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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Câncer de mama: não podemos adiar o rastreamento da doença

Médico explica os riscos das alterações propostas recentemente pelo SUS

 

Recentemente, uma consulta pública reabriu o debate sobre o rastreamento do câncer de mama. A nova orientação do Sistema Único de Saúde (SUS) é que a prevenção seja realizada a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos. 

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum em mulheres no mundo, com incidência de quase 60 a cada 100 mil mulheres. É a maior causa de morte por câncer em mulheres, com taxa de mortalidade de 13,6 a cada 100 mil. 

Por isso, explica o médico ginecologista e obstetra Dr. Alexandre Rossi, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, diagnosticar e tratar precocemente esta doença é imprescindível para o prognóstico e para a redução da mortalidade da doença. 

“O nosso melhor caminho para isso é o rastreamento mamográfico. Ampliar o intervalo entre os exames ou adiar o início para a sua realização é reduzir as chances de tratamento ou de sobrevivência das mulheres”, alerta. 

Entidades médicas também vem se posicionando contra as novas medidas, pautadas em diversos estudos que confiram a importância de manter as Diretrizes para rastreamento do câncer de mama anual no Brasil, com início aos 40 anos de idade.

 

O câncer de mama

O câncer é uma doença resultante da multiplicação de células anormais. No caso do câncer de mama, esta multiplicação celular acontece na mama, formando um tumor que poderá invadir outros órgãos. Isso depende do tipo do câncer de mama.

Segundo o Dr. Alexandre, em alguns casos, a doença se desenvolve rapidamente, outros não. 

“As causas também variam e os riscos de desenvolver a doença aumentam com a idade”.

 

Fatores de risco 

·     Obesidade e sobrepeso após a menopausa

·     Sedentarismo

·     Consumo excessivo de bebida alcoólica

·     Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia)

·     Primeira menstruação antes dos 12 anos

·     Não ter tido filhos

·     Primeira gravidez após os 30 anos

·     Menopausa após os 55 anos

·     Uso de pílula anticoncepcional por tempo prolongado

·     Reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos

·     História familiar de câncer de ovário ou mama, principalmente antes dos 50 anos

“A presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá, necessariamente, a doença. Mas é preciso realizar acompanhamento e seguir corretamente as orientações do médico ginecologista”, alerta o Dr. Alexandre. 

A detecção precoce do câncer de mama é possível e permite melhores resultados no tratamento, reduzindo as taxas de mortalidade, que ainda são muito elevadas no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

“Qualquer caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado. Em mulheres mais jovens, caroços devem ser investigados se persistirem por mais de um ciclo menstrual”, orienta o médico ginecologista e obstetra Dr. Alexandre Rossi.

 

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