O boom da Inteligência Artificial pelo mundo inteiro continua gerando polêmicas por onde passa, ao impactar diferentes áreas e segmentos. A mais recente está relacionada à IA de origem chinesa - a DeepSeek -, que vem dando o que falar, já que se apresenta como um modelo avançado, tendo a capacidade de realizar tarefas mais complexas e com custos operacionais em valor reduzido.
O lançamento da DeepSeek-R1, uma das versões da IA, fez com que o mercado -
em especial o financeiro - ficasse abalado, e ações de empresas, como Microsoft
e NVIDIA, registraram quedas expressivas em um curto período. Afinal, ninguém
esperava o surgimento de um concorrente que se coloca em um patamar tão alto,
trazendo abordagens aparentemente mais acessíveis e eficientes que o clássico
Chat GPT, por exemplo.
No entanto, sempre costumo me questionar sobre a eficiência das inteligências
artificiais. É inegável que funcionam e podem sim ser úteis em diversas tarefas
e atividades do nosso dia a dia, facilitando alguns aspectos da rotina e
tornando a entrega de determinadas atividades mais rápida e prática. Porém,
será que as pessoas sabem o real impacto da IA no mercado brasileiro?
A verdade é que a maioria dos pontos envolvendo IA no Brasil ainda estão em uma
fase de amadurecimento e podemos perceber isso diante da falta de habilidade
das autoridades para lidarem com as questões, incluindo a sua regulamentação,
que ainda não foi definida. Vejo muitas empresas curiosas e interessadas por
tecnologias como a DeepSeek, diante de seus aparentes
benefícios, mas sem saber ao certo como utilizá-la.
Neste sentido, acredito que para que a Inteligência Artificial realmente
impacte o mercado brasileiro de forma positiva é necessário sair do frenesi e
pensar em investimentos em recursos e profissionalização de uma maneira
racional. Porque a partir do momento que temos recursos, é viável ter uma
estrutura melhor, o que possibilita a capacitação de talentos, que estarão
qualificados para lidarem com os diferentes tipos de IA e as possibilidades que
ela oferece.
De acordo com os balanços divulgados recentemente, os investimentos em
inteligência artificial de grandes empresas como Amazon, Microsoft, Google e
Meta devem chegar a US$ 320 bilhões em 2025. Isso só mostra que apesar do
“susto” com a DeepSeek, as big techs americanas pretendem continuar
investindo na tecnologia. Isso reforça a importância do Brasil também se
colocar nessa corrida, para que não fique muito para trás.
No meu segmento, desde a explosão do ChatGPT quando foi lançado, vi
profissionais testando e ‘ensinando’ a IA a construir OKRs, inclusive, postando
seus resultados nas redes sociais de forma orgulhosa. Já vi executivos falando
de boca cheia que agora seus OKRs seriam construídos com a ajuda de software
com IA. Porém, o resultado que vi, tanto na rede social, como no software,
continua igual.
Ou seja, se não souber como usar a ferramenta, não vamos alcançar o benefício
proposto pelo uso dela. Mais uma vez, dependemos primeiro da iniciativa livre
dos cidadãos, afinal, temos vários capacitados para surfar esta onda e gerar
valor para os indivíduos e para a sociedade. Do poder público, esperamos uma
regulamentação e ajustes na legislação para que se possa colher os benefícios
sem prejudicar os direitos individuais.
Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
Seven PR
Nenhum comentário:
Postar um comentário