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sexta-feira, 7 de junho de 2024

Alerta de saúde: como proteger as crianças atingidas nas enchentes

Alagamentos trazem riscos à saúde Canva
Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul orienta pais e responsáveis sobre cuidados especiais em relação à leptospirose

 

 

Com as enchentes devastando o Rio Grande do Sul desde o final de abril, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) reforça uma preocupação que está relacionada a uma das doenças mais comuns nesse cenário: a leptospirose. Transmitida pela água contaminada, pode causar febre, dor muscular e, em casos graves, complicações nos rins e no fígado. Para ajudar as famílias a protegerem seus filhos, a SPRS oferece orientações claras sobre como reconhecer os sinais da leptospirose, como proceder em casos de suspeita e medidas preventivas importantes. 

"Queremos que os pais se sintam seguros e informados sobre como agir em emergências, garantindo a saúde e prevenção dessa doença tão séria”, afirma o presidente da SPRS, José Paulo Ferreira. 

 

Entendendo a Leptospirose: informações simplificadas 

A Leptospirose é uma doença causada por uma bactéria chamada Leptospira. Ela é transmitida quando entramos em contato com água contaminada, seja através da pele machucada, das mucosas (como a boca) ou mesmo se ficarmos muito tempo em água parada, ou suja.

 

Sintomas e Diagnóstico:

Os sintomas iniciais podem ser confundidos com uma gripe forte: dor muscular, febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, podem surgir icterícia (pele amarelada), problemas nos rins e hemorragias. Para diagnosticar, são feitos exames de sangue para verificar a presença da bactéria.

 

Tratamento:

O tratamento é geralmente feito com antibióticos. Se a pessoa está em casa, pode tomar remédios por via oral, como doxiciclina ou azitromicina. Se a situação é mais grave e requer hospitalização, o tratamento pode ser feito com antibióticos injetáveis, como amoxicilina ou ceftriaxona.

 

Prevenção:

Durante enchentes, o risco de contrair leptospirose é maior em água parada ou suja, especialmente depois que as águas baixam. Pessoas que trabalham em resgates ou voluntariado são mais propensas, assim como quem teve submersão, bebeu água contaminada ou tem feridas na pele. Para esses casos, pode ser recomendada uma dose única de antibiótico como medida preventiva.

 

Notificação e Vigilância:

A leptospirose é uma doença que precisa ser notificada às autoridades de saúde. Mesmo sem exame, se um médico suspeita da doença, ele deve comunicar para que as autoridades possam acompanhar a situação e tomar medidas preventivas.

 

Marcelo Matusiak

 

Mommy Burnout: o peso, a sobrecarga da maternidade solo e o esgotamento mental das mães

 Segundo Lab Esgotadas, da ONG Think Olga, 45% das mulheres possuem diagnóstico de ansiedade, depressão ou outros transtornos que afetam saúde mental


No Brasil, 7 em cada 10 mulheres são mães, segundo pesquisa recente do Datafolha. No mundo todo, elas são as principais responsáveis pelo cuidado, encarregadas das tarefas ligadas à casa e à família. De acordo com a PNAD Contínua, do IBGE, elas dedicam mais que o dobro do tempo que os homens que cuidam da casa e de pessoas - por semana, gastam cerca de 23,1 horas, contra 11,7 dos homens. O esforço para equilibrar o trabalho dentro e fora de casa, principalmente para as mães, acabam gerando sobrecarga de responsabilidades, o que, cada vez mais, está adoecendo as mulheres. Foi exatamente isso que mostrou o Lab Esgotadas, da ONG Think Olga - segundo dados, 86% das brasileiras consideram ter muita carga de responsabilidades. Entre as razões do adoecimento e insatisfação, 22% falam sobre o trabalho doméstico. De acordo com levantamento feito pela FGV, com dados da Pnad Contínua, o número de domicílios chefiados por mães solo cresceu 17,8% na última década, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões.
 

Geralmente, a Síndrome de Burnout é associada ao trabalho (fora de casa), conhecido como esgotamento profissional, que foi reconhecido e incorporado à lista das doenças ocupacionais pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda, segundo o relatório da ONG, 45% das mulheres ouvidas possuem hoje um diagnóstico de ansiedade, depressão ou outros tipos de transtornos que afetam sua saúde mental. A partir deste cenário, o termo “Mommy burnout” vem ganhando cada vez mais destaque, refletindo o esgotamento físico e emocional que muitas mães enfrentam ao equilibrar múltiplos papéis e responsabilidades - podendo ser atribuído à falta de apoio, divisão inadequada do trabalho de cuidado, pressão social em relação à maternidade, desequilíbrio profissional por falta de flexibilidade no trabalho, sobrecarga de responsabilidades, entre outros fatores. 

Para Nana Lima, Diretora da Think Olga, “o cuidado não é visto apenas como trabalho, mas sim como exercício de manutenção à vida que faz a sociedade funcionar. Hoje, o burnout continua mais associado ao excesso do trabalho remunerado, e não à rotina exaustiva da mulher como um todo e essa perspectiva que precisamos mudar. Trazer essa questão para dentro da conversa da parentalidade é muito importante, porque precisamos encontrar soluções coletivas”, ressalta.

Ainda segundo Nana, o impacto do burnout materno está ligado com todas as áreas da vida da mulher, que, na maioria das vezes, tem como responsabilidade imposta o cuidado da casa e da família, além das mães que também trabalham fora e precisam equilibrar a carreira e a maternidade. "A não estrutura e a falta de apoio na maternidade é o que gera a exaustão de muitas mulheres. Elas não associam o cuidado à exaustão, mas a falta de suporte para cuidar, que, muitas vezes, acaba sendo imposta como se fosse uma responsabilidade apenas dela”, afirma. “É crucial que elas possuam uma rede de apoio, acolhimento, tenham acesso a políticas públicas e recursos adequados para que as responsabilidades sejam redistribuídas e deixem de ser apenas das mulheres”, completa Nana.

A flexibilidade é a chave para apoiar mães que também trabalham fora de casa. “As rotinas de trabalho remoto ou em modelo híbrido ampliam oportunidades para as mulheres, que são as principais responsáveis por outras jornadas relacionadas ao trabalho de cuidado e às demandas da maternidade. Para elas, um modelo flexível de trabalho pode ser mais produtivo e motivado, mas precisa ser desenhado de forma sustentável. Não adianta ser flexível no horário, mas demandar disponibilidade o dia inteiro e todos os dias da semana, por exemplo”, conclui.

 

Política Nacional de Cuidados

Em conjunto com a Bancada Feminina da Câmara dos Deputados, o Governo Federal vem se articulando para aprovar a Política Nacional de Cuidados até junho de 2024. Segundo fontes do governo ouvidas pela Agência Pública, a proposta de projeto de lei elaborada pelo Executivo será enviada ao Congresso Nacional até o final de maio. A demanda por um marco legal de cuidados vem sendo exigida por movimentos da sociedade civil em busca da superação de desigualdades sociais e equidade entre os gêneros. “Para lidar com maternidades diversas, solitárias e vulneráveis é preciso que haja um elo entre políticas públicas e programas que dêem apoio às mães com ações adaptados para diferentes realidades”, finaliza Nana.


Ceratocone aumenta transplante de córnea em crianças

Levantamento aponta aumento de 32% nas inscrições de crianças na fila de transplante de córnea no primeiro trimestre do ano.

 

As mudanças climáticas estão aumentando a prevalência de alergias no mundo.  Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que hoje 40% da população global sofre com alergia alimentar, nos olhos, vias respiratórias e pele. Pior: Em 2050 a OMS prevê que metade da população vai ter algum tipo de alergia.

 

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas que também faz parte do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) o hábito de coçar os olhos predispõe ao ceratocone, maior causa de transplante córnea. Neste mês acontece a campanha Junho Violeta que alerta a população sobre os sinais e tratamentos para esta condição. 

Levantamento do hospital nos relatórios da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) indica que o número de crianças inscritas na fila teve um aumento de 32% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Passou de 106 para 140 este ano. 

Para Queiroz Neto estes dados alertam para a falta de acompanhamento da saúde ocular na infância. Isso porque o ceratocone progride mais rápido na infância. O olho é o órgão mais afetado pelas mudanças climáticas e alergias, salienta. Isso porque, é um órgão externo que está em contato direto com poluentes que agridem a córnea, lente do olho que responde por 60% de nossa refração. O especialista explica que a córnea fica na frente do olho e tem formato esférico que se torna cônico conforme o ceratocone progride. O hábito de coçar os olhos acelera este processo, fazendo com que as imagens fiquem desfocadas para perto e longe. 

 

Sinais do ceratocone

O oftalmologista ressalta que os principais sinais do ceratocone são:

·         Queda no rendimento escolar;

·         Troca frequente do grau dos óculos;

·         Visão de halos noturnos;

·         Aversão à luz do sol, maior fadiga visual e olhos irritados:

·         Coçar ou esfregar os olhos com frequência;

·         Olhos vermelhos mesmo quando não coça.

 


Diagnóstico

O diagnóstico precoce é feito a através da tomografia. O exame, explica, avalia as duas faces da córnea. Por isso, permite detectar a doença antes de aparecerem alterações na curvatura externa e os primeiros sintomas.

 

Colírios

Queiroz Neto afirma que não adianta dizer para um pessoa com ceratocone não coçar os olhos. Isso porque, as fibras de colágeno da córnea são frouxas e causam coceira.  Para controlar este desconforto os colírios indicados são:

·         Anti-histamínico que reduz a coceira e lacrimejamento, bloqueando a histamina. O alívio pode duram apenas algumas horas;

·         Colírios com corticosteroide indicado para coceira severa, mas por um curto espaço de tempo porque o uso contínuo pode causar catarata e glaucoma;

·         Estabilizador de mastócito que bloqueia a histamina e outras substâncias. Pode ser usado por tempo prolongado;

·         Colírio de dupla ação que combina anti-histamínico e   estabilizador de mastócito, uma opção eficaz que pode ser usada a longo prazo.

 

Tratamentos

O oftalmologista afirma que na fase inicial a visão é corrigida com óculos, mas conforme o ceratocone progride só é possível corrigir a visão com lentes rígidas.

O crosslinking, ressalta é o único tratamento que interrompe a progressão do ceratocone. "Consiste no aumento da resistência das fibras de colágeno da córnea em até 3 vezes, através da aplicação de vitamina B2 (riboflavina), associada à radiação ultravioleta". afirma. Queiroz Neto ressalta que cirurgia só pode ser feita quando a córnea tem espessura mínima de 400 micras. Em pacientes jovens, observa, o crosslinking pode também melhorar a acuidade visual.

 

Implante de anel intraestromal é colocado entre as camadas da córnea para aplanar o formato e melhorar a acuidade visual para evitar o transplante.

 

Lente de contato escleral O especialista ressalta que este tipo de lente que se apoia na esclera, invés de se apoiar na borda da córnea, e também diminuiu a indicação de transplantes por ser mais confortável que adaptação às lentes de contato.  "Também é muito comum o conforto da lente escleral evitar o retransplante em quem já passou pelo enxerto de córnea e permanecem com alto grau de astigmatismo. Muitos pacientes afirmam que não sentem esta lente nos olhos", finaliza.

 

Tempo de tela em excesso: Como isso afeta o desenvolvimento e o cérebro das crianças?

Especialista alerta sobre o uso contínuo de telas na infância e dá dicas aos familiares sobre como interromper o uso dos eletrônicos sem maiores impactos. 

 

O uso cada vez mais recente de aparelhos digitais entre as crianças e os adolescentes pode apresentar riscos tanto no desenvolvimento desses jovens, quanto problemas a longo prazo. É fato que as crianças estão cada vez mais expostas às tecnologias, seja através do celular, tablet, computadores em geral, ou até mesmo a televisão. Essa relação pode trazer benefícios, sejam eles educativos ou à saúde. Porém, o exagero desde cedo pode ser problemático, trazendo um alerta aos familiares.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças menores de 2 anos de idade não devem ser expostas a telas, enquanto crianças entre 2 e 5 anos devem ter o tempo de tela máximo de uma hora por dia. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS), também orienta limites no tempo de uso para crianças de 6 a 10 anos, com no máximo duas horas por dia, e crianças acima dos 11, recomendados a ficarem na tela por no máximo três horas diárias.

De acordo com o estudo, que faz parte do projeto Primeira Infância Para Adultos Saudáveis (PIPA), e realizado pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, um terço das crianças brasileiras de até 5 anos ficam mais de duas horas em telas diariamente. Crianças entre 0 e 59 meses foram analisadas para a pesquisa. Os dados foram coletados em 2022 e os resultados publicados em 2023. 


Riscos cerebrais do tempo excessivo de tela

São diversos riscos médicos que o tempo excessivo na tela pode causar. A neurocirurgiã,  Dra. Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), entre os principais problemas, pode-se destacar problemas físicos, por conta da diminuição de exercícios e uma alimentação menos saudável, e problemas de visão.

Riscos ligados ao cérebro também são apresentados em decorrência do uso descontrolado dos aparelhos. “O longo tempo de tela das crianças e adolescentes é um motivo que afeta o desenvolvimento cerebral. Alguns estudos já mostraram que passar muitas horas na frente da tela afeta negativamente a atenção, a concentração, a aprendizagem e a memória. Outros aspectos que sofrem impactos são vistos na regulação emocional, no funcionamento social, na saúde física e no desenvolvimento de distúrbios mentais, por exemplo”, detalha a especialista. 

Segundo a médica, usar os aparelhos eletrônicos leva a liberação de dopamina, que desperta uma sensação de prazer e motivação. No entanto, muito tempo de tela gera um uso excessivo de dopamina, causando o vício e a dependência. “A dopamina é um neurotransmissor que atua no sistema de recompensa, criando um bom sentimento e estimulando a repetição do comportamento. Porém, quando liberamos dopamina em excesso, eles se tornam menos responsivos,  necessitando cada vez mais de estímulos para experimentar o prazer”, explica. 


Mas afinal, o que fazer para diminuir o uso de telas? 

Para evitar futuros problemas que podem ser causados por conta do tempo de tela excessivo, os responsáveis podem impor limites de maneira educativa às crianças. A Dra Danielle não indica a retirada “brusca e agressiva”, pois também podem gerar efeitos nas crianças. “Quando as crianças estão com alta dose de dopamina ao estar em frente à tela, e os responsáveis tiram o aparelho, o natural é um aumento no nível de cortisol, responsável por nos colocar em um estado de luta ou fuga, mas que pode gerar o estresse. Em uma situação sem risco, este estresse é gerado, colocando a criança em uma situação de luta, e tornando-a mais agressiva e reativa”, afirma a Dra. 

Para evitar essas situações, alguns mecanismos funcionam para interromper o uso dos eletrônicos sem maiores impactos. Confira abaixo alguns exemplos de como facilitar essa intervenção:

  1. Uso estruturado das telas: com a tela incluída na rotina, horário e tempo de uso limitados, a criança já sabe o limite imposto, e tem o conhecimento de quando ligar e desligar. Esse processo deve ser supervisionado pelo responsável.
  2. Boas escolhas: não é só o tempo de uso que impacta a saúde da criança, o que ela assiste também importa. Portanto, é importante que os responsáveis disponibilizem jogos e filmes com fins educativos, conteúdos em outras línguas, com o intuito de estimularem o desenvolvimento cognitivo.
  3. Ajudar na hora de desligar: os responsáveis também podem atuar reforçando os combinados de tempo, avisando quando faltam 15, 10 ou 5 minutos para o momento de desligar. Isso ajuda o cérebro a se desconectar aos poucos do mundo digital e não de maneira inesperada.

SUS registra média de 285 atendimentos diários por quedas em idosos, em apenas dois meses

Freepik

Mês de junho é marcado pelo Dia Mundial de Prevenção de Quedas; Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico alerta para esse perigo comum no ambiente doméstico, que pode causar sequelas permanentes

 

Acidentes domésticos são comuns e podem afetar pessoas de qualquer idade. No entanto, durante o período de envelhecimento, as quedas – em especial as que acontecem dentro de casa - ficam cada vez mais regulares e perigosas. De acordo com informações do DATASUS, no primeiro bimestre de 2024, foram registrados 17.136 atendimentos hospitalares e 9.658 atendimentos ambulatoriais, envolvendo idosos, na faixa etária de 60 a 110 anos.

 

Ainda que sejam números expressivos, eles não são surpreendentes. Em 2023, por exemplo, houve 106.401 atendimentos hospitalares e 45.684 ambulatoriais. “Diversos fatores podem causar o aumento de quedas entre os idosos, como a fraqueza e perda muscular do corpo, efeitos colaterais de alguns remédios, perda de sensibilidade por distúrbios neurológicos, além de doenças ortopédicas ou prejuízo dos sentidos de visão e audição”, explica o presidente da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico, Marcelo Tadeu Caiero.

 

O especialista afirma, ainda, que o trauma, sofrido em decorrência do acidente, pode deixar sequelas dolorosas que necessitam de atenção. “A recuperação de idosos não é simples. Uma fratura geralmente precisa de intervenção cirúrgica ou de períodos prolongados de imobilizações, isso porque, os ossos não são tão saudáveis quanto ossos jovens, além da falta de força muscular nessa idade”, alerta o ortopedista.

 

Fraturas no fêmur, coluna vertebral e bacia podem diminuir a mobilidade de um idoso, além de necessitar de fisioterapia intensa para a recuperação. Por isso, é importante que pessoas da terceira idade se exercitem com frequência, caminhando ou fazendo musculação, para o fortalecimento das estruturas musculares.

 

No mês de junho, o dia 24 é marcado como Dia Mundial de Prevenção de Quedas em Idosos, data que foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e inclusa no Calendário da Saúde do Ministério da Saúde para alertar sobre os riscos desses acidentes nessa faixa etária.

 

 

Prevenção

 

Para reduzir a incidência de quedas, especialistas recomendam uma abordagem multidisciplinar. O primeiro passo é ser avaliado clinicamente. “Os idosos devem ter um acompanhamento médico, para que sejam identificadas condições de saúde que podem aumentar o risco de quedas, como problemas cardiovasculares, neurológicos e musculoesqueléticos”, diz Caiero.

 

Exercícios físicos devem ser inseridos no dia a dia, por isso, os médicos costumam recomendar programas específicos para melhorar a força muscular, fortalecer e trazer mais equilíbrio, reduzindo o risco de quedas. Além da atividade física, também recomenda-se uma dieta balanceada para manter a saúde óssea e muscular, prevenindo fraquezas, que podem ocasionar as quedas.

 

A remoção de obstáculos, instalação de barras de apoio em banheiros e melhorias na iluminação também são úteis para evitar acidentes domésticos. “Os idosos têm que se adaptar às limitações da idade. Eles devem, além de modificar suas casas, evitar roupas que podem enroscar em seus pés e aderir ao uso de sapatos bem ajustados, com solados antiderrapantes. Há diversas recomendações para que familiares auxiliem a pensar uma casa e rotina mais segura para o idoso”, aconselha o ortopedista.

 

Cuidados simples podem salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos idosos. Confira algumas medidas importantes:

 

- Evitar tapetes soltos;

- As escadas e corredores devem ter corrimão dos dois lados;

- Usar sempre sapatos fechados e com solados de borracha;

- Colocar tapete antiderrapante nos banheiros;

- Evitar andar em áreas com piso molhado;

- Evitar encerar a casa;

- Evitar móveis e objetos espalhados pela casa ou em corredores de circulação;

- Deixar uma luz acesa à noite, caso você se levante;

- Esperar que o ônibus pare completamente para você subir ou descer;

- Colocar o telefone em local acessível;

- Utilizar sempre a faixa de pedestres;

- Se necessário, usar bengalas, muletas ou instrumentos de apoio.

 

Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico - SBTO


Comidas típicas de Festa Junina podem ser prejudiciais para pacientes renais crônicos

Nutricionista dá dicas de como aproveitar as celebrações sem prejudicar o tratamento

 

O mês de junho é regado por comidas típicas, danças, fogueira e bandeirinhas coloridas. Isso porque a festa junina é uma comemoração comum e muito esperada em todas as regiões do Brasil. 

Diante da culinária típica, o paciente com diagnóstico de doença renal crônica (DRC) deve ficar atento na ingestão de alimentos ricos em sódio, fósforo e potássio, substâncias que não são adequadamente eliminadas por pacientes que fazem terapias de substituição renal, como a hemodiálise ou diálise peritoneal. 

Embora sejam nutrientes importantes para o adequado funcionamento do organismo, podem ser perigosos se estiverem presentes de forma elevada no sangue. 

“É fundamental que o paciente renal evite alimentos como pinhão, preparações que tenham como ingredientes: coco, milho, castanhas, amendoim, por serem ricos em fósforo e em potássio”, destaca Thays Mortaia, coordenadora de nutrição da DaVita Tratamento Renal. 

A nutricionista destaca a importância da utilização de temperos naturais no preparo das comidas típicas, uma vez que o portador de DRC pode aproveitar as refeições, mas com cautela quanto aos ingredientes utilizados. “As substituições de lanches com salsicha, linguiça, presunto ou mortadela por lanches de carne magra ou frango podem ajudar a reduzir o impacto no organismo do paciente renal, e o consumo do milho cozido em bastante água ao invés de feito na brasa”, explica Mortaia. 

As bebidas também precisam de atenção, entre as opções estão os sucos de frutas diluídos em água, moderadamente refrigerantes a base de limão ou guaraná, e deixar de lado os refrigerantes a base de cola, sucos industrializados e bebidas alcoólicas como vinho quente e quentão. 

A especialista também chama atenção para a medicação quelante de fósforo (que auxilia na redução da retenção desse mineral no sangue), quando prescritos pelo médico, os quelantes de fósforo, devem ser tomados junto com as refeições fonte de proteína ou preparações que contenham leite e queijo. 

O paciente renal deve participar ativamente de seu tratamento e seguir as orientações do nutricionista, que irá adequar sua alimentação de acordo com suas necessidades individuais, contribuindo desta forma, para melhora da qualidade e aumento da expectativa de vida.
 

DaVita Tratamento Renal


Infartos e AVCs aumentam no inverno: mito ou verdade?

 

Com início no dia 21 de junho, o inverno traz algumas ocorrências típicas desta estação: queda das temperaturas, noites mais longas e dias mais curtos, além do aumento das doenças respiratórias, como gripes, resfriados e pneumonias. Mas, para além disso, a mudança de temperatura agrava picos hipertensivos e, consequentemente, contribui para o aumento dos casos de infartos e AVCs. 

Esse fator é principalmente causado pela vasoconstrição, que reduz o fluxo sanguíneo e causa um desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio no organismo, o que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Como agravante, muitas pessoas deixam de praticar exercícios e passam a consumir alimentos mais calóricos, buscando conforto e aquecimento. 

Portanto, o aumento na incidência de casos de infartos e AVCs no inverno não é mito. Trata-se de um assunto que merece atenção, como esclarece Marcos Pimentel, diretor clínico do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES). "É fundamental manter o condicionamento físico, adaptando os exercícios ao frio, e seguir uma alimentação saudável com boa ingestão de água", afirma. Ele também alerta sobre sinais que indicam a necessidade de buscar ajuda médica, como dores no peito, alterações na pressão arterial e dores de cabeça relacionadas à pressão, que sugerem possíveis problemas cardiovasculares.

 

Doenças respiratórias 

Ainda segundo o Dr. Pimentel, alguns fatores explicam a maior frequência de doenças respiratórias neste período do ano. A oscilação de temperatura aumenta casos de gripes e resfriados, além de piorar condições como asma e rinite. Durante esta estação, as pessoas tendem a permanecer em ambientes fechados e com pouca ventilação, facilitando a propagação de doenças respiratórias. "Para se proteger, é ideal buscar ambientes arejados e evitar contato próximo com pessoas sintomáticas", orienta o médico. É importante também ter cuidado em transportes coletivos, onde janelas costumam ficar fechadas. Nesses casos, o uso de máscara ajuda a reduzir os riscos. 

Fortalecer o sistema imunológico é essencial no inverno, o que pode ser feito através de uma alimentação saudável, boa hidratação, além de um sono com qualidade. É aconselhável uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras. Nesta época, é comum a diminuição da ingestão de água, especialmente entre idosos. "Eles sentem frio, ficam encolhidos e não querem ingerir líquidos, o que pode levar à desidratação e comprometimento do sistema imunológico, aumentando o risco de doenças", explica o médico. Por fim, deve-se ficar atento a alguns sinais de alerta, como febre persistente que não melhora com antitérmicos, incapacidade de realizar atividades diárias, como levantar da cama, e confusão mental. Nestes casos, é aconselhável procurar um médico.   
  
 

Hospital Evangélico de Sorocaba

 

Causas para cólica fora do período menstrual e possíveis tratamentos

Conheça os principais agentes causadores do desconforto pélvico

 

As cólicas fazem parte da rotina de muitas mulheres ao longo da vida. Esse incômodo na região pélvica costuma ser mais comum durante a menstruação, já que o útero realiza o movimento de contração para expelir o endométrio, porém, em outras situações, a cólica fora do período menstrual pode surgir e causar preocupação.

De acordo com a dra. Manuele Calil, coordenadora da Obstetrícia do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que faz parte da Dasa, qualquer dor pélvica sem relação com a menstruação precisa ser informada ao ginecologista. Em uma consulta, ele poderá avaliar os sintomas e ver a relação deles com questões comuns, como a ovulação, ou se é sinal de alguma condição prejudicial à saúde da paciente, como infecções ou inflamações de órgãos como a bexiga e o intestino. 

“Uma dúvida comum nesses momentos é se a cólica fora do período menstrual pode ser gravidez. Os principais sinais de uma gestação costumam ser enjoo e atraso menstrual, mas a cólica que não tem a ver com a menstruação também pode ser um sinal incomum. Existem diversos relatos de mulheres que sentiram dor, pensaram ser a chegada da menstruação e, algum tempo depois, se descobriram grávidas”, explica a dra. Manuele. Além de uma possível gravidez, existem outras possibilidades, listadas a seguir, para que as cólicas se manifestem fora do período menstrual.


Ovulação

O ovário libera os óvulos cerca de 14 dias depois da menstruação, e isso pode trazer irritação na cavidade abdominal que, consequentemente, leva à sensação de cólica. Essa dor tende a desaparecer em poucos dias, mas, caso o desconforto continue mesmo com o auxílio de analgésicos, é preciso buscar a avaliação de um ginecologista. 


Endometriose

“A inflamação do endométrio – tecido presente apenas no útero – causa uma movimentação das células para outras regiões, como os ovários e até mesmo órgãos como o pulmão. Um dos principais sintomas da condição é a dor no período menstrual e durante as relações sexuais, que pode se estender também para além do ciclo. Nesse caso, é indicado que o ginecologista avalie a possibilidade de a paciente ter a doença e a melhor forma de tratamento, que pode ser clínico ou cirúrgico”, detalha a especialista.


Mioma

Trata-se de um tumor benigno que se desenvolve, principalmente, em mulheres que estão em idade fértil. Ele não evolui para câncer nem oferece risco à saúde feminina. Na grande maioria das vezes, o mioma não apresenta sintomas expressivos, estando mais ligado ao aumento do fluxo menstrual e à sensação de peso ou pressão na pelve, dependendo do seu tamanho. 

Uma vez diagnosticada a causa da cólica fora do período menstrual, é importante que a mulher converse com o seu ginecologista para avaliar as melhores formas de tratamento e prevenção de outras condições que possam voltar a causar as dores.


Cirurgia de escoliose: três tecnologias que melhoram a qualidade de vida do paciente

 Operar a coluna costuma ser motivo de preocupação para muitas pessoas, principalmente, devido a medos relacionados a riscos que prejudiquem a mobilidade e tragam outras consequências ao corpo. Apesar de compreensível, é importante ressaltar que, hoje, existem recursos tecnológicos robustos que elevam a assertividade deste procedimento garantindo uma maior qualidade de vida ao paciente – os quais precisam ser melhor conhecidos para desmistificar estes receios aos que precisarem passar por esta cirurgia.

A escoliose é uma doença de coluna que afeta cerca de 2% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Seus casos cirúrgicos são indicados em pacientes cuja curvatura da coluna ultrapassa os 45 graus, uma vez que um possível tratamento com o colete para escoliose ou fisioterapia específica não melhoram sua progressão.

É claro que, assim como qualquer procedimento, esta cirurgia apresenta seus riscos, principalmente em termos neurológicos, de infecção e hemorragias. Por isso, além dos cuidados usuais que precisam ser seguidos no pós-operatório – incluindo treinos de mobilidade, andar e demais movimentos em prol do alinhamento da coluna – a incorporação dos avanços tecnológicos pelos profissionais do ramo também é algo que vem contribuindo cada vez mais para uma maior precisão e eficácia na cirurgia, assim como uma melhor recuperação ao paciente.

No Brasil, especificamente, algumas das grandes tendências tecnológicas que temos visto neste sentido é a introdução da navegação e robótica associadas a métodos de visualização 3D, como forma de possibilitar um melhor posicionamento dos implantes e, consequentemente, uma maior segurança na cirúrgica. Veja detalhes de cada um deles:

#1 Navegação: o uso desta técnica é algo extremamente importante para que o especialista tenha informações visuais mais precisas ao longo da cirurgia. Considerando que, no caso da escoliose, este procedimento é algo extremamente delicado e pode durar de duas a seis horas até sua finalização, a navegação auxiliará a proteger áreas anatômicas importantes da coluna como a medula, nervos e tecidos, elevando a precisão em tudo que for feito.

#2 Robótica: apesar se não ser algo relativamente novo, cada vez mais as instituições de saúde estão investindo na robótica em procedimentos diversificados em prol desta maior assertividade. Nas cirurgias de escoliose, esta tecnologia permite que os cirurgiões obtenham imagens mais precisas sobre o paciente e consigam planejar o posicionamento da instrumentação visando uma maior precisão – algo essencial por ser uma cirurgia que envolve os nervos e a medula espinhal. Com ela, o procedimento se torna menos invasivo e mais veloz, preservando os músculos, tendões e ligamentos.

#3 Visualização 3D: também já bastante incorporada, a visualização tridimensional (3D) e em tempo real oferece, além de uma imagem única da área operada, a demonstração exata do ângulo, profundidade e direção que o cirurgião está inserindo os parafusos, ganchos e hastes normalmente utilizados na correção da coluna. Na prática, ela melhora consideravelmente o desempenho destes especialistas, junto à uma melhor recuperação e maior qualidade de vida ao paciente.

Todas essas tecnologias já se mostraram fortemente benéficas para a melhora da função pulmonar, cardíaca, e do alinhamento da coluna, evitando compensações patológicas e, claro, aperfeiçoando a estética que, inevitavelmente, não fica de fora dentre as preocupações dos pacientes.

Atualmente, vemos uma intensificação dos treinamentos na introdução dessas técnicas, assim como um maior número de hospitais introduzindo tais métodos considerando essas vantagens proporcionadas – o que eleva as expectativas de aprofundamento nessas tecnologias e seus impactos positivos naqueles que apresentam tal curvatura.

No final, a maior divulgação e consciência sobre a existência da doença é essencial para que tenhamos um maior número de casos diagnosticados e, por consequência, a introdução do tratamento precoce, de forma que as cirurgias sejam direcionadas apenas aos pacientes que realmente precisam delas e que possam contar com o apoio de tecnologias robustas que assegurem sua saúde. 

 

Dr. Carlos Eduardo Barsotti - cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School. Com mais de 19 anos de experiência na área, é um dos poucos profissionais do país a realizar intervenções de alta complexidade, principalmente na correção de escoliose.


Novo Nordisk destaca tratamento da obesidade na prevenção de problemas cardiovasculares na SOCESP 2024

Estudos inovadores e abordagem multidisciplinar trazem novas perspectivas na saúde cardiovascular de pacientes com obesidade 

 

A Novo Nordisk, empresa líder global em saúde, esteve presente no 44º congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) 2024, que ocorreu entre os dias 30 de maio e 1º de junho no Transamerica Expo Center, em São Paulo. As palestras realizadas pela companhia tiveram o alerta sobre os riscos cardiovasculares associados à diabetes e obesidade como ponto principal. Trata-se de um tema de extrema relevância no cenário global da saúde, visto que 2/3 das mortes relacionadas a um índice de massa corporal (IMC) alto são decorrentes de causas cardiovasculares¹. As principais discussões foram sobre a inovação e os benefícios da semaglutida, molécula que tem revolucionado o tratamento de condições relacionadas a obesidade e diabetes, em pacientes com síndrome cardiometabólica renal, e os desafios do diagnóstico da obesidade para prevenção de problemas cardiovasculares. 

O assunto foi apresentado pelo palestrante americano no primeiro dia de simpósio, Dr. Darren McGuire, cardiologista e pesquisador com experiência em estudos clínicos de grande escala com foco em benefício cardiovascular e redução de mortalidade em pacientes com doenças crônicas como diabetes e obesidade, durante a palestra “A matriz metabólica revelada: Semaglutida, a porta aberta para uma nova era”. O especialista compartilhou estudos que indicam uma associação entre a inflamação e o risco de doença cardiovascular aterosclerótica, ressaltando que benefícios da semaglutida na redução do risco de eventos cardiovasculares, como infarto e acidentes vasculares cerebrais, podem ser atribuídos aos seus efeitos anti-inflamatórios. De acordo com McGuire, tais efeitos têm se mostrado importantes aliados para desfechos favoráveis em uma ampla variedade de pacientes, incluindo aqueles com diabetes tipo 2 (DM2) com alto risco para doenças cardiovasculares, pessoas com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP), com ou sem DM2, e indivíduos com DM2 e doença renal crônica (DRC)². 

“A semaglutida fornece efeitos benéficos em todo o espectro de doenças cardiometabólicas. A molécula, utilizada para o tratamento de diabetes e obesidade, não é apenas capaz controlar o açúcar no sangue e diminuir o peso corporal, mas também reduzir o risco cardiovascular.” comentou o cardiologista Luciano Drager. Essas conclusões são baseadas no estudo SELECT, que investigou os efeitos da semaglutida sobre os desfechos cardiovasculares em pessoas com sobrepeso e obesidade, e apontou redução de 20% no risco dessas condições. 

Em maio deste ano, a Novo Nordisk anunciou três novas importantes análises do estudo SELECT durante o Congresso Europeu de Obesidade (ECO), em Veneza, demonstrando que o tratamento com semaglutida 2,4mg em pessoas com doença cardiovascular estabelecida (DCV) e sobrepeso ou obesidade proporciona perda de peso robusta e sustentada; reduz o risco de MACE (que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal) independentemente do grau de perda de peso alcançada; garante a relação risco-benefício positiva geral do tratamento e demonstra um perfil de segurança consistente. Os eventos adversos foram leves e transitórios, e não impediram a continuidade do tratamento. 

“Os estudos clínicos sobre a semaglutida são de suma relevância clínica, pois revelam sua capacidade de melhorar significativamente a qualidade de vida com proteção cardiovascular dos pacientes. A perda de peso desempenha um papel crucial nesse cenário, pois ajuda a mitigar os riscos cardiovasculares e metabólicos associados à obesidade.” destacou o Dr. André Feldman, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, coordenador de Cardiologia na Rede D’Or São Luiz (SP) e doutor em Ciências Médicas pela USP/IDPC.
 

Diagnóstico precoce 

No segundo dia de Socesp, a Novo Nordisk apresentou um simpósio com foco em diversas perspectivas e desafios no tratamento da obesidade, com análise de casos clínicos para discutir o manejo de pacientes com sobrepeso e obesidade em diversas faixas etárias e com diversas comorbidades associadas, salientando a importância do diagnóstico e tratamento da patologia.Ministrada pelo endocrinologista Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), e pelos cardiologistas Marcelo Assad, coordenador do serviço de lípides e diabetes do Instituto Nacional de Cardiologia e presidente da SOCERJ, Viviane Giraldez, cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor) e Fabiana Rached cardiologista da unidade Clínica de Aterosclerose do InCor e diretora cientifica do departamento de aterosclerose da SBC, a apresentação destacou a importância da prevenção de condições ligadas à saúde do coração para pacientes neste perfil, abordando como fator de risco em um tratamento multidisciplinar dessa comorbidade. Durante o simpósio, foram realizados quizzes interativos, permitindo que a plateia avaliasse qual seria sua conduta diante dos casos apresentados, com resultados disponibilizados em tempo real. 

Os especialistas mencionaram os benefícios dos estudos SELECT (citado acima) e FLOW (Avaliação da Função Renal com Semaglutida uma vez por semana), apresentado no Congresso da European Renal Association (ERA). O FLOW demonstrou que a semaglutida 1mg reduz o risco de eventos graves de doença renal, desfechos cardiovasculares e mortalidade por todas as causas em pacientes com diabetes tipo 2 e doença renal crônica. “Estes resultados são significativos, evidenciando que o rim e o coração caminham juntos. É nítido que o benefício da molécula, junto à perda de peso, faz diferença na saúde cardiovascular”, comentou o cardiologista Marcelo Assad.
 

Prática clínica 

Por fim, o workshop "Os estudos que mais vão impactar a sua prática clínica em 2024" debateu diversas análises com potencial para influenciar significativamente a abordagem dos profissionais de saúde. Com destaque para o STEP HFPEF, que investiga o uso da semaglutida no tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada em pacientes com obesidade, e o estudo SELECT. As conclusões apresentadas indicam que é viável considerar a prescrição da semaglutida em pacientes que necessitam de melhor qualidade de vida e redução de peso, uma vez que os resultados estão redefinindo as estratégias terapêuticas e oferecendo novas perspectivas para o tratamento de condições cardiometabólicas.
 

Sobre o estudo SELECT: 

SELECT foi um estudo randomizado, duplo-cego, de grupos paralelos, controlado por placebo, projetado para avaliar a eficácia do semaglutida 2,4 mg versus placebo como adjuvante ao tratamento padrão para a prevenção de MACE em pessoas com DCV estabelecida e com sobrepeso ou obesidade, sem histórico prévio de diabetes, ao longo de um período de cinco anos. As pessoas incluídas no estudo tinham idade ≥45 anos com IMC ≥27 kg/m2. 

O objetivo principal do estudo SELECT foi demonstrar a superioridade de semaglutida 2,4 mg em comparação com o placebo na redução da incidência de MACE de três pontos, compreendendo morte cardiovascular, ataque cardíaco não fatal (infarto do miocárdio) ou acidente vascular cerebral não fatal. Os objetivos secundários principais foram comparar os efeitos de semaglutida 2,4 mg versus placebo em relação à mortalidade por qualquer causa, desfechos de insuficiência cardíaca, fatores de risco cardiovascular, incluindo metabolismo da glicose, peso corporal e função renal. 

O ensaio clínico inscreveu 17.604 adultos e foi conduzido em 41 países em mais de 800 locais de pesquisa. O SELECT foi iniciado em 2018 e finalizado em 2023. 

Recentemente, a Novo Nordisk anunciou três importantes subanálises do estudo de desfechos cardiovasculares SELECT, demonstrando que o tratamento com semaglutida 2,4mg em pessoas com doença cardiovascular estabelecida (DCV) e sobrepeso ou obesidade proporciona perda de peso robusta e sustentada por até 4 anos; reduz o risco de MACE independentemente do grau de perda de peso alcançada; garante a relação risco-benefício positiva do tratamento por observar que a perda de peso e o benefício cardiovascular podem ser alcançados.

 

Sobre o estudo Flow: 

O estudo FLOW (Avaliação da Função Renal com Semaglutida uma vez por semana) é um ensaio clínico, duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, que envolveu q3.533 pacientes, por um período de acompanhamento mediano de 3,4 anos. O ensaio foi projetado para avaliar a eficácia e segurança da semaglutida, um agonista do receptor de peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) administrado por via subcutânea uma vez por semana, na prevenção de desfechos renais graves, especificamente insuficiência renal, perda substancial da função renal e morte por causas renais ou cardiovasculares, em indivíduos com diabetes tipo 2 e doença renal crônica. Os pacientes receberam semaglutida 1,0 mg uma vez por semana ou placebo. 

Os participantes que receberam semaglutida tiveram uma redução de 24% no risco do desfecho primário composto, incluindo desfechos renais e morte por causas cardiovasculares e renais, em comparação com aqueles que receberam placebo. Essa redução de risco foi consistente tanto para desfechos renais quanto para morte cardiovascular. 

Os desfechos secundários também demonstraram melhorias significativas com a semaglutida. Especificamente, a inclinação total da TFGe (taxa de filtração glomerular estimada) foi 1,16 ml/min/1,73m²/ano mais lenta, o risco de eventos cardiovasculares graves diminuiu em 18% e o risco de mortalidade por todas as causas foi reduzido em 20%. 

Esta evidência de eficácia, combinada com menos eventos adversos graves no grupo da semaglutida, oferece esperança a milhões de pacientes em todo o mundo que enfrentam a perspectiva assustadora de doença renal crônica e diabetes tipo 2, e suas complicações relacionadas.

 

Sobre o estudo STEP HFPEF: 

O estudo STEP HFPEF, faz parte do programa STEP (programa de estudos sobre o uso de semaglutida 2,4mg no tratamento da obesidade) e teve por finalidade avaliar semaglutida 2,4mg no cenário obesidade e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) com e sem diabetes. Foi um estudo randomizado, duplo cego, multicêntrico e controlado por placebo, que contemplou 1146 pacientes (529 sem diabetes e 617 com diabetes), IMC>30kg/m2, com fração de ejeção >45%, e insuficiência cárdica em classe II a iV. 

O desfecho primário, ou seja, a intenção do estudo foi investigar os efeitos da semaglutida 2,4 mg na função física, qualidade de vida e sintomas de insuficiência cardíaca (como falta de ar) e no peso corporal em comparação com placebo, ambos adicionados a ao tratamento padrão. 

Outros desfechos avaliados foram mortalidade por todas as causas e internações por IC e avaliação de inflamação. Nos estudos STEP-HFpEF com e sem diabetes, a semaglutida 2,4 mg apresentou melhora significativa nos sintomas de IC, nas limitações físicas, bem como perda de peso significativa vs. placebo, trazendo a opção de tratamento nesse cenário de ICFEP relacionado a obesidade, para melhora da qualidade de vida desses pacientes.

  



Novo Nordisk
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Referências

The GBD 2015 Obesity Collaborators. Health effects of overweight and obesity in 195 countries over 25 years. N Engl J Med. 2017 Jul 6;377(1):13–27. Lincoff AM, Brown-Frandsen K, Colhoun HM, et al. Semaglutide and cardiovascular outcomes in obesity without diabetes. N Engl J Med. 2023 Dec 14;389(24):2221–32.

Perkovic V, Tuttle KR, Rossing P, Mahaffey KW, G, et al. Effects of semaglutide on chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2024 May 24;NEJMoa2403347.

Kosiborod MN, Abildstrøm SZ, Borlaug BA, et al. Semaglutide in patients with heart failure with preserved ejection fraction and obesity. N Engl J Med. 2023 Sep 21;389(12):1069–84.

Kosiborod MN, Petrie MC, Borlaug BA, et al. Semaglutide in patients with obesity-related heart failure and type 2 diabetes. N Engl J Med. 2024 Apr 18;390(15):1394–407.



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