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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Tamanho da população rural é subestimado no Brasil e falta representação política, afirmam cientistas

Artigo publicado por pesquisadores da UFABC mostra que, no que diz respeito à concentração fundiária, pouco se avançou desde a redemocratização do país. Para os autores, a desigualdade extrema e a ausência de políticas públicas para dirimir seus efeitos são as principais causas dos conflitos e da violência no campo (foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil) 

Quatro décadas transcorridas desde a redemocratização do país, a extrema desigualdade no meio rural, que é um traço estrutural da formação social brasileira e uma das principais causas de seus desequilíbrios e conflitos, pouco ou quase nada mudou. Essa desigualdade não se verifica apenas em termos de renda, mas também de propriedade e posse da terra.

Esta é a afirmação central do artigo Land Inequality in Brazil: Conflicts and Violence in the Countryside Desigualdade de Terras no Brasil: Conflitos e Violência no Campo), publicado pelos pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) Artur Zimerman, Kevin Campos Correia e Marina Pereira Silva. O texto compõe um dos capítulos do livro Agriculture, Environment and Development: International Perspectives on Water, Land and Politics (Springer, 2022), que apresenta resultados de pesquisas realizadas no Brasil, na Índia e Europa.

“Se o país é atualmente um dos maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas, essa produção, provavelmente, é diferente daquela do antigo proprietário de terras ou latifundiário em termos de escala, mas semelhante em princípios, mantém a desigualdade rural tão presente hoje quanto foi no passado”, afirma o artigo.

O texto reconhece os avanços quantitativos realizados pelos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2010) quanto à distribuição de terras, comparativamente a seus antecessores e sucessores. Mas sublinha que o tipo de reforma agrária realizada durante esses períodos foi claramente insuficiente, privilegiando o agronegócio em detrimento da agricultura familiar.

“A concentração da propriedade ou da posse da terra é enorme em toda a América Latina – particularmente no Brasil. Apenas 1% da população concentra a metade de toda a área já apropriada. E a modernização protagonizada pelo agronegócio, que levou alta tecnologia ao campo, não apenas excluiu a população rural de seus benefícios como diminuiu a oferta de empregos no trabalho agrícola. Conflitos com a segurança particular dos grandes proprietários ou com a polícia já provocaram, desde 1985 até hoje, 1.836 mortes no campo brasileiro – 564 delas no sul-sudeste do Pará”, diz Zimerman, primeiro autor do artigo, que recebeu apoio da FAPESP no âmbito do projeto “Por que os conflitos agrários se tornam violentos na América Latina (AL)? Compreendendo a crise alimentar e como aliviar os impactos da violência agrária”, desenvolvido na Universidade de Londres (Reino Unido).

O pesquisador pondera que a diminuição do contingente de trabalhadores empregados em atividades agropecuárias não deve ser associada automaticamente ao êxodo rural. Muitas pessoas foram trabalhar nas cidades, mas continuam morando no campo.

“A definição de rural e urbano adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] baseia-se em parâmetros definidos na época do Estado Novo, entre 1937 e 1945, que já não correspondem à realidade de hoje. O IBGE é uma instituição respeitável, mas, no tocante a este tema, seus parâmetros, que são seguidos por outros institutos de pesquisa do continente, estão totalmente desatualizados”, sustenta Zimerman.

E acrescenta: “Critérios mais modernos, propostos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico [OCDE] e pelo Banco Mundial, e adotados por autores conceituados como José Eli da Veiga, Ricardo Abramovay e Ivair Gomes, dentre outros, nos obrigam a redefinir o tamanho da população rural, que tem sido claramente subestimado. Como detalhamos em nosso artigo, para definir zonas rural e urbana os organismos internacionais levam em consideração os seguintes parâmetros: densidade populacional menor ou maior do que 150 habitantes por quilômetro quadrado; infraestrutura; e distância a uma cidade com mais de 100 mil pessoas. Quando adotamos esses critérios, o tamanho da população rural da América Latina praticamente dobra: de 24% para 46%”.

O pesquisador argumenta que esse enorme contingente populacional está dramaticamente desprovido de uma representação política formal, que poderia atuar na defesa de seus interesses, dirimindo conflitos. “Enquanto os pequenos proprietários e trabalhadores assalariados do campo possuem representação irrisória, a bancada ruralista, que legisla em prol do agronegócio, vai compor uma bancada com cerca de 280 parlamentares na nova legislatura”, enfatiza Zimerman.

E seu artigo afirma que “a desigualdade fundiária é o vilão dos pobres do interior do Brasil e uma das principais tarefas que os governos democráticos devem realizar é reduzir esse hiato entre os diferentes estratos da população”.


Reforma agrária

O estudo informa que as maiores mudanças em termos de reforma agrária, que só tomaram impulso após a metade do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, foram postas de lado pela administração federal em 2016, durante o governo Temer, quando o antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário foi reduzido ao nível de secretaria, e completamente abandonadas em 2019, durante o governo Bolsonaro, quando essa secretaria, esvaziada de suas funções e renomeada, foi subordinada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O número de famílias assentadas por ano alcançou 584.655 durante o período Fernando Henrique Cardoso e 614.088 durante o período Lula. Caiu para 133.635 ao longo do governo Dilma, no contexto de uma grave crise econômica. Foi drasticamente reduzido para 10.077 no período Temer. E baixou ainda mais, para apenas 9.222, com Bolsonaro.

“O total de famílias assentadas no meio rural brasileiro desde a redemocratização [1985] gira em torno de 1,5 milhão. Além de serem em número muito pequeno, considerado o montante da população rural, os assentamentos não modificaram substancialmente o quadro de desigualdade econômica e social prevalente no campo. O Índice de Gini, que mede a desigualdade, praticamente não mudou nas duas últimas décadas. Há uma grande diferença entre distribuição de terra e reforma agrária. Além da terra, uma reforma agrária pressupõe financiamento público e assistência técnica, entre outros benefícios”, explica Zimerman.

Um dos resultados do modelo vigente, que privilegia a grande propriedade e a produção de commodities, é o forte impacto sobre o preço dos alimentos. “Nas duas últimas décadas, o preço dos alimentos quintuplicou na América Latina. E a pressão que isso exerce sobre o orçamento doméstico é enorme. Nos países desenvolvidos, a fatia do orçamento doméstico destinada à compra de alimentos varia de 10% a 15%. Nos países não desenvolvidos e em desenvolvimento, ela consome de 65% a 80%”, contabiliza o pesquisador.

As crises alimentares, registradas nos anos 2007-2008, 2011-2012 e, agora novamente, durante a pandemia, são temas de uma nova pesquisa, que está sendo desenhada por Zimerman. Nesse novo trabalho, o pesquisador pretende ampliar seu foco, contemplando também as aquisições de terras por grandes investidores estrangeiros (árabes, nórdicos e chineses); os impactos das mudanças climáticas na violência agrária; o papel dos indicadores demográficos globais, com o aumento da população e o consequente aumento do consumo pressionando o uso da terra e constituindo um ainda maior fator de violência; e a polarização política nos países latino-americanos.

O artigo Land Inequality in Brazil: Conflicts and Violence in the Countryside pode ser acessado em: link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-031-10264-6_6.

 


José Tadeu Arantes
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/tamanho-da-populacao-rural-e-subestimado-no-brasil-e-falta-representacao-politica-afirmam-cientistas/40642/

 

O que significam as demissões em massa do mercado tech?

Amazon
Divulgação
Somente em 2022, mais de 120 mil pessoas foram demitidas de seus empregos em alguns dos maiores players de tecnologia – Meta, Amazon, Netflix e Google. Big techs menores e startups seguem o mesmo caminho 

Google, Microsoft, Amazon, Meta, Twitter e Salesforce. Essa poderia ser uma lista das big techs mais poderosas do mundo, mas é, na verdade, um ranking das que mais demitiram em 2022. Foram mais de 200 mil dispensas no total.

Anúncios de cortes continuam chegando. Milhares de funcionários foram ao Linkedin relatar suas demissões. O anúncio mais recente veio do Spotify, que divulgou, no último dia 23/1, que vai cortar 6% do quadro de funcionários – cerca de 600 pessoas.

Ao que parece, a evolução da tecnologia também corta na própria carne. Mas por que tantas empresas estão demitindo grande parte da sua força de trabalho? As gigantes de tecnologia expandiram muito e rápido demais? Seriam as novas tecnologias de inteligência artificial que já estariam em um processo de substituir pessoas por máquinas? Qual seria o alerta deixado por essas demissões?

Para alguns especialistas, um pouco de tudo isso explica esse momento. E para outros, nada disso. Até porque nenhuma das empresas especificou a automação como motivação para suas recentes ações.

Outro ponto é que, mesmo com demissões e suspensões de contratações, todas as empresas continuam muito rentáveis. A justificativa de algumas dessas companhias tem sido a desaceleração macroeconômica. Segundo o analista Richard Camargo, da Empiricus Research, as empresas de tecnologia tiveram um boom de contratações durante o isolamento na pandemia.

Agora que o cenário mudou, houve uma escalada da inflação no mundo inteiro e ajustes tiveram que ser feitos para as empresas se adequarem à nova realidade de demanda. Nesse contexto, as grandes corporações precisaram reorganizar seus negócios, ainda que bastante sólidos, de modo a compensar a queda de receita nos últimos meses.

Na contramão dessa ideia, Jeffrey Pfeffer, professor da Stanford Graduate School of Business, tem acompanhado esse movimento e prefere deixar a economia de lado. Pfeffer define esse momento como resultado de um "contágio social". Ou seja, um comportamento imitativo.

Outro alerta levantado pelo acadêmico de Stanford é o de que as demissões aumentam as chances de suicídio em duas vezes e meia. Pfeffer argumenta que essas demissões em massa não apenas matam pessoas, mas também não melhoram o desempenho de uma empresa.

Em um artigo sobre o assunto, ele cita: "Poderia haver uma recessão tecnológica? Sim. Houve uma bolha nas avaliações? Absolutamente. A Meta contratou demais? Provavelmente. Mas é por isso que eles estão demitindo pessoas? Claro que não. Meta tem muito dinheiro. Essas empresas estão todas ganhando dinheiro. Eles estão fazendo isso porque outras empresas estão fazendo isso".

Em sua explicação, Pfeffer destaca que na maioria das vezes, as demissões não reduzem os custos, nem aumentam os preços das ações. Demissões não aumentam a produtividade e não resolvem o que geralmente é o problema subjacente e, por fim, podem sinalizar que uma empresa está passando por dificuldades. Portanto, qual seria o benefício disso tudo?

Dentre os exemplos citados, Pfeffer cita o caso da Lincoln Electric, famoso fabricante de equipamentos de soldagem. Em vez de demitir 10% de sua força de trabalho, a companhia fez com que todos recebessem um corte salarial de 10%, exceto a alta administração, que teve um corte maior.

Em sua análise sobre o assunto, Tonia Casarin, especialista em desenvolvimento de liderança humana, também destaca o viés desumano dessas demissões. Nas palavras de Tonia, devido ao alto número de demissões, os líderes se omitem e não conduzem o processo como ele deveria ser, de uma forma transparente, sem causar alardes ou mesmo respeitosa.

Agir com transparência e dar menos chance para rumores entre os colaboradores, com disseminação de informações infundadas que instauram um clima de desconfiança, medo e alarde deveria ser o norte dessas ações - que têm sido muito robotizadas, segundo a especialista.

Tonia também cita a situação daqueles que continuam na empresa. Embora aliviados por manter seus postos, dar acolhimento para essas pessoas e incentivá-las a contactar seus colegas pode ajudar no processo.

“A cultura de cuidado é importante para quem fica e para quem vai, de forma que a decisão é focada em negócios, mas deve-se cuidar das pessoas no processo”, diz Tonia.


Mariana Missiaggia
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/o-que-significam-as-demissoes-em-massa-do-mercado-tech



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Estoque sanguíneo está abaixo do ideal e Banco de Sangue de São Paulo convoca doadores

 

Com a proximidade do Carnaval e o feriado prolongado, as doações de sangue tendem a cair ainda mais nos bancos de sangue do país, em um momento em que os estoques já estão baixos. O GSH Banco de Sangue de São Paulo vem recebendo uma média de apenas 40 doações por dia, quando o ideal são 100 coletas diárias, para que se possa atender com equilíbrio às demandas dos hospitais.

“O começo do ano é um período muito crítico, pois temos as férias escolares e em seguida o Carnaval, são momentos em que as famílias e os amigos vão viajar e se esquecem de doar sangue. As fortes chuvas da estação também afastam os doadores. Em razão desses fatores, o GSH Banco de Sangue de São Paulo ainda não recuperou o seu ponto de equilíbrio nos estoques sanguíneos”, afirma Mayara Santos, líder de captação do Banco de Sangue de São Paulo.

Atualmente, no GSH Banco de Sangue de São Paulo os estoques sanguíneos estão 60% abaixo do ideal, sendo que os tipos O-, O+ e A- são os que mais estão em falta.

Para muitas pessoas que estão enfermas, os componentes sanguíneos são a única esperança de vida, um em cada dez pacientes internados necessitam de transfusões. Por isso, as doações de sangue têm que ser constantes e em um ritmo que atenda a essas necessidades.

“Nosso alerta é para que a população se sensibilize e doe sangue”, ressalta Mayara, lembrando que todos os tipos sanguíneos são bem-vindos.

O GSH Banco de Sangue de São Paulo atende diariamente, das 7h às 18h, inclusive aos domingos e feriados, na Rua Tomás Carvalhal, 711, no bairro Paraíso. Para doar, basta comparecer à unidade, ou agendar previamente, observando os requisitos abaixo.

Sala de Coleta do Banco de Sangue de São Paulo - Foto: divulgação

Requisitos básicos para doação de sangue:

  • Apresentar um documento oficial com foto (RG, CNH etc.) em bom estado de conservação;
  • Ter idade entre 16 e 69 anos desde que a primeira doação seja realizada até os 60 anos (menores de idade precisam de autorização e presença dos pais no momento da doação);
  • Estar em boas condições de saúde;
  • Pesar no mínimo 50 kg;
  • Não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
  • Após o almoço ou ingestão de alimentos gordurosos, aguardar 3 horas.
  • Não é necessário estar em jejum;
  • Se fez tatuagem e/ou piercing, aguardar 12 meses. Exceto para região genital e língua (12 meses após a retirada);
  • Se passou por endoscopia ou procedimento endoscópico, aguardar 6 meses;
  • Não ter tido gripe ou resfriado nos últimos 7 dias;
  • Não ter tido Sífilis, Doença de Chagas ou AIDS;
  • Não ter diabetes em uso de insulina;

Consulte a equipe do banco de sangue em casos de hipertensão, uso de medicamentos e cirurgias.

 

Critérios específicos para o Coronavírus:

  • Pessoas com diagnostico ou suspeita de Covid, deverão aguardar 10 dias após completa recuperação e sem o uso de medicamentos;
  • Pessoas com teste positivo para Covid sem sintomas deverão aguardar por 10 dias após a data da coleta do exame;
  • Se teve contato com paciente positivo ou com suspeita de COVID-19 e/ou realizou isolamento voluntário ou por orientação médica aguardar 10 dias após o último contato/término do isolamento;
  • Aguardar 48h caso tenha tomado a vacina Coronavac/Sinovac e 7 dias caso tenha tomado a Astrazeneca, Pfizer ou Janssen.

 

Serviço:
GSH Banco de Sangue de São Paulo
Endereço: Rua Tomas Carvalhal, 711 -- Paraíso
Tel.: (11) 3373-2000
Atendimento: Diariamente, inclusive aos finais de semana, das 7h às 18h. Estacionamento gratuito no local.

 

Emagreça com saúde até o Carnaval!

 Divulgação/Herbalife Nutrition

Médico nutrólogo dá 6 dicas saudáveis que podem fazer diferença no peso para quem quer reduzir peso até o feriadão

 

O feriado de Carnaval é um dos mais esperados por contas das festas animadas e pela possibilidade de desfrutar alguns dias de descanso em pleno verão. Mas, ao mesmo tempo que existe o desejo de sentir o sol e a brisa na pele, surge a preocupação com a silhueta. Então, boa parte das pessoas inicia a corrida contra o tempo para enxugar alguns quilinhos para aproveitar o feriadão! 

A boa notícia é que dá para adotar dicas capazes de dar uma boa acelerada neste processo com saúde. Confira as orientações do médico nutrólogo especialista em obesidade Nataniel Viuniski, membro do Conselho Consultivo da Herbalife Nutrition do Brasil:


1 - Aposte nos shakes nutritivos

Práticos e deliciosos, os shakes são formulados com o objetivo de fornecer os nutrientes necessários para uma refeição nutritiva e com calorias controladas -- preparado conforme o rótulo, são 19g de proteínas, 23g de carboidratos, 6,3g de fibras, 2,8g de gorduras, além de 23 vitaminas e minerais, e cerca de 210kcal por porção. Os shakes substitutos parciais de refeição da Herbalife Nutrition têm fórmula vegetariana, zero lactose e sem glúten, para atender diferentes públicos, seguem as normas da Anvisa e podem ser consumidos em até duas refeições principais (café da manhã e almoço ou almoço e jantar, por exemplo), possibilitando um déficit calórico que leva ao emagrecimento. E, para manter o peso, podem ser consumidos em apenas uma refeição, como parte de uma rotina saudável. Por se tratar de um pó, a medida da porção pode ser facilmente carregada e preparada em uma shakeira em qualquer lugar, evitando a tentação por um junk food na hora da fome.

 

No dia a dia: Tenha dois ou três sabores diferentes de shake para variar ou combiná-los entre si. Para deixá-lo ainda mais cremoso, experimente batê-lo no liquidificador com pedras de gelo ou frutas congeladas. Os shakes também podem entrar como ingredientes de receitas fit para aumentar o teor proteico e de nutrientes.

 

2 - Beba mais água e chás

Consumir líquidos é imprescindível para manter o corpo hidratado e conseguir realizar todas as funções. Também para o bom funcionamento do intestino e inclusive para a eliminação de toxinas que possam atrapalhar o emagrecimento. Além do que, a sede muitas vezes é confundida com fome, fazendo você ingerir mais calorias.

 

No dia a dia: Beba cerca de 2 litros de água por dia ou calcule aproximadamente 35 ml para cada quilo de peso. Dê preferência para a água gelada! Ao ser aquecida pelo organismo, ela ajuda a gastar algumas calorias a mais. Os chás e bebidas sem açúcar também são bem-vindos e por naturalmente conterem cafeína, ajudam a dar mais pique para os exercícios.

 

3 - Consuma mais proteína

Elas são digeridas mais lentamente, por isso saciam por mais tempo e ajudam a controlar a fome ao longo do dia. Justamente por darem mais trabalho à digestão, também são consideradas ótimos termogênicos, pois demandam um pouco mais de energia nesse processo, contribuindo para o déficit total de calorias do dia. Sem contar o fato de as proteínas serem essenciais para a manutenção e o ganho de massa magra, responsável para manter um gasto energético elevado.

 

No dia a dia: Consuma ovos e carnes magras — frango, peixes e alguns cortes de carne vermelha, como filé mignon, patinho e baby beef, por exemplo. Suplementos proteicos como whey protein e proteína isolada da soja também são práticos e ótimos para consumir nos lanches.

 

4 -- Mantenha-se ativo com treinos rápidos e intensos

O exercício com peso (musculação) é importante para fazer a manutenção dos músculos, responsáveis por queimar calorias. Mas, vale mesclá-los com os treinos intervalados de alta intensidade, o famoso HIIT, a fim de acelerar o metabolismo e manter o gasto calórico elevado por horas mesmo após a sessão de treino. O bacana é que o método pode ser aplicado em qualquer exercício, como corrida, bike, polichinelo, natação, elíptico e até na escada da sua casa! Alguns protocolos são bem curtos, perfeitos para quem não tem muito tempo disponível. Mas é preciso caprichar na intensidade.

 

No dia a dia: Alterne 20 segundos de exercício na intensidade máxima que conseguir com 10 segundos de descanso. Repita 8 vezes para totalizar 4 minutos!

 

5 -- Invista na cafeína para queimar mais no treino

Estudos confirmam que a cafeína possui um efeito ergogênico no treino. Isso quer dizer que a substância é capaz de adiar o cansaço proporcionado pelo exercício físico, possibilitando que a pessoa fique mais tempo em atividade e malhe com mais intensidade, resultando em um maior gasto calórico que vai contribuir para o emagrecimento.

 

No dia a dia: Cerca de 30 minutos antes do treino, consuma suplementos à base de cafeína ou chás que naturalmente contenham a substância, como o LIFTOFF®, o NRG e o Herbal Concentrate, da Herbalife Nutrition. Apenas não exagere na dose! A recomendação da Anvisa é de até 200 mg de cafeína na porção.

 

6 - Consuma mais vegetais

Além da dieta plant-based ser uma tendência cada vez mais forte devido à maior consciência das pessoas sobre impacto de suas escolhas no meio ambiente, ela também oferece muitos benefícios para a saúde e para a silhueta por oferecer mais nutrientes, substâncias anti-inflamatórias, além de um menor teor de gorduras e calorias, contribuindo para a redução de peso. Os vegetais também são ricos em fibras, baixos em calorias e importantes para a saciedade e o bom funcionamento do intestino.

 

No dia a dia: Invista em mais legumes, verduras e frutas nas refeições. Também priorize alimentos com proteínas vegetais, como a proteína isolada da soja no caso dos shakes, que possui alto valor biológico e tem seus benefícios muito bem aproveitados pelo corpo.

 

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Herbalife Nutrition

 

Carnaval: Sambar de salto alto pode causar danos à saúde?

Em casos mais graves, pode levar a entorses de tornozelo, joelho e até a fraturas 

O Carnaval está chegando e o que todos mais querem é dançar bastante. Seja na avenida, ou em salões de festas, dançar com um belo salto alto fica mais bonito e elegante. Porém, é preciso ficar atento com a saúde. Sambar em excesso de salto alto pode provocar lesões inesperadas nos pés e nos joelhos, dizem os especialistas.

Segundo Elvis da Silva Cavalcante, fisioterapeuta e professor do curso de Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina, sambar de salto alto por horas não é uma tarefa fácil e exige muita habilidade, força e resistência do sambista e não é para qualquer um. “O uso de salto alto, por horas, pode promover mudanças biomecânicas no corpo, ou seja, mudança na distribuição do peso do corpo, sobrecargas em diferentes regiões dos pés, levando a dores nos joelhos, principalmente nas regiões anteriores, por sobrecarga e falta de preparo para suportar todo o trabalho com o salto e até mesmo dores na coluna por conta da sustentação de uma postura que a pessoa não estava acostumada a ficar. Em casos mais graves, podendo levar a entorses de tornozelo, joelho e até a fraturas”, explica.


A seguir, o fisioterapeuta fala sobre como sambar de salto alto sem prejudicar a saúde.

O tamanho do salto pode influenciar?

Sim, pode influenciar e muito durante longos períodos de uso, no entanto, nosso pé tem como objetivo de dar um apoio de peso e ao mesmo tempo produzir forças que nos fazem andar, correr, pular e precisa ser flexível para se adaptar a diferentes tipos de solos ou calçados. Alguns estudos já mostraram a influência dos diferentes tamanhos de salto alto e as alterações que acontecem nos pés. Fica claro que quanto maior o tamanho do salto, maior é a alteração da distribuição de peso nos pés, ou seja, mais peso será jogado para as pontas dos pés.

Um pé normal sem o uso do salto apresenta distribuições de peso de forma em que cerca de 60% do peso fique na região do calcanhar e 40% do peso fique a ponta do pé, ou seja, se você pesa 100 quilos, o ideal seria que você mantivesse 60 quilos na parte de trás do pé (calcanhar) e 40 quilos na parte da frente do pé. Quando é utilizado um salto com 2 cm de altura, essas distribuições de cargas nos pés ficam divididas em 50% no calcanhar e 50% na ponta do pé, o que ainda podemos considerar como aceitável e sem alterações. É possível observar alterações importantes e significativas com saltos, a partir de 4 cm de altura, aquele que consideramos como médio, onde as distribuições de cargas nos pés ficam concentradas em 57% só na parte da frente do pé (ponta do pé) e apenas 43% no calcanhar.


O salto interfere no eixo central que todos temos.

Sim, acaba interferindo e muito, de acordo com os resultados dos estudos citados anteriormente. Vamos pensar que existe uma linha imaginaria que passa na nossa cabeça e vai para baixo até chegar no chão e passa por dentro de todo nosso corpo, essa linha é chamada de eixo central e deve estar sempre reta, quando usamos o salto alto, temos a tendência de fazer essa tinha se movimentar para frente e levando todo o peso do nosso corpo para frente, por exemplo, a linha imaginaria indo pra frente com o uso do salto vai levar a cabeça mais para frente, ombros mais para frente, peito mais para frente, coluna e quadril a ponte de fazer nosso corpo ficar inclinado e exigir mais dos músculos e articulações do pé, joelho e coluna.


Existe um tempo correto para o uso do salto durante a folia de Carnaval?

Mesmo sendo algo individual e que depende muito da capacidade de cada um, não existe um tempo correto ou ideal para usar salto alto durante a folia de Carnaval, além do mais, algumas pessoas devem estar apresentáveis do começo ao fim com seus saltos, mas existem algumas maneiras que podem te ajudar a ficar com salto por mais tempo e sem ou mínimo de incômodos.


Quais são as lesões mais comuns causadas pelo uso abusivo do sapato alto?

As lesões mais comuns em quem usa salto alto são:

Bolhas: podem surgir devido a longos períodos usado o salto e com o aumento do atrito na região da planta do pé, em casos mais graves as bolhas estouram e ocasionam muita dor, já que o pé fica sem a proteção da pele.

Joanete: conforme o aumento das cargas na ponta do pé o dedão começa a sofrer com uma deformidade, onde ele vai se medializando e se sobrepondo sobre os outros dedos do pé, em resumo, o dedão começa a ficar torto, indo para dentro e ficando também por cima dos outros dedos do pé.

Entorse de tornozelo: pode acontecer por diversos fatores, dentre eles, um solo instável, falta de equilíbrio durante o uso do salto, tropeçar em algo no chão e levar a uma entorse, que pode também gerar diversas complicações, como lesão dos ligamentos do pé, fratura de ossos, lesão de nervos e músculos.

Fascite plantar: dor na parte de baixo do pé, ocasionada pelo uso excessivo de salto, onde a pessoa sente uma queimação na planta do pé que dificulta para andar e fazer outras atividades do dia a dia.

Metatarsalgia: por conta da má distribuição de peso que fica concentrada na região da ponta dos pés, inicia um processo de irritação de músculos, tendão, músculos e do osso que se localiza no início dos dedos do pé.

Encurtamento da panturrilha: devido aos longos períodos na ponta do pé, a panturrilha começa a encurtar por conta da alta exigência dela para manter o equilíbrio e a sustentação do peso.


Quais os sinais de alerta para a necessidade de que é preciso tirar o salto?

Devemos nos atentar aos sinais de dor que indica um sinal de alerta para a região que está em sofrimento, alteração da coloração dos pés que podem indicar alguma alteração vascular, inchaço nos pés, câimbras na panturrilha indicando que este musculo está sob muito estresse e fadiga e em casos de entorses de tornozelo.


Dá para sambar com esse tipo de calçado sem danificar a saúde?

Sim, é possível sambar sem danificar a saúde, mas é claro que usando com moderação, respeitando seus limites e seguindo as dicas a seguir:

Dando pausas em pequenos períodos durante o uso dos saltos altos para descansar seus pés e todo o corpo para evitar as sobrecargas e se possível faça uma automassagem na planta do pé para aliviar as tensões;

Fazendo um “teste drive” antes de comprar seu salto, ao escolher o salto que mais te agradou, calce-o e ande por grandes distâncias dentro da loja para sentir como ele realmente fica no seu pé;

Escolhendo saltos mais grossos, assim você vai ter mais facilidade para se equilibrar e evitar com que aconteçam quedas ou entorses de tornozelo;

Tentando se acostumar com seu salto, antes de usá-lo nas ocasiões especiais ou marcadas, utilize seu salto dentro da sua casa, caminhando e testando para se acostumar e ter mais facilidade durante o uso;

Usando palmilhas nos saltos, além de ajustar o tamanho do salto elas também ajudam a dar mais conforto para os seus pés, já que diminuem as pressões exercidas nele, aliviando e reduzindo as dores nos pés.

  

Faculdade Santa Marcelina

 

Fevereiro Roxo: como a tecnologia ajuda em campanhas de prevenção de doenças?


Muitas campanhas de saúde são instituídas anualmente a fim de conscientizar a população sobre a importância da realização de exames periódicos para, assim, aumentar as chances de tratamento graças ao diagnóstico precoce. Neste mês do fevereiro roxo – dedicado ao Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus – contar com o apoio tecnológico na organização dessas ações é uma estratégia vital para aumentar sua assertividade. Principalmente, levando em consideração o forte risco que essas doenças podem causar no bem-estar físico e emocional daqueles acometidos.

Apesar de serem enfermidades bem diferentes entre si, todas apresentam como característica em comum o fato de serem patologias crônicas – demandando cuidados contínuos uma vez que não possuem cura. Dentre elas, dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que cerca de 100 mil novos casos de alguma forma de demência são diagnosticados por ano, o que eleva a importância de sua descoberta cedo para aumentar a eficácia do tratamento dos sintomas e garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente.

Neste cenário, a tecnologia é uma aliada indispensável para garantir a assertividade dessas campanhas, auxiliando desde o entendimento aprofundado sobre o público-alvo, até a manutenção dessa ação a longo prazo. Sua maior premissa deve ser a proatividade, entrando em contato periodicamente com as pessoas para relembrá-las sobre a realização de determinados exames, consultas que devem retornar, assim como alertar sobre os sintomas destas doenças e onde podem procurar a devida ajuda.

Uma grande dica para iniciar o planejamento destas campanhas é firmar parcerias com clínicas, postos e hospitais públicos e privados que costumam tratar estes pacientes. Além de terem um maior controle e conhecimento sobre o tema, sua ampla base de dados dará informações relevantes sobre estes perfis, os processos usuais de tratamento e remédios mais utilizados. Assim, ao entrarem em contato, terão uma maior certeza em conduzir a conversa conforme cada situação e o procedimento recomendado pelos órgãos oficiais.

Porém, ao contrário de outras campanhas ao longo do ano, o fevereiro roxo requer uma maior delicadeza na mensagem transmitida. O apelo deve ser mais sensível e o mais humanizado possível, uma vez que abordará doenças que não apresentam cura. Por isso, é recomendado contar com o apoio de agentes de voz humanoides, que abordem esses pacientes em um tom mais amigável e leve, os orientando da melhor maneira possível conforme cada caso.

Essa inteligência artificial é a segunda base na organização das campanhas de saúde, uma vez que apenas conseguirá atingir seu propósito mediante uma sólida base de dados dos pacientes. Com essas informações, o agente de voz pode ser desenvolvido de forma personalizada e não invasivo conforme cada doença, levando em conta que cada uma apresenta suas próprias demandas e cuidados a serem seguidos. No caso do Alzheimer, como exemplo, essa ferramenta precisa ser programada para oferecer a opção de conversar com o responsável pela aquela pessoa.

A longo prazo, a mesma essência da proatividade precisa ser mantida, principalmente nestas doenças do fevereiro roxo - considerando que estes e muitos outros pacientes podem permanecer com problemas de saúde por muitos anos, e precisarão realizar exames rotineiramente como forma de controle de piora de seu estado. Os agentes de voz devem criar recorrência na comunicação, preferencialmente em uma constância mensal para relembrá-los sobre qualquer exame que precisem fazer.

Todas as campanhas de saúde precisam ser desenvolvidas com a maior participação colaborativa possível, contando com os profissionais da área de saúde responsáveis por lidar com esses pacientes e aqueles dedicados a programar a IA para entrar em contato com as pessoas, carregando as características acima. Com o apoio tecnológico, essas ações conseguirão atingir seu público com forte eficácia e, assim, contribuir para o aumento de diagnósticos precoces que auxiliem no tratamento e na qualidade de vida dessas pessoas. 

  

Pedro Leonel - Customer Success Manager na Pontaltech, empresa especializada em comunicação omnichannel.


Pontaltech

 

Fevereiro Laranja: Diagnóstico precoce da leucemia infantil pode ampliar chances de cura em 85%

Sociedade Brasileira Oncologia Pediátrica alerta que os sinais clássicos da doença (gânglios aumentados, manchas roxas, empalidecimento) nem sempre estão presentes

 

Entre outros temas, o mês de fevereiro é marcado pela campanha de conscientização sobre a leucemia (tipo de câncer no sangue) e a importância da doação de medula óssea. No dia 15, é lembrado o Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil. Conhecida como Fevereiro Laranja, a iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção para a doença e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) reforça a importância do diagnóstico precoce.

As leucemias agudas representam aproximadamente 25% dos diagnósticos de câncer em menores de 15 anos, sendo considerado o câncer mais comum nessa faixa etária, segundo dados do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC). Os principais subtipos de leucemias na infância e adolescência são a leucemia linfóide aguda (LLA), leucemia mieloide aguda (LMA) e a leucemia mieloide crônica (LMC).

A coordenadora do Protocolo Brasileiro de LLA na Infância e membro da SOBOPE, Dra. Maria Lucia Lee, destaca que a apresentação clínica da leucemia é bastante heterogênea. "Os chamados sinais clássicos da doença (gânglios aumentados, manchas roxas, empalidecimento) nem sempre estão presentes. Por outro lado, dores articulares de caráter migratório ou claudicação de causa injustificada precisam ser encarados como um alerta. Em bebês com menos de um ano de vida, lesões de pele já podem ser consideradas manifestações da doença".
 

Ela reforça que o pediatra precisa estar atento ao histórico do paciente e a todas essas características para um diagnóstico precoce, além de dar atenção às queixas e sintomas apresentados. "Vale lembrar que se uma criança tiver um câncer, a grande possibilidade é que seja uma leucemia. Quando adequadamente tratada, a LLA (leucemia linfóide aguda) hoje tem chances de cura de cerca de 85% e a LMA (leucemia mielóide aguda) em torno de 60-70% nos países desenvolvidos". 

"No Brasil ainda não estamos dentro dessa realidade, infelizmente. Por isso a SOBOPE dedica-se a reforçar a importância do olhar atento à doença e a participar de protocolos cooperativos que concretamente resultam na melhoria desses resultados", finaliza a hematologista pediátrica.


Especialista do CEJAM faz alerta para consequências da gravidez na adolescência

Tabu e desinformação estão entre os fatores que colaboram para o problema; educação para uma escolha consciente e saudável ainda é a melhor opção 

 

A Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência acontece de 01 a 08 de fevereiro. Instituída em 2019, a campanha tem como objetivo disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência.

Conforme o Ministério da Saúde, a fase adolescente compreende pessoas de 10 a 19 anos, as quais representam de 20 a 30% da população mundial. No Brasil, o percentual se aproxima de 23%.

De acordo com o relatório do Fundo da População das Nações Unidas, divulgado em 2022, a gravidez na adolescência representa a maioria das gestações em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. No País, a taxa de gestantes com menos de 17 anos é de 57%, pouco menor do que em países da África Subsaariana, que ultrapassa 60%.

Diversos fatores concorrem para a gestação na adolescência. No entanto, segundo o Ministério da Saúde, a desinformação sobre sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos é o principal motivo. Questões emocionais, psicossociais e contextuais também contribuem, inclusive para a falta de acesso à proteção social e ao sistema de saúde, englobando o uso inadequado de contraceptivos.

Monique Pinheiro, assistente social no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro, explica que um dos fatores de risco na gravidez adolescente é a ameaça de parto prematuro ou má formação do feto, além de muitos transtornos sociais e emocionais, por vezes, advindos da pressão familiar ou da falta de rede de apoio, independentemente da classe social.

Quanto aos riscos para a criança, a assistente social do CEJAM destaca a vulnerabilidade, ou seja, o fato de uma criança cuidar de outra. “É preciso trabalhar muito a autonomia da adolescente, porque, às vezes, essa menina não teve autonomia para o próprio autocuidado. Por isso, no pós-alta, a paciente é encaminhada para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu território, onde a criança e a mãe são acompanhadas”, ressalta.

Outro ponto reforçado pela especialista é a continuidade da vida escolar. Existe uma licença que é equiparada a 90 dias para que a adolescente tenha um estudo em casa. “A gestação não é uma ruptura, a jovem continua sendo uma adolescente, com direitos, que são ampliados ao se tornar mãe”, reitera a especialista.


Prevenção e informação

Para Monique, o assunto deve ser abordado em conversas da família com o adolescente.

Segundo a assistente social, quando a criança começa a entender um pouco mais, já é o momento de começar a falar algumas coisas, na linha da educação. Ela recomenda que não se espere a menstruação ou que o menino demonstre interesse sexual para tocar no tema.

“Começar o entendimento na roda familiar é importante, com falas sobre o que é o sexo e o toque, além de levar a menina em uma consulta para que ela possa se conhecer”, orienta.

É importante reforçar que o SUS oferece gratuitamente contraceptivos (DIU, preservativo, pílula, diafragma e injetáveis), disponibilizados a partir de prescrição médica. Para agendar uma consulta com o ginecologista, basta procurar uma UBS e solicitar o agendamento.



Direitos sexuais e reprodutivos

Direitos reprodutivos, conforme o Ministério da Saúde, são os direitos de as pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas.

“A pessoa tem direito e escolha sobre o seu próprio corpo, principalmente reprodutivo, mas que essa escolha seja pautada de forma ampla, que tenha certeza dessa escolha. Que não seja de forma imatura, como, por exemplo, por conta de um parceiro ou para sair do núcleo familiar em decorrência de um problema”, reforça Monique.


Infecções Sexualmente Transmissíveis

Para além da gravidez não intencional, há o risco de contração de infecções sexualmente transmissíveis (IST), que são transmitidas, principalmente, por meio de relações sexuais desprevenidas.

As infecções mais comuns, segundo o Ministério da Saúde, são herpes genital, cancro mole (cancroide), HPV, doença inflamatória pélvica, donovanose, gonorreia e infecção por clamídia, linfogranuloma venéreo, sífilis, infecção por HTLV e tricomoníase.

O acompanhamento periódico na UBS possibilita o diagnóstico precoce com exames laboratoriais. Quanto antes a doença for descoberta, maior a possibilidade de sucesso no tratamento.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”

 

O que é Transtorno de Personalidade Borderline?

O transtorno de personalidade borderline é um quadro clínico já conhecido há muitos anos. Cada quadro de personalidade possui traços típicos que compõem sua constelação clínica. Algumas características clássicas do transtorno borderline são a profunda hipersensibilidade nas relações interpessoais, a estável instabilidade das emoções, a irritabilidade e a impulsividade. 

 

Por fora, temos um indivíduo com tempestades emocionais, com uma marcada e observável dependência dos outros e que, ao mesmo tempo, vive conflitos significativos nas relações interpessoais. Internamente, temos uma situação das mais dolorosas: indivíduos que sentem tanta dor emocional que seus recursos muitas vezes são a automutilação e o abuso de substâncias -- na tentativa de calar a experiência de estar permanentemente em carne viva --, e, com certa frequência, nos casos mais graves, as tentativas de suicídio. 

Se nos detivermos a observar apenas os sintomas apresentados quando tentamos entender o quadro clínico, estaremos incorrendo em uma descrição quase vaga, com marcada superficialidade e falta de empatia. O pouco que o público geral ganha ao aprender sobre listas de sintomas é a habilidade de identificar uma classificação capaz de fazê-lo buscar ajuda. Porém não devemos estigmatizar o sofrimento humano de qualquer classe. O mais importante é procurar entender o que compõe esse quadro, de modo menos deletério, sem reduzir o sofrimento desses pacientes ou minimizar a importância de suas queixas. 

Sendo mais cuidadosos, a prática clínica e as pesquisas atuais mostram que, tanto nas situações mais brandas quanto nas mais graves, é notável um problema de falta de organização, coesão e visão integrada do que é a imagem do Eu do paciente e da imagem que se estabelece dos outros significativos. De modo didático, prevalece, para o indivíduo, uma visão contraditória e caótica sobre si mesmo. O mesmo problema ocorre a respeito da imagem dos outros significativos: o paciente com transtorno borderline não tratado tem uma significativa dificuldade em manter em sua mente a experiência psicológica da permanência ou da continuidade do outro. O somatório desses dois elementos (não integração do Eu e do Outro) faz com que esse paciente dependa, no mais alto grau, do comportamento imediato da outra pessoa para avaliar a própria personalidade e mesmo a relação vivida entre eles. Em uma imagem, podemos traduzir tudo isso como uma pororoca. Os pacientes borderline vivem como se fossem arremessados em estados emocionais extremos e frequentemente perdem a capacidade de juntar as pontas entre as emoções sentidas por eles, aquelas causadas nos outros e o que viria a ser a motivação alheia para comportamentos de todo tipo. 

Apesar disso tudo, é importante afirmar que os indivíduos com transtorno de personalidade borderline perdem apenas brevemente a capacidade de diferenciar a realidade de suas emoções, mantendo a habilidade da empatia e respeitando os critérios sociais desse fenômeno, por mais paradoxais que possam ser seus episódios empáticos. 

Como tais sujeitos passam a ser assim? Não existe uma opinião hegemônica entre os profissionais sobre isso. Mesmo com a tendência contemporânea de explicar os fenômenos humanos remetendo suas causas ao funcionamento do cérebro ou à genética, ainda não foi possível encontrar nesse método uma explicação suficiente para o transtorno. Sem dúvida, genes estão envolvidos, como estão envolvidos em tudo, mas genes não causam maus comportamentos, eles são uma das portas que permitem que esses fenômenos aconteçam. 

Certamente não devemos descartar a importância dos avanços da neurociência ou das medicações para controle de humor ou da depressão, mas essas estratégias de tratamento, ao menos nos dias atuais, ainda são muito frágeis e podem, no melhor dos casos -- o que não é pouco --, apaziguar o sofrimento dos pacientes. Contudo, o que deve ser visto aqui é o risco de criarmos um ciclo de esperança e frustração impulsionados por apostas na responsividade a uma medicação perfeita que ainda não existe. Assim, mais importante do que qualquer tentativa de solução do tipo deus ex machina, que faz apelo a uma possível causa orgânica, o que deve ser pensado são as dificuldades e os problemas que esses indivíduos viveram e vivem desde o começo de sua infância nas relações com os demais. 

Passando ao largo de qualquer movimento de culpabilização taxativa de familiares ou dos próprios pacientes, devemos retornar à essência do problema. A personalidade do paciente e as formas como tais pessoas estão habituadas a lidar com os conflitos que vivem devem ser o alvo dos tratamentos. Trata-se, então, de um treinamento que o paciente precisa fazer para melhorar? Sim, mas não só. Os tratamentos que propõem “pedagogias” (técnicas e exercícios) podem ajudar nas situações mais básicas de regulação do humor e estabilização do comportamento, mas, uma vez criado esse solo básico de estabilidade, deve ser feito um investimento mais profundo e significativo na forma como o indivíduo com o transtorno borderline vive de modo extremado suas relações afetivas. 

Aqui não estamos mais apontando os objetivos clínicos mais primários, ou seja, a mera diminuição de sintomas. Estamos fazendo uma aposta mais ousada, estamos dizendo que os pacientes com o transtorno de personalidade borderline podem construir vidas que valem a pena ser vividas, que podem atravessar e superar um estado depressivo conhecido por eles desde muito cedo. 

Falar abertamente sobre o diagnóstico é fundamental para mudar o prognóstico drasticamente para melhor. Por muitos anos, a literatura especializada reportou apenas as dificuldades do tratamento dessa população clínica, que, por sua vez, era difícil de abordar por conta da própria técnica terapêutica inadequada que era usada nesses casos. Há trinta anos, os pacientes borderline eram evitados por conta de uma má compreensão; hoje, o cenário mudou radicalmente. Quando se estabelece uma relação empática dos dois lados, quando acordos terapêuticos são feitos e uma vontade de melhorar se cria, o paciente com uma organização borderline da personalidade pode ser visto como o possuinte do transtorno mais tratável e com ótimo potencial de recuperação.

 

Bartholomeu de Aguiar Vieira - Professor de Psicopatologia, Estágios de Psicodiagnóstico e Avaliação da Personalidade do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


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