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terça-feira, 4 de junho de 2024

Pesquisa revela alta incidência de fake news relacionadas a epidemia de dengue no país

Realizado pela Agência Virta em parceria com o Instituto QualiBest, estudo aponta que os jornais de TV e os portais de notícias são os locais mais procurados para se informar


O Brasil já registrou, desde o início do ano até o final de abril, mais de 3 milhões de casos de dengue confirmados em laboratórios, sendo 4 mil casos severos e 2,8 mil mortes pela doença, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. O país é o que apresentou mais casos da doença no mundo, liderando com 82% dos casos.

Em meio a este cenário preocupante, a agência Virta, em parceria com o Instituto QualiBest, conduziu uma pesquisa visando entender a percepção da cobertura da imprensa sobre a epidemia de dengue. Os resultados revelam insights valiosos sobre a conscientização e a busca por informações relacionadas à prevenção e tratamento da doença.

A pesquisa apontou que a grande maioria dos entrevistados (73%) buscam ativamente informações sobre a epidemia, com foco na prevenção (79%), sintomas (71%) e tratamento (64%). Jornais de TV, portal de notícias, Instagram e o YouTube são os principais canais de informação. 



Embora 58% considerem como boa a qualidade das notícias sobre os casos de dengue no país, chama a atenção que 59% relatam encontrar frequente ou ocasionalmente notícias falsas sobre a doença na imprensa, ou nas redes sociais. 

"Nota-se que o papel da imprensa é fundamental para a prevenção da doença, e a disseminação de informações falsas vem se mostrando um grande obstáculo nesse sentido", destaca Paulo Moura, sócio da agência Virta.


Marcas e a dengue

Quando questionados sobre marcas relacionadas ao cuidado com a dengue, SBP foi a marca mais citada tanto espontaneamente, seguida pela OFF. Já quando os entrevistados foram estimulados a relacionar marcas a doença, SBP (73%), Baygon (51%), Raid (49%) e OFF (43%) foram as com melhor recall. As marcas de vacinas, Qdenga e Butantã foram citadas por 10% e 19% respectivamente. 

Apenas 11% dos entrevistados afirmam nunca terem visto alguma propaganda do Governo Federal sobre prevenção da Dengue, sendo que 79% avaliam como boas ou excelentes as propagandas de prevenção elaboradas pelo do Governo.

"Os dados apontam para a necessidade de intensificar as campanhas de conscientização pública, garantindo que as mensagens de prevenção alcancem todos os segmentos da sociedade", conclui Fabia Silveira.


Incidência da doença

O estudo apontou também que 39% dos internautas pesquisados já tiveram dengue, sendo que 14% tiveram nos últimos 6 meses. Além disso, 70% dos entrevistados afirmam estar mais preocupados com a Dengue hoje do que em anos anteriores. Essa preocupação se reflete nas ações de prevenção adotadas, com 74% afirmando que passaram a revisar se há acúmulo de água em suas residências, 46% utilizando inseticidas e 38% aplicando repelente diariamente. Sobre a vacinação, 70% pretendem se vacinar assim que a vacina estiver disponível no SUS para sua faixa etária, enquanto 6% já se vacinaram na rede privada.

"Os dados indicam uma mobilização significativa da população na prevenção da dengue, o que é fundamental para conter a propagação da doença", complementa Fabia Silveira, Gerente de planejamento e atendimento do Instituto QualiBest. "No entanto, é importante garantir que as informações disponíveis sejam precisas e confiáveis, evitando a disseminação de notícias falsas que comprometam os esforços de combate à epidemia".


Sobre o estudo

O estudo, realizado de forma online entre 28 de março e 3 de abril de 2024, ouviu 828 internautas, entre homens e mulheres de todo o país, com mais de 18 anos e pertencentes a todas as classes sociais.

 

Agência Virta
Instituto QualiBest


Nova ferramenta associa os tipos de doença de Alzheimer à taxa de declínio cognitivo

A utilização de uma nova ferramenta que utiliza dados tridimensionais, fez com que pesquisadores da Mayo Clinic descobrissem uma série de alterações cerebrais na doença de Alzheimer caracterizadas por aspectos clínicos únicos e comportamentais das células imunológicas. Suas descobertas estão publicadas na JAMA Neurology.

A ferramenta de índice corticolímbico recolhe dados 3D de várias áreas do cérebro afetadas pela doença de Alzheimer, permitindo que profissionais da saúde e pesquisadores obtenham uma melhor compreensão sobre as diferenças nas experiências das pessoas com a doença de Alzheimer.

A ferramenta classifica os casos da doença de Alzheimer em três subtipos, de acordo com a localização das alterações cerebrais. A pesquisa dá continuidade ao trabalho anterior da equipe, demonstrando como essas mudanças afetam as pessoas de diversas maneiras. Descobrir a patologia microscópica da doença pode ajudar os pesquisadores a identificar biomarcadores que podem impactar os futuros tratamentos e cuidados com os pacientes.

"Nossa equipe encontrou diferenças demográficas e clínicas notáveis entre sexo, idade no início dos sintomas e taxa de declínio cognitivo", diz a autora sênior Ph.D. Melissa E. Murray, neuropatologista translacional na Mayo Clinic da Flórida.

O índice corticolímbico atribui um escore à localização de emaranhados tóxicos de proteínas Tau que danificam as células nas regiões cerebrais associadas à doença de Alzheimer.  As diferenças na acumulação dos emaranhados afetaram a progressão da doença.

A equipe analisou amostras de tecido cerebral de um grupo multiétnico de quase 1.400 pacientes com doença de Alzheimer, doados entre 1991 e 2020. As amostras estão armazenadas no Banco de Cérebros da Mayo Clinic, derivado de uma parceria com a Iniciativa para a Doença de Alzheimer do estado da Flórida. A população da amostra incluiu asiáticos, negros/afro-americanos, hispânicos/latino-americanos, nativos americanos e brancos não hispânicos que receberam os cuidados em clínicas de distúrbios de memória na Flórida e doaram seus cérebros para a pesquisa.

Para verificar o valor clínico da ferramenta, os pesquisadores investigaram ainda mais os participantes do estudo da Mayo Clinic que foram submetidos a neuroimagem enquanto estavam vivos. Em colaboração com uma equipe da Mayo Clinic liderada pela Ph.D. Prashanthi Vemuri, pesquisadores descobriram que os resultados do índice corticolímbico eram condizentes às alterações no hipocampo detectadas pela ressonância magnética (RM) e às alterações no córtex detectadas pela tomografia por emissão de pósitrons Tau (Tau-PET).

"Ao combinar nossa experiência nas áreas de neuropatologia, bioestatística, neurociência, neuroimagem e neurologia para abordar a doença de Alzheimer de todos os ângulos, fizemos avanços significativos na compreensão de como ela afeta o cérebro", explica a Dra. Murray. "O índice corticolímbico é um escore que pode incentivar uma mudança de paradigma em direção à compreensão da individualidade dessa doença complexa e ampliar nossa perspectiva. Este estudo marca um passo significativo em direção aos cuidados personalizados, oferecendo esperança para terapias futuras mais eficazes."

Os próximos passos da equipe de investigação serão traduzir as suas descobertas na prática clínica, dando aos radiologistas e outros especialistas médicos acesso à ferramenta de índice corticolímbico. A Dra. Murray diz que a ferramenta pode ajudar os médicos a determinar a progressão da doença de Alzheimer nos pacientes e melhorar o seu manejo clínico. A equipe também está planejando mais pesquisas utilizando a ferramenta para identificar áreas do cérebro resistentes aos efeitos tóxicos da proteína Tau.

Para obter uma lista completa dos autores, financiamentos e divulgações, acesse a revista.



Mayo Clinic


Câncer de Intestino: Vacina traz novas esperanças para pacientes com doença avançada

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Estudo inglês mostra eficácia de imunizante desenvolvido com a tecnologia de RNA mensageiro, a mesma usada contra a Covid-19; Homem de 55 anos com tumor colorretal foi a primeira pessoa a receber o novo tratamento
 


Um estudo desenvolvido no Reino Unido recém-divulgado traz boas perspectivas para pacientes diagnosticados com câncer de intestino, um dos mais prevalentes em todo o mundo. Um novo ensaio clínico utilizando a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), a mesma usada nas vacinas contra a Covid-19, se mostrou eficaz na geração de tratamentos que podem revolucionar o controle da doença. 

O estudo avaliou a resposta à nova alternativa terapêutica aplicada a um professor universitário de 55 anos, Elliot Phebve. Diagnosticado com câncer colorretal agressivo (que afeta a porção final do intestino) em 2023, o pai de quatro filhos passou por cirurgia e quimioterapia antes de se tornar o primeiro paciente a receber um imunizante personalizado experimental para evitar a recidiva do tumor. 

A vacina, desenvolvida pela empresa de biotecnologia alemã BioNTech SE, foi criada analisando o tumor específico de Phebve cada paciente para identificar mutações. Com essas informações, uma medicação personalizada é desenvolvida para estimular o sistema imunológico do paciente a reconhecer e destruir células cancerígenas remanescentes após a cirurgia. 

A diretora executiva do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), Amanda Pritchard, destacou a importância do projeto, descrevendo-o como um dos maiores do mundo. "Estamos buscando maneiras melhores e mais eficazes de combater o câncer. Graças aos avanços no cuidado e tratamento, a sobrevivência ao câncer está em alta recorde neste país, mas esses testes de vacinas poderiam um dia nos oferecer uma maneira de imunizar as pessoas contra seu próprio câncer para ajudar a salvar mais vidas," afirmou. 

Segundo Alexandre Jácome, líder nacional da especialidade tumores gastrointestinais da Oncoclínicas, a introdução das vacinas personalizadas representa um avanço significativo no combate à doença. “Esse tipo de medicação criada de forma individualizada para cada indivíduo tem por objetivo criar uma ‘memória’ imunológica que pode prevenir o retorno do câncer após a cirurgia ou quimioterapia. Estamos falando de tratamentos que são menos invasivos e potencialmente mais eficazes, o que pode transformar a jornada de muitos pacientes”, diz. 

O oncologista explica que essas vacinas ainda não estão disponíveis fora dos ensaios clínicos, pois dependem de novas etapas de avaliação e também da aprovação dos órgãos reguladores. No entanto, ele ressalta que a perspectiva de usar a própria resposta imunológica do paciente para combater o câncer traz uma nova esperança para o futuro dos tratamentos oncológicos. 

“Há inúmeras estratégias em desenvolvimento no mundo envolvendo vacinas contra vários tipos de câncer, tanto em doenças localizadas como em doenças avançadas, que têm por objetivo estimular o sistema imunológico a reagir contra proteínas que estão presentes em células cancerígenas e, consequentemente, eliminá-las. São estratégias extremamente promissoras, mas é fundamental destacar que são experimentais, sendo necessários mais dados e estudos antes de aplicarmos em nossa prática clínica”, frisa Jácome. 

A partir desse resultado positivo, a intenção dos pesquisadores é, a partir do envolvimento de mais de 30 hospitais, recrutar até 10 mil pacientes para receber essa modalidade de imunoterapia contra diversos tipos de câncer além do de intestino, como de pâncreas e pulmão. De acordo com o NHS, o acesso a ensaios clínicos poderia fornecer uma outra opção para pacientes e suas famílias por meio da ampliação de oportunidades de participação nesses estudos científicos, sinalizando um promissor para novas chances de cura e uma melhor qualidade de vida para muitos pacientes. 



Oncoclínicas&Co
Para obter mais informações, visite Link


Sociedade de Pediatria do RS destaca importância da imunização infantil no cenário das cheias

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Hepatite A, Tétano, Gripe e COVID são indispensáveis diante do quadro que foi formado pelas trágicas enchentes no Rio Grande do Sul

 

Estar com o calendário de imunização das crianças em dia é essencial em qualquer momento. Porém, no cenário atual, duas vacinas precisam de um olhar ainda mais atento dos pais: Hepatite Am Tétano, gripe e COVID são as que mais precisam de atenção.  

"É importante manter todas as vacinas atualizadas, mas tem algumas que são muito importantes devido à enchente: a Hepatite A, disponível para crianças a partir de um ano e três meses que deve ser realizada em duas doses com intervalo de seis meses entre cada uma delas e a vacina do Tétano, que faz parte da chamada pentavalente. O esquema vacinal completo neste caso recomendado pelo Ministério da Saúde é de 3 doses administradas no primeiro ano de vida com reforços aos 15 meses e 4 anos”, explica o membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria RS, Juarez Cunha.  

A influenza e COVID, doenças respiratórias que se tornam ainda mais recorrentes no período do inverno, precisam de uma atenção especial, ainda mais por conta do cenário de aglomerações que não há como ser evitado nesse contexto.  

A hepatite A é transmitida principalmente através do consumo de água ou alimentos contaminados e pode causar sintomas como febre, fadiga, náusea, vômitos, dor abdominal e icterícia. Em casos graves, pode levar a complicações hepáticas graves e até mesmo à morte. A vacinação contra hepatite A é especialmente importante para crianças, pois a infecção pode ser assintomática ou leve em jovens, mas pode se tornar mais grave em adultos. Além disso, a vacinação é crucial para prevenir surtos da doença em comunidades e áreas afetadas por desastres naturais ou condições de saneamento precárias.  

A vacina contra o tétano é uma das doses essenciais do calendário de imunização infantil. O tétano é causado pela toxina da bactéria Clostridium tetani, que pode ser encontrada no solo, poeira e fezes animais. As crianças estão particularmente vulneráveis ao tétano devido à sua tendência a ferimentos acidentais, como cortes, arranhões e perfurações. Se não tratada, a toxina do tétano pode causar rigidez muscular dolorosa, espasmos, dificuldade para engolir e respirar, e em casos graves, pode levar à morte.  

 

Marcelo Matusiak


COVID-19 leve pode desencadear perdas cognitivas no longo prazo

No estudo feito na USP, dificuldades cognitivas foram observadas
 em 11,7% dos participantes que tiveram COVID-19 leve
 Freepik

Estudo com 302 voluntários mostrou que, embora a intensidade do dano seja maior entre indivíduos que tiveram a forma grave da doença, pessoas que nem sequer tiveram sintomas suficientes para serem hospitalizadas estão apresentando déficits de atenção e memória mais de 18 meses após a infecção

 Perda de memória e de atenção é um fenômeno relatado com frequência por sobreviventes de COVID-19 grave. Contudo, esse tipo de sequela também foi observado em pessoas que tiveram a forma leve da doença mais de 18 meses após a infecção, relatam pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em estudo divulgado na revista BMC Psychology. Segundo os autores, a descoberta alerta para a necessidade de programas de reabilitação mais abrangentes, que levem em conta os impactos cognitivos da COVID longa.

No estudo, realizado com 302 indivíduos, dificuldades cognitivas estiveram presentes em 11,7% dos participantes que tiveram COVID-19 leve, em 39,2% dos que apresentaram quadros moderados e em 48,9% dos que sobreviveram à forma grave.

“Observamos que, quanto maior a gravidade da doença, maior é a intensidade dos prejuízos relacionados com déficit de atenção, perda de memória e diminuição de velocidade de processamento. Mesmo assim, não é desprezível o número de pessoas – que chega a cem no nosso estudo – que apresentaram quadros leves e moderados da doença e estão com as mesmas sequelas”, conta Antônio de Pádua Serafim, pesquisador do Instituto de Psicologia (IP) da USP e primeiro autor do artigo.

Os resultados da pesquisa, financiada pela FAPESP, evidenciam os potenciais impactos da neuroinflamação decorrente da infecção pelo SARS-CoV-2.

“Sabe-se que perda de memória e de atenção pode estar associada a agravos dos procedimentos anestésicos e da própria intubação. Nesses casos, ocorre o que chamamos de síndrome pós-tratamento intensivo. No entanto, neste estudo, temos pessoas que não precisaram de UTI ou que nem sequer tiveram sintomas suficientes para serem hospitalizadas e, mesmo assim, apresentam perdas de atenção e memória. Os resultados, portanto, abrem os nossos olhos para a questão da neuroinflamação da COVID-19”, diz Serafim.

Atenção e memória são duas funções cognitivas importantes, que têm impacto na funcionalidade do dia a dia. Por isso, entre os participantes do estudo que não obtiveram boas pontuações nos testes de memória e atenção, foram comuns relatos de problemas para lembrar palavras ou desempenhar atividades cotidianas, por exemplo, esquecer panelas no fogo ou deixar de pegar o filho na escola.

“Pensando em uma hierarquia, a atenção seria a função primária de toda a atividade mental, por isso o impacto tão grande dessa sequela no cotidiano das pessoas. É preciso ter uma qualidade atencional para conseguir pensar e agir em várias coisas ao mesmo tempo. O impacto na atenção tem repercussão na capacidade de memória do indivíduo. Em alguns casos, a atividade atencional está tão dispersa que cada novo estímulo [atividade que deve ser feita] se desvanece, a ponto de a pessoa não conseguir lembrar o que estava fazendo. Isso também afeta a velocidade de processamento, que envolve a tomada de decisão rápida com base em uma informação”, explica o pesquisador.


Reabilitação cognitiva

Segundo Serafim, já está claro que, além de afetar pulmões, rins, coração e músculos, o SARS-CoV-2 pode ter impacto no sistema nervoso central. A pergunta que permanece em aberto é a extensão do dano. “Ainda não sabemos se os prejuízos cognitivos da COVID-19 são permanentes ou não. E estamos neste momento avaliando maneiras de intervir nesse processo”, conta.

Em parceria com outros pesquisadores da USP, Serafim está desenvolvendo programas para tentar amenizar as perdas cognitivas ocasionadas pela COVID-19. A proposta é verificar se técnicas conhecidas como neuroestimulação e neurofeedback poderiam atenuar ou reverter os problemas de atenção e memória.

"Ambas as técnicas não invasivas têm o objetivo de melhorar o funcionamento cerebral por meio de neuromodulação, que pode estimular a maior conexão entre os neurônios do cérebro [sinapse]. Por enquanto, temos apenas estudos de caso. Por exemplo, o de um médico que ficou 34 dias internado na UTI [unidade de terapia intensiva]. Realizamos um protocolo de neurofeedback, muito usado em pacientes com transtorno de déficit de atenção, e ele se recuperou muito bem. Mas é um caso isolado”, diz.

“Acredito que, com base no que já temos de conhecimento sobre técnicas de estimulação cognitiva, reabilitação cognitiva, seria possível obter uma melhora na conectividade neural por meio de treinos que estimulem a habilidade cognitiva. A fase grave da pandemia passou, mas as sequelas persistem. Portanto, não é um caso encerrado. Foram muitas pessoas infectadas e muitas que estão apresentando sequelas desse tipo. Porém, ainda não temos um programa efetivo para intervir não só nos aspectos emocionais, mas também nas dificuldades cognitivas decorrentes da COVID-19”, pondera.

O artigo Cognitive performance of post-covid patients in mild, moderate, and severe clinical situations pode ser lido em: https://bmcpsychology.biomedcentral.com/articles/10.1186/s40359-024-01740-7. 



Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/covid-19-leve-pode-desencadear-perdas-cognitivas-no-longo-prazo/51829


Vício em jogos de azar: como a nova “moda” pode virar transtorno mental grave



Condição mental leva a consequências negativas graves para a saúde e o bem-estar geral do indivíduo; psiquiatra da SIG esclarece


As plataformas de apostas online- como o “jogo do tigrinho” as “bets -” ganharam espaço nos últimos anos, movimentando altos montantes e ganhando um número cada vez maior de adeptos. Mas esse hábito de apostar de forma virtual pode, de forma muito rápida, tornar-se um "vício em jogos". 

É considerado vício em jogos o comportamento de persistir em jogar recorrentemente, apesar de consequências negativas ou do desejo de parar. Em uma pesquisa recente do Datafolha, 30% dos brasileiros de 16 a 24 anos afirmam que já apostaram em jogos de forma virtual. O número para todo o país é de 15%, onde 7% dizem que não apostam mais e 8% continuam. 

De acordo com o Dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG - Residência Terapêutica, trata-se de um problema cada vez mais frequente e grave, pois leva a consequências negativas significativas para a saúde mental e o bem-estar geral do indivíduo. “O jogo de azar traz uma promessa de ganhar dinheiro rápido e fácil, de qualquer lugar do mundo, em qualquer dia e horário, mas é um perigo, acima de tudo, devido ao risco de acarretar transtornos mentais”, explica o profissional. 

Vale ressaltar que, ao longo dos últimos anos, o vício em jogos pela internet atingiu um número maior de pessoas por conta de sua facilidade. Se, antigamente, a pessoa precisava sair de casa para apostar em uma casa de jogos, hoje consegue-se jogar de qualquer lugar, dentro de casa, do celular ou do computador.

Esse vício em jogar pode ter como consequência o desenvolvimento de um transtorno patológico de compulsão ou dependência, que envolve doenças, como dependência química e compulsão alimentar, ou seja, são problemas graves. “No caso do vício em jogos, a grande maioria das pessoas acumula perdas e dívidas, gerando sentimento de impotência e vergonha, com o agravante de que muitas vezes elas realmente perdem tudo o que têm”, complementa o Dr. Lipman. 

Hoje em dia, já há casos de um grande número de pessoas que pedem adiantamento do salário ou do 13º salário e férias para poder continuar jogando. “Esse é tipicamente o sintoma de quem está em uma escalada de dependência, em uma compulsão”, pontua o psiquiatra.
 

Vício pode levar à depressão e outros males 

O especialista explica ainda que, dependendo do nível do vício, esses indivíduos podem ainda desenvolver outros problemas de saúde mental, como depressão. Vale lembrar que, segundo a OMS, o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com 9,3% da população afetada por esse transtorno mental. 

Além disso, essas pessoas podem também ter problemas de insônia, e até mesmo declínio no desempenho acadêmico e profissional. “A dedicação excessiva aos jogos pode resultar em queda de produção em outros aspectos da vida, pois a falta de concentração, a procrastinação e a negligência de responsabilidades são consequências comuns observadas em indivíduos viciados em jogos”, resume. 

O ato de apostar é viciante também por conta da liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa, ocorre durante a jogatina. “Ele acaba incentivando o comportamento repetitivo e levando ao desenvolvimento do vício, assim como acontece em outras situações”, opina o psiquiatra.

 

Intervenções e tratamentos 

É importantíssimo procurar um médico e um psicólogo para que o problema seja acompanhado de perto e tratado de forma adequada. Além de possíveis medicações prescritas por um psiquiatra, algumas estratégias também podem ajudar no tratamento.

“O apoio familiar é de extrema importância, mas estabelecer uma rotina equilibrada é a chave para a recuperação. Incentivar a adoção de hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, uma dieta balanceada e a melhoria dos padrões de sono, pode contribuir significativamente para a recuperação", finaliza o psiquiatra.

 



Sig Residência Terapêutica
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LIPEDEMA: CONHEÇA OS PRIMEIROS PASSOS PARA IDENTIFICAR ESSA CONDIÇÃO

Nesse mês de conscientização do lipedema, médica cirurgiã vascular comenta a importância do diagnóstico, e como identificar a doença.
 

Você sabe o que é lipedema? Essa é uma condição que vem levantando muitas questões nos últimos anos, isso porque ela pode ser facilmente confundida com a famosa celulite. Segundo levantamento da Universidade Paulista (USP), uma em cada dez mulheres sofre com o lipedema no mundo e, no Brasil, 5 milhões convivem provavelmente com essa condição e não sabem. Por isso, junho é o mês de conscientização do lipedema, visando levar mais pessoas ao conhecimento da doença, bem como suas causas e seus tratamentos. 

Segundo a médica cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Carol Mardegan, o lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura inflamada nos membros inferiores e braços. “A condição, também conhecida como a síndrome da gordura dolorosa, está relacionada a um hormônio feminino, o estrogênio. Por isso, momentos específicos da vida da mulher, como puberdade, gestação, uso de anticoncepcionais, tratamentos para engravidar e menopausa, tendem a ser gatilhos. Já na celulite, o acúmulo de gordura é difuso pelo corpo e não se observa dor ou sensibilidade ao toque da pele. 

Para te ajudar a identificar, conversamos com a Dra. Carol Mardegan que destaca os primeiros passos para identificar o lipedema, veja:
 

1 - Conheça os sintomas: como mencionado pela Dra. Carol, lipedema é caracterizado pelo acúmulo de gordura desproporcional e simétrico nas extremidades, diferente da celulite, ele possui sintomas peculiares, sendo eles: dor ao toque, sensação de peso nas pernas, tendência a hematomas e, em estágios avançados, mobilidade reduzida. A identificação precoce desses sinais pode facilitar um diagnóstico mais rápido.
 

2 - Observe as diferenças: é importante reforçar, que essa condição é muitas vezes confundida com obesidade, celulite ou linfedema, porém o lipedema tem características distintas. Enquanto a obesidade causa um acúmulo uniforme de gordura, o lipedema afeta apenas áreas específicas, como: pernas, braços, quadris e nádegas. Diferenciar essas condições é crucial para buscar o tratamento correto.
 

3 - Histórico familiar: o lipedema pode ser um resultado da hereditariedade. Se há casos de lipedema na família, é importante estar atento aos sintomas e procurar orientação médica especializada para avaliação e possíveis testes genéticos.

 

4 - Consulta com especialista: caso suspeite de lipedema, procure um médico especializado em doenças vasculares. O diagnóstico é clínico e pode ser complementado por exames de imagem para descartar outras condições e confirmar a presença da condição.

 

5 - Busca por informação: por fim, educar-se sobre o lipedema é um passo importante. Existem diversas organizações e comunidades online dedicadas ao apoio e disseminação de informações sobre a condição. Participar desses grupos pode proporcionar suporte emocional e compartilhar experiências pode ser benéfico para outras pessoas.

 

Carol Mardegan -Graduada em medicina pela Universidade de Taubaté, com residência médica em Cirurgia Vascular pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), especialização Fellowship em Cirurgia Endovascular. Carol Mardegan é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e tem como foco a Cirurgia Endovascular buscando sempre os melhores resultados através das modernas técnicas minimamente invasivas.


Entidades alertam sobre risco de desabastecimento de insulinas humanas

 SBD e SBEM informam que fabricante comunicou que Farmácia Popular e redes de farmácias podem ser afetadas nos próximos meses

 

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) recebem com preocupação o comunicado do laboratório Novo Nordisk informando que, a partir do mês de julho, haverá indisponibilidade no fornecimento, via farmácia popular e redes de farmácias, dos medicamentos Novolin® R (insulina regular) e Novolin® N (insulina NPH, de ação prolongada), ambos com apresentação em frasco de 10ml, com previsão de perdurar pelo segundo semestre de 2024. 

A SBD e a SBEM vêm participando de reuniões com os órgãos e entidades envolvidos neste processo, pois a insulina é um medicamento vital, que necessita ser administrado diariamente por milhares de pessoas, para manter a vida e a saúde.

Mesmo com o incremento da produção destas insulinas, o laboratório Novo Nordisk informa que não será possível manter a disponibilidade habitual, devido ao aumento na demanda e à redução de outros fornecedores no mercado mundial.

Segundo o laboratório, o fornecimento de canetas de insulina NPH e Regular distribuídas pelas unidades do Sistema Único de Saúde não será afetado. Os pacientes que fazem uso destas medicações devem ser orientados a buscar as farmácias do SUS para a retirada das insulinas. Caso seja necessária a substituição das insulinas humanas por análogos de insulina, será indispensável a orientação médica para o ajuste das doses, do horário e da frequência da administração.

É fundamental que toda a classe médica, profissionais de saúde envolvidos no cuidado de pessoas que vivem com diabetes e a população estejam informados, para que os pacientes possam se planejar e recebam as orientações necessárias para a manutenção do seu tratamento e cuidado com a saúde.

A SBD e a SBEM continuarão acompanhando de perto esta situação e em contato constante com as autoridades competentes para manter todos informados sobre quaisquer mudanças deste cenário. As entidades se colocam à disposição para quaisquer esclarecimentos eventualmente necessários.



Links:
Comunicado Novo Nordisk na íntegra: Link


PCDT Diabetes Tipo 1:
Link


PCDT Diabetes Tipo 2:
Link

Orientações para migração de insulinas humanas para análogos de insulina: Link


Entenda como evitar e tratar as dores de garganta durante o inverno

 

As infecções podem ser virais ou bacterianas, mas seus sintomas podem ser muito semelhantes


Com a chegada dos dias mais frios, muitas pessoas se queixam de dores na garganta que podem ser muito incômodas. Mas quais são as causas dessas dores e o que fazer para evita-las? O médico otorrinolaringologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Ronaldo Américo responde algumas dessas dúvidas.

O especialista explica que as dores de garganta são processos inflamatórios ocasionados em aproximadamente 80% por infecções virais, porém a origem bacteriana deve ser sempre considerada. Ronaldo detalha que, por serem transmitidas através do ar, o período de inverno acaba favorecendo a disseminação dessas infecções. “Neste período do ano há maior circulação de vírus que ocasionam infecções do Trato Respiratório Superior. No inverno as pessoas buscam ambientes fechados e com menor circulação de ar, favorecendo a transmissão destes patógenos”, detalha ele.

Os sintomas de dor de garganta, de diferentes causas, podem ser bastante semelhantes. O médico afirma que a dor pode ser de intensidade variável e pode estar associado a outros sinais e sintomas como mialgia (inflamação que gera dor muscular), astenia (perda ou diminuição da força física), febre, obstrução nasal, coriza, otalgia (dor de ouvido) e irritação ocular. Segundo ele, a presença de pus nas amígdalas pode indicar uma infecção bacteriana, embora também possa estar presente em infecções virais.

“As faringites podem apresentar uma variabilidade muito grande na intensidade e duração de seus sintomas. A maior parte dos casos são autolimitados, de curta duração e apresentam resolução espontânea. No entanto, em alguns casos mais graves elas podem evoluir para dor intensa, náuseas e vômitos, queda do estado geral e desidratação, necessitando inclusive internação hospitalar para tratamento, entre estes dois espectros, porém, pode haver uma infinidade de outras possibilidades. ”, destaca Ronaldo Américo.

O especialista indica que parte dos casos de infecções virais pode evoluir de forma desfavorável para uma infecção bacteriana secundária, evoluindo com complicações como as sinusites agudas, tonsilites agudas (amigdalites e adenoidites), otites médias e agudas, laringites e traqueítes. 

Para todos os pacientes que apresentem este tipo de afecção as principais recomendações são: dietas mais leves, incremento na hidratação, repouso, além de evitar a ingestão de alimentos muito gelados durante este período. O consumo de chás quentes também pode contribuir para amenizar o desconforto. “Em relação aos medicamentos, o uso de anti-inflamatórios e analgésicos ajuda a diminuir a intensidade dos sintomas. Mas, caso o diagnóstico seja de uma provável infecção bacteriana, o uso de um antibiótico será requerido”, detalha.

Para além deles, alguns medicamentos específicos também podem contribuir com o tratamento das dores de garganta: os colutórios (para gargarejo), que diminuem o desconforto para engolir favorecendo a manutenção da alimentação e hidratação; os nutracêuticos, os lisados bacterianos e outros imunoestimulantes como a Timomodulina que são capazes de estimular o sistema imunológico e auxiliar na cura e/ou recorrência das infecções do Trato Respiratório Superior.

Ronaldo Américo recomenda que os usos de medicamentos sejam feitos sob supervisão médica. “A intensificação dos sintomas, como aumento exagerado da dor, febre alta, intensa dor no corpo, náuseas e vômitos persistentes, falta de apetite e dificuldade para engolir são sinais de alerta para uma evolução desfavorável destes quadros de dor de garganta. Procure atendimento médico”, finaliza. 



Hospital Edmundo Vasconcelos
www.hpev.com.br


Câncer de pulmão: combinação de terapia-alvo e quimioterapia revoluciona o tratamento de casos avançados


Apresentado no principal congresso global de oncologia, o estudo fase 3 LAURA mostra avanços no tratamento de tumores pulmonares de células não pequenas, o mais comum entre a população

 

O tipo de tumor que mais mata no mundo, o de pulmão, mereceu especial atenção da comunidade médica nas últimas décadas e, nesta edição da ASCO, principal congresso global de oncologia, estudos com avanços serão apresentados em diferentes painéis. Uma das pesquisas de maior impacto, apresentada nesta segunda-feira (03/06) durante a plenária, trouxe dados que acenam para novas frentes de adoção do osimertinib, uma medicação que atua no chamado receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR), para casos de câncer de pulmão estadio 3. 

“Esses pacientes faziam habitualmente quimioterapia e radioterapia, mas agora temos no horizonte um estudo mostrando que para pacientes com mutação no gene EGFR, a terapia-alvo também melhora a eficácia do tratamento”, explica William Nassib William Jr., líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas. 

Chamado de LAURA, a pesquisa fase 3 liderada por Suresh S. Ramalingam, da Emory University School of Medicine, de Atlanta (Eua), mostra resultados de sobrevida global encorajadores, trazendo perspectivas de grandes benefícios da combinação a longo prazo. 

“Os dados apresentados indicam uma descoberta revolucionária. O estudo revelou que o uso do inibidor da tirosina quinase EGFR, osimertinib, melhora significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (NSCLC) estágio III, irressecável, após quimiorradioterapia. Os resultados indicam que a medicação oferece uma taxa de sobrevida de 39,1 meses, em comparação com apenas 5,6 meses com placebo. Esses resultados oferecem esperança renovada para pacientes com mutações EGFR e consolidam o osimertinib como uma nova referência em terapias direcionadas”, explica o oncologista.
 

Avanço notável

O estudo envolveu 216 pacientes de 17 países, divididos aleatoriamente para receber osimertinib ou placebo. A maioria dos participantes eram mulheres e de origem asiática, com idades médias de 62 e 64 anos, respectivamente. 

“O osimertinib demonstrou uma melhoria estatisticamente significativa e clinicamente relevante nas taxas de sobrevida livre de doença,” afirmou o autor principal da análise, destacando que o tratamento deve se tornar o novo padrão de cuidado para casos com mutação EGFR nesta fase. Suresh Ramalingam enfatizou ainda a importância dos testes de mutação EGFR no estágio III da doença para garantir os melhores resultados possíveis para todos os pacientes. 

“O benefício foi consistente em todos os subgrupos predefinidos, incluindo sexo, idade, histórico de tabagismo e estágio do câncer. Os resultados do LAURA redefinem o paradigma de tratamento, demonstrando que o osimertinib supera significativamente a imunoterapia para pacientes com mutação EGFR, estabelecendo um novo padrão de cuidado”, diz William William. 

Segundo o líder nacional da especialidade tumores torácicos da Oncoclínicas, esses achados marcam um avanço de grande impacto no tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células avançado, uma condição que afeta de 20% a 30% dos 2 milhões de novos casos de câncer de pulmão diagnosticados anualmente ao redor do mundo. “Com aproximadamente 60% a 90% desses pacientes apresentando doença irressecável, a introdução do osimertinib pode melhorar as perspectivas de uma grande parcela de pacientes”, frisa.

 

Novos horizontes para tumores torácicos

William William cita ainda duas análises relevantes baseadas no uso de imunoterápicos e drogas alvo direcionadas que mereceram destaque na programação da ASCO 2024. “Uma avaliação relevante aborda uma imunoterapia que é dada para pacientes com câncer de pulmão de pequenas células, com doença limitada. Neste caso, já usávamos imunoterapia para doença extensa e agora teremos dados apresentados de que em casos potencialmente curáveis a imunoterapia pode ser uma opção viável”, diz o oncologista, que participou da sessão de resumo oral sobre o tema “Podemos aumentar o benefício da imunoterapia no câncer de pulmão de células não pequenas?”, parte da agenda de sessões orais do dia 31/05. 

Não menos importante, segundo ele, são os dados de uma pesquisa na linha de diagnóstico precoce, sobre tomografia de rastreamento baseado em histórico familiar. “Tradicionalmente, este exame é feito baseado no histórico de tabagismo dos pacientes, mas uma pesquisa feita em Taiwan sugere a possibilidade de avaliarmos um novo protocolo de indicação, baseado na história familiar, independentemente do tabagismo, ou seja, a recomendação de tomografia de screening para pacientes que têm parentes próximos com câncer de pulmão”, finaliza William William. 



Oncoclínicas&Co.
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Cirurgia de escoliose: três tecnologias que melhoram a qualidade de vida do paciente

Operar a coluna costuma ser motivo de preocupação para muitas pessoas, principalmente, devido a medos relacionados a riscos que prejudiquem a mobilidade e tragam outras consequências ao corpo. Apesar de compreensível, é importante ressaltar que, hoje, existem recursos tecnológicos robustos que elevam a assertividade deste procedimento garantindo uma maior qualidade de vida ao paciente – os quais precisam ser melhor conhecidos para desmistificar estes receios aos que precisarem passar por esta cirurgia.

A escoliose é uma doença de coluna que afeta cerca de 2% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Seus casos cirúrgicos são indicados em pacientes cuja curvatura da coluna ultrapassa os 45 graus, uma vez que um possível tratamento com o colete para escoliose ou fisioterapia específica não melhoram sua progressão.

É claro que, assim como qualquer procedimento, esta cirurgia apresenta seus riscos, principalmente em termos neurológicos, de infecção e hemorragias. Por isso, além dos cuidados usuais que precisam ser seguidos no pós-operatório – incluindo treinos de mobilidade, andar e demais movimentos em prol do alinhamento da coluna – a incorporação dos avanços tecnológicos pelos profissionais do ramo também é algo que vem contribuindo cada vez mais para uma maior precisão e eficácia na cirurgia, assim como uma melhor recuperação ao paciente.

No Brasil, especificamente, algumas das grandes tendências tecnológicas que temos visto neste sentido é a introdução da navegação e robótica associadas a métodos de visualização 3D, como forma de possibilitar um melhor posicionamento dos implantes e, consequentemente, uma maior segurança na cirúrgica. Veja detalhes de cada um deles:

#1 Navegação: o uso desta técnica é algo extremamente importante para que o especialista tenha informações visuais mais precisas ao longo da cirurgia. Considerando que, no caso da escoliose, este procedimento é algo extremamente delicado e pode durar de duas a seis horas até sua finalização, a navegação auxiliará a proteger áreas anatômicas importantes da coluna como a medula, nervos e tecidos, elevando a precisão em tudo que for feito.

#2 Robótica: apesar se não ser algo relativamente novo, cada vez mais as instituições de saúde estão investindo na robótica em procedimentos diversificados em prol desta maior assertividade. Nas cirurgias de escoliose, esta tecnologia permite que os cirurgiões obtenham imagens mais precisas sobre o paciente e consigam planejar o posicionamento da instrumentação visando uma maior precisão – algo essencial por ser uma cirurgia que envolve os nervos e a medula espinhal. Com ela, o procedimento se torna menos invasivo e mais veloz, preservando os músculos, tendões e ligamentos.

#3 Visualização 3D: também já bastante incorporada, a visualização tridimensional (3D) e em tempo real oferece, além de uma imagem única da área operada, a demonstração exata do ângulo, profundidade e direção que o cirurgião está inserindo os parafusos, ganchos e hastes normalmente utilizados na correção da coluna. Na prática, ela melhora consideravelmente o desempenho destes especialistas, junto à uma melhor recuperação e maior qualidade de vida ao paciente.

Todas essas tecnologias já se mostraram fortemente benéficas para a melhora da função pulmonar, cardíaca, e do alinhamento da coluna, evitando compensações patológicas e, claro, aperfeiçoando a estética que, inevitavelmente, não fica de fora dentre as preocupações dos pacientes.

Atualmente, vemos uma intensificação dos treinamentos na introdução dessas técnicas, assim como um maior número de hospitais introduzindo tais métodos considerando essas vantagens proporcionadas – o que eleva as expectativas de aprofundamento nessas tecnologias e seus impactos positivos naqueles que apresentam tal curvatura.

No final, a maior divulgação e consciência sobre a existência da doença é essencial para que tenhamos um maior número de casos diagnosticados e, por consequência, a introdução do tratamento precoce, de forma que as cirurgias sejam direcionadas apenas aos pacientes que realmente precisam delas e que possam contar com o apoio de tecnologias robustas que assegurem sua saúde.

 

Dr. Carlos Eduardo Barsotti - cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School. Com mais de 19 anos de experiência na área, é um dos poucos profissionais do país a realizar intervenções de alta complexidade, principalmente na correção de escoliose.


Injúria Renal Aguda: causas, sintomas e diagnóstico

Nefrologista explica como prevenir e diagnosticar precocemente

 

A injúria renal aguda (IRA) é uma condição em que os rins perdem rapidamente a capacidade de realizar suas funções básicas, como eliminar resíduos e líquidos do corpo. Essa condição pode surgir subitamente e é diferente da doença renal crônica (DRC), que é uma perda progressiva e irreversível da função renal. 

A IRA pode ser causada por vários fatores, incluindo:

  • Choque circulatório: redução severa do fluxo sanguíneo para os rins;
  • Sepse: infecção generalizada que pode comprometer os órgãos;
  • Desidratação severa: falta de líquidos no corpo que afeta o funcionamento renal;
  • Obstrução renal: bloqueios que impedem a passagem da urina;
  • Insuficiência cardíaca: o coração não bombeia sangue adequadamente, afetando os rins.

“Além disso, certos medicamentos podem ser tóxicos para os rins, como anti-inflamatórios, antibióticos e alguns quimioterápicos”, explica Bruno Zawadzki, diretor médico da DaVita Tratamento Renal.
 

A condição pode apresentar sintomas como:

  • Diminuição da produção de urina;
  • Retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés;
  • Sonolência e cansaço;
  • Perda de apetite, náuseas e vômitos.

No entanto, a IRA muitas vezes não apresenta sinais claros e pode ser diagnosticada durante uma internação por outros motivos. Para o diagnóstico é importante procurar um nefrologista se houver sintomas ou suspeita do acometimento do rim baseado no contexto do paciente. 

“É fundamental que o paciente realize exames simples como urina, sangue e dosagem de creatinina, que ajudam a rastrear a condição”, destaca Zawadzki.

 

Prevenção e Tratamento

A recuperação da IRA depende de vários fatores, incluindo a idade do paciente e a presença de outras doenças. Em alguns casos, quando os rins não conseguem remover resíduos do corpo, a diálise pode ser necessária. Esse processo utiliza uma máquina para filtrar o sangue, substituindo temporariamente a função dos rins.
 

Dicas de Prevenção

  • Hidratação adequada: manter-se hidratado é crucial para o bom funcionamento dos rins;
  • Cuidado com medicamentos: sempre consulte um médico antes de usar medicamentos que possam afetar os rins;
  • Acompanhamento médico: realize check-ups regulares para monitorar a saúde renal. 


DaVita Tratamento Renal
www.davita.com.br


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