Médico explica os riscos das alterações propostas recentemente
pelo SUS
Recentemente, uma consulta pública reabriu o debate sobre o rastreamento do câncer de mama. A nova orientação do Sistema Único de Saúde (SUS) é que a prevenção seja realizada a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos.
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comum em mulheres no mundo, com incidência de quase 60 a cada 100 mil mulheres. É a maior causa de morte por câncer em mulheres, com taxa de mortalidade de 13,6 a cada 100 mil.
Por isso, explica o médico ginecologista e obstetra Dr. Alexandre Rossi, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, diagnosticar e tratar precocemente esta doença é imprescindível para o prognóstico e para a redução da mortalidade da doença.
“O nosso melhor caminho para isso é o rastreamento mamográfico. Ampliar o intervalo entre os exames ou adiar o início para a sua realização é reduzir as chances de tratamento ou de sobrevivência das mulheres”, alerta.
Entidades médicas também vem se posicionando
contra as novas medidas, pautadas em diversos estudos que confiram a
importância de manter as Diretrizes para rastreamento do câncer de mama anual
no Brasil, com início aos 40 anos de idade.
O câncer de mama
O câncer é uma doença resultante da
multiplicação de células anormais. No caso do câncer de mama, esta
multiplicação celular acontece na mama, formando um tumor que poderá invadir
outros órgãos. Isso depende do tipo do câncer de mama.
Segundo o Dr. Alexandre, em alguns casos, a doença se desenvolve rapidamente, outros não.
“As causas também variam e os riscos de
desenvolver a doença aumentam com a idade”.
Fatores de risco
· Obesidade e
sobrepeso após a menopausa
· Sedentarismo
· Consumo
excessivo de bebida alcoólica
· Exposição
frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia)
· Primeira
menstruação antes dos 12 anos
· Não ter
tido filhos
· Primeira
gravidez após os 30 anos
· Menopausa
após os 55 anos
· Uso de
pílula anticoncepcional por tempo prolongado
· Reposição
hormonal pós-menopausa, principalmente se por mais de cinco anos
· História
familiar de câncer de ovário ou mama, principalmente antes dos 50 anos
“A presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá, necessariamente, a doença. Mas é preciso realizar acompanhamento e seguir corretamente as orientações do médico ginecologista”, alerta o Dr. Alexandre.
A detecção precoce do câncer de mama é
possível e permite melhores resultados no tratamento, reduzindo as taxas de
mortalidade, que ainda são muito elevadas no mundo inteiro, inclusive no
Brasil.
“Qualquer
caroço na mama em mulheres com mais de 50 anos deve ser investigado. Em
mulheres mais jovens, caroços devem ser investigados se persistirem por mais de
um ciclo menstrual”, orienta o médico ginecologista e obstetra Dr. Alexandre
Rossi.
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