Ortodontia é
crucial para trazer estética e conforto mastigatório aos pacientes; estudo será
conduzido ao longo de 18 meses em centro de atendimento vinculado ao SUS no
Paraná
No Brasil, a fissura labiopalatina afeta
aproximadamente um a cada 650 bebês nascidos, exigindo um tratamento
multidisciplinar para pacientes e suas famílias. Essa estatística do Ministério
da Saúde (2010) coloca o país acima das médias globais, que estimam que um em
cada 1,7 mil recém-nascidos no mundo tenham essa má-formação, segundo estudo
realizado no Reino Unido. São famílias que lutam por acolhimento, mas que veem,
ao longo dos anos, avanços nos tratamentos que trazem novas esperanças.
“A fissura ocorre ainda no ventre da mãe, no
primeiro trimestre da gestação, entre a 4ª e a 12ª semana, devido a uma falha
na fusão de algumas estruturas que posteriormente vão dar origem à face, ao
lábio e ao palato do bebê”, explica a ortodontista especializada no atendimento
a pacientes fissurados, Talita Miksza. A especialista esclarece ainda que, na
maioria dos casos, essa má-formação acontece de forma isolada, mas pode estar
associada a alguma síndrome. Estudos indicam que a condição é multifatorial, ou
seja, não possui uma causa específica e vários fatores podem contribuir para
essa predisposição, como fatores genéticos ou ambientais, incluindo o consumo
de álcool, tabagismo e o uso de certos medicamentos durante a gestação.
As fissuras labiopalatinas não apenas afetam a
estética, mas também causam problemas maiores, como má nutrição, distúrbios
respiratórios, dificuldades na fala e audição, infecções crônicas e alterações
na dentição. Esses impactos também podem ocasionar problemas emocionais,
sociais e de autoestima para os pacientes. Considerada pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública, a má-formação conta com um
projeto de lei em tramitação para obrigar o Sistema Único de Saúde (SUS) a
oferecer serviços gratuitos de cirurgia plástica reconstrutiva, além de
tratamento pós-operatório. “O tratamento após a cirurgia é tão importante
quanto o procedimento cirúrgico, que requer uma abordagem multidisciplinar
envolvendo especialistas em cirurgia plástica, otorrinolaringologia, odontologia,
fonoaudiologia, entre outros”, explica Talita.
Inovação no tratamento
Tendo a odontologia como uma etapa crucial do
tratamento, o Centro de Atendimento Integral ao Fissurado
Labiopalatal (CAIF), em Curitiba-PR, atualmente administrado pelo Complexo
Hospitalar do Trabalhador da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa),
está conduzindo uma pesquisa com o apoio da ClearCorrect, fabricante de
alinhadores ortodônticos transparentes. Neste levantamento, os alinhadores
serão usados juntamente com o scanner intraoral Virtuo Vivo, que
auxilia na captação de imagens em 3D dos pacientes.
“Estamos apoiando esse projeto de pesquisa,
oferecendo tratamento ortodôntico a um grupo de 24 jovens com idades entre 13 a
24 anos. Esses pacientes passam por múltiplas cirurgias ao longo do
crescimento, e a fase de tratamento ortodôntico corretivo, na adolescência, é
essencial para trazer estética e conforto mastigatório. Todas as condições
ortodônticas apresentadas por eles podem ser tratadas eficientemente com
alinhadores transparentes, tornando o tratamento mais confortável, prático e
facilitando a higienização e alimentação desses pacientes”, avalia a diretora
de Pesquisa Clínica da ClearCorrect e especialista, mestre e doutora em
Ortodontia, Waleska Furquim.
O trabalho iniciou em junho e a expectativa é que
dure 18 meses, podendo se estender, visto que os casos são geralmente
complexos.
“Temos o prazer de apoiar essa pesquisa inovadora, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida desses jovens. Nosso compromisso vai além de fornecer produtos de alta tecnologia. Buscamos colaborar com iniciativas que promovam avanços significativos na saúde e bem-estar da comunidade”, complementa o vice-presidente da ClearCorrect, Pablo Prado.
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