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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Craniotomia

Neuro explica craniotomia do caso Lula

 

Craniotomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção de uma parte do osso craniano (cabeça) para permitir o acesso ao cérebro. Este tipo de cirurgia é utilizado para tratar diversas condições neurológicas, como tumores cerebrais, hemorragias intracerebrais, lesões traumáticas, infecções e malformações vasculares.

A cirurgia de craniotomia é realizada em ambiente hospitalar e geralmente sob anestesia geral. O procedimento envolve as seguintes etapas:

- Incisão: O cirurgião realiza uma incisão na pele do couro cabeludo, expõe o crânio e remove uma seção do osso craniano, criando um "flap" que pode ser levantado.

- Acesso ao cérebro: Com o osso removido, o cirurgião pode acessar o cérebro e tratar a condição específica, como a remoção de um tumor, a coagulação de um vaso sanguíneo ou a evacuação de um hematoma.

- Fechamento: Após a intervenção, o "flap" de osso é reposicionado e fixado, e a incisão na pele é suturada.

A cirurgia de craniotomia é realizada em ambiente hospitalar e geralmente sob anestesia geral. O procedimento envolve as seguintes etapas:

- Incisão: O cirurgião realiza uma incisão na pele do couro cabeludo, expõe o crânio e remove uma seção do osso craniano, criando um "flap" que pode ser levantado.

- Acesso ao cérebro: Com o osso removido, o cirurgião pode acessar o cérebro e tratar a condição específica, como a remoção de um tumor, a coagulação de um vaso sanguíneo ou a evacuação de um hematoma.

- Fechamento: Após a intervenção, o "flap" de osso é reposicionado e fixado, e a incisão na pele é suturada.

 

Casos em que a cirurgia de craniotomia é recomendada:

A craniotomia é considerada uma cirurgia de grande porte devido à complexidade do procedimento e aos riscos associados. Ela é recomendada em casos como:

- Tumores cerebrais (benignos ou malignos)

- Hemorragias intracerebrais (como hematomas ou aneurismas)

- Lesões traumáticas na cabeça (como fraturas que afetam o cérebro)

- Infecções cerebrais, como abscessos

- Algumas malformações vasculares, como malformações arteriovenosas

 

Prazo de recuperação:

O prazo de recuperação após uma craniotomia pode variar bastante de paciente para paciente, dependendo de vários fatores, como a extensão da cirurgia, a saúde geral do paciente e a condição tratada. Em geral, a recuperação inicial pode levar de algumas semanas a meses, e a reabilitação pode ser necessária para restaurar funções cognitivas ou motoras.

 

Sequelas:

A craniotomia pode deixar sequelas, dependendo da razão pela qual foi realizada e da localização da intervenção. Complicações potenciais incluem problemas cognitivos, motoras, alterações na visão ou na fala, e dificuldades emocionais. Uma avaliação rigorosa e acompanhamento pós-operatório são fundamentais para monitorar essas questões.

 

Chance de novo sangramento do tipo após o procedimento:

Há uma chance de ocorrência de novos sangramentos após uma craniotomia, especialmente se a cirurgia foi realizada para tratar uma hemorragia. O risco depende de diversos fatores, incluindo a origem do sangramento, a saúde vascular do paciente e se houve a correção de problemas subjacentes que podem causar novas hemorragias. O acompanhamento médico contínuo é essencial para monitorar qualquer sinal de complicação.
 

Após um trauma de crânio:

Depois de um trauma de crânio, sobretudo numa pessoa com 60 anos ou mais, existe a possibilidade do desenvolvimento do que chamamos de hematoma crônico, ou hematoma subdural crônico, que surge três a quatro semanas após o acidente.

Ainda mais se a pessoa também faz uso preventivo, por exemplo, de antiagregantes plaquetários, como ácido acetilsalicílico (AAS) ou anticoagulantes, para prevenir acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, que coloca numa situação de risco para que os pequenos vasos que foram cisalhados e rompidos por conta do trauma, apresentem um sangramento que lenta e progressivamente se organiza, formando um processo expansivo, que até se semelha a um tumor, chegando e um momento em que a compressão do cérebro se faz presente e o indivíduo pode apresentar dor de cabeça, náusea, vômito e alterações neurológicas correlatas com o ponto do cérebro que é comprimido, necessitando então do tratamento cirúrgico.

Como o sangramento desse tipo se forma:

Ele se forma devido a um pequeno sangramento que existe no momento do trauma entre as membranas que envolvem o cérebro, de maneira que lenta e progressivamente esse sangue não é absorvido, ele se organiza com duas cápsulas, uma que fica em contato com o cérebro e outra em contato com o crânio, através da dura-máter - essa membrana espessa que envolve o cérebro - e conforme o tempo passa o volume vai aumentando dentro dessa coleção, de maneira que se a pessoa ainda por cima faz uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários, existe uma chance ainda maior desse hematoma ir, lenta e progressivamente, aumentando provocando o aumento da pressão intracraniana, compressão do tecido cerebral, por exemplo, se comprime a área motora do lado direito, o hematoma à direita, pós-traumático, ele pode provocar hemiparesia e fraqueza do lado esquerdo do corpo, ou se comprime o lado esquerdo, além dessa fraqueza, pode também provocar alterações na linguagem. Se a compressão é posterior, provoca ainda alterações visuais. Depois da drenagem do hematoma, a pressão intracraniana volta ao normal, a compressão deixa de existir e o paciente experimenta melhor.
 

Isso é um derrame?

Derrame é um nome popular para se referir ao Acidente Vascular Encefálico, quer seja ele isquêmico, que é quando um vaso entope e o sangue não chega para os neurônios, ou seja hemorrágico, onde existe sangramento dentro do tecido cerebral, pode ser secundária a um acidente vascular cerebral do tipo hemorrágico, ou se ela acontece fora do crânio, entre o espaço que existe do cérebro com a dura-máter, com a meninge externa, temos então a formação do hematoma subdural crônico - uma hemorragia de caráter crônico que aumenta e, progressivamente, comprime o cérebro.

Então, derrame é um termo popular utilizado para descrever AVC e não é o caso que o Lula apresentou, exceto se o hematoma em questão for um hematoma intraparenquematoso que nada tem a correlação com o trauma.  



Dr. Fernando Gomes - Professor Livre Docente de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas de SP com mais de 2 milhões de seguidores. Há 12 anos atua como comunicador, já tendo passado pela TV Globo por seis anos como consultor fixo do programa Encontro com Fátima Bernardes (2013 a 2019), por um ano (2020) na TV Band no programa Aqui na Band como apresentador do quadro de saúde “E Agora Doutor?” e dois anos (2020 a 2022) como Corresponde Médico da TV CNN Brasil. Atualmente comanda seu programa Olho Clínico com Dr. Fernando Gomes semanalmente no Youtube desde 2020. É também autor de 9 livros de neurocirurgia e comportamento humano. Professor Livre Docente de Neurocirurgia, com residência médica em Neurologia e Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, é neurocirurgião em hospitais renomados e também coordena um ambulatório relacionado a doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas.
drfernandoneuro


Lula operado às pressas com dores: Presidente é diagnosticado com hemorragia intracraniana

A hemorragia intracraniana é um sagramento dentro do cérebro do paciente que pode causar alguns efeitos, explica o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi internado de emergência na noite desta segunda-feira (9) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde passou por uma cirurgia para drenagem de um hematoma. Segundo informações do hospital, o presidente está na UTI e "encontra-se bem". 

De acordo com o primeiro boletim médico, divulgado às 3h20 desta terça-feira (10), Lula começou a passar mal em Brasília. Após relatar dor de cabeça, ele realizou um exame de imagem ainda na unidade hospitalar da capital federal. 

"A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10. Foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, unidade São Paulo, onde foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma. A cirurgia transcorreu sem intercorrências", informou o hospital sobre o presidente.


O que é hemorragia intracraniana?

A hemorragia intracraniana ocorre quando há sangramento dentro do cérebro ou entre suas membranas protetoras, explica o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

 “Esse sangramento dentro do cérebro pode acontecer por vários motivos, como traumas, aneurismas rompidos, hipertensão ou outras condições médicas. Normalmente ele causa um aumento da pressão dentro do crânio, o que pode danificar tecidos cerebrais e comprometer funções neurológicas”.

 

Imagem ilustrativa da hemorragia intracraniana
FreePik

“Os sintomas mais comuns são dor de cabeça súbita, confusão, náuseas, concussão, convulsões e perda de consciência, mas cada caso pode variar bastante de gravidade”. 

“O tratamento depende da causa, dos sintomas, e da gravidade, podendo incluir medicamentos para controlar a pressão ou cirurgia para remover o sangue acumulado e aliviar a pressão”, explica Dr. Fabiano.


O acidente doméstico de Lula

No dia 19 de outubro, Lula sofreu uma queda no banheiro da residência oficial da Presidência, batendo a região da nuca. O incidente resultou em cinco pontos e levou o presidente a realizar exames de imagem, que foram posteriormente repetidos. Na ocasião, ele permaneceu na unidade hospitalar por cerca de uma hora antes de ser liberado para retornar para casa. 

Por recomendação médica, Lula precisou cancelar viagens longas nas semanas seguintes, incluindo sua participação na reunião de cúpula do Brics, na Rússia. 

O presidente classificou o acidente como "grave, mas sem afetar nenhuma parte mais delicada". 

 


Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB - Pós-PhD em Neurociências, eleito membro da Sigma Xi - The Scientific Research Honor Society (mais de 200 membros da Sigma Xi já receberam o Prêmio Nobel), além de ser membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos, da Royal Society of Biology e da The Royal Society of Medicine no Reino Unido, e da APA - American Philosophical Association nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em História e Biologia, também é Tecnólogo em Antropologia e Filosofia, com diversas formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Dr. Fabiano é membro de prestigiadas sociedades de alto QI, incluindo Mensa International, Intertel, ISPE High IQ Society, Triple Nine Society, ISI-Society e HELLIQ Society High IQ. Ele é autor de mais de 280 estudos científicos e 26 livros. Atualmente, é professor na PUCRS no Brasil, UNIFRANZ na Bolívia e Santander no México. Além disso, atua como Diretor do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito e é o criador do projeto GIP, que estima o QI por meio da análise da inteligência genética. Dr. Fabiano também possui registro de jornalista, tendo seu nome incluído no livro dos registros de recordes por conquistar três recordes, sendo um deles por ser o maior criador de personagens na história da imprensa. Professor Convidado e Orientador acadêmico da Faculdade FAEV.



segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Saúde na Estrada da Ipiranga encerra rota de 2024 em Santa Catarina


A maior carreta de saúde do país vai passar por três municípios e conta com serviços como checkup básico de saúde, teste de glicemia, bioimpedância, acuidade visual, vacinação, barbearia e orientação em segurança sobre temas diversos.

 

O Saúde na Estrada, iniciativa itinerante de saúde e responsabilidade social da Ipiranga, encerra a temporada de 2024 no estado de Santa Catarina. O projeto é dedicado ao cuidado com a saúde e bem-estar de caminhoneiros e comunidades próximas aos postos Ipiranga Rodo Rede de todo o país. Este ano, foram realizados 98 eventos em 95 cidades brasileiras, percorrendo 16 estados. No dia 10 de dezembro a carreta chega a Chapecó, seguindo para Otacílio Costa no dia 12 e encerra a rota em São Cristóvão Do Sul no dia 13 de dezembro. 

A trajetória do Saúde na Estrada traz números e resultados relevantes. Ao longo dos últimos 17 anos, o projeto beneficiou mais de 700 mil pessoas, atendendo a quase 230 municípios, em 22 estados. Com mais de 1.620 eventos realizados e 600 mil quilômetros percorridos, a iniciativa teve o apoio de mais de 55 mil profissionais da saúde voluntários. 

“O Saúde na Estrada representa o compromisso da Ipiranga com a jornada de mobilidade dos brasileiros, em especial do público das estradas. Ao mesmo tempo em que oferecemos produtos e serviços que facilitam o dia a dia dos consumidores, também levamos um programa voltado para o cuidado com a saúde, qualidade de vida e bem-estar dos que trabalham ou vivem nas estradas, como caminhoneiros e população do entorno. Temos orgulho dos resultados desse projeto, que vem fazendo a diferença na vida das pessoas e leva para as rodovias o nosso propósito, que é de abastecer a vida em movimento”, comenta Bárbara Miranda, vice-presidente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Ipiranga.

 

Serviços

O Saúde na Estrada disponibiliza exames focados no check-up básico de saúde, incluindo medições de oximetria para avaliar a oxigenação no sangue, temperatura corporal, pressão arterial e batimentos cardíacos. Além disso, são oferecidos testes oftalmológicos, avaliações de glicemia para monitorar o nível de açúcar no sangue, bioimpedância para determinar a composição corporal e avaliar o estado nutricional, testes rápidos para detecção de HIV, sífilis; e hepatite B e C. 

Também serão disponibilizadas vacinas, em conjunto com as secretarias municipais de saúde. Serão aplicadas vacinas para H1N1, Covid, Tétano, Rubéola, Hepatite B e Febre Amarela. 

Além dos serviços de saúde, a carreta prioriza o bem-estar e a segurança dos motoristas. Para isso, a carreta conta com Espaço Zen, equipada com cadeiras de massagem para proporcionar momentos de relaxamento e com serviços de barbearia a todos os frequentadores. 

A carreta também irá oferecer orientações de trânsito, visando a segurança de todos nas estradas, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

 

História e impacto social - Durante o período da pandemia, foram implementadas diversas iniciativas para apoiar os motoristas. Isso incluiu a distribuição de kits de higiene, a realização de testes rápidos e a administração de vacinas. Além disso, a Ipiranga, por meio do Saúde na Estrada, ofereceu cerca de 4 milhões de refeições em uma ação de troca de pontos do Km de Vantagens Caminhoneiro.

 

Saúde na Estrada 2024

Horário: 9h às 17hs

 

Serviço:

 

10/12 - Mps Comercio De Combustíveis Ltda

Rod SC-480 3100 D – Chapecó (SC)

 

12/12 - Irmãos Zambonato Ltda

Rod SC 425 1369 Km 34 Cx Postal 3 – Otacílio Costa (SC)

 

13/12 - Cesca & Cia Ltda

Rod Br 116 SN – São Cristóvão Do Sul (SC)



Dor Crônica – O Impacto Silencioso de uma Epidemia Global

Impactando 35% da população adulta no Brasil, a dor crônica não é apenas uma questão médica, mas um problema de saúde pública. Apesar de sua prevalência, mitos e desinformação ainda dificultam o diagnóstico e o tratamento eficaz da condição.


A dor crônica afeta mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, sendo responsável por limitar a funcionalidade, causar sofrimento emocional e gerar altos custos econômicos. No Brasil, cerca de 35% dos adultos convivem com essa condição, que atinge mais da metade dos idosos, mas que também pode afetar jovens. Para o Dr. André Mansano, médico intervencionista da dor, entender e desmistificar essa condição é essencial para enfrentá-la de forma eficaz. 

A dor crônica, caracterizada por sua persistência por mais de três meses, vai muito além de um desconforto físico. Ela limita atividades diárias, interfere no sono, aumenta os riscos de transtornos emocionais como depressão e ansiedade, e gera um impacto social profundo, contribuindo para absenteísmo no trabalho e aposentadorias precoces. 

Entre as causas mais comuns estão problemas osteomusculares, como hérnias de disco e artrose, dores neuropáticas, fibromialgia, traumas mal cicatrizados e doenças inflamatórias. Ansiedade e depressão também podem intensificar a percepção da dor, criando um ciclo difícil de romper.
 

Mitos sobre a dor crônica que precisam ser superados

Mitos comuns ainda dificultam o enfrentamento da dor crônica. Entre eles:

  • “Se a dor não aparece em exames, ela não existe”: Muitas dores crônicas, como as neuropáticas, não apresentam alterações visíveis em exames de imagem.
  • “Repouso é sempre a melhor solução”: Na maioria dos casos, o repouso prolongado pode piorar a condição, enquanto a atividade física controlada é fundamental para o manejo.
  • “A dor crônica afeta apenas idosos”: Jovens também podem ser acometidos, especialmente em casos de traumas ou doenças autoimunes.


Tratamento e prevenção: uma abordagem multidisciplinar

O tratamento da dor crônica exige uma abordagem integrada. Dr. Mansano destaca o uso de medicamentos, como analgésicos e antidepressivos, aliados a terapias físicas, psicológicas e intervenções minimamente invasivas, como bloqueios nervosos e radiofrequência. Além disso, o especialista reforça a importância de prevenir a cronificação da dor por meio de exercícios regulares, boa postura, controle do peso e manejo adequado de dores agudas.

“A conscientização e o acesso a tratamentos especializados são essenciais para que os pacientes possam recuperar a qualidade de vida e romper com os estigmas que envolvem a dor crônica,” explica o médico.




Dr. André Marques Mansano - MD, Ph.D, FIPP, CIPS. Área de Atuação em Dor - AMB Hospital Israelita Albert Einstein – SP. Fellow of Interventional Pain Practice - World Institute of Pain Certified in Interventional Pain Sonologist - World Institute of Pain Diplomate of American. Interventional Headache Society Board. Membro do Comitê de Educação do "World Institute of Pain”. Pós-Doutor HC/FMUSP



Nariz entupido? Saiba como resolver este incômodo

Especialistas do maior hospital de otorrinolaringologia da América Latina (IPO) explicam a solucionar o mal-estar


Você convive com o nariz entupido e não sabe mais o que fazer? O nariz entupido de forma contínua pode ser sinal de doenças crônicas, como rinite, sinusite e, até mesmo, ser indício da presença de tumores. A causa, de forma geral, varia entre as pessoas, sendo que a faixa etária costuma ser um dos fatores para detectar a origem do incômodo.

“Em crianças, as principais causas são ocasionadas por rinites, adenoide aumentada ou alguns tumores. Já em adultos, o principal desencadeante é o desvio de septo, além das sinusites e rinites”, afirma o doutor Diego Pizzamiglio, otorrinolaringologista do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), maior referência do segmento na América Latina. O primeiro passo para tratar o nariz entupido é consultar um especialista para detectar a causa.

“É muito comum receber pacientes no pronto atendimento com nariz entupido devido a chamada rinite medicamentosa, ou seja, por uso excessivo de descongestionantes nasais”, conta Pizzamiglio. O uso de descongestionantes nasais deve ter acompanhamento médico. Eles viciam, podem causar sangramento nasal, arritmia cardíaca, aumentar a pressão arterial, entre outros problemas.

Para desentupir o nariz sem medicamentos e de forma natural, existem algumas opções. O otorrinolaringologista do IPO, doutor Paulo Mendes Junior, explica que com movimentos na face é possível aliviar momentaneamente os sintomas.

“Coloque um dedo entre os supercílios, desça até o meio do nariz e faça movimentos de fora para dentro, respirando profundamente. Outra dica e colocar os dedos na asa do nariz, região na bochecha ao lado das narinas, pressionando com os polegares e respirando ao mesmo tempo”, detalha Mendes Junior. Os movimentos ampliam a respiração e contribuem para acabar com o mal estar, diminuindo a vascularização. 



Dezembro Laranja fala do autocuidado para prevenir o câncer de pele

A campanha Dezembro Laranja deste ano prega a prevenção
e o autocuidado como forma de reduzir a incidência de câncer de pele.
(Crédito: Pexels)
A Campanha 2024 reforça o cuidado com o próprio corpo. O Brasil tem 220 mil novos casos de câncer de pele ao ano, o que representa 33% de todos os diagnósticos de câncer


O Dezembro Laranja, campanha nacional de conscientização sobre o câncer de pele, tem como mote em 2024 o autocuidado, reforçando a importância de identificar precocemente alterações na pele. Ele é o mais comum no Brasil, com mais de 220 mil novos casos anuais previstos pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o triênio 2023-2025. Apesar disso, quando detectado precocemente, tem altas taxas de cura, o que torna essencial o acompanhamento médico e a adoção de hábitos preventivos. Ou seja, o autocuidado que reforça a campanha deste ano. 

De acordo com a dermatologista Carolina Labigalini Sampaio, do Eco Medical Center, o autocuidado vai além do uso de protetor solar e inclui o uso de chapéus, roupas com proteção UV (em especial na praia ou piscina) e a observação regular da pele em busca de manchas ou pintas suspeitas. 

“A pele saudável é hidratada, uniforme e sem sinais como descamação, ressecamento, ardência ou danos solares. Para protegê-la, o filtro solar deve ser usado adequadamente, aplicando-se uma camada generosa - o equivalente a três dedos para rosto e pescoço - e reaplicado a cada duas horas, principalmente quando há exposição ao sol, sempre com FPS acima de 30”, explica a médica. Para pessoas com manchas na pele, é indicado o uso de filtro solar com cor, em fatores de proteção mais altos, que promove uma camada de proteção extra à pele. 

Carolina também alerta para os riscos do bronzeamento: “Não existe bronzeamento saudável. Ele traz danos ao DNA das células da pele, aumentando o risco de câncer, especialmente o melanoma, o tipo mais letal”. Ela reforça que o mesmo vale para o bronzeamento artificial, em câmaras de luz, que está proibido no Brasil pela Anvisa. E que a única forma de deixar a pele bronzeada com segurança é o uso de autobronzeadores. 

Outro alerta da dermatologista é para os “torrões” que muita gente toma no sol, inclusive na infância. Essas áreas afetadas pela queimadura excessiva de sol tornam maior o risco de ter câncer de pele. Mesmo que a pele se recupere da queimadura e volte ao normal, o risco permanece para toda a vida.

 

Descobri o câncer de pele. E agora?

O oncologista Pablo Zanatta, da Eco Oncologia, reforça que o diagnóstico precoce é a chave para o sucesso no tratamento. Mas para isso, é preciso o autocuidado que prega a campanha Dezembro Laranja deste ano. Geralmente quem descobre o tumor é o dermatologista ou cirurgião oncológico, para onde o paciente vai quando desconfia de uma mancha na pele. Em seguida, é preciso entender qual é o tipo de câncer, para que o médico determine qual será a abordagem. 

“A maioria dos cânceres de pele é tratada com cirurgia, onde é feita a ressecção do tumor, sempre com margens livres (retirada de uma margem de segurança ao redor), para reduzir o risco de recorrência. Em casos específicos, pode ser necessário complementar com radioterapia ou imunoterapia. Embora os não-melanomas sejam menos agressivos, ainda podem causar metástases (espalhar células tumorais em outras partes do corpo). Já os melanomas têm um risco mais elevado e exigem cuidado intensivo”, explica. 

Ele destaca que a exposição solar é o principal fator de risco, mas fatores genéticos e alguns tipos de pele (principalmente as mais claras) também são fatores relevantes.

 

Sinais de alerta e prevenção

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) orienta que manchas ou lesões que não cicatrizam, pintas assimétricas ou com bordas irregulares e lesões que mudam de cor ou tamanho devem ser avaliadas por um dermatologista. Além disso, o autocuidado passa por medidas diárias como o uso de protetor solar FPS 30 ou superior, chapéus, e óculos com proteção UV, mesmo em dias nublados. 

Somente a consciência para o autocuidado e prevenção pode ajudar a reduzir a triste previsão, publicada num artigo científico na revista Jama, que projeta um aumento de 77% nos novos casos e 90% mais mortes por câncer no mundo até 2050. E são dados que deverão ser três vezes maiores em países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo. Entre os tipos de tumor que mais matam estão, em ordem: câncer de mama (13,3% dos pacientes no mundo), próstata, colorretal, pulmão e pele não melanoma.




Eco Medical Center
Para saber mais, acesse o site


Refluxo é um mal simples, mas que atinge 20% dos brasileiros

Mauro Jácome, cirurgião geral e médico especialista em endoscopia, explica o que é, sintomas e como tratar a doença

 

O refluxo gastroesofágico é uma condição que atinge cerca de 20% da população brasileira, segundo estimativas da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). Essa doença, que pode ser muito mais do que um simples desconforto, ocorre quando o ácido estomacal retorna para o esôfago, provocando irritação e, em casos mais graves, complicações como úlceras e esofagite.

De acordo com o especialista em endoscopia e cirurgião geral Mauro Jácome, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é causada, em geral, por alterações na válvula que separa o esôfago do estômago. “Quando essa válvula perde a capacidade de funcionar corretamente, o conteúdo ácido do estômago pode refluir para o esôfago, causando queimação, regurgitação e até tosse crônica”, explica.
Além da clássica azia, a DRGE também pode se manifestar por meio de outros sintomas menos conhecidos, como dor torácica, rouquidão, dificuldade para engolir e até crises de asma. Esses desconfortos comprometem a qualidade de vida do paciente, interferindo no sono e nas atividades diárias.

Ainda que desconfortável, o refluxo tem tratamento. Esse cuidado geralmente começa com mudanças no estilo de vida e medicamentos, como os inibidores de bomba de prótons (IBPs), que reduzem a produção de ácido no estômago. No entanto, para pacientes que não respondem bem a esses medicamentos ou apresentam intolerância, a cirurgia tradicional, chamada fundoplicatura, pode ser indicada. Apesar de eficaz, esse procedimento é invasivo e exige um período de recuperação mais longo.


Uma alternativa moderna e menos agressiva para o tratamento da DRGE é o tratamento endoscópico para refluxo, que tem ganhado destaque entre especialistas, conhecido cientificamente como Transoral Incisionless Fundoplication (TIF). Esse procedimento é realizado a partir de um disposto, o EsophyX, e desenvolve uma técnica para fortalecer ou restaurar a função da válvula esofágica, proporcionando alívio dos sintomas e evitando o refluxo de ácido para o esôfago.

“Esse procedimento é minimamente invasivo, realizado por endoscopia, e apresenta menor risco de complicações quando comparado à cirurgia convencional. A alternativa também é eficaz para pacientes que acabaram se tornando dependentes de medicamentos anti-refluxo porque, ao libertar as pessoas dos sintomas, também alivia a busca por fármacos”, afirma Mauro Jácome.

Com menor tempo de recuperação e sem a necessidade de grandes incisões, o tratamento endoscópico é indicado principalmente para pacientes que não obtêm sucesso com medicamentos e buscam uma solução eficaz e menos invasiva. “É importante que o paciente procure um especialista para avaliar o quadro e discutir as opções de tratamento. O refluxo não tratado pode trazer complicações graves, mas hoje temos avanços significativos que oferecem segurança e qualidade de vida”, conclui Jácome.


O futuro das vacinas e imunoterapias no combate às doenças

Freepik
Novas tecnologias prometem transformar o tratamento de doenças crônicas e infecciosas

 

O desenvolvimento de vacinas e imunoterapias tem avançado de forma exponencial nos últimos anos, especialmente após a pandemia de COVID-19. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), na época da descoberta da doença, cerca de 200 vacinas contra a COVID-19 estavam em estudo, e mais de 90 chegaram à fase de experimentação em humanos, muitas delas utilizando novas tecnologias, como as vacinas de RNA mensageiro (RNAm). Esse progresso não só acelerou a capacidade de resposta global a novas ameaças, mas também abriu portas para inovações em tratamentos de doenças crônicas, como câncer e HIV, por meio da imunoterapia. 

Uma das áreas mais promissoras no futuro das vacinas é a utilização de plataformas de RNAm. Essa tecnologia, que ganhou notoriedade com as vacinas contra a COVID-19, oferece uma maneira rápida e eficiente de desenvolver imunizações, permitindo respostas ágeis a surtos e pandemias futuras. O princípio básico é que o mRNA transporta instruções genéticas para as células do corpo, possibilitando a produção de proteínas específicas que ativam o sistema imunológico. O potencial dessa abordagem vai além de doenças infecciosas, podendo ser aplicada também no combate a doenças autoimunes e cânceres. 

No campo da imunoterapia, destaca-se a terapia CAR-T (Chimeric Antigen Receptor ou receptor quimérico de antígeno com modificação genética de células T), que pode oferecer tratamentos personalizados para cânceres. “As células CAR-T são capazes de identificar e atacar as células cancerígenas, pois são ‘programadas’ para isso. Ao contrário da quimioterapia, que ataca tanto células saudáveis quanto tumorais, a terapia CAR-T é mais específica”, explica Roberta Rocha, professora do curso de Farmácia do Centro Universitário Newton Paiva Wyden. Além disso, pesquisadores estudam a aplicação da terapia CAR-T para tratar doenças autoimunes e reduzir o risco de rejeição de órgãos em transplantes. 

Outro avanço promissor no campo das vacinas é o desenvolvimento de vacinas terapêuticas, que estimulam o próprio organismo a combater a doença. Diferentemente das vacinas profiláticas, que previnem doenças, as vacinas terapêuticas têm como objetivo tratar condições já estabelecidas, como infecções crônicas (HIV, hepatite) ou câncer. Por exemplo, vacinas terapêuticas contra o HIV estão sendo estudadas para ajudar o corpo a controlar o vírus de maneira mais eficaz, possibilitando tratamentos mais personalizados e menos dependentes de medicamentos contínuos. "O Instituto Butantan desenvolve novas vacinas terapêuticas contra tuberculose e HPV, e a imunoterapia para o tratamento do câncer é, atualmente, a terapia mais promissora, tendo em vista sua seletividade, potencial curativo e baixa toxicidade", acrescenta a especialista. 

Além disso, os avanços na biotecnologia também estão permitindo a personalização de vacinas e imunoterapias. Com a análise de dados genéticos e moleculares, os cientistas podem desenvolver tratamentos específicos para o perfil imunológico de cada indivíduo, aumentando a eficácia e reduzindo os efeitos colaterais. Essa abordagem personalizada já está sendo aplicada em algumas imunoterapias contra o câncer e tem o potencial de transformar o tratamento de diversas outras doenças. Contudo, o futuro das vacinas e imunoterapias também enfrenta desafios. Um dos maiores obstáculos é o custo, já que o desenvolvimento e a produção de tratamentos imunológicos avançados podem ser extremamente caros, dificultando o acesso de populações de baixa renda. 

Outro desafio é a desinformação em relação às vacinas e imunoterapias. Apesar dos impactos positivos das vacinas, a disseminação de informações incorretas e a resistência de parte da população à vacinação podem comprometer a implementação de novas tecnologias. Combater a desinformação será essencial para o sucesso dessas inovações no futuro. “O futuro das vacinas e imunoterapias será moldado pela colaboração global. Parcerias entre governos, indústrias farmacêuticas e instituições de pesquisa serão fundamentais para acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias e garantir que essas inovações sejam disponibilizadas de forma equitativa em todo o mundo”, conclui Roberta. A pandemia de COVID-19 mostrou que uma resposta rápida e coordenada pode salvar milhões de vidas, e essa lição será crucial para enfrentar os desafios futuros no campo da saúde global.

 

Centro Universitário Newton Paiva Wyden

 

Seconci-SP: protetor solar é essencial para prevenir o câncer de pele

Dermatologista também destaca a importância do diagnóstico precoce

 

O uso diário do protetor solar com fator de proteção a partir de 30, que protege de 95% da radiação do sol, é a melhor forma de prevenção do câncer de pele. A recomendação é da dra. Marli Izabel Penteado Manini, dermatologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), por ocasião da campanha Dezembro Laranja, de conscientização sobre aquela doença e da importância de seu diagnóstico precoce.

Segundo a dra. Marli, “as pessoas loiras, de olhos claros, pele bem clara e aquelas que sofreram muitas queimaduras provocadas pelos raios solares ao longo da vida são as mais suscetíveis ao câncer de pele. Embora menos frequente, a doença atinge também as pessoas de pele negra, portanto todos devem usar protetor solar”.

A dra. Marli ressalta que também é importante a pessoa se observar. “É fundamental verificar se há manchas e pintas assimétricas na pele e com contorno irregular, pintas muito escuras ou com várias cores, aquelas maiores que meio centímetro; que provocam coceira e sangramento; e as que tenham surgido e crescido rapidamente ou já existiam, mas mudaram de característica”, diz a médica.

Mesmo no caso do melanoma, a forma mais agressiva deste câncer, se for diagnosticado precocemente, as chances de cura são superiores a 90%. “Portanto, fique atento aos sinais de alerta e procure o médico o quanto antes, para um diagnóstico preciso”, recomenda.


O que é

O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e que se dispõem formando camadas. São três os tipos mais comuns dessa doença, divididos de acordo com as camadas afetadas da pele.

“O carcinoma basocelular é o mais prevalente e surge nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme, que forma a parte superior da pele. Ele tem baixa letalidade e é curável, se for diagnosticado precocemente. O segundo tipo é o carcinoma espinocelular, que também tem cura e se manifesta nas células escamosas, que formam a maior parte das camadas superiores da pele”, explica a dermatologista.

“Já o melanoma é o menos comum, porém mais grave e acarreta maior índice de mortalidade. Ele ocorre nos melanócitos, as células produtoras de melanina. Se não for detectado no início, pode provocar metástase, espalhando-se para outros órgãos, como gânglios linfáticos, pulmão, fígado, cérebro e ossos”, afirma a dra. Marli. 

O câncer de pele não-melanoma ocupa o primeiro lugar entre os tipos de câncer, representando 34% de todos os diagnósticos dessa patologia no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Anualmente, são registrados cerca de 230 mil novos casos. Destes, 221 mil são carcinomas basocelulares e espinocelulares, os menos letais, e 8,9 mil são de melanoma, o mais agressivo.


Nas obras

Para os trabalhadores da construção civil que se expõem ao sol por longos períodos e nos horários mais críticos, entre 10 e 16 horas, as recomendações da especialista são: reaplicar o protetor solar a cada duas horas e dar preferência a roupas que cubram os braços.

O fornecimento de protetor solar é obrigatório, de acordo com as Convenções Coletivas de Trabalho firmadas na construção civil, no Estado de São Paulo, e o desafio é motivar os trabalhadores ao seu correto uso.

 

Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul esclarece relação entre otite e atividades aquáticas em criança

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Especialista da SPRS explica que a otite média não é causada pelo contato com a água de piscina, mas alerta para os riscos da otite externa

 

Com a chegada do verão, muitas crianças passam a frequentar piscinas e praias, e é comum que alguns pais se preocupem com possíveis infecções de ouvido. A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) esclarece que a otite média — uma infecção que ocorre na parte interna do ouvido e é uma das mais comuns na infância — não está relacionada ao contato com a água. No entanto, os pais devem ficar atentos à otite externa, uma infecção que afeta a pele do canal do ouvido e pode ser provocada pela exposição prolongada à umidade. 

O otorrinolaringologista pediátrico, Dr. José Faibes Lubianca Neto, da SPRS, explica que, enquanto a otite média ocorre devido a fatores como resfriados e infecções respiratórias, a otite externa pode estar associada ao acúmulo de umidade no canal do ouvido. 

“A otite média, que é uma infecção interna, não é causada pela água. Já a otite externa, que afeta a pele do canal auditivo, pode ocorrer em crianças que ficam muito tempo expostas à água. Essa infecção geralmente causa dor e, em alguns casos, secreção”, explica o Dr. Lubianca Neto. 

O pediatra reforça que, embora a otite externa não afete a audição de forma permanente, ela pode ser dolorosa e incômoda. Para prevenir, ele recomenda que os pais incentivem o uso de protetores de ouvido adequados para as predispostas e evitem que as crianças fiquem com o canal auditivo úmido por longos períodos. 

“Secar o canal auditivo após o banho ou o mergulho ajuda a evitar a otite externa, especialmente em crianças que gostam de passar bastante tempo na água”, conclui.

 


Marcelo Matusiak

 

Melatonina para bebês: a opinião de um neurocientista

O uso de melatonina para ajudar bebês a dormir tem ganhado popularidade entre pais que enfrentam noites mal dormidas. No entanto, a prática exige cautela e análise criteriosa, segundo o neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela, diretor do CPAH - Centro de Pesquisa e Análises Heráclito, e membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos. Ele alerta que a decisão de suplementar melatonina deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa da individualidade do bebê, levando em conta não apenas o sono noturno, mas também o comportamento durante o dia.


Entender o bebê é o primeiro passo

Antes de optar pela suplementação, é essencial observar como a criança se comporta. Bebês que dormem mal podem apresentar sinais claros de privação de sono, como irritabilidade constante, dificuldades de concentração ou apatia durante o dia. Nesses casos, a suplementação pode ser considerada, mas apenas sob orientação médica.

Por outro lado, nem todas as crianças que dormem pouco precisam de intervenção. Alguns bebês têm padrões de sono naturalmente mais espaçados, e isso pode estar relacionado ao seu perfil neuropsicológico.

"Alguns bebês, especialmente aqueles com sinais de altas capacidades intelectuais, como superdotação, podem ser mais acelerados, demandando menos horas de sono. Esse comportamento, embora desafiador para os pais, não necessariamente prejudica o desenvolvimento, sendo uma característica natural e transitória," explica o Dr. Fabiano.


Os riscos da suplementação sem análise adequada

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal, essencial para regular o ciclo circadiano. Em bebês, a produção desse hormônio ainda está em desenvolvimento, e a introdução de suplementos pode interferir nesse processo natural.

"Suplementar melatonina sem necessidade pode alterar o desenvolvimento do sistema hormonal da criança, comprometendo a capacidade do corpo de regular o sono de forma autônoma no futuro," alerta o neurocientista.

Entre os riscos associados ao uso inadequado de melatonina em bebês estão:

  • Desregulação do ciclo natural do sono: O uso excessivo pode levar à dependência do suplemento para dormir.
  • Alterações hormonais: A suplementação precoce pode impactar o equilíbrio hormonal a longo prazo.
  • Efeitos colaterais indesejados: Incluem sonolência excessiva durante o dia, dores de cabeça e alterações gastrointestinais.


Atenção aos exageros

Para o Dr. Fabiano, o maior erro está em apressar intervenções sem compreender as particularidades do bebê.

"Cada criança tem seu ritmo de desenvolvimento. Nem sempre o sono irregular é um problema, e encher os bebês de suplementos pode causar mais danos do que benefícios. Antes de qualquer decisão, é essencial consultar um pediatra ou especialista que possa orientar com base em evidências e no histórico da criança," conclui.

O sono dos bebês é um processo natural e, muitas vezes, desafiador para os pais. No entanto, entender as necessidades e comportamentos de cada criança é o primeiro passo antes de buscar soluções externas. A melatonina pode ser uma ferramenta válida em casos específicos, mas sempre deve ser utilizada com critério e acompanhamento médico para evitar riscos desnecessários ao desenvolvimento infantil.

 

Frutas na Dieta: Mito ou Verdade Que a Frutose Engorda e Deve Ser Evitada?

Comer ou não comer frutas na dieta? Esse dilema virou um dos maiores debates no mundo da nutrição. Será que a frutose, o açúcar natural das frutas, é mesmo perigosa? Ou estamos deixando de lado um dos alimentos mais ricos e essenciais para a saúde humana?



Quando falamos de frutas, muitas vezes imaginamos um alimento leve, saudável e refrescante. No entanto, nos últimos anos, elas foram colocadas sob os holofotes de dietas restritivas, sendo acusadas de atrapalhar o emagrecimento e até prejudicar a saúde. O motivo? A presença de frutose, o açúcar natural presente nesses alimentos. 

Mas será que essa preocupação faz sentido? Com base na ciência, a nutricionista Vivian Sanches desmistifica os mitos e explica por que as frutas merecem (ou não) espaço no seu prato, mesmo se o objetivo for emagrecer.
 

O que é a frutose e por que ela gera tanta polêmica?

A frutose é um tipo de açúcar simples encontrado naturalmente em frutas, mel e algumas hortaliças. Ela é frequentemente associada ao açúcar de mesa (sacarose) e ao xarope de milho de alta frutose, usado em alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, bolachas e molhos industrializados. Esses produtos, ricos em frutose adicionada, têm sido relacionados ao aumento da obesidade, diabetes tipo 2 e doenças hepáticas. 

Porém, é fundamental separar a frutose natural da frutose processada. A frutose encontrada nas frutas vem acompanhada de fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes — um pacote completo que beneficia o corpo de várias maneiras. Já a frutose adicionada nos alimentos ultraprocessados é consumida em grandes quantidades e sem o equilíbrio natural dos nutrientes, o que pode sobrecarregar o fígado e contribuir para problemas metabólicos.
 

Frutose natural x frutose processada: o contexto importa

A chave para entender o impacto da frutose está no contexto alimentar. Enquanto consumir frutose isolada, como a encontrada em refrigerantes, pode levar a efeitos adversos, o consumo de frutas inteiras não apresenta os mesmos riscos.

  • Fibras são o diferencial:
    “As frutas são ricas em fibras, que retardam a absorção do açúcar no sangue, prevenindo picos glicêmicos e ajudando no controle da fome. Isso significa que, ao comer uma fruta, o corpo processa a frutose de forma lenta e equilibrada, diferentemente de uma lata de refrigerante.”. Comenta Vivian Sanches.
     
  • Quantidade é crucial:
    A frutose em excesso é prejudicial, mas é praticamente impossível atingir níveis perigosos apenas consumindo frutas. Para se ter uma ideia, um refrigerante de 350 ml contém cerca de 40 g de frutose, enquanto uma maçã média tem cerca de 10 g. O risco está nos exageros de alimentos ultraprocessados, não nas porções de frutas.
     

As frutas engordam? O que a ciência diz?

Uma das maiores preocupações em relação às frutas é o impacto delas no peso. É verdade que elas contêm calorias provenientes do açúcar natural, mas atribuir o ganho de peso apenas ao consumo de frutas é simplista e impreciso. Estudos recentes apontam:
 

1. Frutas ajudam no emagrecimento:
Um estudo publicado no Journal of Nutrition mostrou que o consumo regular de frutas está associado a um menor índice de massa corporal (IMC). Isso porque as fibras e a água presentes nas frutas aumentam a sensação de saciedade, ajudando a controlar a fome.
 

2. Frutas e metabolismo saudável:
Uma revisão no British Medical Journal concluiu que a inclusão de frutas na dieta melhora o controle glicêmico e reduz o risco de obesidade, especialmente em comparação com dietas que restringem seu consumo.
 

3. Calorias naturais, não vazias:
As frutas fornecem energia de alta qualidade, repleta de nutrientes que favorecem o metabolismo, a imunidade e até o humor. Ao contrário de alimentos ultraprocessados, as calorias das frutas não são "vazias".
 

Quem deve ter cuidado com as frutas?

Embora as frutas sejam benéficas para a maioria das pessoas, existem algumas exceções:

  • Diabetes mal controlado:
    Pessoas com diabetes descompensado devem moderar o consumo de frutas de alto índice glicêmico, como banana madura, manga e uva, dando preferência a frutas com menor impacto glicêmico, como maçã, pera e morango. Ainda assim, o acompanhamento médico é indispensável.
     
  • Dietas muito restritivas em carboidratos:
    Em protocolos como a dieta cetogênica, onde a ingestão de carboidratos é extremamente limitada, as frutas podem ser consumidas com moderação, mas não devem ser eliminadas sem orientação profissional.
     

Benefícios das frutas que você não deve ignorar

Eliminar frutas da dieta significa abrir mão de uma série de benefícios únicos:

  • Riqueza em antioxidantes:
    Compostos como flavonoides, carotenoides e polifenóis combatem os radicais livres, prevenindo o envelhecimento precoce e doenças crônicas.
     
  • Saúde digestiva:
    As fibras das frutas promovem um intestino saudável, melhorando a absorção de nutrientes e reduzindo inflamações.
     
  • Apoio ao sistema imunológico:
    Frutas cítricas, como laranja e limão, são fontes potentes de vitamina C, essencial para a imunidade.
     
  • Bem-estar mental:
    Frutas como banana e abacate contêm nutrientes que favorecem a produção de serotonina, contribuindo para o equilíbrio emocional.
     

Cortar frutas da dieta com medo da frutose é como jogar fora um presente valioso por causa do embrulho. Quando consumidas inteiras e com moderação, as frutas não só são seguras, mas essenciais para uma alimentação equilibrada. Elas fornecem energia, saciedade e uma gama de nutrientes que dificilmente podem ser substituídos por outros alimentos. 

A nutricionista Vivian Sanches conclui afirmando que em vez de temer a frutose, é mais sensato focar na qualidade geral da dieta. Evitar alimentos ultraprocessados, equilibrar as porções e dar espaço para a variedade alimentar são os verdadeiros segredos para uma relação saudável com a comida. 

Na próxima vez que você pensar em cortar frutas por medo de engordar, lembre-se: a natureza sabe o que faz, e as frutas, em sua forma natural, são um presente que merece estar no seu prato.


Nutricionista Vivian Sanches - CRN 3 30-798


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