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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Servidora temporária tem o direito à licença maternidade?

Ao contrário do jargão popular do mundo futebolístico, a regra não é clara. Comumente no mundo jurídico nos deparamos com situações em que a “regra” a ser aplicada no caso em concreto não é óbvia. Não bastasse a atividade hermenêutica de ter que se retirar do texto legal a norma que o legislador buscou aplicar, ou o próprio constituinte, quando estamos nesse nível de análise legal existe a necessidade de conformação das normas diante do caso em concreto, mesmo quando se aparenta haver um conflito entre elas.

Quando tais conflitos se encontram na esfera constitucional, na estrutura judiciária brasileira compete ao Supremo Tribunal Federal (STF) dar a última palavra. Recentemente, o próprio STF se viu diante da análise do seguinte aparente conflito de normas: a transitoriedade (ou até mesmo precariedade) dos contratos temporários de agentes públicos e o direito à licença-maternidade e estabilidade da gestante.

O artigo 37 da Constituição Federal estabelece em seus incisos:

Art. 37

(...)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

(...)

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

 

As hipóteses apresentadas nos incisos II e IX do artigo 37 da Constituição são as exceções ao princípio do concurso público. Na primeira hipótese, o cargo em comissão é dotado da chamada precariedade, que é possibilidade da livre nomeação e da livre exoneração do agente público, sem necessidade de motivação vinculada.

Já a segunda hipótese, no caso de contratação por tempo determinado por necessidade excepcional de interesse público, conforme o nome já anuncia, possui natureza transitória com temporalidade pré-definida.

Pelas próprias características dos vínculos há que se conceber que não se aplica a essas espécies de agentes públicos todas as garantias previstas aos servidores públicos (em sentido estrito) e aos empregados públicos, a mais marcante delas, a estabilidade do artigo 41 da Constituição Federal.

Neste cenário erigiu-se ao Supremo Tribunal Federal o debate acerca do direito à licença maternidade e a estabilidade provisória de servidora contratada nessas hipóteses (cargo em comissão ou contrato temporário).

O aparente conflito aqui posto cingia-se na situação em que, se o servidor com cargo em comissão pode ser exonerado a qualquer momento, não há que se falar em manutenção do vínculo em caso de gravidez, haja vista que não há necessidade de motivação para exoneração deste servidor. De igual modo, o trabalhador temporário, ao iniciar seu vínculo com o poder público já possui ciência de quando iria se desligar, de modo que mantê-lo após findo o vínculo pré-definido do contrato poderia ferir a legalidade prevista no caput do art. 37 da Constituição Federal.

Diante deste imbróglio o Supremo Tribunal Federal em decisão histórica, através do Tema 542, definiu a seguinte tese:

“A trabalhadora gestante tem direito ao gozo de licença maternidade e à estabilidade provisória, independentemente do regime jurídico aplicado, se contratual ou administrativo, ainda que ocupe cargo em comissão ou seja contratada por tempo determinado”.

No caso concreto, corretamente ao nosso ver, a Suprema Corte decidiu pela prevalência do direito à proteção à maternidade e à primeira infância previsto nos artigos 6º, 226 e 227, à temporalidade do vínculo de trabalhadores. Entendeu Ministro Luiz Fux, relator do caso acompanhando por unanimidade por seus pares, que a garantia ao pleno trabalho da mulher é protegido pela Constituição Federal, independentemente do vínculo que ela o tenha com a Administração Pública, pois, neste caso, é fundamental para o desenvolvimento infantil que a criança esteja acompanhada pela mãe, que, por sua vez, para ter uma plena recuperação física e mental no pós-parto, é fundamental que lhe seja garantido seus direitos sociais constitucionalmente consagrados.

Neste cenário, fundamental decisão do Supremo para garantia da figura feminina no mercado de trabalho, mesmo àquelas com vinculação temporária com o próprio Estado que deve ser, de fato, o primeiro a se preocupar com a garantia dos direitos sociais dos trabalhadores. 

 

Felipe Anderson - advogado atuante na área do Direito Público no escritório Aparecido Inácio e Pereira Advogados. Com experiência em advocacia eleitoral e parecerista em Direito Público (Direito Constitucional e Direito Administrativo).

Líbano: MSF oferece cuidados médicos a pessoas deslocadas após escalada do conflito na fronteira com Israel

Milhares de pessoas foram forçadas a fugir das cidades fronteiriças por causa da violência e dos intensos bombardeios.


A escalada da violência ao longo da fronteira ao sul do Líbano forçou milhares de pessoas a fugir da região e procurar refúgio mais ao norte ou nas principais cidades do país. Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro de 2023, as forças israelenses e o Hezbollah têm trocado tiros na fronteira entre Israel e o Líbano. Mas nas últimas semanas a violência aumentou, com as forças israelenses lançando intensos bombardeios. Muitas pessoas deslocadas necessitam de produtos de primeira necessidade, enquanto outras ficaram sem os seus medicamentos regulares para tratamento de doenças pré-existentes. Em resposta à crise, Médicos Sem Fronteiras (MSF) enviou uma equipe móvel para a fornecer cuidados de saúde para os deslocados que precisam de ajuda.

"As pessoas necessitam de colchões, roupas e medicamentos", explica Abbas Chite, de Kfarkila, no sul do Líbano. "Deixamos tudo para trás quando o bombardeio se tornou intenso. Não pudemos voltar nem mesmo para pegar nossas roupas ou receitas médicas."

A escalada armada está agravando uma crise humanitária já em curso no Líbano e intensificando as necessidades da população. O país enfrenta o quarto ano de uma grave crise econômica que levou dois em cada três cidadãos a uma situação de pobreza, afetando fortemente a capacidade das pessoas de adquirir bens e serviços básicos, incluindo alimentos e assistência médica.

Abbas Chite trabalhava no setor de construção, mas agora não há trabalho disponível, o que o impede de ganhar a vida e sustentar sua família: " Tudo parou desde o início da crise [econômica] ", diz ele.

A equipe médica móvel de MSF está apoiando dois centros de saúde no distrito de Nabatieh, no sul do Líbano, cuidando de pacientes com doenças crônicas e oferecendo primeiros atendimentos psicológicos. O sistema de saúde do Líbano, assim como outros setores do país, já estava sobrecarregado pela crise econômica. As instalações de saúde locais, que já estão com a capacidade esgotada, podem enfrentar uma pressão cada vez maior se tiverem que cuidar das crescentes necessidades médicas dos deslocados.

"Quando as pessoas são deslocadas, elas são forçadas a deixar suas casas de forma repentina, interrompendo seus tratamentos, especialmente para aquelas com doenças crônicas", diz a Dra. Aida Hassouni, membro da equipe móvel de MSF no Líbano. "Com a incerteza sobre quando elas poderão retornar, estamos aqui para preencher essa lacuna, oferecendo cuidados para doenças crônicas. Isso garante que os indivíduos continuem seus tratamentos até que possam retomar suas vidas normalmente."

Desde outubro, as equipes de MSF posicionaram dez toneladas de suprimentos médicos em vários hospitais e instalações médicas no Líbano. As equipes também ofereceram aos profissionais de hospitais de todo o país treinamentos em cuidados emergenciais de trauma e no gerenciamento de eventos com vítimas em massa, de acordo com o plano de preparação e resposta a emergências do Ministério da Saúde Pública. Os treinamentos ocorreram em colaboração com outros parceiros de saúde, e mais de cem equipes médicas foram capacitadas em nove hospitais ao longo de três semanas.


Maioria dos inadimplentes se sente desrespeitado por lojas, bancos e empresas de TV a cabo na hora da cobrança

Pesquisa da MFM Tecnologia e do Instituto Locomotiva revela que cresceu o número de brasileiros com dívidas em atraso que dizem se sentirem desrespeitados por empresas; lojas lideram com um índice de 58%


A maioria dos brasileiros com dívidas em atraso se sente desrespeitado durante o processo de cobrança, especialmente por lojas, bancos e empresas de internet/TV a cabo. Essa é uma das conclusões da 5ª edição da pesquisa "Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência", conduzida pela MFM Tecnologia e pelo Instituto Locomotiva.

 

Segundo o estudo, realizado em setembro de 2023, as lojas têm o maior índice, apontadas por 58% dos inadimplentes, percentual que subiu 15 pontos percentuais em relação a 2022 (43%). Em seguida, aparecem os bancos/cheque especial, com 56%, também um salto, de 18 p.p., sobre o ano passado (38%). Já as empresas de internet/TV a cabo registraram uma taxa de 52%, alta de 3 p.p.  Entre os setores que diminuíram seus percentuais, destacam-se empresas de celular e de contas básicas (água, energia): 42% e 39% em 2023 contra 50% e 51% em 2022. Além disso, a minoria dos inadimplentes (11%) avalia que as empresas em geral conhecem a suas demandas. Esse percentual estava em 15% em 2022 e 18% em 2021.

 

“A situação de inadimplência gera uma percepção de que as empresas não conhecem as pessoas e não se preocupam de fato com elas, as enxergam só como um valor a ser recuperado. Então há aqui um grande desafio para reverter esse processo de afastamento”, disse João Paulo Cunha, diretor de pesquisas do Instituto Locomotiva.

 

“Sempre vale a pena sempre reforçar é que as empresas precisam ter uma abordagem mais completa em relação ao seu consumidor. Tem uma velha máxima do marketing que fala que conquistar um cliente novo é cinco vezes mais caro do que manter o seu cliente atual. A liderança precisa conduzir ter essa conversa entre as diversas áreas da empresa; desenhar e monitorar KPIs de marketing, sucesso do cliente, ESG e de cobrança que sejam convergentes, por exemplo.”, afirmou Luiz Sakuda, diretor de Inovação e Marketing na MFM Tecnologia.

 

A pesquisa mostra ainda que o email (25%) e WhatsApp (23%) seguem como canais mais citados para negociação de débitos entre os endividados. Esses são, igualmente, os canais mais preferidos por aqueles que têm dívidas quando se trata de receber cobranças: email (68%) e WhatsApp (60%), no total três menções.

 

Em debate, após apresentação da pesquisa, especialistas abordaram temas como a importância da educação financeira e a evolução dos canais de relacionamento com o cliente. “A pandemia causou uma dor terrível, mas ao mesmo tempo causou uma evolução de plataformas digitais da comunicação. Hoje temos cobrança por rede social e WhatsApp. O RCS (Rich Communications Service) também tem sido uma ferramenta bem discutida do google para as plataformas Android, além de vermos crescer muito toda a parte de inteligência artificial”, disse Eduardo Tambellini, consultor na Fico.

 

Durval Ferreira, gerente de cobrança e projetos do BTG Pactual, destacou que a tendência é de coexistência de diferentes ferramentas no cenário de cobrança. Ele observou que, ao lidar com dívidas mais simples, a inteligência artificial e os canais digitais permitem negociações claras e transparentes. No entanto, algumas pessoas necessitam de um atendimento mais personalizado para compreenderem as propostas de maneira diferente.

 

“É importante termos esse atendimento humano acolhendo e com um tempo maior para escutar porque a pessoa entrou inadimplência, nem que seja para não pagar, mas gerar relacionamento e entender que, quando o cliente tiver dinheiro, ele vai pagar. Não vejo sumir a voz, mas eu vejo a tecnologia melhorar a qualidade da voz”, completou, visualizado um futuro onde a combinação de inteligência artificial, reconhecimento facial e propostas personalizadas pode otimizar o atendimento ao cliente.

 

Nádia Lanny Lopes, Diretora de Cobranças na fintech Provu, compartilhou sua perspectiva sobre a evolução no campo da cobrança e a importância de adaptar-se às mudanças tecnológicas. Ela destacou a necessidade de evitar abordagens agressivas, como as frequentemente associadas a tele vendas, reconhecendo a importância de não sobrecarregar os clientes com chamadas noturnas.

 

“Tudo vai coexistir. As minhas expectativas são as melhores. Quero testar inteligência a artificial. Temos vários projetos principalmente porque sabemos que o futuro será tudo junto”, disse, reconhecendo a rapidez com que a tecnologia tem se integrado ao cotidiano, mencionando o exemplo do WhatsApp, que inicialmente era apenas uma alternativa ao SMS e ao e-mail.


Sakuda reforçou a importância da construção dessas estratégias em um cenário de maior otimismo entre os consumidores, mesmo aqueles com dívidas em atraso, associado a menores pressões inflacionárias. Segundo a pesquisa, aumentou de 39% para 47% a percepção de melhora entre os inadimplentes. “Consumidores inadimplentes não só continuam consumindo, mas começam a ter planos de mais consistentes de voltar ao consumo em um futuro mais próximo”, afirmou.



Cultura do assédio é parte do dia a dia das empresas

Como a atitude permissiva de líderes frente à denúncias de assédio ajuda a perpetuar um ambiente corporativo de agressividade


Ao falar sobre a cultura problemática de algumas empresas durante os meus treinamentos, gosto de contar a história fictícia da Purl. Ela é uma novelo de lã rosa que estrela um curta-metragem de animação produzido pela Pixar e disponível no YouTube. A personagem começa a trabalhar em um escritório cheio de homens brancos e, após algumas situações, percebe que o seu jeito “fofo”, leve e colorido não terá espaço ali.

A cultura da empresa não permite que Purl “seja quem é”. Em um esforço para ser acolhida, escutada e valorizada, ela rapidamente entende a cultura agressiva da empresa e vai se tornando igual aos outros colegas e perdendo o que tinha de único, diferente e individual. No fim do vídeo, vemos que ela dá uma reviravolta e retorna à sua essência. Já no mundo real, no entanto, esse nem sempre é o final que acontece nas empresas que não valorizam a diversidade, a inclusão e o pertencimento das pessoas.

A força da cultura corporativa é enorme. Quem chega de fora aprende como o ambiente funciona apenas observando – e, com o tempo, passa a reproduzir muitos desses comportamentos. Sempre repito que uma das maiores influências a essa cultura organizacional são os exemplos, especialmente os da liderança. 

Lembro um episódio interessante que mostra esse impacto da cultura. Certa vez, atendi uma empresa que há 20 anos obrigava os colaboradores homens a usarem terno. Quando o fundador se aposentou, seu neto assumiu como CEO e passou a trabalhar dispensando até o terno e a gravata. Em três dias – surpresa! – ninguém mais usava terno por lá. Esse é o poder do exemplo que vem “de cima”. Pouco adianta ter belos valores escritos na parede da empresa se, na prática, a vivência é outra. 

Gritos, batidas na mesa, críticas em público e apelidos constrangedores certamente não combinam com um ambiente acolhedor, certo? Essas atitudes têm nome: assédio moral. São condutas repetitivas e abusivas em que a vítima é submetida a situações humilhantes e constrangedoras. Ela tem sua dignidade e integridade física e psíquica feridas, com impacto até no seu emprego e no clima organizacional.

O assédio moral representou cerca de 45% do total de 5,7 mil denúncias recebidas pelos setores de compliance das empresas brasileiras entre 2019 e 2022, segundo a IAUDIT Consultoria Empresarial, especializada em auditorias e canais de denúncia. Foram avaliadas 5,7 mil denúncias, número que também incluiu queixas de abuso de poder e até agressão física, 

No campo do assédio sexual, o cenário é ainda pior. De acordo com um levantamento da startup de aconselhamento jurídico Forum Hub, 18,3% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, o que representa cinco vezes mais que os homens. Elas foram abordadas por pessoas com intenção sexual, para obter vantagem ou favorecimento sexual. Insinuar ou afirmar que a vítima pode ganhar uma promoção caso saia com quem está acima dela na hierarquia é um bom exemplo disso. Há ainda situações mais graves envolvendo contato físico e violência.

Tanto no assédio sexual quando no assédio moral a situação pode escalar ainda mais. Retaliações são comuns, quando a vítima é perseguida – e até demitida – por ter resistido a uma conduta inadequada no trabalho, demonstrado preocupação, ou até denunciado. Essa possibilidade com frequência desencoraja as vítimas a relatarem a violência vivida ou testemunhada. 

Lembro do dia em que uma amiga me procurou para contar que havia sido abraçada por trás no elevador da empresa por seu diretor. Na época, ela trabalhava como gerente e ficou paralisada. Era um caso evidente de assédio sexual, que a deixou muito abalada. Recomendei que abrisse uma denúncia, mas ela optou por conversar com o presidente da companhia antes. Como resposta, ouviu uma frase inacreditável: “Você vai mesmo querer denunciar contra um dos caras mais importantes da empresa?”.

A permissividade com o assédio sexual e moral infelizmente é parte da rotina em muitas empresas como essa. Minha amiga é uma executiva brilhante e, pouco tempo depois, pediu demissão daquela companhia e foi contratada para outro lugar. Outras pessoas, com trajetórias e realidades diversas, podem não ter o mesmo final. Aliás, o diretor que a assediou manteve sua carreira e não sofreu nenhuma punição.

Considero esse tema tão importante que passei grande parte do ano de 2023 escrevendo um livro sobre o assunto. “Cultural Organizacional Livre de Assédio” é baseado em pesquisas e 15 anos da minha experiência acompanhando centenas de empresas como consultora na CKZ Diversidade. Como mulher, e aqui infelizmente não estou sozinha, minha vida pessoal também oferece exemplos de assédio – algumas destas histórias também conto no livro.

Uso os exemplos pessoais e profissionais para falar sobre as consequências da impunidade, sobre as diferenças entre os gêneros e também para explorar estratégias para reagir e prevenir essa violência. Também demonstro a importância de repensarmos como até mesmo as pequenas falas e atitudes do cotidiano, aparentemente inofensivas, alimentam uma cultura nociva e permissiva, que só gera exclusão e afeta a saúde mental das pessoas.

O livro será lançado no final de janeiro de 2024 e meu grande desejo é nos unirmos para mudar a cultura do assédio na qual ainda vivemos nas organizações. Espero que esse conhecimento ajude, a nós e as próximas gerações, a criarmos ambientes mais seguros e acolhedores.

 

Cris Kerr - CEO da CKZ Diversidade, consultoria especializada com 15 anos de atuação em Inclusão & Diversidade, escritora, professora da Fundação Dom Cabral, mestra em Sustentabilidade pela FGV. Foi pioneira no tema D&I com o lançamento de 2 grandes Fóruns: em 2010 do Super Fórum Diversidade & Inclusão, que chegou à 12ª edição e, em 2023, do 1º Fórum focado em dialogar com os homens: Fórum Agentes da Transformação – Conversando com os homens sobre DIEP. A consultoria customizada e os Fóruns têm como propósito apoiar as corporações a construírem ambientes mais diversos e inclusivos, tornando-as mais inovadoras e sustentáveis.


Área da saúde está saturada? 4 conselhos de CEO de empresa internacional para empreender na área

Empreender na área da saúde ainda é um bom negócio se você souber ter um diferencial, afirma o médico e empresário Dr. Neymar Lima, CEO da MEDSTATION

 

A área da saúde já foi muito bem vista pelos empreendedores, no entanto, com o tempo ela passou a ser vista como um campo saturado, no qual não se pode mais ter grandes resultados. Mas para o médico e empresário, Dr. Neymar Lima, CEO da MEDSTATION- A Clínica do Brasileiro no Mundo, clínica internacional com sede na Flórida, é preciso ter um bom diferencial. 

A área da saúde não está saturada, pelo contrário, ela oferece grandes oportunidades para empreender pois sempre há a demanda por inovações e serviços de qualidade continua alta”.

 

4 conselhos para empreender na área da saúde

 

01 - Suprir necessidades:

O diferencial está em identificar necessidades não atendidas e oferecer soluções para isso. Por exemplo, na MEDSTATION, seguimos as duas etapas. Identificamos as necessidades dos clientes, como a necessidade de atendimento médico para tratamento e prevenção em qualquer parte do mundo sempre que necessário e em vários idiomas, e oferecemos uma solução, uma plataforma simples, prática e que supra essa necessidade”, explica Dr. Neymar Lima.

 

02 - Ampliar sua atuação:

Ao empreender na área da saúde deve-se ter em mente que é necessário ter uma atuação ampla e não limitada, por exemplo, não foque apenas em tratamentos, mas também em oferecer cuidados preventivos, o que aumenta a gama de serviços oferecidos e melhora o relacionamento com o cliente”, afirma.

 

03 - Priorize a qualidade:

Coloque excelência no atendimento e na qualidade dos serviços ou produtos oferecidos como pilares da empresa, esse investimento, além de aumentar a satisfação do cliente, também melhora a eficácia dos tratamentos oferecidos”, destaca.

 

04 - Especialização e inovação:

Esse é outro meio importante para ter um diferencial. Por isso, sempre busque soluções inovadoras e tecnológicas para oferecer serviços ou produtos diferenciados e, na medida do possível, exclusivos”, reforça Dr. Neymar Lima. 





Dr. Neymar Lima - empresário e médico ortopedista CEO da Med Station, com sede na Flórida, fundador da Sociedade Brasileira de Ortopedia do Tocantins e do Instituto Ortopédico de Palmas, maior serviço de ortopedia do estado. Atuou como chefe do serviço de ortopedia do hospital regional de palmas por 15 anos e atualmente é membro da Academia Americana de Ortopedia e da Academia Americana de Medicina Regenerativa.


Como ter sucesso no seu empreendimento na área de alimentação

Executivas do Grupo Simão explicam o que o empreendedor tem que considerar 

 

Empreender na área de alimentação é bastante desafiador, mas também gera muitas oportunidades para quem consegue satisfazer os clientes. Alguns fatores podem influenciar o sucesso na área, o que vai desde a qualidade do que é oferecido até um atendimento de excelência. 

De acordo com Mislene Lima, especialista em encantamento ao cliente e líder de vendas do Grupo Simão, empreendimento com mais de 30 anos de tradição que reúne nove empresas e mais de 100 funcionários, um dos primeiros pontos necessários para ser bem sucedido em um negócio na área é realizar uma pesquisa de mercado eficiente. “É preciso entender bem o mercado local, o público-alvo e a concorrência, assim como as tendências no segmento”, afirmam. 

Para Lidiane Bastos, CEO do Grupo Simão, é importante haver uma gestão financeira sólida desde o início, com controles de orçamento, estoque, fluxo de caixa e outros pontos. “A maioria dos negócios não gera lucro de imediato, por isso o empreendedor precisa estar ciente de que poderá ter que arcar com uma série de custos no começo, até finalmente começar a obter retorno”, diz ele. 

Confira outras questões importantes mencionadas pelas executivas para quem quer ser bem sucedido em um negócio na área de alimentação:

  • Entenda o seu diferencial: Há muitos negócios na área de alimentação, mas sempre é possível se diferenciar dos concorrentes oferecendo algo melhor, seja no sabor da comida, no atendimento ou na localização.
  • Qualidade faz diferença: Quando se trata de alimentação, as executivas do Grupo Simão explicam que a qualidade dos produtos é um diferencial. “Se o cliente pedir uma pizza esperando que venha catupiry, por exemplo, e o que vem é uma imitação de sabor diferente, provavelmente ele pensará duas vezes antes de pedir de novo”, exemplifica Lidiane.
  • Encante seu cliente: Oferecer um bom atendimento é algo essencial, por isso a equipe deve ser treinada para ser ágil e prestativa sempre. “Procure oferecer um atendimento tão bom que o cliente vai querer voltar e recomendar o seu estabelecimento. Esteja atento a feedbacks também”, diz Mislene. 
  • Invista em estratégias de marketing: Quem não é visto, não é reconhecido, por isso é importante divulgar o negócio tanto com promoções locais quanto em redes sociais. 
  • Ofereça um lugar agradável: Música ambiente, mesas limpas, cheiro agradável, acessórios bonitos. Tudo conta pontos para o cliente gostar de frequentar o estabelecimento.
  • Mantenha regularidade no funcionamento: Obedeça aos horários de início e fim de expediente e seja consistente na entrega dos produtos e serviços. 
  • Tenha paciência e esteja aberto para melhorar a cada dia: “O sucesso não acontece de um dia para o outro. Ele é resultado de um trabalho regular e bem feito, por isso tenha paciência e trabalhe duro para ser bem sucedido”, conclui Mislene.  


Mislene Lima - especialista em encantamento ao cliente e líder de vendas do Grupo Simão, empreendimento com mais de 30 anos de tradição que reúne nove empresas e mais de 100 funcionários.

Lidiane Bastos - administradora de empresas e CEO do Grupo Simão, empreendimento com mais de 30 anos de tradição que reúne nove empresas e mais de 100 funcionários.

Grupo Simão
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"O galileu": Em livro, executivo propõe modelo autêntico de liderança executiva colaborativa

 Obra aborda a liderança humanizada, uma prática na qual os líderes olham para as suas equipes com empatia e solidariedade


O autor e líder experiente, Marcelo Simonato, lança uma obra inovadora que desafia as fronteiras do conhecimento, explorando a interseção entre a religiosidade humana e a liderança executiva colaborativa. Sob o título “O Galileu: O maior líder de todos os tempos” (Literare Books International), Simonato propõe um modelo autêntico de liderança, guiado pela fusão construtiva de dois horizontes aparentemente opostos: o campo da religiosidade humana e da liderança executiva colaborativa.

Ao longo das suas páginas, Simonato destaca 75 características de liderança encontradas em Jesus, conhecido aqui como o Galileu. A obra argumenta que, independentemente de religião, Jesus é um exemplo singular de liderança, especialmente no que diz respeito à humanização das relações e à redescoberta da essência que nos torna verdadeiramente humanos.

A abordagem única de Simonato não se limita à fé cristã, transcendendo fronteiras religiosas para destacar a universalidade da liderança centrada na compreensão das pessoas e no desenvolvimento do máximo potencial humano.

Subdividida em três tópicos, a obra é composta didaticamente por atitudes, características e algumas lições específicas sobre a liderança de Jesus para desenvolver pessoas e equipes. Assim livro procura demonstrar que as qualidades humanas e habilidades de trabalho em equipe, que são consideradas essenciais para essa nova visão de liderança colaborativa (por exemplo, empatia, amor ao próximo, compromisso social, humildade, fidelidade, senso de justiça e servidão, entre outras).

Com mais de 25 anos de experiência nas áreas administrativa e financeira, Simonato é executivo em empresas nacionais e multinacionais, e contribui nesta obra para o campo executivo de liderança colaborativa com um texto criativo, didático e prático que promete fazer uma significativa diferença na vivência e habilidade de liderança com equipes e gestão de pessoas.

“Em um mundo que clama por líderes mais efetivos e humanos, há uma tendência nas empresas em se dar uma atenção mais efetiva às pessoas", enfatiza o autor, que complementa: “Isso inclui autonomia, autogestão, sensação de pertencimento, voz e oportunidade de colaborar. E, com isso, a necessidade de líderes melhores, mais efetivos, atentos às pessoas, com capacidade de compreendê-las e desenvolvê-las em seu potencial máximo. Líderes mais humanos.”

“O Galileu” convida os leitores a explorar as lições intemporais de Jesus, independentemente de suas crenças pessoais, em busca de inspiração para se tornarem líderes mais compassivos, atentos e verdadeiramente humanos.   

Divulgação
 Literare Books International

O Galileu: o maior líder de todos os tempos
Autor: Marcelo Simonato
Editora: Literare Books International – 1ª edição – 296 páginas – 2023
Preço de capa: R$ 64,90
Formato: 14 x 21 cm | Categoria: Não Ficção
ISBN do físico: 9786559227525 | ISBN do digital: 9786559227532
Disponibilidade:
Amazon | E-bookLoja Literare Books | Livrarias Físicas | Plataformas Online


Relatório da Udemy indica tendências relacionadas ao futuro do trabalho, à IA ​​generativa e à transição para uma economia baseada em habilidades

 Segundo o relatório, o desenvolvimento de habilidades relacionadas à IA por parte dos profissionais aumentou 60% em relação ao ano anterior

 

A Udemy, marketplace de habilidades e plataforma de aprendizado, acaba de lançar o Relatório de Tendências de Habilidades e Aprendizado Global 2024, que indica os temas e as habilidades que mais serão procurados pelos profissionais em 2024 e que, consequentemente, moldarão o futuro do trabalho. O relatório, que é divulgado anualmente, é feito com base nos dados dos quase 15.000 clientes corporativos da Udemy e mostra quais investimentos as organizações devem fazer para preparar a sua força de trabalho para o futuro – entre eles, na transição para uma economia baseada em habilidades, na adoção da IA generativa e no desenvolvimento dos líderes.

 

“Num mundo em rápida mudança, os líderes têm buscado gerar resultados de negócios adotando uma abordagem que prioriza as habilidades”, diz Stephanie Stapleton Sudbury, presidente da Udemy Business. “Os dados do nosso relatório mostram que as organizações estão fazendo investimentos significativos para capacitar os seus funcionários em habilidades de IA generativa, com o objetivo de aumentar a produtividade desses funcionários, além de melhorar as habilidades técnicas deles e desenvolver líderes mais robustos.”

 

Com o ritmo da inovação cada vez mais acelerado, as organizações precisam lidar com uma lacuna de habilidades entre os seus funcionários – que deve causar uma escassez de talentos de 85 milhões de trabalhadores até 2030. Para ajudar a fechar essa lacuna e a formar uma força de trabalho mais ágil, a Udemy identificou três áreas que precisam de investimento e devem estar contempladas nos planejamentos das organizações para 2024. São elas:

 

1- Abordagem baseada em habilidades: Todos os anos, cresce em 10% o tanto de habilidades exigidas para qualquer vaga de emprego. Ao mesmo tempo, muitas das habilidades que eram consideradas essenciais para uma vaga de emprego há apenas três anos já se tornaram obsoletas. É por isso que muitos líderes estão mudando de abordagem na hora de contratar e reter talentos, passando a se basear em habilidades em vez de apenas em diplomas e experiência profissional. Dessa forma, muitas empresas passaram a fazer investimentos consideráveis ​​em aprendizado e desenvolvimento, como testemunhado pela Udemy, que, no último ano, recebeu 10 milhões de novos alunos na sua plataforma, com mais de 134 milhões de matrículas em cursos.

 

2- Adaptação aos avanços da IA generativa: Prevê-se que a IA generativa pode ajudar a automatizar até 30% das horas de trabalho até 2030, contribuindo com cerca de 15 trilhões de dólares para a economia global. Além disso, enquanto as empresas continuam a adotar a tecnologia, muitos empregos serão extinguidos e depois remodelados entre as 97 milhões de novas vagas esperadas até 2025. Assim, as organizações deverão formar os seus talentos já existentes em habilidades de IA generativa e fazer com que eles implementem a tecnologia no seu dia a dia de trabalho. Na Udemy, houve um aumento de 60% no treinamento relacionado à IA no ano passado – e as matrículas em cursos sobre ChatGPT cresceram mais de 4.419% apenas no primeiro trimestre de 2023.

 

3- Desenvolvimento de líderes robustos: Com o custo dos profissionais demitidos ultrapassando os 8,8 trilhões de dólares só em 2022 e a força de trabalho sob pressão dadas as mudanças constantes, é necessário que as organizações invistam no desenvolvimento da sua liderança, com o objetivo de proteger a sua transformação digital. A Udemy tem observado um aumento no investimento em habilidades de desenvolvimento de liderança, como comunicação, fundamentos de gestão, inteligência emocional e transformação digital. A habilidade de coaching, especificamente, teve um aumento de consumo entre gestores de 177% em relação ao ano anterior.

 

As habilidades que mais crescem

O relatório também mostra as habilidades que mais cresceram no último ano. Algumas delas são habilidades que tinham pouca relevância no ano anterior (como ChatGPT) e outras continuam relevantes ano após ano (como estratégia de publicidade), mas todas mostraram um crescimento alto no consumo no ano passado. As 10 habilidades que mais crescem (e que os profissionais precisam aprender) são:

 

1- ChatGPT, da OpenAI (+4,419%)

2- ESG (+3,128%)

3- Certificação Google Professional Cloud DevOps Engineer (+1,454%)

4- Economia comportamental (+1,326%)

5- Estratégia de publicidade (+1,118%)

6- Preparação para certificação e teste de software (+1,044%)

7- Microsoft Azure Synapse Analytics (+799%)

8- Autodesk 3ds Max (+780%)

9- DevSecOps (+730%)

10- Design de software (+624%)

 

Hoje, nove em cada 10 executivos estão focados na implementação de uma abordagem baseada em habilidades para definir trabalho, talento, gestão de carreira etc. Mas a maior parte desses executivos ainda tem dificuldade em navegar no complexo panorama de habilidades e não dispõe dos recursos necessários para fazer essa mudança de maneira mais fácil. Para ajudar as empresas na transição para um futuro baseado em habilidades, a Udemy lançou no ano passado o Integrated Skills Framework, que fornece às organizações um roteiro para compreender os componentes de uma abordagem de aprendizado baseada em habilidades. Além disso, com os novos selos e certificações da Udemy, as organizações podem avaliar de forma rápida e fácil o seu cenário de habilidades técnicas, identificar lacunas e fornecer aos seus funcionários uma maneira eficaz de adquirir, validar e compartilhar o domínio de habilidades.

 

Para ler o relatório completo e saber mais sobre as principais habilidades técnicas e de negócios nas quais as organizações devem continuar focadas, visite: https://business.udemy.com/2024-global-learning-skills-trends-report.

 

Metodologia

A Udemy analisou dados dos seus milhares de clientes no mundo todo. O consumo total é dos alunos da Udemy Business em todos os tópicos de cursos entre 1º de julho de 2022 e 1º de julho de 2023. O crescimento no consumo foi calculado comparando dados de 1º de julho de 2021 e 1º de julho de 2022. Os dados de novos alunos e novas matrículas em cursos foram calculados no mesmo período. Foram utilizados prazos ajustados para algumas extrações de dados, principalmente dados sobre ChatGPT, visto que alguns tópicos só surgiram depois.

 

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TARDES CHUVOSAS E APAGÕES: ESPECIALISTA EXPLICA COMO TORNAR A DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA DO BRASIL MAIS EFICIENTE

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Juliano Gonçalves, engenheiro eletricista e Head da Divisão de Cabos da Megger no Brasil fala da realidade brasileira e sugere uma opção não utópica para solucionar este problema recorrente.

 

Como resolver o problema de confiabilidade das redes aéreas de energia? É factível esperar que 17 mil km de rede aérea seja convertida para subterrânea? Como ficam os desafios financeiros, geográficos e regulatórios para viabilizar melhorias e enfrentar as crescentes demandas de uma sociedade cada vez mais dependente da energia elétrica? Juliano Gonçalves é engenheiro eletricista, Head da Divisão de Cabos Megger Brazil e, há 25 anos, atua no mercado de energia com foco em confiabilidade de redes, melhoria de desempenho e redução de custos. 

Com vasta experiência no setor de energia, Juliano foi o responsável pela Rede Subterrânea da cidade de São Paulo, liderando a conversão de rede aérea por subterrânea das avenidas Rebouças, 9 de Julho, Cidade Jardim, Faria Lima e das ruas Amauri e Oscar Freire, entre os anos de 2003 e 2006. Liderando a iniciativa da AES Eletropaulo (hoje Enel de São Paulo), ele viu de perto os inúmeros desafios enfrentados pela equipe, moradores, comerciantes e transeuntes locais. “Este projeto durou cerca de três anos, mobilizou um exército de profissionais e tornou tudo caótico. Transformou essas avenidas em um canteiro de obras e impactou todas as casas e comércios locais para instalação de infraestrutura (eletricidade, telefone, internet, entre outras) e ajustes com obras civil e elétrica”, lembra o engenheiro. 

Revivendo essa memória e vendo de perto os inúmeros problemas recentes em virtude da queda de árvores, vendaval, chuvas fortes, enchentes enormes e muitas horas sem energia elétrica, o engenheiro reforça que apresentar a conversão de rede aérea para subterrânea como solução de curto/médio prazo é, no mínimo, uma visão inocente, se não for populista ou parcial. “Isso sem falar dos custos associados à escavação, instalação de novos sistemas subterrâneos e remoção de infraestrutura existente são significativos e impraticáveis”, alerta. 

Porém, com essas mudanças climáticas se tornando cada vez mais frequentes e severas, a vertical segurança vai saltar à vista e será um importante acelerador desse processo de mudança, inclusive porque já existem tecnologias disponíveis no mercado que podem ser aplicadas no Brasil. O especialista ainda aponta: “As soluções factíveis vão desde sensores com monitoramento, manobra remota ou automática de trechos de rede, até simulações através de Gêmeos Digitais, que permitem simular situações de catástrofes como enchentes, vendavais, terremotos, sobrecargas, perda de alimentadores, entre outros, ou o monitoramento autônomo e detalhado a respeito do crescimento e saúde das árvores semelhante ao do google street view, fornecendo informações para atuação cada vez mais preventiva do que corretiva.” 

Por fim, o Head da Divisão de Cabos da Megger no Brasil alerta que uma política de viabilização de novas redes subterrâneas nas cidades deve ser discutida e fomentada o quanto antes, uma vez que casos como estes, de apagões por consequência das fortes chuvas, é mais comum e frequente e perigoso do que parece.

 

Juliano Gonçalves - Engenheiro eletricista e Head da Divisão de Cabos Megger Brazil possui 25 anos de experiência no mercado de energia com foco em confiabilidade de redes, melhoria de desempenho e redução de custos; gerenciamento de subestações e linhas de transmissão, manutenção e expansão de redes de distribuição subterrâneas e aéreas, prevenção de perdas de energia. Sólida experiência em projetos internacionais de redesenho de processos multi-sites, com foco em otimização, automação, padronização e ganho de eficiência. Nos últimos 15 anos está focado em obter resultados expressivos por meio de manutenção preventiva, inovação, digitalização, automação, melhoria de processos e desenvolvimento de pessoas conduzindo projetos ao redor do mundo.


Se permanecer em vigor, MP que reonera folha de pagamentos afetará desempenho do País em 2024

 
Medida anunciada no fim do ano passado aumenta custos, diminui margem de geração de empregos e limita planejamento tributário das empresas brasileiras


 
Editada nos últimos dias de 2023, a Medida Provisória (MP) nº 1.202/2023 entrou neste ano como um dos principais debates institucionais do país – e não é à toa. A decisão traz insegurança jurídica às empresas e aos contribuintes e é, mais do que isso, inconstitucional. Em primeiro lugar, porque faz com que os negócios entrem em um cenário de imprevisibilidade para o planejamento das operações daqui em diante e, em segundo, porque revoga uma decisão tomada com ampla margem de votos no Legislativo, ofendendo claramente o princípio da separação dos poderes.
 
Esse entendimento, aliás, foi reforçado nesta terça-feira (9) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, depois de se reunir com líderes da Casa em torno do assunto. Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) não há alternativas que não rejeitar sumariamente a MP, devolvendo-a ao Executivo, como forma de garantir a separação e independência de cada poder. Hoje, essa é uma das ações diante de Pacheco.
 
A FecomercioSP está atuando desde o início do ano para que o Congresso, representado por Pacheco e as frentes parlamentares, tome essa decisão o mais rápido possível. O presidente do Senado sinalizou nesta terça que discutirá o assunto antes da volta do recesso parlamentar, em fevereiro e, em paralelo, conversará com o Ministério da Fazenda sobre a “melhor maneira” de seguir com a medida do ponto de vista institucional.
 
A Federação, vale dizer, integra uma ampla coalizão – ao lado das Confederações Nacionais do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), da Agricultura e Pecuária (CNA), da Indústria (CNI) e do Transporte (CNT) – contra a reoneração da folha de pagamentos prevista na Medida Provisória.


 
IMPACTOS DA MP

A MP trouxe três mudanças para as empresas do País: limitou o valor dos créditos tributários oriundos de decisões judiciais que elas podem usar para pagar outros tributos; cortou boa parte da isenção tributária para o setor de eventos e reonerou as folhas de pagamentos de 17 setores com índices significativos de empregabilidade no país, medida que havia sido aprovada pela Lei nº 14.784/2023. Dessas, apenas a primeira já está em vigor, atingindo negócios que possuem mais de R$ 10 milhões em créditos, mas as regras ainda serão divulgadas pelo Ministério da Fazenda.

No caso da reoneração da folha, as alíquotas variam de 10% a 15% e terão validade apenas sobre a parcela dos salários que correspondem a um salário mínimo. Isso significa que, dependendo dos recursos pagos aos colaboradores, o montante adicional terá incidência de 20%. Além disso, as alíquotas subirão gradativamente até 2028. A medida entrará em vigor em abril.
 
Para a FecomercioSP, além das questões institucionais, a Medida Provisória é inadequada por ter sido editada sem nenhum diálogo com o setor produtivo, que, por sua vez, será afetado imediatamente pelas mudanças. Chama a atenção, aliás, o dispositivo usado pelo governo para fazer as alterações, uma vez que inexiste urgência e relevância desta agenda. Mais do que isso: o Congresso Nacional já havia aprovado um Projeto de Lei nesse sentido e, então, a MP desrespeita uma decisão tomada democraticamente no parlamento. Rodrigo Pacheco seguiu essa mesma linha depois da reunião desta terça.
 
Para as empresas, a MP 1.202/2023 significará entrar em 2024 com mais custos, restrições tributárias e insegurança para a execução do planejamento no que se refere à geração de empregos e investimentos. O setor de eventos, principalmente, sofrerá efeitos mais graves, considerando que é um dos que ainda estão se recuperando dos prejuízos decorrentes da pandemia da Covid-19.
 
Mesmo a limitação dos créditos tributários é preocupante, porque viola o direito reconhecido pelo Judiciário de as empresas terem suas compensações sem nenhum tipo de entrave. A medida vai contra a Constituição Federal, além do mais, porque esse tipo de mudança só poderia ser realizada por meio de Lei Complementar.
 
A medida, na verdade, é mais um capítulo de uma discussão mais ampla sobre a deterioração das contas públicas do governo – conforme alertado pela FecomercioSP nos últimos meses. No anúncio da MP, o Ministério da Fazenda argumentou que a decisão foi tomada para cumprir a meta fiscal desse ano, considerando que há uma limitação da base de recolhimento do governo oriunda de decisões passadas.
 
Como solução para esse problema, a Federação defende a adoção de medidas de controle das despesas. É por isso, inclusive, que a agenda de uma Reforma do Estado deve estar no centro do debate sobre o Brasil neste ano, de forma que pautas como a qualidade do gasto público seja aperfeiçoada e os setores produtivos estejam dentro de um sistema tributário justo e coerente.


 
FecomercioSP 

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