Da soma de compostos químicos que fazem do ser humano o que ele é, os hormônios ocupam um lugar de privilégio no cálculo. Eles produzem respostas que interferem diretamente na produtividade, no humor, na fertilidade e no desempenho mental.
Não à toa, a reposição hormonal é tida como um dos
pilares da longevidade, dados os efeitos positivos de devolver ao corpo as
substâncias que, até então, eram produzidas naturalmente.
Na meia idade ocorre uma das transições mais
relevantes para homens e mulheres: a andropausa e a menopausa, marcos
relacionados à impactante parada hormonal para o organismo como um
todo.
Fábrica de
hormônios
Durante a juventude, a produção de hormônios está a
pleno vapor. Com o passar dos anos, a queda é inevitável.
Fisiologicamente, o processo é gradual: nos homens,
a testosterona diminui aos poucos a partir dos 45 anos; nas mulheres, a mudança
no ritmo de produção de progesterona e estrogênio é mais abrupta e cessa com a
última menstruação.
As diferenças entre o universo masculino e feminino
não param por aí.
Andropausa
De forma lenta e constante, a produção de
testosterona nos homens diminui de 0,5 a 1% todos os anos a partir do momento
em que entram na casa dos quarenta.
Segundo o médico endocrinologista, pós graduado em
medicina esportiva e pós-graduando em neurociência e comportamento e professor
do Puravida PRIME, Bruno César, os sintomas são sutis e podem passar
despercebidos a olhares menos atentos. “Os homens apresentam cansaço, fadiga,
indisposição, uma falta de ânimo e acham que é o resultado do estresse e, na
verdade, podem estar apresentando uma deficiência de testosterona”,
explica.
As manifestações também ocorrem no âmbito
comportamental: “ele pode ficar mais medroso, mais sensível emocionalmente,
mais relutante e isso vai impactar não só na vida profissional, mas na vida
pessoal dele também”, resume Bruno.
Quadro resolvido, na medicina, por meio da
reposição hormonal. “Quando a gente faz uma restauração desses níveis, a
melhora é absurda. E o discurso que eu mais escuto é ‘eu não sabia que eu
estava tão ruim’”, relata.
Menopausa
Se para os homens a queda hormonal pode até não ser
notada, no caso das mulheres isso não ocorre.
Isso porque a menopausa – nome dado à última menstruação – é “decretada
oficialmente” depois que a mulher passa doze meses sequenciais sem
menstruar.
Antes disso, o corpo começa a emitir
sinais.
“A menstruação começa a perder padrão e podem
surgir ondas de calor, ressecamento vaginal, insônia e é um período crítico
porque ainda não é a menopausa, porque a mulher ainda produz hormônios”,
detalha o professor do Puravida PRIME.
A reviravolta por dentro reflete do lado de fora.
Depois que o ovário cessa a produção de progesterona e estrogênio, começa uma
mudança da composição corporal. Bruno César conta que a gordura que ficava nas
pernas, quadril e glúteos passa a se acumular na região abdominal.
Repor para compor
Manter a composição corporal e o equilíbrio
hormonal é possível por meio da reposição. Nos homens, da testosterona. Nas
mulheres, de ambos os hormônios – a progesterona e o estrogênio.
Embora alguns profissionais optem pela reposição de
apenas um hormônio, Bruno Cesar defende que a melhor estratégia é investir na
manutenção hormonal dos dois. “ Preciso dessa combinação. Quando o equilíbrio é
encontrado, tenho a fisiologia restaurada e consigo devolver a qualidade de
vida”, frisa.
Viver mais e melhor
A ciência já comprovou que repor esses hormônios é
uma das ferramentas disponíveis para potencializar a longevidade.
Um estudo verificou o aumento de até 5 anos na
expectativa de vida de homens e mulheres adeptos da terapia de reposição
hormonal.
As contraindicações do tratamento existem, mas são
voltadas para pacientes com demandas de saúde específicas, que podem ser prejudicadas
por conta dos hormônios, como em pacientes com trombose ou câncer, por
exemplo.
Histórico familiar dessas doenças não é considerado
um fator de risco. Aliás, para o endocrinologista, sobressaem os benefícios.
“Assim como nos homens, a reposição hormonal foge do escopo físico e vai para a
performance cerebral, mental e isso não tem preço”, finaliza.
Bom lembrar
Longevidade é uma conquista diária feita por meio
de escolhas. Devolver ao organismo os hormônios cuja capacidade de produção foi
perdida ao longo dos anos é uma das formas de garantir qualidade de
vida.
O tratamento é individualizado e leva em
consideração as especificidades do histórico clínico e da rotina do paciente.
Por isso, a recomendação é procurar um endocrinologista da sua confiança para
avaliar a reposição hormonal como ferramenta rumo a anos a mais, repletos de
bem-estar.
Puravida