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Alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, apoio psicológico e monitoramento a partir de exames para prevenir complicações são algumas recomendações da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM)
Entre todos os tipos de câncer, o de mama é o mais
incidente entre as mulheres brasileiras. Até 2025, o Instituto Nacional de
Câncer (Inca) estima 74 mil novos casos no País. Por outro lado, os avanços
para controle e tratamento da doença têm contribuído para que um número cada
vez maior de pacientes alcance a remissão de tumores. De acordo com a
mastologista Livia Conz, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a
expectativa no pós-tratamento de câncer é que as mulheres sejam capazes de
realizar todas as suas atividades diárias com qualidade de vida. Para isso,
reforça a especialista, cuidados que começam por alimentação e exercícios
físicos devem ser colocados em prática.
“Após o tratamento do câncer de mama é essencial
que a paciente mantenha uma rotina de exames de acompanhamento, alimentação
saudável, prática regular de exercícios físicos e cuidados com a saúde mental”,
afirma Livia Conz. A mastologista destaca ainda a importância de seguir as
orientações médicas para prevenir complicações e identificar qualquer sinal de
recorrência.
Uma dieta balanceada, com frutas, vegetais, grãos
integrais e proteínas magras, segundo a especialista, é benéfica para o sistema
imune e, consequentemente, para o controle de neoplasias. A mastologista da SBM
destaca que não existem alimentos comprovadamente associados à recidiva de
tumores. “Mesmo o açúcar, considerado por muitos um ‘vilão’ do câncer, não
apresenta uma ligação direta com risco da doença. A ingestão de álcool e o
tabagismo, sim, estão associados à probabilidade de desenvolver câncer de
mama”, afirma.
Manter o peso saudável é fundamental, pois a
obesidade, segundo ela, pode aumentar as chances de recorrência. Neste sentido,
a combinação desejável é alimentação e prática regular de exercícios físicos.
“Ioga, natação, pilates e fortalecimento muscular são ótimas opções, pois
ajudam a melhorar a mobilidade, aliviar o cansaço e manter o peso”, diz. Livia
Conz recomenda ainda 30 minutos de caminhada por dia em intensidade “mais
forte” para diminuir o risco de desenvolvimento da doença.
O monitoramento de possíveis recidivas é realizado
com mamografias regulares (em geral anuais), exames de imagem complementares,
como ultrassom das mamas ou ressonância magnética em determinadas situações e
consultas periódicas com o mastologista e oncologista. O acompanhamento pode
variar de acordo com o tipo de tratamento e as recomendações médicas.
“Tomografias e exames de cintilografia óssea podem ser solicitados como forma
de rastreamento de metástases para casos de alto risco de recidivas, mas esta
medida não é consenso de acordo com a maior parte dos guidelines”,
pontua.
Fadiga, dores nas articulações, neuropatia e
alterações hormonais podem persistir após o tratamento de câncer de mama.
Nestas situações, a especialista indica fisioterapia, tratamentos complementares,
drogas antidepressivas em situações específicas “e uma boa comunicação com a
equipe médica para ajudar a minimizar esses sintomas”. Medicamentos, a exemplo
dos SERMs, inibidores seletivos dos receptores de estrogênio, assim como os
inibidores de aromatases, em geral são prescritos por cinco anos.
Da mesma forma que as medicações, o uso de
suplementos ou vitaminas deve ter orientação médica. Livia Conz ressalta que
não há estudos suficientes que associem determinada vitamina ao menor risco de
recorrência. “A vitamina D, por exemplo, pode ser recomendada em casos de
deficiência, principalmente quando se faz uso dos inibidores da aromatase, que
diminuem a chance de recidiva do câncer, porém aumentam o risco de
osteoporose.”
A paciente que passou por tratamento de câncer
também deve estar atenta para identificar alterações precoces. Novos nódulos,
inchaço, vermelhidão, dor persistente ou alterações na pele devem ser relatados
ao médico. Outros sinais gerais, como perda inexplicada de peso, fadiga extrema
requerem investigação.
O impacto emocional após o tratamento de câncer de
mama pode ser profundo. “O apoio psicológico é essencial para lidar com
ansiedade, depressão ou medo de recorrência. Terapia, grupos de apoio e
atividades que promovam o bem-estar mental podem ser benéficos”, afirma a
mastologista, que destaca também a importância de uma rede de apoio formada por
familiares, amigos ou mulheres que já tiveram a doença. “Ao mesmo tempo em que
o apoio social contribui para a redução do estresse, pode motivar a adoção de
hábitos saudáveis que são tão necessários no pós-tratamento”, conclui Livia
Conz.
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