar o cabelo de sua filha ou filho, por causa da represália dos coleguinhas? Isso infelizmente acontece em escolas da Grande São Paulo e de todo o país.
Ao invés de reprimir o bullying, acontece o contrário: a repressão da estética da criança. Os pais não devem considerar isso certo. 
Não se deve aceitar essa repressão que tenta impor um padrão para que as crianças sigam uma estética ideal para todos. O cabelo crespo deve, sim, ser defendido como a identidade da criança, e a mãe precisa se emponderar diante dessa questão.
Mas como lidar?
É preciso antes verificar o que está acontecendo com a filha ou o filho e o que ela ou ele vem sofrendo dentro da escola. É o que orienta a doutora em educação e escritora Kiusam de Oliveira. Esse é o primeiro passo para que, junto com a direção da escola, possa ser pensada uma maneira mais adequada de lidar com a situação. “A escola é um ambiente que permite a convivência entre crianças de várias raças, culturas e níveis socioeconômicos, devendo dispor de projetos pedagógicos que visem o trabalho com a diversidade e o respeito, sem se tornar conivente com o preconceito silencioso. A mãe pode e deve cobrar um posicionamento da escola em relação a isso”, afirma a especialista. 
Em casos em que a criança demonstre estar com a sua autoestima afetada e não queira mais ir à escola ou apresente queda no rendimento escolar, a profissional recomenda que a mãe procure orientação e acompanhamento profissional.
Mas orientar a criança dentro de casa e reafirmar a identidade pessoal que ela tem também é fundamental. Kiusam de Oliveira explica que a mãe deve ajudar a criança a se ver como é, aprender a respeitar a imagem que tem de si e, principalmente, servir como modelo que confirme tudo isso, demonstrando consciência e respeito pela diversidade e falando abertamente com seu filho sobre as situações de preconceito vividas e como ela mãe, ou ele pai, conseguiram e conseguem se sobrepor às pressões externas, por exemplo.
"Afinal de contas, a formação da identidade acontece dentro de casa, e é a convivência com pessoas que a amem e a apoiem  que fará com se sinta bonita e aceita como é, desenvolvendo uma autoestima estável ficando menos propensa a sofrer a influência da mídia e dos padrões de beleza impostos pela sociedade".
Ela mesmo, recorda, passou maus bocados. Ouviu piadinhas e apelidos, teve seus momentos de crise e desejos de uma cabeleira com balanço, mas aprendeu a lidar com seu black. E resolveu problematizar o tema. “São coisas que eu ouvia lá nos anos 70 e que ainda estão bem vivas no século 21”, pontua.  

Uma das motivações para falar sobre cabelo, diz Kiusam, é o fato de notar que, cada vez mais cedo, as crianças são submetidas processos como escovas e alisamentos para se adequar aos padrões. E é no ambiente escolar, destaca, que elas são inicialmente confrontadas com o racismo. Aí vê as  críticas  e a falta de preparo dos educadores ... Kiussam destaca que não é incomum  casos de professoras mudarem os penteados que as mães fazem em casa nas crianças, por consideram os cabelos naturais desarrumados.

É um livro para crianças, pais, mães e professores. Infelizmente, ainda estamos à mercê de uma educação extremamente racista. Precisamos dizer às crianças como elas são bonitas e inteligentes. É assim que elas desenvolvem  autoestima. E o cabelo, neste contexto, é muito importante”, diz Kiusam.

Mestre em psicologia e doutora em educação, Kiusam também é autora de Omo-Oba - História de Princesas (2009), que fala sobre seis princesas africanas e recebeu prêmio da Fundação Nacional.
       
Estética do livro 

Para ilustrar uma história que fala, sobretudo, sobre beleza, a artista plástica Taisa Borges (Frankenstein em Quadrinhos) usou e abusou das cores fortes e de uma atmosfera fantasiosa, em desenhos em gauche sobre papel. “Fiz muitas imagens até chegar onde a autora queria. Todo trabalho que faço vejo como um aprendizado. Com esse aprendi sobre respeito, troca, autoestima, cor, estamparias, pessoas, bichos e plantas”, afirma.

Com um cabelo black enorme, Tayó (palavra em iorubá que significa “da alegria”) brinca de enfeitá-lo com flores, borboletas, fios de lã coloridos... Afinal, descontrói a autora, o cabelo da garota é do tamanho da sua imaginação. Nele, ela poderia carregar o mundo. A autora também usa o cabelo crespo para falar de história e tradição, e reforçar que ele é uma das marcas mais fortes da herança negra.


Dez livros da Ática e Scipione abordam racismo e preconceito



Obras colocam pequenos (e os grandes também) em contato com a diversidade

A Ática e a Scipione apresentam uma seleção de livros infantis e infantojuvenis com
personagens negros e negras e histórias que exploram o conceito de pluralidade e diversidade. As opções de leitura são muitas, levantando questões como preconceito, identidade e inclusão. Confira:

Menina bonita do laço de fita
Autora: Ana Maria Machado
Ilustrador: Claudius
Coleção: Barquinho de Papel
Editora: Ática

Uma linda menina de fita no cabelo desperta a admiração de um coelho branco, que deseja ter uma filha tão pretinha como ela. Mas antes, ele precisa descobrir o segredode como ter aquela cor.



Nerina – a ovelha negra
Autora e ilustradora: Michele
Editora: Ática

Nerina (“negrinha” em italiano) é uma ovelha negra que quer fazer parte do rebanho. Mas as demais ovelhas, todas brancas, se recusam a acolhê-la. No entanto, Nerina revela que o diferente pode realmente fazer a diferença e salvar o dia. Uma história só com imagens que estimula os pequenos a ver além das aparências.



Pretinha, Eu?
Autor: Júlio Emílio Braz
Ilustrador: Rubem Filho
Coleção: Série Diálogo
Editora: Scipione

Caro e tradicional, o Colégio Harmonia nunca teve uma criança negra entre seus alunos. Até o dia em que Vânia ganha uma bolsa de estudos do dono da escola. Diante desse “escândalo”, a sala do 6º ano torna-se o campo de uma batalha covarde. Todos os alunos se unem contra Vânia pelo fato de ela ser negra e pobre. O diretor e os professores, então, mobilizam-se em uma cruzada contra a discriminação.



Quer TC Comigo?
Autora: Valéria Melki Busin
Ilustradora: Mariângela Haddad
Coleção: Série Diálogo
Editora: Scipione

Marcelo, um garoto negro de classe média, muda de bairro e passa a estudar em outra escola, onde faz vários amigos, mas também encontra intolerância. Ele passa a frequentar cada vez mais as salas de bate-papo na internet e acaba conhecendo Rita, com quem inicia um relacionamento virtual. Será que Marcelo deve contar a ela que é negro? Ele sofrerá mais preconceito ou encontrará ajuda para superar suas inseguranças?






A cor do preconceito
Autoras: Carmen Lucia Campos, Sueli Carneiro, Vera Lúcia Vilhena de Toledo
Coleção: Jovem Cidadão
Editora: Ática
Mira, uma garota negra que mora na periferia de uma grande cidade se confronta com questões sobre a sua identidade quando percebe o racismo e o preconceito em seu cotidiano. 



Coragem não tem cor
Autora: Marcia Kupstas
Coleção: Série Marcia Kupstas
Editora: Ática

Depois de conseguirem bolsas de estudo em um colégio de elite, os irmãos negros Benjamim e Lúcio Daveaux passam a viver uma realidade muito diferente. A maioria dos alunos pertence a famílias ricas de São Paulo e eles vêm da periferia. O problema surge quando Lúcio, na defesa de um colega, agride Sérgio, que é primo de Victoria. E a garota começa a namorar Benjamim... O pai de Victoria é totalmente contra o namoro e Sérgio vai fazer de tudo para prejudicar os irmãos Daveaux.


De onde você veio?
Autoras: Liliana Iacocca e Michele Iacocca
Ilustradora: Michele Iacocca
Coleção: Pé no Chão
Editora: Ática
Em um passeio pela história do Brasil, o livro convida as crianças a conhecerem suas origens, e mostra como se deu a mistura de etnias que enriqueceu a cultura nacional.



Segredos de seis corações
Autora: Sônia Barros
Ilustradora: Eliana Delarissa
Coleção: Série Diálogo
Editora: Scipione

Beatriz é filha de pais separados e apaixonada pelo professor de inglês. Ana Clara é superprotegida pelos pais e namora em segredo. Vitória mora com a mãe, que reprova sua relação com um garoto negro. Francisco perdeu a família e trabalha na roça desde os sete anos. Luís Augusto é filho único e quer o apoio dos pais para seguir a carreira musical. João transa sem preservativo e engravida a namorada. Seis adolescentes, seis segredos.


Nyangara Chena
Autor: Rogério Andrade Barbosa
Ilustrador: Salmo Dansa
Coleção: Crisálida
Editora: Scipione

Tangwena, o sábio e bondoso chefe do povo xona, do Zimbábue, adoece gravemente e sua única possibilidade de cura é Nyangara Chena, uma cobra com poderes sobrenaturais. Diante do fracasso dos homens da tribo em trazer a serpente, as crianças, bravamente, resolvem ir atrás de Nyangara para tentar salvar a vida do ancião.


O segredo das tranças e outras histórias africanas
Autor: Rogério Andrade Barbosa
lustradora: Thaís Linhares
Editora: Scipione

Contos recolhidos de cinco países de língua portuguesa, situados em distantes pontos da África, apresentam ao leitor a diversidade das histórias produzidas em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. São elas: O segredo das tranças (Angola), Maria Condão (Cabo Verde), O menino e a cegonha (Guiné-Bissau), A herança maldita (Moçambique) e A tartaruga e o gigante (São Tomé e Príncipe).

Editora Ática (www.atica.com.br

 Editora Scipione (www.scipione.com.br) –


Vítimas de assédio no trabalho ganham nova arma judicial no combate à violência




O número de denúncias sobre assédio moral no trabalho está em uma crescente. A violência psicológica é caracterizada por tratamentos abusivos, perseguições, humilhações, discriminações e constrangimentos. Geralmente causa sofrimento psíquico ao empregado, o que muitas vezes alcança proporções insuportáveis, podendo acarretar o adoecimento, a demissão e até mesmo o suicídio da vítima.
Diante disso, o advogado e professor Gustavo Filipe Barbosa Garcia aponta para um fator alarmante: não há disciplina específica sobre o assédio moral na legislação federal brasileira. “Diferente do assédio sexual, previsto no Código Penal, o assédio moral ainda não é tratado com detalhes pela legislação”, afirma.
Porém, há uma alternativa para quem vive essa situação e precisa processar o acusado. Apesar de enfatizar essencialmente o assédio no ambiente escolar, a Lei 12.185, sancionada no último dia 6 de novembro, considera intimidação sistemática, mais conhecida como bullying, todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
O assédio moral no trabalho, entretanto, pode ser praticado não apenas por superior hierárquico, mas também por colegas ou até mesmo por empregados de hierarquia inferior. Além disso, o objetivo normalmente é de minar o empregado por completo, fazendo com que, ao não suportar mais a situação, peça desligamento do trabalho.
“Com isso, a crueldade de quem pratica o assédio, movido por sentimentos como inveja, além de desajustes de conduta e transtornos de personalidade como psicopatias e sociopatias, acaba alcançando o seu fim, que é arruinar a pessoa, fazê-la perder tudo, em especial a saúde, o emprego, a fonte de subsistência, a proteção social e até mesmo a dignidade”, explica Garcia.
A Lei 13.185/2015 prevê, ainda, a intimidação sistemática na rede mundial de computadores. “Quando forem utilizados os instrumentos que lhe são próprios (como mensagens eletrônicas e redes sociais) para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial”, ressalta.
Nos casos de assédio sexual e de assédio moral, o advogado ressalta que não se pode afastar a necessidade de rigorosa sanção aos responsáveis, nas esferas penal, civil, administrativa e trabalhista, além de justa e adequada indenização à vítima pelos eventuais danos morais e materiais sofridos.
Em nossa sociedade, é dever das instituições de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, de prevenção, de diagnóstico e de combate à violência e à intimidação sistemática (bullying). Especificamente quanto ao assédio moral no trabalho, esse dever se dirige às empresas, aos empregadores, às entidades profissionais, às organizações sindicais, aos órgãos públicos voltados às relações trabalhistas e mesmo à sociedade civil como um todo.
“Sendo assim, apesar dos nítidos avanços decorrentes da Lei 13.185/2015, espera-se que o legislador passe a disciplinar o assédio moral no trabalho de modo mais detalhado e específico, considerando a gravidade e as suas peculiaridades”, finaliza Garcia.


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