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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Como a digitalização estimula a inovação de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos


Os setores de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos estão saindo de um período de obstáculos e reviravoltas sem precedentes. Os desafios da cadeia de suprimentos e a crescente complexidade impactaram o setor em um momento em que a velocidade e a agilidade se tornaram essenciais na entrega de novas terapias, dispositivos e medicamentos. Enquanto isso, o gerenciamento de riscos e a proteção da segurança e privacidade do paciente permanecem primordiais, apesar dos prazos mais curtos. 

No entanto, essa mudança desencadeou uma onda de inovação e criatividade no projeto e na produção de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos. A adição de elementos digitais, da eletrônica e de software no setor de ciências biológicas impulsionou a criação de dispositivos médicos mais inteligentes e baratos e acelerou o desenvolvimento de novos medicamentos. A digitalização contínua na entrega de cuidados médicos também está estabelecendo as bases para uma mudança na forma como o atendimento é prestado, onde o lar se torna o novo hospital.

A crescente integração de tecnologias digitais na prestação de cuidados  médicos
 desencadeou uma onda de inovação em dispositivos médicos e produtos farmacêuticos.
Imagem: Siemens/Unlimited Tomorrow.

 

Tendências de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos na era pós-pandêmica 

A pandemia destacou o risco inerente significativo associado a cadeias de suprimentos altamente globais, que se tornaram a norma em todos os setores, como também priorizou a redução dos ciclos de desenvolvimento que já estavam mais curtos. As interrupções na produção de semicondutores prejudicaram a produção de vários dispositivos, veículos e equipamentos, causando impacto em quase todos os setores à medida que a computação e a eletrônica se aproximam da ubiquidade. 

Enquanto isso, o rápido desenvolvimento dos testes de diagnóstico e vacinas da COVID mostrou ao setor que prazos menores podem ser viáveis na estrutura regulatória atual, forçando os fabricantes de dispositivos e as empresas farmacêuticas a buscar melhores formas de gerenciar as complexidades do desenvolvimento de medicamentos e dispositivos para minimizar os ciclos de desenvolvimento.


  • Transferindo o atendimento do hospital para casa

Os métodos de prestação de cuidados também passaram por algumas reviravoltas nos últimos anos. Os leitos hospitalares estão com alta demanda, pois muitas populações estão envelhecendo e exigindo mais cuidados. Com espaço limitado e custos crescentes em ambientes hospitalares e clínicos tradicionais, a capacidade de fornecer atendimento de alta qualidade remotamente e dar suporte aos pacientes fora dos limites do hospital está se tornando fundamental.

A digitalização em dispositivos médicos está contribuindo para uma
 mudança  na forma como  o atendimento é prestado, tornando-o mais
 acessível fora dos ambientes clínicos tradicionais.
Imagem: Nomad/Getty Images.

Isso requer dispositivos médicos cada vez mais inteligentes, robustos e seguros que possam ser distribuídos aos pacientes para uso em suas casas ou em trânsito. Para os fabricantes de dispositivos, o resultado é uma complexidade maior no projeto, engenharia e liberação regulatória de novos dispositivos para garantir a segurança, eficácia e uso fácil por parte dos usuários não treinados. Por exemplo, monitores de glicose inteligentes estão disponíveis agora e podem ser usados no corpo ou implantados, ajudando os pacientes com diabetes a controlar sua condição com mais facilidade e reduzir o atendimento clínico de episódios de emergência. O dispositivo inteligente monitora continuamente os níveis de glicose no sangue, exibindo essas informações para o paciente usar no controle do açúcar no sangue e em suas respostas à dieta, exercícios, estresse e outros fatores.


A era do atendimento definido por software 

O software é uma peça cada vez mais central na entrega de terapias modernas, e isso só aumentará no futuro. O software está em toda parte nas ciências biológicas e na saúde. Ele é usado no projeto, produção, operações, entrega e gerenciamento de dispositivos e medicamentos. A integração do software em uma infinidade de processos permitiu avanços notáveis na tecnologia da medicina, auxiliando no diagnóstico e tratamento de doenças, no gerenciamento de condições crônicas e na organização e segurança dos dados do paciente. No entanto, a crescente aplicação e digitalização no espaço médico envolve alguns desafios. 

Todos esses softwares, incluindo suas atualizações, tanto aqueles usados pelo médico quanto pelo paciente, devem passar por uma rigorosa certificação e avaliação de risco para garantir a segurança e eficácia do paciente. Além disso, os dispositivos médicos inteligentes, o software como um dispositivo médico e até mesmo os dispositivos de bem-estar, como o relógio inteligente, todos produzem ou gerenciam dados altamente confidenciais do paciente. Portanto, os fabricantes devem adotar protocolos rigorosos de segurança de dados e gerenciamento de risco com a mesma atenção e investimento que dedicam aos métodos tradicionais de inovação para produtos e terapias médicas.
 

  • A digitalização promove melhoria e inovação

A digitalização e os gêmeos digitais estão sendo adotados pela indústria médica devido à sua capacidade de melhorar os processos subjacentes de engenharia, projeto e gerenciamento de dados. Isso é particularmente importante, pois os dispositivos estão cada vez mais complexos, inteligentes e definidos por software. Os dispositivos médicos são um exemplo especialmente adequado para o avanço da digitalização de projeto, engenharia, testes e produção, pois muitos são produtos de fabricação discreta, criados da mesma forma que carros e smartphones — outros dois exemplos de setores que são considerados líderes em digitalização. 

O gêmeo digital abrangente de um novo dispositivo médico permite que os engenheiros simulem e prevejam múltiplos aspectos do desempenho do dispositivo, como aquecimento ou consumo de energia, para garantir confiabilidade e segurança. Da mesma forma, a digitalização é um benefício para o desenvolvimento de robótica cirúrgica que é altamente precisa e robusta, permitindo que os cirurgiões realizem tarefas delicadas com confiança.

A digitalização aprimora os processos de desenvolvimento de
 terapias avançadas, medicamentos e dispositivos médicos.
Imagem: Siemens

Devido as potenciais vantagens que os gêmeos digitais podem oferecer, a digitalização é a principal prioridade das empresas farmacêuticas e de dispositivos médicos. No entanto, a necessidade de segurança e minimização de riscos e os altos padrões regulatórios que os novos dispositivos e medicamentos devem seguir impediram esses setores de adotar a digitalização no mesmo prazo que outros, como os setores automotivo e de aparelhos eletrônicos. Para os fabricantes de dispositivos médicos e medicamentos, os benefícios potenciais de uma nova tecnologia ou metodologia devem ser suficientemente avaliados e comprovados para substituir um processo legado devido à importância de preservar a qualidade do produto e a segurança do paciente. 

Então, olhando para o futuro, como engenheiros e projetistas podem esperar que a digitalização e o gêmeo digital avancem nas indústrias farmacêuticas e de dispositivos médicos para aumentar a adoção?


  • A evolução da digitalização na entrega de novas terapias

Em geral, o investimento contínuo na digitalização trará novas oportunidades para a aplicação do gêmeo digital, automação, inteligência artificial (IA) e o metaverso industrial com relação ao desenvolvimento de dispositivos médicos, implantes e produtos farmacêuticos. A aplicação dessas tecnologias será crucial para aumentar a produtividade dos sistemas de saúde e melhorar a prestação de cuidados remotamente. À medida que o espaço nos hospitais se torna cada vez mais limitado, principalmente para as populações que envelhecem, será vital a capacidade de fornecer cuidados eficazes, seja no hospital ou em casa. 

A indústria farmacêutica já utiliza a IA para analisar o desempenho dos medicamentos para entender melhor como o corpo absorve os diferentes medicamentos. Para obter a aprovação regulatória, um novo produto farmacêutico passa por várias etapas de testes em ambientes laboratoriais e clínicos. Esses ensaios geralmente produzem grandes conjuntos de dados sobre a eficácia do medicamento, efeitos colaterais, riscos e dados do paciente. A IA está sendo usada para examinar conjuntos de dados extremamente grandes, analisando biomarcadores para caracterizar as interações complexas entre anatomia individual, genética e a química do medicamento que está sendo administrado. Ao considerar os resultados de vários estudos envolvendo vários medicamentos, biólogos e médicos podem usar o poder da IA para descobrir interações que podem não ser óbvias em estudos individuais, resultando em medicamentos mais seguros e eficazes.

A digitalização contínua, incluindo inteligência artificial e o metaverso
  industrial, pode levar a cuidados ainda mais eficazes e individualizados.
(Imagem: Getty Images/iStockphoto

Considerando um futuro ainda mais à frente, o metaverso industrial pode ser aplicado à prestação de atendimentos para reduzir o tempo que os pacientes passam em unidades de saúde e custos e melhorar o diagnóstico de condições. Uma consulta médica típica pode se transformar em uma consulta remota na qual o médico pode examinar um gêmeo digital de alguma parte da anatomia do paciente, ajudando tanto o médico quanto o paciente a entender melhor a doença específica do paciente e as opções de tratamento. 

Além disso, o trabalho que está sendo realizado com IA e desenvolvimento farmacêutico pode permitir que os médicos personalizem um medicamento ou terapia para a anatomia, genética e condição do paciente, aumentando os benefícios à saúde e reduzindo os efeitos colaterais. Consultas de rotina também podem ser mais eficazes para detectar condições precocemente, evitando internações hospitalares longas e caras e melhorando os resultados para os pacientes.


Um futuro digital para os dispositivos médicos e produtos farmacêuticos
 

À medida que os fabricantes de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos saem de um período de transformação e desafios, eles enfrentam um futuro de complexidade, velocidade e inovação crescentes. Eles estão gerenciando o desenvolvimento de dispositivos mais inteligentes, cada vez mais complexos e mais fáceis de usar. Isso coloca uma pressão adicional nos métodos tradicionais de projeto e engenharia. Enquanto isso, aumenta a necessidade de acelerar a inovação de dispositivos e produtos farmacêuticos, levando os fabricantes a buscar melhorias no processo que podem encurtar os ciclos de desenvolvimento, preservando a segurança, a eficácia e a proteção de dados. 

A digitalização e o gêmeo digital são relativamente novos nas indústrias de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos. No entanto, com um compromisso com a digitalização e a aplicação de tecnologias poderosas como o gêmeo digital, a IA e o metaverso industrial, os fabricantes de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos podem construir uma base para capacidades transformadoras que permitirão desenvolver novas gerações de dispositivos e medicamentos terapêuticos. Essas terapias avançadas vão contribuir para um sistema de atendimento mais produtivo, acessível e eficaz.



Dale Tutt - vice-presidente de estratégias da indústria da Siemens Digital Industries Software. Dale lidera uma equipe de especialistas para desenvolver e executar estratégias de marketing e de produtos específicos do setor em colaboração com as equipes globais de desenvolvimento de produtos, vendas e negócios. Com mais de cinco anos de experiência nesta função, além de ampla experiência na indústria aeroespacial e de defesa, Dale conhece bem os desafios e as oportunidades que as empresas enfrentam ao iniciarem suas jornadas de transformação digital. Conecte-se com Dale no LinkedIn.


Jim Thompson - diretor sênior de estratégia digital para os setores de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos da Siemens Digital Industries Software. Jim tem três décadas de experiência em gerenciamento do ciclo de vida do produto e desenvolvimento de soluções. Sua função atual se concentra gerenciamento de estratégias e soluções para os setores de dispositivos médicos e produtos farmacêuticos. Conecte-se com Jim no LinkedIn.


Comida industrializada pode ser saudável?

Na semana em que se comemora o Dia do Nutricionista, a Air Products relembra que há hoje soluções para conservação de alimentos benéficas ao organismo

 

Segundo dados da YouGoV, a porcentagem de brasileiros que dizem não ter tempo para preparar seus alimentos aumentou de 27%, em 2021, para 31%, no ano passado. Este aumento, implica indiretamente em um maior consumo de opções de fácil preparo. Contudo, é preciso desmistificar a “comida industrializada”, uma vez que praticidade na cozinha não necessariamente significa prejuízo para a saúde.

Muitas indústrias do setor alimentício têm utilizado métodos mais modernos para conservação e manutenção do valor nutricional de seus produtos. Uma das soluções mais presentes é a tecnologia de Embalagem com Atmosfera Modificada (MAP/EAM) da empresa em gases industriais, Air Products.


Como funciona a Atmosfera Modificada (MAP)?

De acordo com Rafael Sarkozi, Engenheiro de Aplicações e Desenvolvimento da Air Products, a embalagem MAP surgiu como alternativa eficaz para estender a vida útil dos alimentos, preservando suas propriedades nutricionais, além de eliminar a necessidade de conservantes artificiais. 

“A tecnologia MAP substitui o ar presente dentro das embalagens por uma mistura de gases, geralmente dióxido de carbono (CO) e nitrogênio (N). Este processo mantém o valor nutricional e garante a frescor de produtos como laticínios, saladas, carnes e muitos outros alimentos”, aponta.

Segundo Sarkozi, além de manter uma boa aparência dos alimentos, mantém suas propriedades nutricionais por mais tempo. “Aqui na Air Products, fazemos inúmeros testes para encontrar a mistura de gases ideal para cada tipo de alimento, o que garante a melhor qualidade para a indústria e o consumidor.”


Outras soluções saudáveis

Uma das tecnologias mais recentes é o Aroma MAP, solução que combina a tecnologia MAP com a adição de aromas naturais. O método proporciona uma nova experiência sensorial aos consumidores, ao adicionar aromas totalmente naturais, como óleos essenciais, no fluxo de gás utilizado na embalagem. 

"O Aroma MAP permite aos fabricantes despertar os sentidos dos consumidores, criando uma associação positiva com os produtos. É possível personalizar os aromas para criar perfis sensoriais exclusivos e saudáveis que se destacam no mercado", destaca Sarkozi.

E a empresa ainda oferece diversas soluções para a conservação e melhoramento dos alimentos, como o congelamento criogênico, que utiliza nitrogênio líquido para preservar a textura, o sabor e as propriedades nutricionais de forma eficiente. Já o processo de resfriamento criogênico, outra tecnologia que ajuda a manter a qualidade dos produtos, reduz a necessidade de conservantes artificiais.


Odontologia Preventiva ganha espaço nas clínicas para evitar danos aos dentes

Pequenas mudanças nos hábitos diários podem melhorar a saúde bucal


A saúde dos dentes é um dos primeiros sinais de que o autocuidado está ficando em segundo plano, podendo gerar consequências em todo o corpo. Muitas vezes, pequenas omissões podem resultar em problemas dentais que comprometem a integridade bucal e até a autoestima. Porém, mudar este quadro é mais fácil do que parece à primeira vista. A adoção de uma rotina adequada de higiene dental e consultas regulares ao dentista são o pontapé inicial para manter os dentes saudáveis.

A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2024, revelou que 41,5% da população brasileira tinha cárie, com uma média de 2,2 dentes cariados por pessoa. A prevalência de cárie é especialmente grave entre os adolescentes de 12 a 15 anos, onde atinge 57,4%. O estudo aponta que a falta de cuidados diários contribuem para esse índice alarmante.

Os dados mostram a importância de uma área de atuação cada vez mais expressiva: a Odontologia Preventiva, campo que se dedica a evitar o surgimento de doenças bucais. Em vez de tratar problemas já instalados, a prevenção busca manter a saúde bucal em dia, através de cuidados regulares e hábitos saudáveis.

De acordo com o Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia, e membro da International Federation of Esthetic Dentistry (IFED), é indispensável entender os impactos dos hábitos diários na saúde bucal. “A prevenção começa com a conscientização. Escovar os dentes após as refeições e usar fio dental diariamente, além de escovas interdentais e raspagem da língua,  são práticas simples e que todos já conhecem, mas que muitas vezes são deixadas de lado. Além disso, hábitos pouco saudáveis, como o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, pode aumentar o risco de cáries e outros problemas bucais”, destaca o especialista.


Hábitos prejudiciais à saúde dental

A saúde bucal está intrinsecamente ligada ao bem estar geral do corpo. Quando os cuidados com os dentes são negligenciados, as bactérias presentes na boca podem se espalhar para outras regiões, causando diversos problemas. Doenças periodontais, como a gengivite e a periodontite, podem aumentar o risco de condições cardíacas, derrames, pneumonia e até mesmo parto prematuro em gestantes. Além disso, a má higiene bucal pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes, artrite reumatoide e algumas doenças autoimunes. 

O consumo frequente de alimentos ricos em carboidratos e açúcares é um dos principais vilões da saúde bucal. Esses produtos alimentam as bactérias presentes na boca, que produzem ácidos capazes de corroer o esmalte dos dentes. O Dr. José Todescan Júnior alerta sobre os riscos desse consumo excessivo para a saúde em geral. “Reduzir ou eliminar a ingestão de açúcar é um passo importante para prevenir cáries. Substituir esses alimentos por opções mais saudáveis, como frutas e vegetais, pode trazer benefícios de longo prazo”, relembra.


Práticas recomendadas para uma boa saúde bucal

Além de uma alimentação balanceada, a manutenção de uma rotina de higiene bucal adequada é fundamental. Dr. José Todescan Júnior enfatiza a importância do fio dental e das escovas interdentais, responsáveis por melhorar a saúde bucal em 35% e limpar 40% da superfície dos dentes. “O fio e as escovas interdentais são essenciais para desorganizar a placa bacteriana e remover restos de alimentos que a escova não alcança. Muitos sabem que devem usá-los, mas não se dão conta de que sua utilização diária pode prevenir cáries interdentais e doenças gengivais”, pontua.

Visitas regulares ao dentista são igualmente importantes. A orientação profissional permite a detecção precoce de problemas e a realização de procedimentos preventivos. “Consultas periódicas ao dentista ajudam a identificar e tratar problemas antes que se tornem mais graves. É recomendável fazer check-ups a cada seis meses. A saúde bucal é um reflexo dos nossos hábitos diários. Pequenas mudanças podem ajudar a garantir um sorriso bonito e saudável”, completa o especialista. 



José Todescan Júnior - Atuando com excelência na área de Odontologia há mais de 33 anos, José Todescan Júnior é especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia pela USP. Membro da IFED (International Federation Esthetic Dentistry) e da Associação Brasileira de Odontologia Estética e membro da ABOD (Associação Brasileira de Odontologia Digital), ele acredita que o profissional que se aperfeiçoa em diversas áreas pode escolher sempre o melhor para os pacientes.

Clínica Todescan
clinicatodescan.com.br
instagram.com/todescanjrodontologia


FGV EMAp lança uma nova ferramenta para desbravar o cenário de doenças hereditárias

Desenvolvida pelo PaccanaroLab - laboratório de Inteligência Artificial voltado para Saúde - a LanDis é uma plataforma web inovadora que permite aos usuários explorarem o "interactoma", a complexa rede de interações moleculares essenciais na compreensão das doenças

 

O PaccanaroLab, da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp), recém-lançou a LanDis: uma ferramenta inovadora, online e gratuita para o estudo das similaridades entre doenças hereditárias a nível molecular. O sistema permite à comunidade científica explorar o "interactoma", a complexa rede de interações moleculares essenciais na compreensão das enfermidades. O software vai beneficiar biólogos, centros de pesquisas e laboratórios farmacêuticos. 

A plataforma, pioneira, mapeia as distâncias entre os módulos de doenças de mais de 44 milhões de pares de doenças hereditárias, oferecendo uma visão abrangente e interativa das similaridades entre doenças. Ligada às bases de dados OMIM e UniProt, a LanDis abre caminhos para análises mais profundas, podendo revelar novas perspectivas sobre a etiologia das enfermidades. 

“A LanDis se destaca por sua capacidade de transformar um complexo conjunto de dados em uma interface gráfica acessível e intuitiva. Esta funcionalidade permite aos médicos, cientistas e outros profissionais da saúde explorar visualmente as relações entre diferentes doenças, facilitando enormemente a pesquisa e a prática médica”, explica Alberto Paccanaro, idealizador e coordenador do PaccanaroLab, Laboratório de Inteligência Artificial voltado para Saúde, que faz pesquisa de ponta de aprendizado de máquina, com foco na solução de problemas nas áreas de biologia molecular, medicina e farmacologia. 

Para o pesquisador Mateo Torres, que contribuiu para o desenvolvimento da ferramenta na FGV, “a LanDis permite aos pesquisadores navegarem visualmente pelas relações não óbvias entre as doenças e fornece publicações relevantes que tornam mais clara a semelhança entre as doenças. Isto é extremamente valioso ao explorar hipóteses sobre condições raras”. 

A ferramenta não é apenas um avanço para a pesquisa científica, mas também um recurso valioso para o diagnóstico médico. A LanDis é capaz de identificar doenças com características moleculares similares, mesmo em casos em que as informações genéticas são limitadas, baseando-se no texto contido nas publicações científicas relacionadas com as doenças. 

O sistema também promove a colaboração científica, integrando-se a outras bases de dados importantes. Esta funcionalidade amplia o potencial de descobertas, já que cada doença no mapa da LanDis está ligada a recursos relevantes no OMIM, UniProt e na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA. 

Como uma ferramenta de código aberto e livremente acessível, a LanDis é um marco importante na medicina de rede e na genômica. Disponível sem custos e sem necessidade de registro, democratiza o acesso a informações cruciais no estudo de doenças hereditárias e incentiva a inovação e pesquisa colaborativa em uma escala global. 

LanDis está disponível em Link e o artigo descrevendo o sistema foi publicado recentemente no European Journal of Human Genetics (Caniza, H., Cáceres, J.J., Torres, M. et al. LanDis: the disease landscape explorer. Eur J Hum Genet 32, 461–465 (2024). Link).

 

PaccanaroLab 

O PaccanaroLab desenvolve novos algoritmos de Inteligência Artificial nas áreas de biologia, medicina e farmacologia. Além do sistema de previsão dos genes causadores de doenças hereditárias, há outros projetos de pesquisa como o modelo para prever as frequências de efeitos colaterais de medicamentos, o primeiro já desenvolvido deste tipo; o algoritmo de previsão de que tipo de medicamento pode ser usado para determinados vírus, a partir da identificação das proteínas-alvo dom remédio; e uma ferramenta de predição da função das proteínas que é um dos melhores do mundo e atualmente é o melhor algoritmo para a predição da função das proteínas em bactérias. 

Paccanaro explica que a criação dos projetos surge a partir de uma pergunta de um biólogo. “O ponto de partida é sempre uma questão. Muitas vezes o biólogo não sabe como tirar do experimento a sua resposta, porque é preciso detectar padrões em grandes quantidades de dados que são muito ‘ruidosos’, e integrar diversos conjuntos de dados de fontes diferentes. Então, eu e minha equipe criamos um algoritmo para responder à pergunta utilizando os dados. Assim, desenvolvemos novos métodos de aprendizagem de máquina para responder perguntas em medicina, biologia e farmacologia”, explica o pesquisador da FGV EMAp, que pretende, até 2028, ser um centro de referência da ciência de dados na América Latina. 

Os projetos são financiados pela Fundação Getúlio Vargas, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o Medical Research Council (Reino Unido) e a National Science Foundation (EUA).

Saiba mais sobre os projetos no site do PaccanaroLab: Link .
  

Cardiologistas estão entre as especialidades mais demandadas na Saúde, que registra quase um terço das mortes no país ao ano

Estilo de vida, condições genéticas e hereditárias e a falta da especialidade em boa parte das cidades brasileiras, para tratamento preventivo e emergencial, contribuem para os índices.

 

Cerca de 400 mil pessoas morrem no Brasil por ano, vítimas de doenças cardiovasculares. Os dados, do Ministério da Saúde, indicam que é a causa mais comum dos óbitos no país, representando 30% das fatalidades. Entre estilo de vida, condições genéticas e hereditárias e a falta de acompanhamento de um cardiologista estão entre os motivos para o número elevado. Muitas dessas patologias não apresentam sintomas visíveis ou evidentes até que se tornem graves, e a falta de acesso a especialistas prejudica o diagnóstico precoce destas condições. 

“Existem diversas doenças silenciosas do coração, a hipertensão é uma delas, por exemplo, e quando o paciente apresenta algum sintoma, muitas vezes, ele já está em um quadro clínico de infarto, AVC, insuficiências”, afirma a cardiologista Lorraine Lorene. A médica dá atendimento especializado em hospitais de sete estados brasileiros via teleinterconsulta por meio da Doc4Doc, healthtech que conecta médicos para auxiliarem o corpo clínico em alguma especialidade médica. 

Lorene explica que o acompanhamento especializado é a melhor maneira de se evitar o agravamento dos casos. No entanto, 23% dos brasileiros nunca se consultaram com um especialista segundo levantamento da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, o que mostra que nem todas as pessoas acessam um médico da especialidade. 

Pouca informação e conscientização sobre essas condições são uns dos motivos. No entanto, nem sempre os pacientes conseguem recorrer ao cardiologista pela indisponibilidade desse profissional em boa parte do território brasileiro. 

A última contagem demográfica de especialistas em doenças coronarianas apontou uma discrepância entre a disponibilidade de cardiologistas espalhados pelo território nacional. Enquanto estados do Sul e Sudeste contam com uma média de 12 a 25 profissionais para cada mil habitantes, esse número reduz drasticamente nas regiões Norte e Nordeste, que possuem cerca de dois a três especialistas atuantes. 

Para levar a especialidade nessas regiões, a teleinterconsulta tem sido uma solução que vem crescendo no país. Com protocolos bem definidos e regras do Conselho Federal de Medicina que estabelecem as diretrizes para esses atendimentos, os diagnósticos chegam a tempo de oferecer tratamento para levar a desfechos mais positivos aos pacientes, além de garantir que os casos mais graves de alta complexidade numa emergência ou sala vermelha recebam o melhor atendimento para um bom prognóstico. 

“Certa vez atendi remotamente em Taiobeiras, município de Minas Gerais, um caso de arritmia que já estava a mais de 12h sem estabilização. Auxilei na avaliação, indiquei as medicações e conseguimos estabilizar o paciente. Ao analisar os exames, identificamos um flutter atrial, que basicamente são contrações irregulares do órgão resultando em palpitações, falta de ar e tontura. São sintomas que podem ser confundidos com outras patologias e dificilmente diagnosticados sem a ajuda de um especialista”, observou a cardiologista. 

O acompanhamento com especialistas permite um tratamento assertivo para cada caso. Ao conhecer as complexidades e ter acesso aos protocolos, constituídos por meio de uma medicina baseada em evidências, médicos especialistas são capazes de gerir de forma proativa os fatores de risco. Nas regiões onde não há esses profissionais disponíveis no corpo clínico do hospital, a teleinterconsulta vem sendo adotada para auxiliar plantonistas e generalistas a tomarem decisões mais acertadas para melhor recuperação. Além dos benefícios aos pacientes, a solução vem reduzindo em quase a totalidade das taxas de transferências para hospitais de grandes centros e reduzindo a sobrecarga e fila de espera dessas instituições.

 

Doc4Doc


Esclerose Múltipla: diagnóstico precoce transforma vidas

 

Crédito AtlasComposer para Envato

 Leonardo de Deus Silva, neurologista do era Cruz Hospital, em Campinas (SP), alerta para sintomas e detalha tratamentos


Definida como uma doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central, que inclui o cérebro e a medula espinhal, a Esclerose Múltipla (EM), tem o dia 30 de agosto dedicado à sua conscientização. Segundo informações do Ministério da Saúde, 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo convive com a patologia. No Brasil, a estimativa é de 40 mil. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, pacientes podem ter vida normal. 

Leonardo de Deus Silva, coordenador da área de Neurologia e Neurocirurgia do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), explica que a EM é uma doença inflamatória e autoimune. “As células do sistema imunológico atacam por engano uma proteína do sistema nervoso central chamada mielina, responsável pela agilidade da condução dos impulsos nervosos, que governam as funções motoras, sensitivas e cognitivas do organismo. Por essa razão, quando a doença não é diagnosticada rapidamente e tratada de forma adequada, pode levar a lesões no sistema nervoso central, comprometendo diversas funções, que podem variar desde as mais tênues, como formigamento em alguma região do corpo, àquelas mais graves como uma paralisia”, detalha. 

De acordo com o especialista, as mulheres têm uma predisposição maior, numa proporção de três para cada homem. O diagnóstico, na maior parte dos casos, ocorre entre os 20 e os 40 anos e há uma incidência maior em pessoas brancas, com descendência europeia, embora possa acometer outros grupos. 

Os principais sintomas descritos pelo médico são:

  • Distúrbios visuais: visão embaçada, borrada ou dupla, e/ou dor ocular;
  • Alterações sensoriais: formigamento em alguma parte do corpo, dormência, sensação de queimação, e perdas de sensibilidade e força;
  • Problemas de coordenação e equilíbrio: desequilíbrio, tontura, instabilidade ao andar;
  • Problemas cognitivos: dificuldade de concentração e raciocínio e perda de memória. 

O curso da doença pode ser muito heterogêneo entre os portadores. Os sintomas mais comuns são aqueles relacionados à disfunção das estruturas nas quais há maior densidade de mielina no sistema nervoso central e incluem distúrbios visuais, por exemplo: visão borrada embaçada ou dupla e alterações sensitivas, como formigamento, dormência ou até perda da sensibilidade ou força em um segmento do corpo, como braço, perna ou ambos. O desequilíbrio pode também ser um sintoma inicial da esclerose múltipla. 

A patologia evolui com episódios de piora, chamados surtos, os quais podem até desaparecer espontaneamente, mas também podem persistir e se tornarem definitivos. Por isso, a forma mais comum é chamada de surto-remissão. 

O mais importante a ser destacado é que há tratamentos muito eficazes e capazes de mudar o curso da doença se iniciados o quanto antes. Atualmente, pacientes sob intervenção adequada podem e devem ter uma vida praticamente normal. Portanto, é fundamental que o esclarecimento da população seja incentivado para que os diagnósticos sejam feitos o mais precocemente possível. Por isso, o mês é conhecido como Agosto Laranja, por ser a cor de alerta da conscientização da esclerose múltipla. 

No mundo, o dia 30 de maio é o dia da esclerose múltipla, enquanto, no Brasil, o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla é o dia 30 de agosto. É uma data representativa da conquista fundamental na luta pela divulgação e pelo reconhecimento da doença no país. Foi instituída pela Lei nº 11.303, fruto de um intenso trabalho da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), e celebrada oficialmente pela primeira vez em 2006. 

“Assim, terminamos o mês reluzindo um laranja brilhante para que todos sejam conscientizados sobre a importância do reconhecimento de sintomas da EM, de modo que os pacientes possam ser rapidamente avaliados por neurologistas e submetidos ao processo de exames necessário para a conclusão diagnóstica. Se formos exitosos nessa intenção, com certeza milhares de pessoas continuarão a aproveitar não apenas suas terceiras e quartas décadas de vida de forma plena, mas também toda a sua existência”, conclui o médico.




Dr. Leonardo de Deus Silva (CRM-SP 95975/ RQE 22151), médico Neurologista, coordenador da área de Neurologia e Neurocirurgia do Vera Cruz Hospital.

Vera Cruz Hospital

 


Agosto Laranja: Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz fala dos desafios e impactos da Esclerose Múltipla

Implicações da doença que vão muito além do tratamento e merecem atenção de comunidade terapêutica

 

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica, autoimune e desmielinizante que afeta o sistema nervoso central, causa uma ampla gama de sintomas e limitações funcionais. É uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central, afetando o cérebro e a medula espinhal, e a principal causa de incapacidade não-traumática em adultos jovens. O Agosto Laranja foi criado para conscientizar sobre a doença. 

A Dra. Fernanda Herculano, neurologista do Centro de Esclerose Múltipla do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a doença exige uma atenção especial no tratamento. 

“Nessa doença, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando danos à mielina – camada que reveste os nervos - afetando a maneira como os impulsos elétricos são enviados ao cérebro, exigindo atenção particular em sua abordagem terapêutica e social”, afirmou a especialista. 

De um lado, há uma vasta diversidade de tratamentos e inúmeras pesquisas em curso; do outro, persistem desigualdades sociais, exclusão e desafios no mercado de trabalho, afetando a qualidade de vida. Os jovens são os mais impactados pela doença, que atualmente afeta cerca de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, estima-se que aproximadamente 40 mil pessoas convivam com Esclerose Múltipla. 

O início da doença costuma ocorrer entre a segunda e quarta décadas de vida, com ocorrência de duas a três vezes maior em mulheres. Esse fato resulta em um impacto profundo na qualidade de vida e no desenvolvimento pessoal e profissional dos pacientes. 

“A patogênese da EM é complexa, envolvendo uma interação multifatorial entre predisposição genética e fatores ambientais, como infecções virais e outras características como tabagismo, obesidade e deficiência prolongada de vitamina D”, afirma a médica. 

O diagnóstico precoce da esclerose múltipla é crucial, pois o mecanismo inflamatório – sob o qual a maior parte das drogas atuam – está em evidência maior no início da doença, e é nesse momento em que encontramos a melhor oportunidade para iniciar o tratamento visando reduzir surtos e atrasando a progressão da doença. 

As manifestações da EM podem ser sutis e passageiras. Esse fato resulta em adiamento por parte do paciente em buscar ajuda médica, ou mesmo quando há busca, infelizmente o diagnóstico acaba não sendo feito, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições. 

Por isso o mês da conscientização é tão importante, para que a EM seja cada vez mais difundida, tanto entre pacientes, como entre médicos de outras especialidades, não-neurologistas. 

Dentre os principais sintomas da EM, podemos incluir fadiga intensa; alterações ligadas à fala e deglutição; sintomas sensitivos; transtornos visuais; alterações de equilíbrio e coordenação; fraqueza muscular; transtornos cognitivos; transtornos emocionais; e alterações esfincterianas como urge-incontinência urinária/fecal ou mesmo retenção esfincteriana. 

Por conta da depressão e ansiedade, que são comuns nesses pacientes, o suporte psicológico é uma necessidade muitas vezes negligenciada. 

O fortalecimento de redes de apoio e a promoção de grupos de suporte para pacientes e familiares são essenciais para enfrentar esses desafios. 

Segundo Fernanda, atualmente há no Brasil mais de 10 possibilidades terapêuticas aprovadas que buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos provocados pela EM ao longo dos anos, contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. 

“Apesar de uma grande gama de medicações disponível, infelizmente o acesso a elas é desigual na população, traduzindo em resultados clínicos menos favoráveis e em uma maior exclusão social dos pacientes, que muitas vezes não conseguem acessar o tratamento mais adequado”, explicou a especialista. 

Os pacientes também encontram dificuldades no mercado de trabalho, lembra a neurologista. Os sintomas físicos e cognitivos da doença frequentemente resultam em limitações que podem comprometer a capacidade laboral, e muitas vezes isso não é compreendido dentro do ambiente profissional. 

É preocupante porque são pessoas em idade economicamente ativa, que muitas vezes estão em fase inicial da carreira profissional. 

Nos últimos anos, a neuroimunologia é uma das subáreas da neurologia que conta com mais pesquisas em andamento, oferecendo novas possibilidades de tratamento para EM. Além das terapias emergentes, também há avanço na reabilitação, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o prognóstico. 

Ao mesmo tempo em que comemoramos avanços é importante olhar para as desigualdades, e a necessidade de inclusão, vislumbrando um futuro mais equitativo e solidário para aqueles que vivem com EM. 

“O compromisso da sociedade, dos profissionais de saúde e das instituições deve ser um passo fundamental para garantir que os direitos e a dignidade das pessoas afetadas sejam respeitados e promovidos”, finaliza Fernanda.

 

Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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Dia Nacional do Combate ao Fumo (29): saiba como o vício afeta você e sua família

Especialista explica as principais doenças que atingem fumantes; crianças e fumantes passivos também são afetados pelo uso

 

Dados levantados pelo Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), apontam um fato animador: desde 2006, o número de fumantes diminuiu mais de 50%. O fato, porém, também mascara uma triste realidade: o tabagismo ainda mata 443 pessoas por dia no Brasil, já que de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o uso do cigarro é responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão. 

“O espectro de riscos à saúde decorrentes do tabagismo é muito mais amplo e abrangente do que podemos imaginar. Além do comprometimento cardiovascular e respiratório pelo uso crônico, que podem levar a doenças como enfisema, infarto e AVC, temos também o aumento de condições como sinusites, otites, faringites e laringites”, comenta o médico Rodrigo Silveira de Miranda, otorrinolaringologista do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), maior referência do segmento na américa latina. 

“Podemos citar ainda outras situações menos lembradas relacionadas ao cigarro, como alterações na anatomia das pregas vocais que levam a problemas com a voz, como disfonia ou falar mais grosso; além das questões psicológicas e sociais relacionadas ao vício”, destaca. 

Com o objetivo de reforçar ações nacionais de sensibilização e mobilização da população voltadas para os danos sociais, políticos e ambientais causados pelo tabaco, anualmente é celebrado, dia 29 de agosto, o Dia Nacional do Combate ao Fumo. Mas sabemos que parar com um vício não é assim tão simples quanto parece. 

“Antes de mais nada, ao decidir parar de fumar, procure um especialista ou grupo de ajuda que possam auxiliar nesta jornada. Lembre-se, você adquiriu um vício químico e psicológico, portanto muitas vezes pode precisar de alguém para conduzir e orientar sobre se livrar dele”, explica Miranda. “Paralelamente, é importante realizar uma avaliação multidisciplinar de saúde (cardiovascular, respiratória, gastrointestinal e psicológica) afim de tratar os pontos que forem identificados como já comprometidos pelo cigarro”, complementa. 

Vale sempre lembrar que não é apenas o fumante que acaba com a vida comprometida pelo vício, já que a fumaça do cigarro prejudica também as pessoas que estão ao redor. “O fumante passivo está muito mais suscetível a doenças respiratórias agudas que o ativo, que tem o corpo ‘condicionado’ à inalação da fumaça do cigarro. Crianças com pais tabagistas, mesmo que não fumem no mesmo ambiente em que estão os filhos, têm índices consideravelmente maiores de bronquite, otites e sinusites do que as de não fumantes”, explica o otorrinolaringologista. 

“Filhos de pais fumantes, mesmo que não estimulados a fumar, estatisticamente desenvolvem o hábito do tabagismo na juventude e idade adulta com frequência muito maior que os que não convivem com o cigarro na infância”, adverte o médico. 

Outro grupo de risco, além de crianças e fumantes passivos em geral, são as grávidas. “Gestantes que fumam, ou são expostas passivamente ao cigarro, apresentam risco infinitamente maior de aborto, de terem filhos prematuros e com mal formações físicas ou mentais”, explica Miranda.

Nunca é demais também listar os inúmeros benefícios do abandono do vício em cigarros. “Sempre pensamos nos benefícios mais evidentes, como aumento da saúde respiratória, diminuição do risco cardiovascular e do risco de desenvolvimento de câncer. Casos de depressão, ansiedade, fissura e insônia também estão relacionados intimamente ao cigarro. Mas o abandono do vício vai muito além: melhora da disposição; resgate de um convívio social saudável, já que o cigarro é malcheiroso e desagrada a maioria das pessoas; e eliminação de um vício que só traz malefícios em troca do prazer momentâneo. Além de estar fora de moda, você já parou para pensar em quanto já gastou e ainda vai gastar com cigarros?”, completa.


Especialista do Senac São Paulo dá dicas para envelhecer com saúde e bem nutrido

Manter a alimentação e hábitos saudáveis são fundamentais em todas as etapas da vida. Porém, durante a terceira idade, os cuidados nutricionais podem ser aliados para melhorar a qualidade de vida e promover a saúde e o bem-estar da pessoa idosa.

Conforme os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira está envelhecendo em ritmo acelerado e os idosos, com mais de 60 anos, representam 15,6% da população. A previsão do instituto é que em 2070 cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos.

Segundo Gabriela Takeda, docente da área de nutrição do Senac São Paulo, os idosos têm maior probabilidade de desenvolver deficiências de vitaminas e minerais. “O envelhecimento pode diminuir a absorção de nutrientes, especialmente por alterações no sistema digestório como, por exemplo, a redução da acidez estomacal e da produção de enzimas digestivas. Além disso, vale ressaltar que alguns idosos têm o apetite reduzido ou enfrentam dificuldades para mastigar e engolir, o que pode levar a uma dieta com insuficiência em nutrientes essenciais, como cálcio e vitamina D”, diz.

Abaixo, Takeda dá dicas para os idosos manterem uma alimentação saudável, aumentando a imunidade, prevenindo doenças e alterações de pele:


  • Como prevenir as mudanças da pele (rugas)

Opte por alimentos ricos em antioxidantes como são as frutas vermelhas, nozes, castanhas e vegetais de folhas verdes. Além disso, invista em alimentos ricos em ácidos graxos, que possuem ômega 3, por exemplo, e que ajudam a manter a hidratação e elasticidade da pele. São eles: peixes (salmão e sardinha, por exemplo), sementes de chia e farinha de linhaça. A proteína também é importante, com preferência às carnes magras (sem gordura aparente), ovos, feijões e produtos lácteos.


  • Aumentar a imunidade

Invista em alimentos ricos em vitamina C como laranja, kiwi, morango e acerola. Outra opção são os alimentos probióticos como o iogurte natural e kefir, que ajudam a promover a saúde intestinal, essencial para manter o sistema imunológico forte. Além disso, não esqueça da vitamina D, que pode ser obtida através da exposição ao sol e em alimentos como peixes (salmão e atum, por exemplo), ovos e leite.


  • Prevenção de doenças

Para reduzir o risco de problemas cardíacos, acidentes vasculares (derrames), pressão arterial alta e diabetes, é importante incluir na dieta alimentos ricos em fibras como a aveia, frutas, legumes, feijões e grãos integrais que auxiliam a controlar os níveis de açúcar no sangue e o colesterol. Já os alimentos ricos em gorduras saudáveis, a exemplo do abacate, azeite de oliva e peixes, podem melhorar a saúde cardiovascular.


  • Para melhorar a memória

As frutas, legumes, peixes, frutas oleaginosas e cereais integrais ajudam a melhorar o funcionamento do cérebro e a memória pela presença de ômega 3 e vitaminas envolvidas com a saúde cerebral.


  • Cardápio sugerido

Café da manhã: pão integral com queijo branco, acompanhado de vitamina de leite integral com uma fruta;

Lanche da manhã: chá verde acompanhado por uma porção de morangos e duas castanhas;

Almoço: filé de sardinha grelhado, arroz integral, feijão carioca cozido, brócolis no vapor, salada de folhas verdes (alface e rúcula) e tomate com azeite de oliva;

Lanche da tarde: Mingau de aveia feito com leite integral, acompanhado de uma fruta;

Jantar: Sopa de legumes (cenoura, abóbora, espinafre) com batatas (ou mandioca, mandioquinha, cará, inhame) e uma porção generosa de peito de frango desfiado.

Não esquecer de ingerir 6 a 8 copos de água por dia, no intervalo das refeições.


Cerca de 20% dos cânceres diagnosticados no Brasil estão relacionados ao tabagismo

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) alerta sobre o risco do consumo de cigarros; neste mês, a sociedade médica se posicionou contra o Projeto de Lei do cigarro eletrônico.

 

Em 29 de agosto é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Instituída em 1986, a data foi criada com o intuito de conscientizar a população sobre os perigos do tabaco e promover ações para reduzir o seu consumo. No Brasil, dados da pesquisa Vigitel 2023 mostram que cerca de 9,3% dos adultos brasileiros são tabagistas.  

A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), entidade que representa os médicos especialistas em diagnóstico do câncer e outras doenças, alerta que o hábito do uso do cigarro está relacionado a pelo menos 12 tipos de cânceres. Este grupo é responsável por em torno de 20% de todos os casos da doença no País. 

“Dados mostram que fumantes têm até 10 vezes mais chances de desenvolver câncer de boca, também o risco é 2 a 4 vezes maior de um fumante ter câncer de esôfago. No câncer de laringe, a situação é ainda mais crítica, pois cerca de 90% dos casos estão associados ao tabagismo.”, informa o Dr. Gerônimo Jr., médico patologista e secretário adjunto da SBP. 

O especialista que faz cotidianamente diagnósticos de cânceres decorrentes do uso do cigarro também explica que próximo de 50% dos casos de câncer de bexiga em homens e 30% em mulheres estão ligados ao tabaco. 

Isso porque produtos com tabaco possuem nicotina, que causa dependência do fumo, e mais de 4 mil substâncias, sendo a maioria tóxicas e com potenciais cancerígenos. De acordo com o Dr. Gerônimo Jr., o impacto do tabaco na saúde é devastador, sendo ainda o principal fator de risco para cânceres como o de pulmão: “Este tipo de tumor está diretamente relacionado ao tabagismo em cerca de 85% dos casos”.  

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que são estimados 18.740 novos casos de câncer de pulmão por ano entre os homens e 12.530 entre as mulheres no Brasil. A doença é o terceiro tipo mais comum de câncer entre os homens e o quarto entre as mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma. 

Além do câncer de pulmão e os outros já citados, o tabagismo é relacionado a cânceres de cabeça e pescoço, de rim, colo de útero, fígado, bexiga, pâncreas, estômago, colorretal e as leucemias mieloides agudas.  

Os não fumantes também sofrem com os efeitos nocivos do tabagismo. O fumo passivo é uma causa importante de doenças respiratórias e cardiovasculares, além de aumentar o risco de câncer de pulmão em não fumantes. Crianças expostas ao fumo passivo são particularmente vulneráveis, estando em maior risco de desenvolver infecções respiratórias, asma e outras complicações graves.

Políticas de controle do tabagismo - Este mês, diante da pauta e possibilidade de aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 5.008/2023, que dispõe sobre a produção, importação, exportação, comercialização, controle, fiscalização e propaganda dos cigarros eletrônicos, no Senado Federal, a SBP foi signatária de nota oficial contrária à proposta de mudança na atual regulamentação desse tipo de cigarros no Brasil. O documento foi encabeçado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e assinaram outras 79 entidades científicas. 

Atualmente, os chamados “vapes” ou “pods” têm sua venda proibida no País e, em abril deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ratificou o impedimento. Ainda segundo a Vigitel 2023, em 2023 cerca de 6% dos adultos brasileiros faziam uso de cigarros eletrônicos, com prevalência na faixa etária dos 18 aos 24 anos. No entanto, a pesquisa não traz dados sobre o uso por menores de 18 anos anos, entre os quais especialistas observam o aumento na utilização.  

De acordo com o médico patologista e presidente da SBP, Dr. Clóvis Klock, um único cigarro eletrônico tem mais nicotina que em torno de 400 cigarros comuns. Além disso, possui produtos químicos que podem causar a fibrose do pulmão em um ou dois anos, ocasionando a Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico, doença conhecida pela sigla Evali, havendo até a necessidade de transplante. “A indústria tem utilizado falácias para estimular o uso do cigarro eletrônico, inclusive, entre crianças e jovens”, diz. 

As sociedades científicas signatárias do documento também condenam veemente a liberação do uso do cigarro eletrônico com a justificativa de que haveria o aumento da arrecadação de impostos. “O que temos é a previsão de arrecadar aproximadamente R$2 a 3 bilhões com possíveis tarifas da comercialização do cigarro eletrônico. Porém, hoje temos gastos sociais e na saúde devido ao uso de cigarro de quase R$200 bilhões”, detalha Klock. 

Para o especialista, a Lei nº 9.294 de 1996, que proíbe o consumo de tabaco em locais coletivos e restringe a venda e a propaganda de produtos fumígeros, é uma das melhores leis anti-tabaco no mundo. No entanto, a proposta do Senado pode colocar a perder os ganhos que a sociedade brasileira teve com a Lei. 

“Desde a década de 1990, reduzimos o número de fumantes de cerca de 40% para 10% da população. No entanto, o que vemos é que com o uso do cigarro eletrônico, houve um aumento no número de fumantes em diversas faixas etárias. Nosso objetivo é pautar o combate ao contrabando, ao uso e a venda deste produto”, pontua o presidente da SBP. 

Nesse sentido, a sociedade médica também integra a Aliança contra o Câncer de Pulmão, criada em 2023 a partir da parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), todas signatárias da nota oficial encabeçada pela AMB. O objetivo da Aliança é trazer ao público a cultura da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de pulmão, na qual o combate ao fumo é fundamental. 

“A luta está longe de ser vencida. No Dia Nacional de Combate ao Fumo, é essencial reforçar a mensagem de que o tabagismo é uma batalha que podemos vencer. Parar de fumar é a decisão mais importante que uma pessoa pode tomar para melhorar sua saúde e qualidade de vida”, conclui o Dr. Gerônimo Jr.


Saiba como identificar a pré-eclâmpsia, uma das condições que mais acometem as grávidas no mundo

Análise clínica pode ajudar no diagnóstico da doença antes mesmo dos primeiros sinais clínicos 


A pré-eclâmpsia é uma das complicações médicas mais comuns durante a gravidez e a principal causa de morte materna no Brasil[i]. Caracterizada pela presença de hipertensão arterial e disfunção de órgãos como fígado e rins, essa condição geralmente se manifesta após a 20ª semana de gestação. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria das mortes relacionadas à pré-eclâmpsia e eclâmpsia podem ser evitadas se as gestantes receberem cuidados adequados e em tempo hábil [ii]. Portanto, o diagnóstico correto e precoce é fundamental para a segurança das gestantes. 

O diagnóstico de pré-eclâmpsia é realizado com base nos níveis da pressão arterial, no histórico da paciente, análise de sintomas clínicos e a partir de exames laboratoriais[iii]. Entre os exames recomendados, a utilização de biomarcadores, como sFlt-1 e PIGF, tem se tornado uma ferramenta essencial para a detecção precoce e a gestão clínica da condição. 

“A pré-eclâmpsia é uma condição complexa e que pode evoluir de forma silenciosa. Nesse sentido, os ensaios sFlt-1 e PlGF, quando utilizados em conjunto, são grandes aliados da detecção precoce da condição e na identificação de gestantes de alto risco”, explica Hélida Silva, Head de Medical Affairs Diagnósticos Laboratoriais da Siemens Healthineers, América Latina. 

Conforme a Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez, os biomarcadores são aliados importantes no diagnóstico de pré-eclâmpsia, pois os níveis sanguíneos frequentemente se alteram antes de outros indicadores, como o exame de proteinúria.[iv]. 

“Além disso, esses testes têm a vantagem de serem não invasivos, realizados a partir da coleta de sangue. A indicação do exame é feita com base na análise clínica da paciente pelo médico responsável que a acompanha durante a gestação”, comenta a especialista da Siemens Healthineers.





Siemens Healthineers AG
www.siemens-healthineers.com   





[i] Pré-eclampsia – Protocolo 2023. Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG), 2023. Disponível em: Link. Acesso em: 16/08/2024.

[ii] OMS - Recomendações da OMS para a prevenção e tratamento da pré-eclâmpsia e da eclâmpsia. Disponível em: Link. Acesso em: 16/08/2024.

[iii] Pré-eclâmpsia nos seus diversos aspectos. -- São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 2017. Disponível em: Link. Acesso em: 16/08/2024.


[iv] Pré-eclampsia – Protocolo 2023. Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG), 2023. Disponível em: Link. Acesso em: 16/08/2024.


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