Sem uma inspeção adequada, esses ambientes podem apresentar riscos graves, e o engenheiro mecânico desempenha um papel fundamental na prevenção desses problemas
Cozinhas de alta demanda, como industriais e
comerciais, exigem não apenas boas práticas de higiene e segurança alimentar,
mas também um olhar técnico especializado para outros aspectos que muitas vezes
podem passar despercebidos e apresentam a possiblidade de gerar riscos graves,
como incêndios e até mesmo a contaminação dos alimentos.
De acordo com Daniel Lemos, engenheiro mecânico,
mentor e fundador da empresa Engenhando Soluções, inspeções feitas por
engenheiros mecânicos capacitados são a chave para garantir a segurança em
cozinhas industriais e comerciais. “Dois problemas principais são recorrentes
nesses espaços: o acúmulo de gordura nas coifas e a falta de manutenção dos
sistemas de exaustão. E o risco mais grave é o de incêndio. A gordura que se
acumula nas coifas é altamente inflamável e, sem a devida limpeza, pode pegar
fogo facilmente”, explica.
Além disso, ele alerta também para a possibilidade
de contaminação dos alimentos. “Se essa gordura começar a pingar, pode cair
diretamente sobre os alimentos que estão sendo preparados, comprometendo a
qualidade e a segurança alimentar.”
Durante uma inspeção, o engenheiro mecânico
verifica diversos pontos da estrutura da cozinha. “Nós avaliamos a limpeza e o
funcionamento das coifas, o sistema de exaustão, as tubulações, motores, os
dampers corta fogo e até mesmo a chaminé”, explica Lemos. A segurança da
cozinha como um todo também é analisada, garantindo que todos os equipamentos
operem corretamente e dentro dos padrões adequados.
Falta de regulamentação e
principais desafios
Apesar de todos os riscos envolvidos nesse tipo de
ambiente, a fiscalização de cozinhas industriais e comerciais ainda é precária.
“A regulação é mais comum em shoppings e redes de fast food, mas em
restaurantes menores ainda vemos muitas cozinhas com acúmulo excessivo de
sujeira”, afirma. Segundo ele, não há uma legislação específica para a inspeção
desses espaços, mas existem normas técnicas voltada para sistemas de exaustão
de cozinhas, por exemplo, que podem ser seguidas pelos profissionais da área.
“Esse é um mercado interessante para o engenheiro
mecânico autônomo prestar seus serviços, mas justamente devido à falta de uma
legislação específica, é interessante que ele busque seguir os passos de um
engenheiro que já está no mercado, já entende sobre essa área, conhece os
possíveis riscos e conta uma experiência sólida para passar para ele”, explica
Lemos.
Quem precisa desses serviços?
Segundo Daniel Lemos, os principais clientes para a
inspeção e emissão de laudos desse tipo são, obviamente, os restaurantes, e também
estabelecimentos que contam cozinhas industriais. “Redes de fast food e praças
de alimentação demandam esse tipo de serviço regularmente. Além disso,
restaurantes de rua e hospitais e hotéis são alguns exemplos de negócios que
precisam de inspeção técnica para garantir a segurança e a conformidade em suas
cozinhas”.
Oportunidade para engenheiros
mecânicos
Para os engenheiros mecânicos que desejam atuar
nesse nicho, a dica é buscar capacitação e conhecer bem o mercado. “O primeiro
passo é estudar as normas técnicas aplicáveis. Depois, é essencial entender
quem são os clientes, quais são suas necessidades e como o engenheiro pode
ajudá-los”, recomenda Lemos. Ele também reitera que os profissionais precisam
acompanhar engenheiros mais experientes para absorver conhecimento prático.
“Com uma demanda crescente, esse tipo de serviço
representa uma oportunidade promissora para engenheiros mecânicos que queiram
atuar de maneira autônoma, oferecendo seus serviços para um setor que precisa
primar pela segurança”, finaliza Daniel Lemos.
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