Gardinalle Bezerra de Souza, orientadora educacional no Colégio
Master, explica a importância de trabalhar essa abordagem para a formação
plural e a melhora do rendimento escolar
Desde 2020, a formação de competências
socioemocionais está normatizada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
tornando sua abordagem obrigatória nos planos pedagógicos escolares de todo
país. Para Gardinalle Bezerra de Souza, psicóloga e orientadora educacional
do Ensino Médio do Colégio Master, de Fortaleza (CE), trabalhar habilidades
como comunicação, empatia, proatividade, afetividade e sinergia é
fundamental desde o início do letramento.
“A esfera emocional está diretamente
relacionada ao aprendizado de competências cognitivas, isto é, as disciplinas
do dia a dia como língua portuguesa e matemática”, defende a orientadora
educacional. “Assim, observamos que a saúde mental influencia muito no
rendimento em sala de aula, afetando atenção, absorção do conteúdo, entre
outros fatores”.
Assim, a relação entre dimensões
emocionais, sociais e cognitivas deve ser contemplada no projeto pedagógico das
escolas, de forma transversal, ou seja, percorrendo todos os níveis de ensino.
“O Colégio Master elaborou uma matriz própria para o desenvolvimento de
habilidades socioemocionais, de forma a reforçar um olhar contínuo em sala de
aula e construir espaços de atividade e interação entre crianças e jovens,
propiciando situações de uso dessas habilidades”, explica Silvina Moreno,
Diretora de Ensino da instituição.
A educadora enfatiza que cartilhas e
materiais, mesmo possuindo seu valor didático, não fomentam por si o
desenvolvimento dessas competências sociais, que devem ser formadas em uso.
“Não se aprende a trabalhar em equipe sem a demanda de trabalho com um grupo de
pessoas ou a ser proativo sem ter uma demanda dessa iniciativa”, afirma.
Portanto, o Colégio Master realiza ações
específicas para cada faixa etária, visando essa formação. Na Educação
Infantil, por exemplo, o “Baú dos Sentimentos” e o “Lidando com as diferenças”
são exemplos de projetos e vivências com enfoque na fala e escuta. “Aprender a identificar
os próprios sentimentos e acolher o dos outros, lidando com eles, faz parte de
um processo de autoconhecimento que percorre todo o período de formação, desde
a primeira infância, que será essencial para a escolha profissional a
convivência saudável, até as fases posteriores”, complementa a diretora.
Segundo Souza, a promoção de projetos,
palestras, rodas de conversa e atendimentos individuais que abordem essas
potencialidades e os desafios do cotidiano com os corpos discente e docente são
práticas necessárias que fortalecem essa abordagem. Ela enfatiza que essas
iniciativas devem, acima de tudo, acolher e proporcionar um espaço de fala e
escuta, sobretudo aos jovens, apresentando a escola como uma rede de apoio.
Nesse contexto, para garantir esses
encaminhamentos, as instituições devem prezar pela formação continuada de
profissionais, promovendo encontros e interações entre educadores,
coordenadores, mantenedores e demais envolvidos. Além disso, informar os
professores a respeito das particularidades de cada aluno e suas demandas
específicas é essencial, visto que esse participa ativamente do cotidiano dos
estudantes. Os educadores presentes em sala de aula são os principais
responsáveis por acolher e auxiliar seus educandos.
“Todas essas ações terão impacto direto no
desempenho escolar e nas relações sociais. Esse retorno mostra-se perceptível,
sobretudo, na época dos vestibulares, momento estressante e desafiador no qual
a estruturação de uma base emocional sólida e o acolhimento por parte da
instituição é essencial para o sucesso”, conclui a psicóloga Gardinalle.
Colégio Master