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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O Vozes do Advocacy lança Campanha Acesso à Saúde Não Pode Esperar

A iniciativa tem o intuito de chamar a atenção do Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para as filas de consultas com especialistas e para incorporação do sistema de monitoramento contínuo de glicose


Nestes meses de janeiro e fevereiro, o Vozes do Advocacy, que integra 27 organizações de diabetes no país, promove a Campanha Acesso à Saúde Não Pode Esperar. A iniciativa tem o intuito de chamar a atenção do Governador do Estado de São Paulo Tarcísio de Freitas para que receba os integrantes da organização não governamental. A ideia é que o Governador possa ouvir os pleitos para aprimorar o acesso ao tratamento do diabetes e da obesidade no Estado.

Levantamento feito pelo Vozes do Advocacy em novembro do ano passado, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostrou que há 14.513 pessoas esperando 278 dias para agendar consulta com os oftalmologistas na Grande São Paulo; na região de Araçatuba 7322 indivíduos aguardam 473 dias para conseguir a consulta com o especialista, em Campinas são mais de 18 mil pessoas esperando 227 dias. Sem falar do acesso aos exames, 7.356 cidadãos esperam 174 dias pelo mapeamento de retina na Grande São Paulo, 4 indivíduos aguardam 316 dias em Araçatuba, 655 indivíduos esperam 437 dias em Campinas, sem citar as outras regionais e os tratamentos.

O Vozes do Advocacy levou estes dados à Secretaria Estadual de Saúde em três reuniões no ano passado, mas não teve qualquer retorno. Em 2023, o Vozes mostrou os mesmos em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e nada aconteceu. Entre 2019 e 2023, já havia estado em 12 reuniões junto à Secretaria, que recebeu as organizações de pacientes e de médicos e não fez qualquer movimento para solucionar esta questão.

Outra demanda é com relação à incorporação do Sistema de Monitoramento Contínuo de Glicose. No ano passado foi apresentado um Projeto de Lei sobre esta temática mas não foi bem recebido pelo Governador. O Vozes do Advocacy gostaria de apresentar um projeto piloto, que contemplasse as crianças e adolescentes do Estado. Esta tecnologia já foi incorporada em alguns municípios paulistas, que mostraram diminuição dos episódios de hipoglicemia (baixa de açúcar no sangue), internações e hospitalizações.

Além disso, é importante atualizar a linha de cuidado da obesidade. Em janeiro do ano passado, um jovem com obesidade faleceu no chão de uma ambulância por falta de maca para que pudesse levá-lo para o Hospital Geral de Taipas, depois de percorrer seis hospitais sem ter atendimento.

“Como o Secretário de Saúde do Estado de São Paulo Eleuses Paiva não fez qualquer movimento a favor dos pleitos, solicitamos uma reunião com o Governador Tarcísio de Freitas. Soubemos que a linha de cuidado do diabetes tem previsão de ser atualizada somente em 2027, enquanto isso, milhares de pessoas se tornarão improdutivas, com a deficiência visual. A não implementação de políticas públicas, que possam melhorar a adesão das pessoas ao tratamento do diabetes, evitando assim uma série de complicações, como a cegueira, é um retrocesso tanto para a saúde das pessoas como também para o próprio Sistema Único de Saúde”, esclarece Vanessa Pirolo, presidente do Vozes do Advocacy.

Para chamar a atenção do Governador, a organização lança o Acesso à Saúde Não Pode Esperar. A iniciativa tem o intuito de publicar nas redes sociais uma Campanha para provocar o Governador de São Paulo a atender os membros das organizações paulistas, integrante do Vozes do Advocacy, para dar uma resposta para as demandas. A ação também prevê sensibilizar os influenciadores digitais a respeito desta temática, para que possam compartilhar em suas redes sociais.

“Nós precisamos que o Governo do Estado de São Paulo olhe o diabetes e a obesidade como prioridade este ano. Afinal, o gasto com saúde relacionado ao diabetes no Brasil atingiu 42,9 bilhões de dólares em 2021, o terceiro maior do mundo. Mais de 60% deste valor é investido em complicações da condição. Precisamos que os gestores compreendam que: a capacitação de clínicos gerais/médicos de família em diabetes e obesidade, a maior contratação de especialistas nas redes paulistas e a oferta de mais infraestrutura e de uma linha de cuidado atualizada nas unidades de saúde vão resultar em menor custo quando comparado ao investimento em internações, hospitalizações e tratamento de complicações do diabetes e da obesidade”, complementa Vanessa Pirolo.

Sobre o Vozes do Advocacy

Com a participação de 25 associações e de 2 institutos de diabetes, o Vozes do Advocacy é uma Federação de Organizações que promove o diálogo entre os diferentes atores da sociedade, para que compartilhem conhecimento e experiências, com o intuito de sensibilizar a população brasileira sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces do diabetes da obesidade e das complicações de ambas as condições, além de promover políticas públicas, que auxiliem o tratamento adequado delas.

 

Fevereiro roxo Alzheimer -- mesmo com os sintomas a doença pode não ser exatamente essa

Uma doença que tem cura é quase sempre confundia com Alzheimer 

 

O mês de fevereiro é marcado pela campanha Fevereiro Roxo, dedicada à conscientização sobre doenças crônicas sem cura, com destaque para o Alzheimer. A doença, considerada um dos problemas neurológicos que mais afetam a população mundial, causa declínio das funções intelectuais e reduzem as capacidades convivência pode ter sintomas confundidos com os sintomas da HPN (Hidrocefalia de Pressão Normal), a vantagem é que essa doença, se diagnosticada cedo, apenas com uma simples cirurgia já oferece vida normal ao idoso. 

“A Hidrocefalia de Pressão Normal é um tipo de demência que aparece em homens e mulheres a partir dos 65 anos e uma das poucas que tem tratamento eficaz. O diagnóstico é facilmente confundido com Alzheimer e o Parkinson. Quando os sintomas, como dificuldade em andar, incontinência urinária e esquecimento aparecem é comum que a própria família deixe de cuidar por achar que é “coisa da idade”. Dr Fernando Gomes, neurocirurgião do Hospital das Clínicas de SP e membro fundador da Associação da Hidrocefalia da Pressão Normal (AHPN) explica que exames de imagem, como a tomografia de crânio e a ressonância magnética de encéfalo, permitem a visualização do cérebro, que mostra se há ou não a HPN. 

Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, mais chances de reduzir progressão do mal. Desde 2007, quando o médico iniciou a frente do Grupo de Hidrodinâmica Cerebral do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, que por lá já passaram milhares de pacientes em atendimento e foram diagnosticadas com hidrocefalia que fizeram o tratamento e hoje estão curadas e levam vida normal. “Nossa principal intenção é alertar a população que esta doença tem cura e não pode ser deixada de lado”, fala Dr. Fernando. 

Segundo a OMS cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência no mundo, sendo o Alzheimer responsável por cerca de 70% dos casos. No Brasil, estima-se que 1,2 milhão de pessoas sofram com essa condição, com 100 mil novos casos diagnosticados anualmente.



Dr Fernando Gomes - Professor Livre Docente de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas de SP com mais de 2 milhões de seguidores. Há 12 anos atua como comunicador, já tendo passado pela TV Globo por seis anos como consultor fixo do programa Encontro com Fátima Bernardes (2013 a 2019), por um ano (2020) na TV Band no programa Aqui na Band como apresentador do quadro de saúde “E Agora Doutor?” e dois anos (2020 a 2022) como Corresponde Médico da TV CNN Brasil. Atualmente comanda seu programa Olho Clínico com Dr. Fernando Gomes semanalmente no Youtube desde 2020. É também autor de 9 livros de neurocirurgia e comportamento humano. Professor Livre Docente de Neurocirurgia, com residência médica em Neurologia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é neurocirurgião em hospitais renomados e também coordena um ambulatório relacionado a doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas.
drfernandoneuro



Cinco novidades promissoras no combate ao câncer

No Dia Mundial do Câncer (4/2), especialistas da Dasa apontam inovações que potencializam o enfrentamento da doença no país 

 

No Brasil são esperados cerca de 704 mil novos casos de câncer em 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Além disso, dados do Datasus mostram uma alta mortalidade hospitalar pela doença: de janeiro a novembro de 2024, foram mais de 73 mil óbitos relacionados com ela, sendo 34 mil só na região Sudeste.

De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil pode vivenciar um aumento de 78,5% de casos de câncer até 2040, um dos maiores crescimentos entre as principais economias mundiais. Diante desse cenário epidemiológico, especialistas apontam cinco novidades promissoras no enfrentamento à doença. 


  1. Inteligência artificial (IA) para diagnósticos mais rápidos

A redução no tempo de detecção do câncer é um dos principais benefícios do uso da inteligência artificial na medicina diagnóstica. Segundo o dr. Luiz Henrique Araújo, oncologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e do Hospital São Lucas Copacabana, ambos da Dasa, para a análise de resultados de tomografia e raios X do tórax, por exemplo, a tecnologia minimiza os ruídos das imagens e avalia nódulos suspeitos com eficiência, diminuindo em até 40% a espera dentro do aparelho, além do número de resultados considerados falso-positivos.

Outro uso importante da IA, que diminui o tempo de avaliação de um possível quadro de câncer, são as ferramentas de processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês). “O algoritmo identifica pacientes com achados importantes em exames de imagem depois da leitura automática de um grande volume de laudos. Quando um caso de alto risco é identificado pela tecnologia de NPL, é possível mobilizar o médico prescritor e agilizar os próximos passos do cuidado do paciente em até sete dias”, detalha Luiz Henrique.


  1. Exames genéticos avaliam o grau de risco para a doença

Painéis genéticos oncológicos possuem diversas aplicações, e uma delas é a análise de predisposição à condição, ou seja, a identificação de pessoas que herdaram mutações genéticas que aumentam o risco de desenvolver certos tipos de câncer, como os tumores de mama, ovário, cólon, próstata e melanoma.

Segundo o dr. Gustavo Guida, geneticista do laboratório Sérgio Franco, da Dasa, os exames analisam o DNA em busca de mutações em genes associados ao aumento relevante do risco de câncer. O médico afirma que, para tumores comuns, como os de mama ou intestino, até 10% dos casos são causados por essas mutações. Alguns dos genes envolvidos podem significar um risco para o surgimento de câncer mais de 10 vezes maior do que o comum, exigindo medidas preventivas mais precoces e assertivas

“Os resultados dos painéis genéticos podem ser considerados um alerta importante. Depois da identificação de uma mutação, o paciente deve receber aconselhamento genético para entender o significado do resultado, o risco de desenvolver a doença e as opções de prevenção e acompanhamento disponíveis. A conscientização da importância da identificação precoce da condição auxilia na tomada de medidas em benefício da saúde”, comenta Guida.


  1. Testes genômicos para determinação de terapias-alvo

Alterações genéticas específicas podem indicar quais terapias-alvo ou imunoterapias são mais eficazes para determinado paciente, permitindo um tratamento mais personalizado e preciso. Segundo o dr. Cristovam Scapulatempo Neto, diretor médico de Anatomia Patológica e Genética na Dasa, essas terapias-alvo estão revolucionando o manejo de tumores, pois agem no mecanismo genético que está causando a doença e/ou estimulam as células do sistema imunológico para identificar e destruir as células cancerígenas, representando uma abordagem inovadora.


  1. Novidade na identificação dos tumores

A biópsia líquida é uma inovação recente que permite detectar mecanismos de sensibilidade e resistência a diversos medicamentos e monitorar a resposta ao tratamento por meio de amostras de sangue, oferecendo uma abordagem menos invasiva do que as biópsias tradicionais. “Essa tecnologia possibilita a análise de DNA e RNA tumoral no sangue de pacientes com diferentes tipos de câncer, em tempo real. É fundamental para orientar a terapia, avaliar a eficácia do tratamento e detectar possíveis recidivas, além de ser útil na avaliação pós-operatória e na identificação de tumor residual mínimo na circulação sanguínea, algo que é mais difícil de visualizar nos exames convencionais”, explica o dr. Cristovam Scapulatempo.


  1. Pesquisas sobre o câncer estão em constante evolução

A ciência avança continuamente na busca por novas formas de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer. De acordo com o oncologista dr. Luiz Henrique Araújo, as terapias-alvo, a imunoterapia e outras abordagens, como as vacinas contra os tumores e a nanotecnologia para entregar medicamentos diretamente nas células tumorais, têm aumentado a esperança de médicos e pacientes no combate à doença.


O Boom Dos Diagnósticos De Autismo: O Que Está Por Trás Desse Crescimento?


A Ciência Avançou, A Sociedade Mudou E O Olhar Sobre O Transtorno Do Espectro Autista Nunca Foi Tão Atento. Mas O Que Está Impulsionando Esse Aumento Expressivo Nos Diagnósticos?



Nos últimos anos, o número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) cresceu de forma significativa. Mais do que uma simples estatística, esse fenômeno reflete uma combinação de fatores que envolvem genética, ambiente, avanços científicos e mudanças na percepção social.

 

Os Pilares do Aumento dos Diagnósticos

 

Genética: O DNA do TEA

Pesquisas apontam que fatores genéticos desempenham um papel fundamental no autismo. Estudos com gêmeos mostram que, quando um deles recebe o diagnóstico, há até 80% de chance de que o outro também esteja no espectro. Além disso, mais de 100 genes já foram associados ao TEA, influenciando diretamente o desenvolvimento cerebral.

 

Fatores Ambientais: O Impacto da Gestação

Durante a gravidez, elementos como infecções, poluição e uso de determinados medicamentos podem afetar o neurodesenvolvimento do feto. Embora ainda não haja um consenso absoluto, estudos indicam que esses fatores podem aumentar a suscetibilidade ao TEA.

 

Ciência e Diagnóstico: Critérios Mais Precisos

A reformulação dos manuais diagnósticos, como o DSM-5 e o CID-11, trouxe critérios mais amplos e inclusivos. Com isso, profissionais de saúde estão mais capacitados para identificar sinais sutis do TEA, possibilitando diagnósticos mais precoces e precisos.

 

Conscientização: Um Novo Olhar Sobre o Autismo

O avanço da informação tem levado pais, professores e médicos a reconhecerem sinais do TEA mais cedo. Antes, crianças e adultos com manifestações mais leves do transtorno passavam despercebidos. Hoje, o diagnóstico se tornou mais acessível, permitindo intervenções precoces e mais eficazes.

 

Estigma à Inclusão é outro dos pilares importantes, segundo a Dra. Gesika Amorim, Mestre em Educação Médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento Se no passado o autismo era cercado de estereótipos e desinformação, hoje há uma crescente valorização da neurodiversidade. Esse movimento tem impulsionado diagnósticos que antes eram evitados por medo do rótulo social, promovendo uma visão mais acolhedora e realista do espectro.


 Impactos do Crescimento dos Diagnósticos

 

Educação: Escolas precisam se adaptar, capacitar professores e desenvolver metodologias inclusivas para atender uma crescente demanda por suporte especializado.

Saúde Pública: O aumento dos diagnósticos gera maior procura por terapias e intervenções, exigindo investimentos em políticas públicas e profissionais capacitados.

Famílias: Um diagnóstico precoce permite suporte adequado, mas também exige preparo e acesso a orientações sobre desenvolvimento e inclusão.

Pesquisas: O crescimento da comunidade diagnosticada impulsiona novos estudos sobre o TEA, promovendo avanços em terapias, abordagens educacionais e entendimento das causas do transtorno.

 À medida que a ciência avança e a sociedade se transforma, o crescimento dos diagnósticos de TEA não significa uma epidemia, mas sim um reflexo de maior compreensão, aceitação e suporte. Afinal, cada pessoa no espectro é única e merece ser vista com respeito e possibilidades reais de inclusão – Finaliza a Dra. Gesika Amorim. 





Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa) e Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
https://dragesikaamorim.com.br
Insta: @dragesikaautismo


No Dia Mundial Contra o Câncer profissionais da saúde e especialistas chamam atenção para os exames de imagem

Tecnologia e biossegurança avançam para tornar o diagnóstico e o tratamento oncológico mais eficazes e seguros



No Dia Mundial Contra o Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, profissionais da saúde e especialistas reforçam a importância dos exames de imagem como aliados indispensáveis no combate à doença. Esses exames desempenham um papel essencial em todas as fases do cuidado oncológico, desde o diagnóstico inicial até a avaliação da resposta ao tratamento, passando pela detecção de metástases e pelo acompanhamento da progressão da doença.

Entre as tecnologias mais utilizadas estão a Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM). Esses métodos oferecem alta sensibilidade e especificidade, permitindo uma avaliação detalhada de múltiplos órgãos e sistemas. Estudos, como o conduzido por Alessandro Pereira dos Santos (2020), destacam que o uso subsequente de contrastes iodados e à base de gadolínio em pacientes oncológicos têm mostrado segurança em termos de função renal, quando realizados com critérios rigorosos de controle.



A tecnologia a serviço da saúde e da biossegurança

Além dos exames propriamente ditos, o uso de injetoras de contrastes e conectores específicos é indispensável para a realização segura dos procedimentos. Nesse contexto, dispositivos multipacientes têm ganhado espaço, mas exigem cuidados rigorosos de biossegurança. De acordo com a Dra. Marcela Padilha, Coordenadora de Desenvolvimento de Produtos e Suporte Clínico da Alko do Brasil – empresa especializada em medicamentos e produtos médicos para diagnósticos por imagem, atendendo hospitais, clínicas e o setor farmacêutico – estudos publicados, como o de Azevedo et al. (2020), comprovam que conectores multipacientes, quando manuseados conforme protocolos específicos, não apresentam risco de contaminação bacteriológica.

"Os conectores multipacientes precisam seguir padrões bem definidos e regulamentações da Anvisa, como as Resoluções de Diretoria Colegiada (RDC), além de serem respaldados por evidências científicas concretas", explica a Dra. Marcela. O estudo citado avaliou a biossegurança de válvulas antirrefluxo em sistemas de infusão, destacando sua eficácia na prevenção de contaminações.



Regulamentações e a responsabilidade dos serviços de saúde

A utilização segura de dispositivos médicos, como o Transfer-Fill e o Patient-Set, em pacientes oncológicos requer não apenas o registro adequado na Anvisa, mas também treinamento técnico e adoção de protocolos baseados em evidências científicas. "Instituições de saúde devem garantir que todos os conectores multipacientes acoplados a equipamentos sejam utilizados conforme as instruções dos fabricantes e as normas vigentes", reforça a especialista.

Além disso, a adoção de conectores multipacientes , também contribui para a sustentabilidade dos serviços de saúde, desde que respeitem critérios de qualidade e segurança. Como apontado por Azevedo (2018), a eficácia desses dispositivos depende diretamente da aplicação correta dos protocolos de biossegurança, protegendo tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde.



Exames de imagem como pilar da luta contra o câncer

Neste Dia Mundial Contra o Câncer, a mensagem é clara: o avanço tecnológico deve caminhar ao lado da biossegurança e do cuidado humanizado. Os exames de imagem não apenas auxiliam no diagnóstico precoce, como também oferecem informações cruciais para o planejamento e monitoramento dos tratamentos. Estudos, como os mencionados, reforçam o impacto positivo que a integração entre ciência e prática clínica pode ter na luta contra o câncer.

Com um olhar atento às regulamentações e à capacitação das equipes, o setor de saúde avança no enfrentamento do câncer, reafirmando que a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas nessa batalha. 


Estudo comprova o efeito das massagens

Mais do que bem-estar, elas geram uma cadeia de reações fisiológicas no organismo que reverberam no sistema nervoso, muscular, circulatório e linfático

 

Um estudo,  publicado na revista Nature Human Behaviour,  comprovou o quão importante é o toque para a saúde humana, o que inclui as massagens. Os cientistas fizeram a análise de um compilado 212 artigos publicados, e realizaram uma análise estatística com os dados de 85 estudos envolvendo adultos e outros 52 envolvendo recém-nascidos.  

Dentre os diversos estudos analisados, um mostrou que a agressividade e o estresse em idosos com demência diminuíram após receberem massagens diárias de 20 minutos durante um período de seis semanas.  Em outro, as massagens melhoraram o humor de pacientes com câncer de mama. 

Atuando há quase 12 anos no segmento, a massaterapeuta Mayra Morais, explica que os benefícios da massagem feita em um ponto do corpo se expandem para todo o organismo.  “As mãos têm um cuidado e uma atenção que não se compara à nenhuma máquina. A massagem é um ato de carinho, e associada a técnicas gera benefícios singulares ”, considera ela, que é sócia-fundadora da Fast Massagem, a primeira franquia de massagens sem hora marcada do Brasil. 

Mayra explica que, embora para cada queixa existe uma massagem indicada, o sistema linfonodo leva os efeitos para o corpo inteiro, e elenca os efeitos fisiológicos da massagem: melhora da circulação sanguínea e linfática, eliminação de toxinas, a regulação da temperatura corporal, a ativação das células de defesa, a normalização das atividades hormonais, a oxigenação das células e o estímulo dos tecidos e órgãos. Com isso, geram redução de medidas e do inchaço, alívio de dores e tensões musculares, aumento da vitalidade e bem-estar geral.

“A prática regular das massagens provoca resultados positivos como a redução da fadiga, relaxamento dos nervos, diminuição da fadiga mental, melhora da flexibilidade e da coordenação motora, combate à insônia e a secreção celular. Todos esses efeitos estão interligados com a saúde da mente”, diz a especialista.

 

*Estética*

Mas ela lembra também que as massagens também têm efeitos estéticos, trazendo benefícios como redução de medidas, prevenção do envelhecimento precoce da pele e promoção de uma recuperação mais rápida e confortável em cirurgias. Autora de técnicas próprias, ela desenvolveu a lipo manual, que consiste em drenagem, modelagem e redução de medidas e se tornou carro chefe de sua franquia. Lifting facial, drenagem pré-natal e drenagem pós-parto com taping são outras opções oferecidas no menu de suas lojas franqueadas.

Na avaliação de Mayra, o brasileiro tem descoberto o benefício das massagens, o que resultou na rápida expansão da Fast Massagem. Fundada em Goiânia, capital de Goiás, a Fast Massagem, completou o primeiro ano de atividade com um marco significativo: a venda de 12 franquias em 12 meses, parte delas fora do estado de origem. Em janeiro deste ano, foi inaugurada a loja de Santos (SP).

Com a meta ambiciosa de encerrar 2025 com 40 unidades ativas, a expectativa para o próximo ano é de alcançar mais 30 franquias vendidas. Outro passo importante para o futuro da marca será dado pela Mayra, que em 2025 embarca para o exterior para se especializar e trazer novas tendências que ainda não estão disponíveis no Brasil, garantindo inovação contínua e exclusividade para o seu negócio.


Dia Mundial de Combate ao Câncer: Tecnologia e parcerias estratégicas ajudam a reduzir barreiras no acesso ao tratamento oncológico no Brasil

Iniciativas permitem o diagnóstico precoce e tratamento de cânceres até mesmo em lugares remotos

 

O câncer é uma das principais causas de morte na América Latina e Caribe, sendo responsável por mais de 749 mil óbitos registrados, de acordo com último levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os cânceres mais comuns na região estão o câncer de próstata (14,6%), mama (14,2%), colorretal (9,4%), pulmão (6,8%) e estômago (4,8%). As barreiras no acesso ao diagnóstico precoce e a tratamentos adequados em um país com desigualdades sociais acentuadas impactam na elevada taxa de mortalidade. 1  

Nesse cenário, iniciativas e parcerias que levam mais acesso a exames e tratamentos a comunidades distantes têm desempenhado um papel crucial. Um exemplo marcante é o Barco Hospital Papa Francisco, que percorre rios da Amazônia, levando serviços de saúde para populações ribeirinhas que enfrentam barreiras geográficas significativas. O barco oferece, entre outros serviços, a realização de mamografias em um equipamento da Siemens Healthineers, que já beneficiou mais de 5,3 mil mulheres que dificilmente teriam acesso a esse exame em suas comunidades.   

“Com o uso de tecnologia de ponta e aliados à parceiros estratégicos, podemos aumentar significativamente as chances de detecção precoce do câncer de mama. Levar a mamografia para as populações ribeirinhas e comunidades remotas da Amazônia é um exemplo claro de como a tecnologia pode superar barreiras geográficas e proporcionar uma chance de luta contra o câncer, afirma Ana Paula Francisqueti, Gerente de Marketing Clínico de Mamografia e Raios-X da Siemens Healthineers.  

Além dos exames de imagem, o acesso aos testes de sangue que identificam marcadores tumorais * associados a diferentes tipos de cânceres é crucial em todos os estágios da doença, desde o diagnóstico e estadiamento, até o acompanhamento da resposta ao tratamento.  

Outro exemplo de projeto que busca ampliar o acesso ao diagnóstico precoce do câncer são as carretas móveis do Hospital de Amor. Essas unidades percorrem diversas regiões do Brasil, especialmente áreas onde a população enfrenta dificuldades para acessar serviços de saúde especializados. No final do ano passado uma iniciativa da Siemens Healthineers em parceria com o Hospital de Amor no Distrito Federal, realizou gratuitamente 133 mamografias, 122 exames de papanicolau e 35 exames de PSA, que auxilia na detecção do câncer de próstata. 

 

E o cenário para tratamento? 

Entre os tratamentos mais utilizados para o combate ao câncer está a radioterapia. É um tratamento que utiliza radiação para destruir células tumorais ou impedir que elas se multipliquem. A aplicação da radiação é focalizada na região que engloba o câncer. Por isso, diferentemente da quimioterapia, os efeitos colaterais esperados para um tratamento com radioterapia geralmente são percebidos de forma mais localizada, na região em que o tratamento foi administrado. 

Um estudo da Fiocruz apontou que mais da metade dos brasileiros (entre 49% e 60%) que fazem tratamento contra um câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) precisam deixar o seu município de residência para receber assistência especializada.2  

Para enfrentar as disparidades de cobertura do tratamento entre as regiões do Brasil, o Ministério da Saúde implementou o Plano de Expansão da Radioterapia no SUS (PER-SUS), em parceria com a Varian, empresa da Siemens Healthineers. O PER-SUS tem como objetivo ampliar e criar serviços de radioterapia em hospitais habilitados no SUS, levando radioterapia a estados que não tinham Aceleradores Lineares, fazendo que os pacientes não precisem viajar milhares de quilômetros para receber seu tratamento.  

O projeto encontra-se em fase final de instalação, sendo que 91% das soluções já foram entregues nos Hospitais contemplados pelo programa. “Inúmeros pacientes eram diagnosticados, mas não tinham a chance de lutar porque o acesso ao tratamento ainda era um grande desafio. Agora, com a ampliação dos serviços de radioterapia, muitos deles têm a oportunidade de receber um tratamento que pode realmente salvar vidas, independente da região em que moram. A expectativa é que cerca de 55 mil pacientes poderão receber radioterapia por ano no Brasil a partir dessa iniciativa”, afirma Humberto Izidoro, presidente da Varian para a América Latina. 

 

*Principais marcadores tumorais:  

Marcadores 

Tipo de câncer 

CA 15-3 e o CA 27-29 

Câncer de mama 

HER2 Neu 

Câncer de mama metastático 

PSA livre, PSA total e PSA complexado 

Câncer de próstata 

 



Siemens Healthineers
www.siemens-healthineers.com


90 mil brasileiros morrem por ano em decorrência do alcoolismo

De acordo com a OMS, o consumo excessivo de bebidas alcóolicas levou à morte de 2 milhões pessoas; com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos à saúde neste mês é comemorado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo (20/2)     


Segundo o último relatório sobre a situação mundial de álcool, saúde e o tratamento de transtornos por uso de substâncias, produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo 2 milhões de mortes são atribuídas ao consumo de álcool e 0,6 milhão de óbitos estão relacionadas ao uso de drogas psicoativas, por ano.  

 

Já o Relatório Mundial sobre Drogas 2024, World Drug Report, realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), aponta aumento do consumo de drogas e álcool no mundo. O agravamento pode estar relacionado ao mercado de drogas, a oferta e o acesso a novos opioides, substâncias analgésicas potentes que atuam no sistema nervoso central, segundo o estudo.  

 

Ainda segundo o levantamento, no mundo, cerca de 292 milhões de pessoas usaram drogas em 2022, um aumento de 20% em relação à década anterior. Com 228 milhões de usuários a canabis representa a maior parcela entre os usuários, na sequência os opioides com 60 milhões, anfetaminas (30 milhões), cocaína (23 milhões) e ecstasy (20 milhões de usuários). 

 

O uso de drogas impacta a saúde de 64 milhões de pessoas em todo o mundo, contudo apenas uma em cada 11 pessoas recebem tratamento adequado. O relatório indica ainda que as mulheres têm menos acesso a cuidados comparado com os homens, a cada 7 homens uma mulher recebe atendimento terapêutico.  

 

Para o psiquiatra e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), Kalil Duailibi, ele observa crescimento significativo no consumo de álcool desde o período da pandemia. “A cada novo estudo os indicadores são ainda mais alarmantes” “Campanhas de conscientização e prevenção de combate ao uso de drogas e alcoolismo são de extrema importância, assim como o acesso ao tratamento adequado”, comenta o psiquiatra. 

 

“E principalmente o cuidado dentro de casa, em especial, com as crianças e os adolescentes, pois muitos comportamentos que são adquiridos entre a infância e a adolescência tendem a se perpetuar na vida adulta”, afinal, que exemplo estamos dando aos nossos filhos e netos? Segundo o médico, os jovens que começam a beber antes dos 21 anos têm probabilidade quatro vezes maior de desenvolverem dependência alcoólica. Além das questões relacionadas ao desenvolvimento biológico, o início precoce do consumo de álcool tem outros impactos importantes, pois aumenta o risco de lesões corporais, o envolvimento em acidentes de trânsito, a vulnerabilidade a riscos como gestação indesejada e o aparecimento de doenças sexualmente transmissíveis.  


“Este é um alerta fundamental. Afinal de contas, a responsabilidade é de todos: famílias, escolas, comunidade, profissionais de saúde, mídias e governo. Precisamos atentar a este tipo de comportamento tão nocivo antes que seja tarde demais. E o primeiro caminho, é, sem dúvida, a prevenção e a informação”, conclui o psiquiatra. 

 


Universidade Santo Amaro – Unisa


Ainda dá tempo: saiba como começar fevereiro cuidando da sua saúde com um check-up geral

Especialista do CEJAM aborda esse hábito de autocuidado comum no início do ano, os principais exames e como a população pode realizá-los gratuitamente pelo SUS 

 

Com a chegada de fevereiro, surge também a oportunidade para colocar a saúde em dia. Com um janeiro marcado por recessos, férias e viagens, muitos tendem a adiar a realização do check-up anual, mas dar importância a uma avaliação médica nos primeiros dias do ano pode ser fundamental para assegurar o bem-estar e a qualidade de vida ao longo dos próximos meses. 

A famosa prática do “check-up” consiste na realização dos exames de rotina, que auxiliam na avaliação clínica do paciente. Normalmente, eles visam detectar precocemente algumas doenças ou alterações que, se não tratadas ou gerenciadas em sua fase inicial, podem evoluir para condições mais graves. 

"O início do ano pode ser usado como um marco temporal para que as pessoas se lembrem de procurar atendimento e avaliação profissional. Isso ajuda na construção de um hábito, mas, claro, pode ser realizado ao longo dos meses. O que importa é fazer periodicamente, conforme indicação médica”, afirma o Dr. Raul Queiroz Mota de Sousa, Médico de Família e Comunidade da UBS Jardim Valquíria, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. 

O rastreamento é totalmente individualizado, uma vez que cada pessoa apresenta suas peculiaridades. "É por meio da avaliação integral, realizada pelo médico ou médica de família, que se torna possível identificar quais exames serão necessários. Diversos fatores são levados em consideração, tais como idade, gênero, estado nutricional, contexto social, hábitos de vida, exposição a situações de risco, história pessoal e familiar, entre outros”, explica. 

Para pessoas a partir de 18 anos, independentemente de seu gênero, um dos exames essenciais tem sido o rastreio anual para hipertensão arterial, através da aferição da pressão, por exemplo. Nos casos dos adultos por volta dos 35 anos, as doenças relacionadas a eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e diabetes passam a ser mais comuns. Logo, recomenda-se a realização de exames como dosagem do colesterol total e frações, triglicerídeos e glicemia. 

Aos que apresentam vida sexual ativa, há também a necessidade de rastreio anual para doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, detecção do vírus HIV e das hepatites B e C. 

Já especificamente para mulheres entre 25 e 64 anos, são recomendados exames ginecológicos para o rastreio de câncer de colo de útero, que deve ser feito através da colpocitologia oncológica, popularmente conhecido como Papanicolau. 

"O Papanicolau é realizado anualmente e, se houver dois resultados normais consecutivos, pode ser feito a cada três anos. Nós recomendamos que, antes disso, crianças e adolescentes de 9 a 14 anos sejam vacinados contra o HPV (Papilomavírus Humano), principal causador do câncer de colo de útero. Isso reduz possíveis complicações futuras”, explica o Dr. Raul. 

Quanto às que estão entre as faixas dos 50 até os 69 anos, o médico indica o rastreio de câncer de mama, que, normalmente, é realizado através da mamografia, a cada dois anos. 

No que diz respeito aos homens, surge a questão do rastreamento de câncer de próstata, recomendado a partir dos 40 anos, até os 75 anos, se houver fatores de risco. "De início, eles podem ser avaliados por meio da dosagem no sangue do Antígeno Específico da Próstata (PSA). Caso haja alterações, o exame do toque retal pode complementar para o diagnóstico preciso", reitera o especialista. 

Quanto aos idosos, Dr. Raul ressalta que uma das condições mais comuns é a osteoporose. Por isso, recomenda-se a realização de densitometria óssea para mulheres a partir dos 65 anos e para homens a partir dos 70 anos. "Essa avaliação também pode ser solicitada anteriormente, se forem identificados fatores de risco para o desenvolvimento precoce dessa condição. Lembrando que a periodicidade de quaisquer exames é definida de acordo com os resultados obtidos.” 

É importante destacar que os exames de rastreio se destinam aos indivíduos sem queixas, ou seja, são direcionados para aquelas pessoas que não apresentam sintomas. Contudo, na presença de qualquer alteração clínica, é altamente recomendável realizar uma avaliação e acompanhamento profissional.
 

É possível fazer tudo isso de graça

Para realizar o check-up gratuitamente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diferentes exames para a identificação precoce de doenças, inclusive nas unidades gerenciadas pelo CEJAM. 

Lembrando que, para obter direcionamento sobre quais deles realizar, é necessário agendar uma consulta previamente, seja diretamente na recepção da unidade de saúde de referência ou pelo aplicativo de agendamento do seu município.




CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
cejamoficial

 

Bons hábitos de saúde contribuem para um envelhecimento ativo e saudável

Aumento da parcela de idosos chama a atenção para a importância de manter uma boa qualidade de vida no processo de envelhecimento, o que envolve não apenas a prevenção de doenças 

 

O envelhecimento saudável da população voltou a ser discutido amplamente no início deste ano, por conta da notícia de que uma brasileira assumiu o posto de “mulher mais idosa do mundo”, conforme o LongeviQuest, um banco mundial de dados e pesquisas sobre longevidade e envelhecimento. Esta liderança passou a ser da freira Inah Canabarro Lucas, que tem 116 anos e mora em um convento católico de Porto Alegre (RS). O mesmo instituto também mostra que o homem mais idoso também é brasileiro: o agricultor João Marinho Neto, de 112 anos, que vive num um lar para idosos em Apuiarés (CE).  

O prolongamento da expectativa e do tempo de vida dos brasileiros também se mostra como uma tendência. O Censo 2022, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% em relação ao Censo 2010, quando esse contingente equivalia a 7,4% da população. Atualmente, são mais de 22,1 milhões de idosos.  

Estes dados refletem uma preocupação maior que vem aumentando na mesma proporção: a qualidade deste envelhecimento, isto é, quando a pessoa procura chegar cada vez mais ativa e saudável a esta fase da vida, com o mínimo possível de dificuldades de ordem física e mental. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”, que não se resume apenas à ausência de doenças ou enfermidades.  

“Embora o envelhecimento seja um processo inevitável, a forma como envelhecemos e a velocidade desse processo são, em certa medida, controláveis. Isso envolve a manutenção da capacidade funcional, da independência, da saúde física e mental, e da participação social ativa, permitindo que as pessoas aproveitem ao máximo os seus anos de vida, com qualidade de vida e bem-estar. É um processo contínuo de adaptação e resiliência, que permite o envelhecimento com vitalidade e autonomia”, define o professor Estélio Henrique Martin Dantas, do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde (PBS) da Universidade Tiradentes (Unit).  

Dentro desse conceito, o envelhecimento saudável engloba uma ampla gama de fatores que contribuem para a qualidade de vida na terceira idade, incluindo a capacidade funcional (habilidade de realizar atividades da vida diária), a participação social (manter relações sociais e atividades), o bem-estar psicológico (sentir-se bem emocionalmente) e o bem-estar espiritual (sentido de propósito na vida). “A ausência de doenças é importante, mas não garante, por si só, um envelhecimento saudável e pleno. É a interação complexa desses fatores que determina a experiência individual do envelhecimento e a capacidade de viver uma vida longa e significativa”, diz Estélio.  

Um envelhecimento saudável se caracteriza por uma adaptação gradual às mudanças físicas e cognitivas, mantendo-se a capacidade funcional para as atividades da vida diária, a participação social e o bem-estar emocional. Para acompanhar a qualidade deste processo de envelhecimento, não existe um indicador único e definitivo, mas sim uma avaliação holística que considera aspectos físicos (mobilidade, força, resistência a doenças), cognitivos (memória, atenção, raciocínio) e psicossociais (humor, relações sociais, atividades que trazem significado). Segundo o professor, outro ponto a ser observado é se as perdas destas capacidades se acumulam de forma lenta e imperceptível ou de forma abrupta e incapacitante, além de se levar em conta como a pessoa se sente e se percebe nesse processo. 

 

O caminho 

O principal caminho para um envelhecimento mais saudável passa pelo equilíbrio entre a atividade física diária, a diminuição do estresse, o acompanhamento médico com profissionais especializados e a adoção de uma alimentação mais saudável. São atitudes que, de acordo com Estélio, interferem positivamente na epigenética, ciência que estuda as modificações na expressão gênica sem alteração na sequência do DNA.  

“Uma alimentação balanceada e sem ultraprocessados ativa mecanismos antioxidantes que protegem as células, preservando o DNA e retardando o envelhecimento. Exercícios físicos estimulam a reparação tecidual e a integridade celular, beneficiando a saúde cardiovascular, muscular e óssea. Um ambiente limpo e com ar puro minimiza a inflamação e o estresse oxidativo causados por poluentes, enquanto práticas como meditação e controle do estresse regulam hormônios como o cortisol, reduzindo a inflamação. Esses hábitos geram uma expressão gênica com efeitos antioxidantes (preservando o DNA), anti-inflamatórios (mantendo a saúde mitocondrial e imunológica) e anti-mutagênicos (reduzindo o risco de câncer). Assim, a combinação desses fatores resulta em um envelhecimento mais lento e com melhor qualidade de vida”, explica Estélio. 

Por outro lado, o professor aponta que o tabagismo, o consumo de álcool, a privação de sono e a falta de vida social impactam negativamente o processo de envelhecimento, representando uma sobrecarga para um organismo que já está em processo de agravo funcional. Isso aumenta o risco de doenças crônicas, a redução da imunidade e o aumento das inflamações, a falta de convívio social e os riscos de depressão e declínio cognitivo. “Esses hábitos prejudiciais impõem uma demanda extra ao corpo envelhecido, intensificando o processo de deterioração e aumentando a chance de doenças e incapacidades”, alerta.  

 

Estudos 

Um dos principais centros que estudam o processo de envelhecimento humano é o Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (Labimh), ligado ao PBS/Unit e coordenado pelo professor Estélio. Criado em 2015 com o envolvimento dos cursos da graduação e pós-graduação da área de Saúde, ele atua em duas frentes, com foco na compreensão e comprovação científica do envelhecimento saudável. A primeira envolve o projeto de extensão Masterfitts, que envolve idosos e voluntários da comunidade que mora na região do bairro Farolândia, próximo ao campus da Unit, em Aracaju. Eles têm acesso gratuito a exercícios físicos individualizados e supervisionados, além de palestras de educação para a saúde, com o objetivo de minimizar os problemas causados pelo envelhecimento e promover a adoção de hábitos de vida saudáveis.  

Na segunda frente, voltada à pesquisa aplicada, estudos de pós-doutorado, doutorado, mestrado e iniciação científica buscam investigar o impacto dos hábitos saudáveis na saúde física e mental de idosos. E desde o ano passado, o Labimh/Unit iniciou um projeto de pesquisa pura em parceria com a Vanderbilt University, de Nashville (Estados Unidos), sobre a influência dos hábitos saudáveis na preservação do DNA de cada pessoa. “Ele aprofunda o estudo da influência desses hábitos na disfunção mitocondrial e na expressão epigenética, contribuindo para uma compreensão mais completa dos mecanismos biológicos envolvidos no envelhecimento saudável e fornecendo base científica para intervenções eficazes”, completa Estélio. 

  

Universidade Tiradentes - Unit

 

Câncer de mama: não podemos adiar o rastreamento da doença

Médico explica os riscos das alterações propostas recentemente pelo SUS

 

Recentemente, uma consulta pública reabriu o debate sobre o rastreamento do câncer de mama. A nova orientação do Sistema Único de Saúde (SUS) é que a prevenção seja realizada a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos. 

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum em mulheres no mundo, com incidência de quase 60 a cada 100 mil mulheres. É a maior causa de morte por câncer em mulheres, com taxa de mortalidade de 13,6 a cada 100 mil. 

Por isso, explica o médico ginecologista e obstetra Dr. Alexandre Rossi, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, diagnosticar e tratar precocemente esta doença é imprescindível para o prognóstico e para a redução da mortalidade da doença. 

“O nosso melhor caminho para isso é o rastreamento mamográfico. Ampliar o intervalo entre os exames ou adiar o início para a sua realização é reduzir as chances de tratamento ou de sobrevivência das mulheres”, alerta. 

Entidades médicas também vem se posicionando contra as novas medidas, pautadas em diversos estudos que confiram a importância de manter as Diretrizes para rastreamento do câncer de mama anual no Brasil, com início aos 40 anos de idade.

 

O câncer de mama

O câncer é uma doença resultante da multiplicação de células anormais. No caso do câncer de mama, esta multiplicação celular acontece na mama, formando um tumor que poderá invadir outros órgãos. Isso depende do tipo do câncer de mama.

Segundo o Dr. Alexandre, em alguns casos, a doença se desenvolve rapidamente, outros não. 

“As causas também variam e os riscos de desenvolver a doença aumentam com a idade”.

 

Fatores de risco 

·     Obesidade e sobrepeso após a menopausa

·     Sedentarismo

·     Consumo excessivo de bebida alcoólica

·     Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia)

·     Primeira menstruação antes dos 12 anos

·     Não ter tido filhos

·     Primeira gravidez após os 30 anos

·     Menopausa após os 55 anos

·     Uso de pílula anticoncepcional por tempo prolongado

·     Reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos

·     História familiar de câncer de ovário ou mama, principalmente antes dos 50 anos

“A presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá, necessariamente, a doença. Mas é preciso realizar acompanhamento e seguir corretamente as orientações do médico ginecologista”, alerta o Dr. Alexandre. 

A detecção precoce do câncer de mama é possível e permite melhores resultados no tratamento, reduzindo as taxas de mortalidade, que ainda são muito elevadas no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

“Qualquer caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado. Em mulheres mais jovens, caroços devem ser investigados se persistirem por mais de um ciclo menstrual”, orienta o médico ginecologista e obstetra Dr. Alexandre Rossi.

 

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