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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Estresse e saúde mental: como isso afeta a sua boca?

Especialista fala sobre o papel do dentista na promoção da saúde, identificando sinais de estresse ou transtornos mentais pela boca


O estresse é uma reação natural do organismo diante de situações desafiadoras, que exigem adaptação e resposta rápida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo vivem com algum transtorno mental, como depressão, ansiedade ou esquizofrenia. Eles são influenciados por diversos fatores, como genética, nutrição, infecções, desigualdade social e econômica, violência e emergências de saúde pública, sendo o estresse um dos principais fatores de risco, pois altera o equilíbrio hormonal e neuronal do nosso corpo.

Mas o que isso tem a ver com a saúde bucal? Muito mais do que se imagina. Segundo Thiago Caroso Froes, Clínico Geral e especialista em prótese dentária da Clínica Omint Odonto e Estética, o estresse e os transtornos mentais podem afetar o sistema imunológico, aumentando o risco de infecções orais, como cáries, gengivites e periodontites. “Ainda é possível levar a hábitos prejudiciais à saúde da boca, como fumar, consumir álcool ou açúcar em excesso, roer as unhas ou apertar os dentes (bruxismo). O que pode causar problemas como manchas, sensibilidade, erosão do esmalte, fraturas dentárias e dores na mandíbula”, explica. Além disso, alterações na a

limentação e na higiene oral também podem colaborar para o mau hálito.

Prevenção

Entre as medidas preventivas mais comuns estão: manter equilibrado o estado emocional, seja com atividades que promovam satisfação ou com ajuda profissional, aumentar a ingestão de água para favorecer a hidratação geral do organismo e a produção de saliva, além de diminuir a ingestão de alimentos que causam desidratação, como álcool, café e chás. “Diante deste cenário, é fundamental que as pessoas cuidem da saúde mental e bucal de forma integrada. Para isso, é importante buscar ajuda profissional quando necessário, tanto de psicólogos ou psiquiatras quanto de dentistas”, diz Froes.


O papel do dentista na promoção da saúde mental

Neste contexto, os dentistas têm um papel importante na promoção da saúde mental dos seus pacientes. É possível identificar sinais de estresse ou transtornos mentais pela boca dos pacientes e orientá-los sobre os possíveis impactos na sua saúde bucal, podendo até fazer o encaminhamento para outros especialistas quando necessário.

“Uma vez que o estresse tem manifestações orais importantes, o cirurgião-dentista se insere no grupo multiprofissional que pode diagnosticar e tratar questões relacionadas”, afirma. Para tanto, faz-se necessária uma anamnese (diálogo estabelecido entre profissional de saúde e paciente) e exame clínicos capazes de identificar e correlacionar os achados com a situação vivida pelo paciente.

“É possível perceber quando o plano de tratamento excede às questões odontológicas e o cirurgião-dentista deve facilitar o acesso do indivíduo aos outros profissionais de saúde, como médicos, psicólogos etc. Por fim, o cliente deve ser bem-informado sobre alterações orais que necessitam de intervenção imediata e sempre manter regularidade nas consultas”, completa o profissional.

Além disso, os dentistas podem ajudar os clientes a melhorarem a sua autoestima e confiança ao tratar os problemas de saúde bucal que afetam a sua aparência e funcionalidade. Eles podem oferecer soluções estéticas e práticas para restaurar os dentes danificados ou perdidos, corrigir o sorriso ou aliviar as dores causadas pelo bruxismo.

“A saúde bucal é um componente essencial da saúde geral e da qualidade de vida das pessoas. Por isso, é importante que os dentistas estejam atentos às necessidades emocionais dos seus pacientes e ofereçam um atendimento humanizado e acolhedor. Assim, eles podem contribuir para a prevenção e o tratamento dos transtornos mentais e para a promoção da saúde bucal", finaliza Froes.


Clínica Omint Odonto e Estética


Setembro Amarelo: 1 em cada 8 pessoas no mundo sofre com transtornos mentais, alerta a OMS

Entre esses transtornos, a ansiedade e a depressão são os mais comuns, com taxas alarmantes de 31% e 28,9%, respectivamente



A saúde mental é uma questão que ganha cada vez mais destaque em nosso cenário global, e no Brasil não é diferente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o suicídio como "um sério problema de saúde pública global", e é nesse contexto que a campanha Setembro Amarelo foi estabelecida no calendário nacional, visando a conscientização sobre essa temática tão relevante.

No mundo contemporâneo, passamos a maioria do nosso tempo no ambiente de trabalho. Portanto, é fundamental abordar a saúde mental nesse contexto, já que as pressões, demandas e desafios profissionais podem impactar significativamente nosso bem-estar psicológico. Para nos ajudar a compreender melhor a importância dessa questão no ambiente corporativo, André Minucci, mentor de empresários, comenta sobre o assunto.

De acordo com dados da própria Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 8 pessoas no mundo apresenta algum tipo de transtorno mental. Entre esses transtornos, a ansiedade e a depressão são os mais comuns, com taxas alarmantes de 31% e 28,9%, respectivamente. E o mais preocupante é que esses números têm aumentado desde o início da pandemia. “Isso nos mostra que a saúde mental é uma questão que não pode ser ignorada, especialmente no ambiente de trabalho, onde as condições podem agravar esses problemas”, diz André.

Entender e controlar a saúde mental no ambiente de trabalho é um desafio que requer ações concretas. Algumas dicas do mentor de empresários incluem:

Aprender a controlar as emoções: Começar um treinamento de inteligência emocional pode ajudar os profissionais a lidar melhor com o estresse, a pressão e os conflitos no ambiente de trabalho. Esses treinamentos podem ensinar a identificar e gerenciar emoções de forma saudável.

Procurar recursos sobre saúde mental: A educação é uma ferramenta poderosa para lidar com questões de saúde mental. Ler livros, assistir a vídeos ou participar de grupos de discussão online sobre o tema pode proporcionar insights e estratégias para enfrentar os desafios psicológicos no trabalho.

Promover um ambiente de trabalho saudável: Os empreendedores têm um papel fundamental nessa equação. Eles podem criar políticas e práticas que incentivem o bem-estar dos funcionários, como programas de flexibilidade, apoio psicológico e a promoção de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.

Conversar e buscar ajuda: A cultura de abrir espaço para conversas sobre saúde mental é essencial. Os colegas e os superiores devem estar dispostos a ouvir e apoiar quando alguém está passando por momentos difíceis. Além disso, buscar ajuda profissional, como terapia, é um passo importante na jornada de cuidar da saúde mental.

O mês Setembro Amarelo nos lembra da importância crucial de promover a saúde mental no ambiente de trabalho. “O reconhecimento dos desafios enfrentados pelos trabalhadores e a busca por soluções concretas são passos essenciais para criar um ambiente mais saudável e produtivo para todos. Afinal, a saúde mental no trabalho não deve ser apenas uma preocupação, mas uma prioridade para indivíduos, empresas e sociedade como um todo”, finaliza André.



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Dor lombar crônica: cinco dicas para evitar seus impactos no dia a dia

Freepik
A lombalgia é a principal causa de incapacidade no mundo, afetando as atividades do dia a dia do paciente[1], e é considerada uma doença em si quando dura três meses ou mais[2]



A dor lombar é a principal causa de incapacidade no mundo. Em países de baixa e média renda, como alguns da América Latina, estima-se que sua carga aumentará nos próximos anos, em grande parte devido às dificuldades que os sistemas de saúde apresentam para lidar com esse tipo de doença.[1]

O Dr. Ricardo Kobayashi, médico ortopedista com área de atuação em dor e professor colaborador do Centro de Dor da USP, explica que existem diferentes tipos de dor lombar e cada tipo tem um tratamento específico, por isso a avaliação por um especialista é essencial para escolha do melhor tratamento de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa.[3]

Além disso, o especialista ressalta que o estilo de vida do paciente pode influenciar seu sistema de controle de dor. Por isso, é importante investir em bons hábitos para se evitar o impacto da dor lombar no dia a dia, como:



1) Atividade física regular

A maior parte dos estudos aponta que o ideal é realizar 150 minutos de exercício aeróbico por semana, assim como exercícios gradativos de fortalecimento em uma frequência de duas vezes por semana. Contudo, é importante iniciar de forma gradual e com a orientação de um profissional. Nos casos em que a dor limita a atividade física, as formas de tratamento do paciente precisam ser reavaliadas pelo médico responsável, para que assim os exercícios possam ser feitos de uma maneira adequada;[4]



2) Alimentação saudável

“A ingestão adequada de água e a alimentação saudável permitem que o nosso organismo controle melhor as dores através dos nutrientes e da melhora da microbiota intestinal”, explica Kobayashi. “Além disso, alguns alimentos são considerados mais inflamatórios, e podem piorar alguns tipos de dor”;[5]



3) Sono reparador

Dormir bem é essencial. “O sono de má qualidade piora o nosso controle da dor, aumenta a intensidade da dor, bem como a frequência de dor musculoesquelética, além de aumentar a incapacidade funcional da dor crônica”[6], aponta o médico;



4) Manejo de estresse

Situações de estresse são comuns no cotidiano de todas as pessoas. No entanto, o doutor explica que a forma como essas situações são enfrentadas faz toda a diferença, podendo piorar o humor e as dores dos pacientes.[7] “Cuidar da saúde mental, além da física, também é muito importante”, enfatiza;



5) Avaliação e tratamento personalizados

Buscar ajuda médica de um especialista é sempre o caminho mais indicado para o paciente com dores agudas (pontuais) e crônicas (que persistem por mais de três meses). O especialista em dor poderá fazer uma avaliação mais minuciosa do quadro do paciente e, consequentemente, chegar a um diagnóstico mais preciso e recomendar os tratamentos mais adequados às necessidades particulares do indivíduo. Kobayashi chama atenção para o fato de que “atualmente muitas pessoas buscam orientações de saúde por meio da internet e de mídias digitais, porém, isso é muito perigoso, porque a avaliação individualizada de cada caso faz muita diferença para a escolha do melhor tratamento e para o sucesso terapêutico”;[8]

A dor lombar é a principal causa de incapacidade laboral em pessoas com menos de 45 anos de idade,[9] e causa uma média anual de 80 a 100 dias de afastamento do trabalho por pessoa no Brasil, custando US$2,2 bilhões à sociedade (aproximadamente R$10,78 bilhões), sendo que 79% desse prejuízo é devido somente à perdas de produtividade.[10] Além disso, a projeção é que, até 2050, mais de 800 milhões de pessoas no mundo todo terão dor lombar.[11] Tendo tudo isso em vista, o especialista ressalta a necessidade de criar bons hábitos que contribuam para o bem-estar. “A educação do paciente é necessária para a manutenção do seu tratamento e para a incorporação de hábitos que reduzam os fatores de risco”[1], finaliza.

 



Referências

[1] Hartvigsen, J., Hancock, M. J., Kongsted, A., Louw, Q., Ferreira, M. L., Genevay, S., ... & Woolf, A. (2018). What low back pain is and why we need to pay attention. The Lancet, 391(10137), 2356-2367. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S014067361830480X

[2] CIE-11 para estadísticas de mortalidad y morbilidad (Versión: 02/2022). Definición de dolor crónico. Disponível em: https://icd.who.int/browse11/l-m/es#/http://id.who.int/icd/entity/1581976053

[3] Bhatia A, Engle A, Cohen SP. Current and future pharmacological agents for the treatment of back pain. Expert Opin Pharmacother. 2020 Jun;21(8) 857-861

[4] Thompson WR, Sallis R, Joy E, Jaworski CA, Stuhr RM, Trilk JL. Exercise Is Medicine. Am J Lifestyle Med. 2020 Apr 22;14(5):511-523.

[5] Morreale C, Bresesti I, Bosi A, Baj A, Giaroni C, Agosti M, Salvatore S. Microbiota and Pain- Save Your Gut Feeling. Cells. 2022 Mar 11;11(6)-971.

[6] Edwards RR, et al. Patient phenotyping in clinical trials of chronic pain treatments/ IMMPACT recommendations. Pain. 2016; 157(9)/ 1851–1871.

[7] Velly AM, Mohit S. Epidemiology of pain and relation to psychiatric disorders. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry. 2018 Dec 20;87(Pt B):159-167.

[8] Hodges PW. Hybrid Approach to Treatment Tailoring for Low Back Pain: A Proposed Model of Care. J Orthop Sports Phys Ther. 2019 Jun;49(6):453-463.

[9] Janwantanakul, P., Pensri, P., Moolkay, P., & Jiamjarasrangsi, W. (2011). Development of a risk score for low back pain in office workers--a cross-sectional study. BMC musculoskeletal disorders, 12, 23. https://doi.org/10.1186/1471-2474-12-23. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21261997/

[10] Carregaro RL, Tottoli CR, Rodrigues DdS, Bosmans JE, da Silva EN, et al. (2020) Low back pain should be considered a health and research priority in Brazil: Lost productivity and healthcare costs between 2012 to 2016. PLOS ONE 15(4): e0230902. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0230902. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0230902

[11] FERREIRA, Manuela L. et al. Global, regional, and national burden of low back pain, 1990–2020, its attributable risk factors, and projections to 2050: a systematic analysis of the Global Burden of Disease Study 2021. The Lancet Rheumatology, [S. l.], v. 5, n. 6, p. e316–e329, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/s2665-9913(23)00098-x. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanrhe/article/PIIS2665-9913(23)00098-X/fulltext#articleInformation.



Estudo revela proteína bacteriana capaz de manter a célula humana saudável por mais tempo

 

Células humanas expressando a proteína MceF da Coxiella.
 A cor azul mostra o núcleo das células; em rosa
as mitocôndrias e, em amarelo, a proteína MceF. A figura
evidencia a colocalização de MceF com as mitocôndrias celulares
(
crédito: Robson Kriiger Loterio)

Em artigo publicado na PNAS, pesquisadores da USP e da Universidade Monash, na Austrália, descreveram proteína com ação antioxidante secretada pela espécie Coxiella burnetii e até então desconhecida. Achado aponta caminhos para tratar doenças autoimunes e até câncer

 

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores da Austrália identificaram uma proteína bacteriana capaz de manter as células humanas saudáveis por mais tempo. A descoberta pode levar a novos tratamentos para uma variedade grande de doenças relacionadas com a disfunção mitocondrial (isto é, o mau funcionamento da mitocôndria, organela produtora de energia para a célula), como câncer e doenças autoimunes.

No estudo, publicado na revista PNAS, os pesquisadores identificaram que entre as mais de 130 proteínas liberadas pela bactéria Coxiella burnetii ao invadir a célula do hospedeiro pelo menos uma tem a capacidade de prolongar a longevidade celular a partir de uma ação direta sobre a mitocôndria.

Após a invasão da célula hospedeira, a C. burnetii libera uma proteína até então desconhecida, que foi denominada pelos autores MceF (sigla em inglês para mitochondrial coxiella effector F). A molécula interage com a GPX4 (glutationa peroxidase 4), uma enzima localizada na mitocôndria. Dessa forma, a bactéria promove a sobrevivência da célula em que está hospedada, já que MceF melhora a função mitocondrial ao promover um efeito antioxidante e retardar o dano e a morte celular – que pode ocorrer quando patógenos se replicam no interior das células de mamíferos.

“A C. burnetii utiliza diversas estratégias para que a célula invadida não morra e, assim, consegue se replicar dentro dela. Uma delas é a modulação da proteína GPX4 pela MceF – mecanismo que descobrimos neste trabalho. A realocação dessas proteínas na mitocôndria celular permite que as células de mamíferos vivam por mais tempo mesmo estando infectadas e com uma carga bacteriana muito alta”, explica Dario Zamboni, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e um dos autores correspondentes do artigo.

O estudo foi feito no âmbito do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP –, em colaboração com a professora Hayley Newton, da Universidade Monash, na Austrália. A investigação também contou com financiamento por meio de um projeto coordenado por Zamboni.

“Basicamente, encontramos uma estratégia usada pela C. burnetii para manter a célula saudável por mais tempo enquanto ela se replica intensamente. Observamos que a bactéria redireciona – por meio da proteína MceF – a enzima da própria célula hospedeira [GPX4] para a mitocôndria, de modo a atuar como um potente antioxidante para a célula infectada, o que impede o envelhecimento de componentes celulares”, explica Robson Kriiger Loterio, primeiro autor do estudo, que é fruto de seu doutorado.

Biologista celular

C. burnetii é a causadora da chamada febre Q, uma zoonose relativamente comum, mas pouco diagnosticada. A bactéria causa uma pneumonia atípica em humanos, além de coxiellose em diversos animais. Zamboni explica que esse patógeno é altamente adaptado para infectar macrófagos e monócitos (glóbulos brancos que atuam na linha de frente da resposta imune), inibindo uma série de respostas do hospedeiro contra a infecção.

“O interesse em estudar essa bactéria mais a fundo está justamente no fato de ela subverter as funções da célula. Diferentemente de outras bactérias, que só causam doenças quando já estão em grande número nos indivíduos, apenas uma C. burnetii já é o suficiente para adoecer uma pessoa saudável. Então, ela atua de maneira eficiente para modular as células invadidas. Brincamos que ela é uma biologista celular nata, capaz de modular tudo nas células hospedeiras”, conta Zamboni.

Outro aspecto interessante da C. burnetii, segundo o pesquisador, é que ela permanece cerca de uma semana se replicando dentro da célula. A título de comparação, a Salmonella (causadora de intoxicações alimentares graves) provoca a morte das células hospedeiras em menos de 24 horas.

“Observá-las [as Coxiellas] é uma ótima maneira de aprender sobre o funcionamento celular. No caso deste estudo, nos ajudou a entender como melhorar disfunções mitocondriais e nos deu insights sobre a morte programada de células humanas”, afirma o pesquisador.

No trabalho, os pesquisadores analisaram a capacidade da bactéria de subverter macrófagos e atuar diretamente na mitocôndria celular a partir de estudos in vitro e in vivo, utilizando larvas de uma espécie de mariposa chamada Galleria mellonella. Nessa primeira fase do estudo eles investigaram mais de 80 proteínas novas de Coxiella que apresentam potencial de interagir com a célula hospedeira e subverter seu funcionamento. “Focamos nossa investigação na MceF por ela atuar diretamente na mitocôndria, uma organela que é muito importante para regular o processo de morte celular”, explica Zamboni.

O grupo pretende agora trabalhar em duas novas frentes: aprofundar o entendimento sobre as outras proteínas de interesse e realizar mais estudos bioquímicos para compreender como a MceF influencia a proteína celular GPX4.

"O bonito desse trabalho é que, a partir de estudos com uma bactéria, podemos aprender mais sobre sinalização, morte celular e novas maneiras de reverter a disfunção mitocondrial. Não precisa inventar uma nova técnica, o processo já ocorre durante a interação entre essas bactérias com as células”, diz.

O artigo Coxiella co-opts the Glutathione Peroxidase 4 to protect the host cell from oxidative stress–induced cell death pode ser lido em: www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2308752120.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-revela-proteina-bacteriana-capaz-de-manter-a-celula-humana-saudavel-por-mais-tempo/44791


Aumento de casos e mortes por câncer em adultos abaixo dos 50 anos reforça recomendações de prevenção e rastreamento

Diagnóstico de câncer em pessoas adultas abaixo de
50 anos aumentou quase 80% entre 1990 e 2019
Estudo publicado na BMJ Oncology mostra que o diagnóstico de câncer em adultos abaixo dos 50 anos aumentou 79,1% entre 1990 e 2019 e a mortalidade no período cresceu 27,7%. Crescimento é mais acentuado entre os 40 e 49 anos. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) destaca que estudo reforça a indicação de início de rastreamento populacional com mamografia aos 40 anos e colonoscopia aos 45 anos, assim como a adoção de estilo de vida saudável desde a infância

 

O câncer continua sendo uma doença mais comum em idosos, mas é alarmante o aumento de número de casos em adultos abaixo dos 50 anos, em especial na faixa dos 40 aos 49 anos. Estudo publicado em 5 de setembro na revista científica BMJ Oncology evidencia que a incidência global de câncer de início precoce (diagnóstico de câncer em pessoas adultas abaixo de 50 anos) aumentou 79,1% entre 1990 e 2019, saltando de 1,82 milhão para 3,26 milhões. A mortalidade no mesmo período aumentou em 27,7%, ultrapassando a marca de 1 milhão de mortes anuais nesta faixa etária. Os autores também projetam que até 2030 aumente em mais 30% a incidência e haja uma carga extra de 20% de mortes por câncer.

Em 2019, os cânceres abaixo dos 50 anos com maior mortalidade e taxas de anos de vida perdidos por inatividade (DALYs) foram os de mama, pulmão, estômago e colorretal. Ainda nesta faixa etária, a mortalidade por câncer renal e câncer de ovário apresentaram as tendências de crescimento mais rápidas, enquanto câncer de fígado apresentou o declínio mais acentuado. Os principais fatores de risco são a dieta, consumo de álcool e tabagismo (cigarro, incluindo todos os derivados do tabaco e cigarro eletrônico).

“A obesidade, alto consumo de açúcar e de carne vermelha e a inatividade física, tudo isso está começando muito cedo, na infância. Então, aos 40 anos, a pessoa já tem, por exemplo, 35 anos de exposição a estes fatores de risco. E se prevê um aumento de mais 30% nos próximos sete anos, então é um problema que está acontecendo e precisamos agir”, alerta o cirurgião oncológico Héber Salvador, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e titular do Núcleo de Abdômen do A.C.Camargo Cancer Center.


Diretriz de rastreamento

A SBCO acompanha a nova diretriz da American Cancer Society, que recomenda que pessoas com risco médio para câncer colorretal façam exames de triagem a partir dos 45 anos. “É uma mudança que, também adotada no Brasil, ajudaria a detectar precocemente este tipo de tumor, ainda mais que um pólipo, para evoluir para câncer, leva cerca de dez anos. A colonoscopia nesta faixa etária reduzia exponencialmente a incidência e mortalidade por este câncer”, ressalta Héber Salvador.

No Brasil, o rastreamento populacional preconizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, indica a colonoscopia para pessoas que não têm histórico de câncer colorretal a partir dos 50 anos, com repetição a cada cinco anos. Para câncer de mama, o INCA recomenda também a partir dos 50 anos, com repetição bianual. Também seguindo as diretrizes internacionais, a SBCO, assim como outras sociedades médicas representativas no Brasil, entende ser importante a realização anual de mamografia a partir dos 40 anos para as mulheres sem histórico familiar ou pessoal. Nesses casos, a antecipação, assim como exames complementares, deve ser discutida individualmente com o médico. “Fundamental que os gestores de saúde pública avaliem, embasados nos estudos de custo-efetividade disponíveis, a possibilidade de antecipação do rastreamento de câncer de mama e colorretal, assim como introduza o rastreamento para câncer de pulmão com tomografia de baixa dose para a população tabagista. Além disso, que busque medidas para ampliar o acesso e adesão de exame de Papanicolau e vacina contra HPV, ações com potencial de eliminar o câncer de colo do útero”, acrescenta Héber Salvador, presidente da SBCO.

O estudo publicado na BMJ Oncology analisou 29 tipos de câncer, com base de dados de 204 países, incluindo o Brasil. Os autores são de institutos de pesquisa da China, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido e Grécia. Os autores concluem que os dados sugerem ser necessário realizar estudos prospectivos de coorte ao longo da vida para explorar as etiologias (causas) dos cânceres de início precoce e cabe a cada país ajustar as suas estratégias de prevenção com base nas características epidemiológicas internas. Além disso, deve ser encorajado um estilo de vida saudável para reduzir a carga de doenças cancerígenas nesta faixa etária.  

 

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica - SBCO


Prefeitura de São Paulo abre inscrições para mutirão de emprego com mais de 400 vagas de trabalho temporário

O Contrata SP – Fim de Ano contará com oportunidades nos setores do comércio e serviços. As inscrições on-line devem ser feitas pelo Portal Cate, até 21 de setembro, ou na rede de postos.     

 

A Prefeitura de São Paulo realiza no próximo dia 22 de setembro o Contrata SP – Fim de Ano, mutirão de emprego voltado a vagas temporárias para a reta final de 2023. A ação de empregabilidade ocorrerá na unidade central do Cate – Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo, com a presença de equipes de recursos humanos de empresas ofertando mais de 400 oportunidades em áreas como comércio e serviços. Os interessados podem se inscrever pelo Portal Cate ou em uma das 26 unidades da rede de postos na Capital até a véspera dos processos seletivos, na quinta (21), às 16h.   

“Preparamos esse mutirão para auxiliar as pessoas que estão em busca de oportunidades ainda neste ano. As vagas temporárias oferecem uma excelente chance para quem deseja gerar renda. Muitos até conseguem permanecer ou serem chamados para outros períodos em que se necessita de ampliação das equipes”, destaca a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso. “As empresas que estão com oportunidades abertas podem nos contatar e ter acesso ao nosso banco de talentos. Todo o suporte do Cate é gratuito, ajudando até o pequeno comerciante a fazer uma recolocação de forma prática e efetiva”, conclui.  

Dentre as oportunidades que estarão disponíveis no Contrata SP – Fim de Ano estão vagas para auxiliar de logística, ajudante de carga e descarga, caixa, auxiliar de estoque, atendentes de loja, cargos gerenciais, entre outros. Há oportunidades que não exigem experiência anterior e a escolaridade é a partir do ensino fundamental. São postos para todas as regiões da Capital em bairros como Vila Maria, Santana, Centro e Vila Anastácio.  

No dia também serão oferecidas oficinas aos interessados em tirar dúvidas sobre produção de currículo e como ter um bom desempenho durante as entrevistas. Os técnicos da Fundação Paulistana estarão presentes para auxiliar os participantes na conquista das vagas de emprego pelo programa Elabora. 

 

Serviço 

 

Contrata SP – Fim de Ano  

Inscrições: até 21 de setembro, às 16h 
Portal Cate 
Processo seletivo: 22 de setembro – sexta-feira

Horário: 8h às 16h

Local: Cate Central, avenida Rio Branco, 252 
Levar RG, carteira de trabalho, CPF e cópias de currículo 

 

Linkedin não é tinder: assédio moral e sexual ainda é um grande obstáculo para mulheres no ambiente de trabalho

Pixabay

Cris Zanata, pesquisadora na área de diversidade, equidade e inclusão, comenta onda de assédios na rede social e o grande impacto negativo disso em mulheres


O assédio moral e sexual é um dos grandes obstáculos para que a mulher consiga entrar e se manter no ambiente de trabalho, e isso pode ser comprovado por números atuais. Uma nova pesquisa ganhou destaque recentemente ao mostrar que nem no LinkedIn as mulheres estão passando "ilesas". A pesquisadora de diversidade, equidade e inclusão Cris Zanata, aponta o persistente sistema patriarcal como uma das principais causas desse problema e enfatiza que o anonimato, a impessoalidade e o machismo contribuem para uma realidade alarmante. 

Um levantamento feito pelo site de fotos para passaporte Passport Photo Online questionou 1.049 usuárias do LinkedIn nos EUA e acabou descobrindo que 91% das mulheres já passaram por abordagens de assédio na plataforma. Elas disseram ter recebido abordagens de caráter romântico ou mensagens com caráter sexual pelo menos uma vez.

"Isso acontece por vários fatores, tais como anonimato por trás das telas, que faz as pessoas se sentirem mais à vontade para assediar outras sem enfrentar as consequências do mundo real, a impessoalidade, a facilidade de acesso à rede, o preconceito e o machismo, que ainda regem o sistema patriarcal", ressalta Cris Zanata, fundadora e CEO do InsAB (Instituto de Alterismo do Brasil). 

Uma pesquisa conjunta entre o LinkedIn e a Think Eva em 2020 mostrou que as mulheres que sofrem assédio na plataforma no Brasil, frequentemente perdem a autoconfiança e experimentam um impacto negativo em sua performance profissional.

"Isso pode gerar nas mulheres a sensação de que elas seriam culpabilizadas pelo que aconteceu ou de que provocaram o episódio. Isso tanto no ambiente físico profissional, quanto na plataforma. Além disso, começam a não confiar mais na rede social e deixar de usá-la, pois têm medo de sofrerem novamente o assédio e não saber como reagir, gerando um forte impacto em sua saúde mental e emocional", explica Cris Zanata.

O estudo ainda mostra que, 1 em cada 6 mulheres vítimas de assédio sexual no ambiente de trabalho pede demissão e 35,55 afirmam viver sob constante medo. Estas mulheres que pedem demissão acabam se afastando do mercado de trabalho e dificultando o processo de contratação de mais mulheres. "O assédio pode desencorajá-las a ingressarem em determinadas organizações ou setores profissionais, especialmente se souberem que o ambiente é propenso a comportamentos prejudiciais. Isso pode resultar em uma menor representação das mulheres em cargos de liderança e áreas tradicionalmente dominadas por homens", diz Zanata exemplificando como o assédio gera uma cadeia de situações negativas para mulheres no ambiente de trabalho.

A onda de assédios gerou o movimento "Linkedin não é Tinder", que mostra como cada vez mais a discriminação de gênero está presente na plataforma profissional. Algumas mulheres podem se sentir compelidas a reduzir sua participação nas plataformas e isso, novamente, pode contribuir para uma reação em cadeia. Cris Zanata afirma que o assédio e a discriminação de gênero estão muitas vezes interligados e que isso resulta em danos para as mulheres na rede social.

"Isso também pode resultar em menos postagens, interações e contribuições, o que pode afetar sua visibilidade e influência na plataforma. Em casos mais graves de assédio, as mulheres podem ser forçadas a interromper completamente suas atividades nas plataformas. Isso pode prejudicar seu alcance, seus seguidores e sua capacidade de construir uma presença online significativa", complementa.

Cris acredita que para combater o assédio na plataforma se faz necessário a criação de um procedimento de denúncia fácil, com protocolo de acompanhamento do caso e resolução do problema. De acordo com ela, também é preciso desenvolver ações de conscientização sobre o tema para assediadores e vítimas, além de um monitoramento constante por parte da plataforma e a implantação de uma ouvidoria especializada.

Atualmente, o LinkedIn está tentando facilitar a identificação e denúncia de situações de assédio por meio do uso de inteligência artificial.

 


Cris Zanata - Fundadora do Instituto de Alterismo do Brasil (InsAB), Conselheira de diversidade, equidade e inclusão na RSU Lixo Inteligente e mestranda em Gênero e Diversidade pela Universidade de Oviedo, na Espanha. Trabalhou durante 18 anos em cargos de liderança em Big Four e empresas do setor privado na área de impostos aduaneiros e logística, alcançando o cargo de diretora global de logística em uma empresa de energia renovável espanhola. Atualmente é pesquisadora sobre inovação social, equidade de gênero e generosidade nas organizações e facilitadora em projetos realizados por Carlotas na Alemanha para mulheres migrantes.

 

Prepare a agenda para o Vestibulinho das Etecs do primeiro semestre de 2024

Foto: Roberto Sungi

Inscrição para o processo seletivo das Escolas Técnicas começa começa em 2 de outubro

Processo seletivo é a porta de entrada para os cursos Técnicos, Integrados, Ensino Médio, AMS e Especializações Técnicas; interessados podem pedir redução da taxa de inscrição a partir de amanhã (19)

 

Nesta terça-feira (19), as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) abrem o prazo para quem deseja solicitar redução de 50% da taxa de inscrição do processo seletivo para o primeiro semestre de 2024, que terá o valor integral de R$ 34. Esta é a primeira etapa do calendário para o candidato que pretende estudar em uma das unidades do Centro Paula Souza (CPS). O período de inscrição para o Vestibulinho das Etecs começa em 2 de outubro. A prova será realizada no dia 10 de dezembro.

O exame é a porta de entrada para os interessados em fazer um curso Técnico, Médio integrado ao Técnico, Ensino Médio em diferentes itinerários formativos, Articulação da Formação Profissional Média e Superior (AMS) ou uma Especialização Técnica. 

Conheça as principais datas do processo seletivo:

  • 19 a 29 de setembro (até as 15 horas): prazo para solicitar redução de 50% da taxa de inscrição;
  • 2 de outubro a 8 de novembro (até as 15 horas): período de inscrição para o Vestibulinho das Etecs;
  • 18 de outubro: resultado do pedido de redução da taxa;
  • 19 e 20 de outubro: prazo de recurso para o resultado da redução da taxa de inscrição;
  • 27 de outubro: resultado do recurso para o pedido de redução da taxa de inscrição;
  • 6 de dezembro: divulgação dos locais de prova;
  • 10 de dezembro (às 13h30): exame do Vestibulinho das Etecs;
  • 14 de dezembro: divulgação de gabaritos.


Vestibular das Fatecs

Em breve, serão divulgados o calendário e as informações para o Vestibular das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) para o primeiro semestre de 2024. O processo seletivo contará com vagas para os cursos superiores de tecnologia presenciais e a distância.

 

Centro Paula Souza


Redução de impactos ao meio ambiente desafia micro e pequenas empresas

Em posição de destaque na pauta das corporações, questões ambientais e de sustentabilidade demandam soluções alinhadas ao conceito ESG

 

A redução de impactos ao meio ambiente está no radar dos micros e pequenos empresários brasileiros. É o que revela a pesquisa “Panorama ESG dos Pequenos Negócios Brasileiros”. Realizado pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade, o estudo indica que 75% das empresas empenhadas em realizar práticas ambientais têm a preocupação de minimizar consequências negativas. Nas metas definidas pelo conceito ESG (Environmental, Social, Governance), as questões ambientais e de sustentabilidade ocupam posição de destaque no dia a dia das corporações. No entanto, adaptar-se às práticas é um desafio que demanda soluções, especialmente entre as pequenas empresas.

O levantamento do Centro Sebrae de Sustentabilidade abrangeu todos os Estados brasileiros e ouviu 3.623 empresários. Do total, 75% representam microempresas; 25%, empresas de pequeno porte. Embora o estudo aponte a preocupação da maioria dos entrevistados (70%) em implementar políticas de sustentabilidade, os esforços para incorporar metas ESG nos negócios, principalmente no que se refere às práticas ambientais, exige um trabalho contínuo das organizações.

Atento às necessidades das micro e pequenas empresas, o Grupo Ecobrisa, referência no mercado nacional, desenvolve equipamentos e soluções que resultam em saudabilidade dos ambientes corporativos, redução significativa no consumo energético e respeito ao meio ambiente.

Pioneira na produção de climatizadores evaporativos 100% nacionais, a Ecobrisa conta com milhares de equipamentos instalados no Brasil. “O sistema reduz a temperatura de maneira eficaz, ao mesmo tempo em que expulsa o ar potencialmente infectado dos ambientes, tornando-os mais saudáveis”, afirma o empresário Juan Carlos Ormachea, que responde pelo Grupo Ecobrisa.

Comparado a outros equipamentos de resfriamento, o climatizador evaporativo representa uma economia de energia de até 95%. “Diante dos impactos ambientais, esta é uma condição importante para micro e pequenas empresas alinhadas com preocupações ambientais e, obviamente, empenhadas em otimizar seus recursos financeiros”, diz.

No encadeamento de iniciativas voltadas à sustentabilidade e à responsabilidade ambiental, o setor de eventos, segundo Ormachea, tem optado por locar os climatizadores evaporativos produzidos pela Ecobrisa. “Uma empresa, seja ela pequena ou grande, que já adota o ESG, observa se o espaço também se adapta ao conceito no momento de escolher um local para a realização de um evento. E isso, sem dúvida, aumenta a procura por nossos equipamentos”, destaca.

Com o compromisso de desenvolver soluções sustentáveis e ambientalmente corretas, a empresa ampliou investimentos e atua também no mercado de energia solar. Como unidade de negócio, a Ecobrisa Energia oferece sistemas fotovoltaicos que possibilitam economia na conta de luz e “payback”. “Na instalação dos painéis, o consumidor consegue ter um retorno de investimento (payback) e a empresa passa a ser geradora com o excedente de energia que não consome, o que a torna mais sustentável”, afirma o executivo.

No atendimento voltado a micro e pequenas empresas, o Grupo Ecobrisa registra um crescimento de 30%. “A organização que se lança a ter práticas ambientalmente corretas também se impõe desafios, que podemos corresponder com soluções viáveis ao meio e benéficas às pessoas”, conclui Juan Ormachea.

 

Apostas esportivas - cartas na mesa

A Medida Provisória 1.182/2023, que regulamenta o mercado de apostas esportivas, ao mesmo tempo em que merece aplausos, também incita a discussão de algumas questões relevantes, dada a complexidade do tema.

Apesar de ter força de lei, o texto ainda depende de aprovação do Congresso e, principalmente, da sucessiva normatização pelo Ministério da Fazenda.

Até o momento, as casas de apostas operam de forma livre por aqui, sem disposições específicas quanto aos seus direitos e deveres, tais como a obrigação de adotar mecanismos de combate à lavagem de dinheiro e sobre o pagamento de impostos, além das regras de proteção aos consumidores.

A propósito da carga tributária, a MP prevê que as empresas operadoras de loteria de quota fixa, conhecidas como “bets”, começarão a ser taxadas em 18% sobre a receita obtida com os jogos, descontando-se o pagamento dos prêmios aos jogadores e o Imposto de Renda devido sobre a premiação.

Sendo assim, a proposta adotada pelo governo federal é positiva, com a bem-vinda arrecadação aos cofres públicos.

Em consequência, a MP regulamenta, em boa hora, um mercado extremamente lucrativo - o Brasil é o segundo maior mercado de apostas do mundo -, até então livre de tributos e que vem sendo palco de muita desordem nos últimos tempos.

Os termos da MP já se encontram em vigor, mas precisam ser analisados pelo Congresso Nacional em até 120 dias, para não perderem a validade.

Cálculos do gabinete do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), relator do projeto na Câmara, apontam que a regulamentação dos jogos de azar tem potencial para gerar uma arrecadação anual de R$ 20 bilhões. Segundo a Fazenda, R$ 2 bi já com o início das atividades.

Cifras que representarão um impulso e tanto nas receitas do governo, tornando-se fortes aliadas na reversão do quadro de déficit fiscal nas contas federais.

Em todo caso, a regulamentação precisa tratar da fiscalização, em razão das recentes acusações de manipulação de resultados. A atividade fiscalizatória também deverá atuar no combate às empresas que operam ilegalmente os sites de apostas esportivas.

Outro ponto positivo é que quem não tiver autorização para a exploração das loterias de apostas de quota fixa não poderá fazer propaganda e publicidade no Brasil. 

Por isso, os sites de apostas sediados no exterior terão que constituir empresas no país, passando a cumprir as condições legais estabelecidas pelo Governo.

Tudo preparado, o jogo logo, logo, vai começar. Façam as suas apostas!

 

Luciano Ramos Volk - sócio da Volk & Giffoni Ferreira Sociedade de Advogados. 

 

O impacto da IA na atração e fidelização de participantes dos fundos de pensão


O setor brasileiro de previdência privada apresenta números vultosos. Segundo dados da própria entidade que representa as instituições do segmento, a Abrapp, existem 2,6 milhões de participantes ativos, 881 mil em gozo do benefício e 3,7 milhões de dependentes registrados. Anualmente são pagos R$ 81,3 bilhões em benefícios. De forma geral, o montante sob gestão das entidades fechadas de previdência complementar é da ordem de R$ 1,17 trilhão, o que equivale a 12,7% do PIB nacional. 

 

Apesar de impressionantes, esses dados poderiam ser bem melhores. O ideal é que todos os colaboradores das empresas que oferecem previdência privada complementar contribuíssem, uma vez que é o formato mais rentável do mercado. Isso porque o funcionário aporta um valor e a patrocinadora contribui com o mesmo montante.  Essa seria a receita ideal para a manutenção da qualidade de vida e do poder de compra das pessoas que já cumpriram o papel produtivo e passaram a gozar de um merecido descanso. 

 

Mas para atrair participantes em uma velocidade maior é necessário que os gestores compreendam que está na hora de modernizar seus processos,  ajustar a comunicação com seus potenciais participantes, principalmente os mais jovens, aumentar sua eficiência e produtividade e é aí que soluções com IA (Inteligência Artificial) podem ajudar, e muito.

 

Antes de detalhar como a IA pode ajudar os fundos de pensão, vale fazer aqui uma analogia com outros segmentos onde essa tecnologia é largamente empregada. No varejo, por exemplo, soluções de monitoramento e precificação têm auxiliado gestores a definirem os melhores preços de venda, assim como datas e momentos mais adequados para a realização de ofertas e promoções.  

 

No mercado financeiro, a IA tem papel semelhante. Antigamente as corretoras precisavam de um batalhão de analistas para avaliar centenas ou milhares de fundos, ações e outros ativos com a finalidade de montar uma carteira rentável para seus investidores. Um trabalho demorado e, por essa razão, nem sempre eficiente como se desejava. Pois bem, a IA consegue fazer essa análise em poucos segundos e ainda sugerir as melhores combinações de ativos para um portfólio respeitando-se o perfil de cada cliente, ou seja, soluções mais customizadas com olhar no cliente. 

 

Em ambos os exemplos, o cliente fica satisfeito, e as empresas que adotaram a tecnologia também, porque fizeram um trabalho eficiente e lucrativo com custos exponencialmente menores do que se continuassem com métodos arcaicos. Vale ressaltar que a inteligência artificial até pode tomar certas decisões sozinhas se assim o gestor desejar, mas não é o que acontece. Normalmente ela é implantada para atender parâmetros previamente definidos e apresentar as possíveis soluções para que o gestor tome a decisão final. Seu uso não está restrito a esses dois segmentos. Hoje a IA é usada para avaliar riscos de crédito, para auxiliar na segurança cibernética, na indústria, na saúde, educação, no agronegócio em aplicativos de todos os tipos, etc. 

 

E se ela é útil para todos esses segmentos, não seria para os planos de previdência? As fundações têm uma relação longa e de confiança com seus participantes e, ao longo dos anos, vão acumulando uma imensa quantidade de dados e informações sobre seus clientes. Dados super valiosos e úteis para estreitar a relação e comunicação entre fundação e participantes e para criação de novos produtos alinhados às necessidades desse público. 

 

Uma das preocupações das entidades de previdência privada é com relação ao cumprimento das metas atuariais. Pois bem, da mesma forma que a inteligência artificial auxilia corretoras e gestoras a montarem carteiras rentáveis, ela pode ajudar as fundações nesta tarefa de reduzir riscos aumentando o retorno dos investimentos. 

 

Um outro exemplo, é a chamada inteligência artificial generativa que tem a capacidade de entender a linguagem natural das pessoas, avaliar o perfil delas e gerar respostas mais precisas e contextualizadas. É como se outro ser-humano estivesse respondendo a uma determinada demanda. E melhor, esse tipo de IA sabe qual o melhor canal de comunicação a ser adotado, seja e-mail, telefone ou rede social. Ou seja, ela consegue acelerar o desenvolvimento de novos produtos com base nos interesses e necessidades dos participantes ou potenciais participantes, ajudar a fundação na gestão e lucratividade do próprio fundo e entregar aos clientes os resultados e benefícios que eles esperam. 

 

Se gerar valor de negócio pode ser resumido a “oferecer um retorno ou impacto positivo para a empresa, produto ou cliente", a IA não pode ser ignorada pelas entidades fechadas de previdência complementar em hipótese alguma. No entanto, é preciso expertise para implantar tais soluções. Por não ser o foco de atuação, sairia muito caro para as entidades desenvolverem essas ferramentas por conta própria. Além do tempo e do dinheiro é preciso ter capacidade para se atualizar constantemente. 

 

E as pensiontechs exercem um papel preponderante nessa tarefa de modernizar as empresas do segmento. Focadas em tecnologia e inovação, elas podem agregar às fundações a implementação de IA nos canais e produtos digitais, trazendo ainda mais benefícios para a experiência dos participantes e ajudando a fidelizá-los ao mesmo tempo que auxiliam no aumento da eficiência operacional e na segurança dos fundos de pensão.  

 

A vantagem das pensiontechs para os fundos de pensão está no fato de que as soluções já estão desenvolvidas e devidamente testadas. No máximo, a plataforma exigirá uma ou outra adaptação específica, já que mesmo pertencentes ao mesmo ramo, cada entidade tem suas particularidades. Ganha-se com a redução de custos, com o tempo de implantação e com a agilidade operacional. Em tempos como o atual, em que a rapidez nas decisões define o sucesso ou fracasso de uma iniciativa, contar com as soluções de uma pensiontech é o diferencial que os planos de previdência precisam para se expandirem. 

 

 

Alexandre Teixeira - sócio e CEO da uFund


Considerar milhas como investimentos pode levar ao consumo e endividamento

As milhas aéreas são um benefício que muitas pessoas buscam para economizar nas viagens ou trocar por produtos e serviços. No entanto, nem sempre elas são vantajosas ou seguras, como mostrou o caso da 123milhas, empresa que vendia passagens emitidas com milhas compradas de terceiros e que foi alvo de denúncias de fraude e cancelamento. 

Para entender melhor os riscos e as limitações das milhas aéreas, é preciso saber que elas não são um investimento, mas sim uma forma de recompensa dos programas de fidelidade das companhias do setor. Isso significa que elas não têm um valor intrínseco e que dependem das regras e condições de cada programa e do mercado de passagens aéreas.

 

Segundo a economista e planejadora financeira certificada pela Planejar, Fernanda Melo, diversas pessoas cometem o erro de comparar o preço das passagens em dinheiro e em milhas para estabelecer uma relação de valor. "Essa relação é muito volátil e pode mudar a qualquer momento, dependendo da oferta e demanda das passagens", explica.

 

Fernanda também alerta para o fato de que muitas pessoas tentam acumular mais milhas do que precisam e vender o excedente em um mercado paralelo. "Isso é uma prática ilegal, que vai contra os regulamentos dos programas de fidelidade e que pode trazer prejuízos e problemas para o usuário", afirma.

Uma das formas de acumular milhas aéreas é usando o cartão de crédito para fazer compras. No entanto, essa prática pode ter alguns riscos e desvantagens. Como os programas de fidelidade não são regulados pelo mercado financeiro, eles podem alterar as regras de pontuação e resgate a qualquer momento, sem aviso prévio. Isso significa que as milhas podem perder valor ou até mesmo expirar sem que o consumidor possa aproveitá-las.

 

Por isso, é importante não ver as milhas como um investimento, mas sim como um benefício promocional. De acordo com Fernanda, muitas pessoas acabam gastando mais do que podem para acumular mais pontos no cartão de crédito, mas isso pode levar ao endividamento e ao comprometimento da renda. "O consumo consciente é a melhor forma de usar as milhas a seu favor, sem comprometer o seu orçamento. Você pode viajar mais barato, por exemplo, trocando as milhas por passagens em classe executiva, que custam menos pontos do que as passagens em classe econômica", explica a especialista em finanças pessoais.

 

Portanto, quem usa milhas aéreas deve estar atento aos riscos que elas envolvem e usá-las com cautela e planejamento. O ideal é utilizar as milhas para viajar ou trocar por produtos e serviços dos parceiros dos programas de fidelidade, sem esperar ganhar dinheiro ou renda com elas. Assim, você pode evitar frustrações e aproveitar melhor as oportunidades das milhas aéreas.

 



Adriano da Silva Santos


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