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terça-feira, 10 de maio de 2022

Até 16 anos: esse é o tempo que pode levar para uma pessoa ser diagnosticada com angioedema hereditário

Doença é confundida com reação alérgica – entenda a diferença

16/05 – Dia Mundial de Conscientização do Angioedema Hereditário

 

Intensificar o Movimento HAE Global é o tema do Dia Mundial de Conscientização do Angioedema Hereditário (HAE), que acontece em 16 de maio.

 

Considerado raro, o angioedema hereditário, que faz parte do grupo de doenças dos erros inatos da imunidade (EII), atinge cerca de 1 a cada 50 mil pessoas. Acredita-se, porém, que a doença seja subestimada em razão do atraso no diagnóstico, que pode levar de 13 a 16 anos. Mas por que essa demora?

 

Segundo o Dr. Régis de Albuquerque Campos, coordenador do Departamento Científico de Imunobiológicos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e presidente do Grupo de Estudos Brasileiro em Angioedema Hereditário (GEBRAEH), a demora no diagnóstico acontece porque o angioedema hereditário ainda é pouco conhecido entre a classe médica do Brasil e de outros países.

 

O angioedema hereditário é uma doença de origem genética de transmissão autossômica dominante e, na maioria dos casos, ocorre por deficiência de um regulador chamado de Inibidor de C1, que resulta na produção excessiva de uma molécula conhecida como bradicinina. A presença de familiares afetados ocorre com frequência, mas, em alguns casos, o paciente pode ser o primeiro a ter a alteração.

 

Sintomas - Crises de edema ou inchaços, podendo ocorrer principalmente na pele, lábios, olhos, extremidades e genitais. Esse inchaço é bastante deformante. Outro tipo de sintoma que ocorre com certa frequência em pessoas com angioedema hereditário é o acometimento de órgãos internos, no trato intestinal, com extravasamento de líquido na cavidade abdominal resultando em dor intensa, náuseas, vômitos e diarreia.

 

“Outro sintoma menos frequente, porém, mais preocupante, é o edema das vias aéreas, como na língua, palato e glote, podendo levar à asfixia e óbito”, alerta Dr. Régis.

 

Doença desconhecida – O coordenador da ASBAI conta que quando a pessoa chega ao pronto-socorro com inchaços em lábios, olhos, por exemplo, é comum suspeitarem de uma reação alérgica. “Se o sintoma for dor abdominal, abre-se um leque de possibilidades para outras causas, porém, é raro o médico pensar no angioedema hereditário”, conta Dr. Campos.

 

O diagnóstico é baseado nos sintomas característicos de inchaços recorrentes que não melhoram com medicamentos antialérgicos (anti-histamínicos). Devem ser feitos exames laboratoriais específicos nesses pacientes, mas em alguns tipos de angioedema hereditário apenas a avaliação genética é definitiva.

 

A diferença entre a reação alérgica e o angioedema hereditário é que em casos de alergia, quando é administrado o anti-histamínico, os sintomas melhoram. “No angioedema hereditário os antialérgicos não fazem efeito e os sintomas podem demorar de cinco a sete dias para começarem a diminuir”, explica o especialista da ASBAI.

 

Desencadeante das crises - Embora seja uma doença genética, existem fatores que ajudam a desencadear as crises e um dos principais é o uso de estrógeno. “É muito comum na mulher que começa a tomar contraceptivo”, comenta Dr. Regis Campos. Reposição hormonal, tratamento dentário, ansiedade - já que a imprevisibilidade das crises causa insegurança e medo no paciente - além do estresse também estão entre os principais provocadores de crises.

 

Tratamento via judicial – O maior problema para os pacientes com angioedema hereditário é a dificuldade no acesso aos medicamentos. Infelizmente, no SUS, estão disponíveis apenas os derivados de hormônios andrógenos atenuados ou tratamento com plasma fresco. O inibidor de C1 derivado de plasma, o anticorpo monoclonal anticalicreína e o inibidor do receptor de bradicinina não estão disponíveis, apesar da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que leva à judicialização do tratamento por causa do alto custo destas medicações.

 

As diretrizes internacionais, assim como a brasileira, que acaba de ser atualizada e será divulgada dia 14 de maio, recomendam que todo paciente com angioedema hereditário deve ter acesso à uma das medicações de resgaste aprovadas.

 

ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

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Crianças distraídas: déficit de atenção ou distúrbio auditivo?

Transtorno que afeta a capacidade de entendimento dos sons pode prejudicar o aprendizado na escola 

 

Os sintomas são parecidos: dificuldade de concentração, desinteresse, esquecimento, hiperatividade, baixo rendimento escolar e, muitas vezes, isolamento social. Muitas crianças são assim, o que pode levar a diagnósticos como o de Dislexia ou de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O que muitos pais não sabem é que esses sintomas também podem ser consequência de um tipo de distúrbio relacionado à audição. 

Trata-se da Desordem do Processamento Auditivo Central -- DPAC --, que afeta a capacidade de compreensão dos sons e pode prejudicar o desenvolvimento intelectual desde a infância. A criança ouve normalmente, mas não consegue interpretar o que ouve. É como se as palavras e demais sons fossem apenas ruídos. 

"A criança ou adolescente com DPAC não consegue discriminar os sons quanto à sua localização e amplitude e não reconhece ou não compreende o significado de cada ruído presente no ambiente. Com isso, o mundo se transforma em uma incômoda confusão de barulhos desconexos e embaralhados", explica a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas. 

De acordo com os neurologistas, todo o esforço que é feito por quem tem o distúrbio, para entender o que acontece ao redor, é demasiado para o cérebro. Chega uma hora que ele não resiste e "desliga". Por isso, pessoas com DPAC são sempre muito distraídas e perdem rapidamente o foco de atenção sobre o que está acontecendo no ambiente. 

A fala e a leitura também são prejudicadas porque o processo de linguagem se desenvolve simultaneamente ao processo da audição. Deste modo, a criança pode ter dificuldades para aprender a falar e a ler, já que é necessário associar as palavras ao som que elas têm. 

"Em condições normais, localizar o som é entender de onde ele vem, sua direção e distância; é perceber o que é o badalar do sino da igreja, a buzina de um carro. Logo, ter uma boa audição nem sempre é o suficiente para compreender os sons", explica a especialista. 

O diagnóstico é dado geralmente na fase de alfabetização da criança, uma vez que é nessa fase que o aluno começa a apresentar dificuldade de memória de curto prazo, falta de entendimento, pouca concentração e incapacidade de leitura e escrita. O que acontece é que ele ouve com clareza a voz do professor, mas tem dificuldade em entender a fala; ou mesmo interpretar textos e compreender o enunciado de problemas, atropelando as palavras. A boa notícia é que o problema pode ser contornado. 

"É de extrema importância que o diagnóstico correto seja feito o quanto antes para que as dificuldades no aprendizado sejam superadas mais facilmente. O cérebro humano tem, principalmente durante a infância, grande flexibilidade. Com o tratamento fonoaudiológico e o apoio de uma equipe pedagógica adequada, desde cedo, a criança tem grandes chances de obter um ótimo desempenho escolar, pois seu cérebro estará sendo treinado a desenvolver mecanismos diferentes e rotas alternativas para driblar o distúrbio", esclarece a fonoaudióloga da Telex. 

Não se sabe ao certo como a DPAC surge, mas acredita-se que a falta de estímulos sonoros durante a infância seja uma das causas. As estruturas do cérebro que interpretam e hierarquizam os sons se desenvolvem até os 13 anos. Até essa idade, as notas musicais, as palavras e os barulhos do dia a dia vão lentamente ensinando o cérebro a lidar com a audição. 

Alguns pesquisadores destacam que crianças com lesões ou inflamações frequentes no ouvido médio podem desenvolver o transtorno, uma vez que tais enfermidades impedem o cérebro de receber adequadamente estímulos sonoros. Doenças neurodegenerativas, rubéola, sífilis e toxoplasmose e até mesmo alcoolismo e dependência química materna podem causar o distúrbio. Mas nada ainda foi comprovado cientificamente.

O diagnóstico da Desordem do Processamento Auditivo Central é consolidado por um fonoaudiólogo por meio de testes especiais que descartam outros problemas. 

"Na maior parte dos casos, o sistema auditivo periférico (tímpano, ossículos, cóclea e nervo auditivo) está totalmente preservado. Por isso, são realizados procedimentos um pouco mais elaborados do que as análises audiométricas comuns. É preciso avaliar o desenvolvimento linguístico e o comportamento auditivo, por exemplo. A idade mínima adequada para efetuar tal estudo é a partir dos sete anos de idade. Os exames apontarão em quais habilidades auditivas a criança tem maior dificuldade e isso servirá de orientação para a escolha do plano de tratamento no que diz respeito ao treinamento auditivo que o fonoaudiólogo conduzirá com a criança, em um trabalho terapêutico de médio a longo prazo", finaliza Rafaella Cardoso.
 

Dicas para pais e professores de crianças com DPAC: 

- Ambientes barulhentos prejudicam ainda mais a concentração das crianças com DPAC; por isso é preciso manter o silêncio na hora do estudo, tanto na escola quanto em casa; 

- É preciso falar de forma clara, pausada, de preferência bem de perto e de frente para a criança; 

- É aconselhável que, na escola, a criança esteja sentada o mais perto possível do professor e fique afastada de portas e janelas para se proteger do barulho; 

- A criança deve ser incentivada pelos pais e professores no esforço de aprendizagem, a fim de melhorar nos estudos e aumentar a sua autoestima.


CALVÍCIE PRECOCE: COMO IDENTIFICAR E TRATAR

O rapaz mal chegou à idade adulta e já percebe entradas nas testas, fios caindo na escova e soltos no travesseiro, ao acordar. Até que ponto essa queda de cabelo é normal ou precoce demais? A alopecia androgenética – popularmente conhecida como calvície – está relacionada aos hormônios androgenéticos, que começam a ser produzidos na puberdade. Quando ligar o sinal de alerta e procurar tratamento médico?

Segundo a Dra Andrea Bauer Bannach, gerente médica da divisão de Dermatologia do Aché Laboratórios, não há uma idade exata que determine quando a queda se apresenta precoce. “O ciclo de crescimento capilar é muito demorado e a quantidade de fios é muito grande. Por isso, a doença leva vários anos para se tornar aparente. Não conseguimos definir um número exato em anos, para determinar essa precocidade”, esclarece. Mas, segundo a dermatologista, é importante observar e procurar acompanhamento médico se a queda ocorrer de maneira mais acentuada na juventude. “Se há forte influência genética, o início tende a acontecer muito cedo. Não há uma idade certa, é uma característica de cada família. Mas, em casos de diagnóstico ainda na puberdade, pode-se observar um início precoce. Há na literatura médica evidências de que esses casos poderiam estar mais relacionados a outras situações, como resistência à insulina, obesidade, doenças cardiovasculares e história familiar desses problemas”, alerta Dra Andrea.

A médica ressalta ainda que alguns outros tipos de queda capilar podem acometer jovens homens e mulheres, como a alopecia areata, a tricotilomania e a tinea capitis. Por isso, o diagnóstico é tão importante. “A alopecia areata é uma doença autoimune, em que um processo inflamatório causa a queda de fios em áreas arredondadas, enquanto a Tricotilomania é uma doença psiquiátrica em que a própria pessoa arranca os fios e a Tinea Capitis é uma infecção por fungo, que gera prurido e perda de fios. Cada uma dessas causas tem um tipo de tratamento diferenciado”, diz.

No caso da alopecia androgenética, a mais comum entre os homens, a hereditariedade e os hormônios são relevantes. “Os hormônios androgênicos afetam a produção de sebo do couro cabeludo, causando excesso de oleosidade, que pode estar relacionado à dermatite seborreica e piorar a queda. O estilo de vida também pode influenciar o desenvolvimento e progressão de algumas doenças”, explica a dermatologista.

Segundo Dra Andrea, se confirmado o diagnóstico de alopecia androgenética de início precoce, a maioria dos profissionais opta por iniciar tratamentos semelhantes ao usados em casos de início tardio. “Dependendo da idade do paciente, pode ser necessário fazer tratamentos off label  – quando o uso do medicamento é diferente do preconizado em bula –, pois não há, no Brasil, medicamentos aprovados para calvície em menores de 18 anos. É importante o acompanhamento de um especialista. Em todos os casos, o tratamento é crônico, para o resto da vida. Podem ser empregados medicamentos tópicos (como o Minoxidil e alfa estradiol), orais (como finasterida) e tratamentos injetáveis ou com luzes, feitos em consultório. Casos mais graves podem requerer transplante capilar, que pode ser realizado em qualquer indivíduo com mais de 18 anos”, explica Dra Andrea.

A dermatologista finaliza ressaltando a importância de hábitos saudáveis para impedir a agravação de um quadro mais grave. “No caso da alopecia androgenética, pouca coisa pode ser feita para parar a queda, justamente por conta da herança genética. Mas manter um estilo de vida saudável evita outras situações que podem agravar o quadro ou gerar uma queda de cabelo por outros motivos. É importante manter uma alimentação saudável, por exemplo, para evitar falta de nutrientes essenciais, e manter uma boa higiene do couro cabeludo para evitar infecção por fungo”, completa.


Maio Roxo alerta para as doenças inflamatórias intestinais

A campanha Maio Roxo conscientiza a população sobre as doenças inflamatórias intestinais e reforça a importância do diagnóstico precoce da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa. Hoje, cerca de cinco milhões de pessoas no mundo têm uma dessas patologias e, segundo o clínico geral Valdir Russo, do hospital Santa Casa de Mauá, outro foco da campanha é reduzir o preconceito com os pacientes diagnosticados. 

Uma das características da doença de Crohn é a inflação intestinal crônica, que pode ser fator de risco para o câncer de intestino, podendo afetar todo o sistema digestivo, da boca ao ânus e, principalmente, o intestino delgado e o cólon. Algumas das causas estão ligadas ao sistema imunológico, genética, dieta e infecções.  

Um dos sintomas é a dificuldade na absorção de nutrientes, o que causa fraqueza, dores no abdômen inferior, diarreia, perda de peso e febre. Em casos mais avançados é comum o aparecimento de aftas, inflamação nos olhos, lesões na pele, pedras nos rins e vesícula. 

Não há exames específicos para determinar a patologia. Portanto, ao perceber algum dos sintomas, o paciente precisa procurar atendimento médico e o diagnóstico consistirá em histórico clínico, exames físicos, de sangue, de imagem, endoscopia digestiva, colonoscopia, entre outros. 

Já a retocolite ulcerativa inflama o cólon e os sintomas são parecidos com os da doença de Crohn, mas com episódios frequentes de diarreia com sangue e muco nas fezes, e podem ser agravados por fatores emocionais e dieta rica em gorduras, condimentos e leite. Nos casos mais graves pode haver anemia, febre e fraqueza. O diagnóstico também conta com avaliação clínica, histórico dos pacientes, exames laboratoriais e endoscópicos, além de biopsia, se necessário. 

Na fase inicial, na maioria dos pacientes, não é possível diferenciar as duas doenças. São mais incidentes em adolescentes e adultos jovens (15 a 40 anos) e ambas não têm cura. O tratamento permite controlar o processo inflamatório e conter os sintomas, além de medicação adequada para cada caso, dietas balanceadas e restrição a determinados alimentos que causem alergia ou intolerância.  

“É muito importante alertar que o tabagismo é um grande vilão para essas patologias. Estudos indicam que fumar é um fator de risco para o desenvolvimento e agravamento delas”, explica o clínico geral Valdir Russo. 


Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – telefone (11) 2198-8300.

 https://santacasamaua.org.br/


Dia Mundial do Lúpus: Células-tronco mensequimais são uma das apostas da medicina no tratamento da doença

Data reforça a importância do diagnóstico e tratamento contínuo
 

O Dia Internacional do Lúpus, ressaltado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 10 de maio, foi criado com o objetivo de desmistificar a doença, chamar atenção sobre o impacto que ela causa na vida dos pacientes, promover o diagnóstico precoce e incentivar as pesquisas e desenvolvimento de tratamentos para o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

De acordo com Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, a doença é do tipo inflamatória crônica imunomediada, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos, rapidamente, ou de forma mais lenta e progressiva. “Pode ocorrer em qualquer idade ou gênero, porém é mais comum em mulheres. Por ser uma disfunção do sistema imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos mecanismos de inflamação, o paciente com Lúpus pode apresentar diferentes sinais e sintomas em diferentes órgãos”, explica. 

A doença ataca vários tecidos do corpo, mas geralmente afetam o coração, o sistema nervoso e locomotor, os pulmões e rins. Dr. Nelson pontua que, dentre as possíveis formas de tratamento, as células-tronco mesenquimais do cordão umbilical se caracterizam como uma opção de tratamento para os pacientes com essa condição. “Essas células têm propriedades mediadoras, que podem regular o sistema imunológico e suprimir a resposta imune anormal contra os tecidos do corpo”, certifica. 

O hematologista enfatiza que as células-tronco mesenquimais encontradas no sangue e tecido do cordão umbilical possuem diferentes potenciais de diferenciação e propriedades de regulação do sistema imune, o que viabiliza o controle de sua progressão. “Diversos estudos apontam que as células-tronco são extremamente efetivas na regressão de distúrbios e na aceleração da recuperação de enfermidades. A tendência é que de médio a longo prazo, seu uso seja mais disseminado à população”, assegura. 

Por fim, o médico reforça que, para uma vida saudável, o paciente com Lúpus deve manter os cuidados especiais com a saúde, incluindo atenção com a alimentação, prática de atividade física e evitar condições que motivem o estresse. “Essas ações são indispensáveis, já que auxiliam a controlar as atividades inflamatórias do organismo, ajudam o sistema imunológico e minimizam os efeitos colaterais dos medicamentos”, conclui.
 


Criogênesis


Pediatra ensina a diferenciar doenças respiratórias

Sintomas parecidos podem confundir pais e levar pânico às famílias

 

Por conta da pandemia de Covid-19, qualquer espirro ou sinal de problema respiratório causa dúvidas e até pânico nas famílias. Como distinguir uma gripe ou alergia da COVID-19? 

O pediatra Dr. Paulo Telles, da SBP, conta que, é importante ressaltar que é preciso a avaliação médica para fazer o correto diagnóstico e indicação de conduta a ser adotada em cada caso, seja gripe, resfriado, rinite, Covid-19 ou bronquiolite. 

“Infelizmente a maioria dos casos de doenças respiratórias têm seu início muito parecido, o que ressalta ainda mais a necessidade de acompanhamento e afastamento da criança de suas atividades habituais”, diz o médico. 

Confira, a seguir, algumas características de cada enfermidade e, em caso de dúvidas, sempre é fundamental consultar o médico de confiança: 

  • GRIPE: causada pelo vírus Influenza, tem início que costuma ser súbito, acompanhado de febre e sintomas generalizados, como dor no corpo e mal-estar. Pode vir acompanhada de dor de garganta, tosse e coriza e pode evoluir para quadros de insuficiência respiratória.
  • RESFRIADO: causado por vírus como rinovírus, adenovírus, coronavírus. “Aliás, a família do coronavírus é a segunda maior causa de resfriados”, conta Dr. Paulo. Quadro mais insidioso, com pouco comprometimento do estado geral e mais sintomas respiratórios como coriza, congestão nasal e tosse.
  • BRONQUIOLITE: causado por vírus, como VSR (vírus sincicial respiratório) e rinovírus. O início é parecido com resfriado, podendo evoluir para comprometimento pulmonar, resultando em broncoespasmo -- chiado e, às vezes, em dificuldade para respirar.

“O quadro costuma ser mais grave em bebês menores de 1 ano e, especificamente nos menores de 6 meses, a atenção deve ser maior. Uma característica importante é que no terceiro dia de evolução ocorre piora do quadro.”

  • COVID- 19: os sintomas são inespecíficos, como febre, tosse, dor de garganta. Algumas crianças apresentam dor abdominal e diarreia. Diferente dos adultos que relatam perda de olfato e paladar, em crianças, principalmente as menores, esse dado fica mais restrito.
  • RINITE: quadro alérgico com fatores desencadeantes de acordo com cada paciente, como poeira, mudanças climáticas e contato com animais. Não tem febre ou comprometimento do estado geral.
  • SINUSITE: quadro infeccioso que pode ser viral ou bacteriano. Costuma ocorrer após quadro arrastado de resfriado ou de uma crise mais importante de rinite. Dentre os sintomas, temos tosse por períodos prolongados, principalmente à noite, onde ocorre gotejamento de secreção por trás da garganta, gerando irritação. A avaliação médica irá determinar a necessidade ou não de uso de antibióticos.

 


Dr. Paulo Nardy Telles - Formado pela Faculdade de medicina do ABC.

CRM 109556 @paulotelles


Maio Roxo: Fibromialgia: conhecendo o tratamento com canabinoides

Maio Roxo traz o alerta para as necessidades de atenção dos pacientes que convivem com doenças imunes e inflamatórias


A fibromialgia é uma síndrome – um estado de saúde complexo e heterogêneo – que se caracteriza por dor muscular crônica que atinge uma ampla extensão do corpo e atrapalha muito o dia a dia de quem a possui, tirando a disposição para as tarefas diárias e reduzindo toda e qualquer qualidade de vida, pois ninguém gosta ou quer sentir dor.

Os números da doença, como o fato dela ser frequente na população brasileira, estando presente em cerca de 2% a 3% das pessoas. Atinge ambos os sexos, acometendo mais mulheres que homens (aproximadamente 8:1) e costuma surgir entre os 30 e 55 anos, porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.

 O diagnóstico da fibromialgia é exclusivamente clínico, ou seja, está dependente do conhecimento e da avaliação do médico. Em média, o diagnóstico final da doença pode estender-se por até alguns anos, pois, além da dor, é importante avaliar a gravidade dos outros sintomas como fadiga, distúrbios do sono, do humor, da cognição e o impacto destes sobre a qualidade de vida do paciente. O sono não reparador determina que o paciente acorde sentindo-se tão cansado quanto antes de dormir e pode também ocorrer a interrupção do ciclo de sono com prejuízos para a sua retomada (insônia terminal) em consequência da intensificação dos quadros dolorosos. Junto à vivência dolorosa e os distúrbios do sono da fibromialgia somem-se os prejuízos das relações de sociabilidade como distúrbios do humor, ansiedade e quadro depressivo. Outra possibilidade é a associação da fibromialgia com outras doenças endócrinas como o hipotireoidismo.

Teorias acerca dos mecanismos originários da doença mais aceitas atualmente envolvem um desequilíbrio entre percepções dolorosas e os mecanismos de modulação de vias aferentes, nervos condutores do sinal doloroso até o cérebro. Contudo, explicações multicausais, incluindo mecanismos psicossociais, estão descritos na literatura médica.

Uma combinação de tratamentos medicamentoso e não medicamentoso é recomendada a fim de reduzir ao máximo os sintomas. Há analgésicos, relaxantes musculares, neuromoduladores e antidepressivos, além de outros fármacos recomendados associados ao exercício musculoesquelético aeróbico, alongamento, fortalecimento muscular, reabilitação, aliados ou não a um suporte psicoterápico. Cada caso é um caso e somente o médico poderá direcionar o tratamento mais adequado. A meta é aliviar os sintomas. A fibromialgia não traz deformidades ou sequelas nas articulações e músculos, mas os pacientes apresentam uma má qualidade de vida.


Medicina canabinoide

É exatamente aí, com foco na qualidade de vida, que os Produtos Medicinais de Cannabis vêm sendo utilizados na esperança de bons resultados para os fibromiálgicos.

A literatura científica mostra a teoria de que em determinadas condições clínicas, e a fibromialgia é uma delas, o Sistema Endocanabinoide – sistema que mantem o equilíbrio funcional do corpo, regulando todos os demais, especialmente o Sistema Nervoso Central (SNC) e Periférico (SNP) – está descompensado, apresentando uma funcionalidade aquém do normal. Isso é verificado quando se quantifica uma substância produzida por ele que é a Anandamida. Então, todos nós necessitamos de uma quantidade equilibrada de Anandamida circulante para que as funções orgânicas se mantenham em estado saudável. No estado de fibromialgia, a quantidade de Anandamida, segundo essa teoria, estaria em deficiência, por isso a instalação e a permanência da doença.

A fim de resgatar o organismo da doença e trazê-lo para a homeostase (equilíbrio funcional), a recuperação seria através do uso de fitocanabinoides como o Canabidiol (CBD) aliado ao Tetraidrocanabinol (THC), presentes em produtos de Cannabis. Diretrizes europeias, americanas e brasileiras recentes recomendam que o tratamento para a fibromialgia deve focar o alívio da dor e da fadiga, tornar o sono mais produtivo e resgatar a qualidade de vida.

Evidências recentes sugerem os Produtos Medicinais de Cannabis como efetivos na terapia para fibromialgia. Seus fitocanabinoides interagem com o SNC através de proteínas receptores instaladas nas membranas celulares e moléculas sinalizadoras, produzindo efeitos analgésicos.

Acompanhe comigo alguns resultados recentes de pesquisas envolvendo pacientes portadores de fibromialgia e tratamento com fitocanabinoide: o primeiro ensaio randomizado, duplo-cego e controlado por placebo utilizou o medicamento Nabilona – Cesamet, EUA – um canabinoide sintético com base em THC. O grupo de tratamento (20 pacientes) apresentou reduções significativas da dor e ansiedade. Num segundo ensaio randomizado, cruzado comparando a Nabilona com o medicamento amitriptilina mostrou que o derivado de Cannabis foi superior quanto à melhora da qualidade do sono de pacientes com fibromialgia e insônia crônica, mas ineficaz quanto à melhora nos quesitos dor, humor ou qualidade de vida.

No Brasil, um ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado por placebo foi conduzido durante 8 semanas a fim de determinar o benefício de óleo de Cannabis rico em THC sobre sintomas e qualidade de vida de 17 mulheres com fibromialgia na cidade de Florianópolis/SC. O grupo de tratamento descreveu melhoras significativas na dor, fadiga e qualidade de vida (avaliado pelo escore de FIQ – questionário direcionado à análise do tratamento da fibromialgia) e no grau da depressão.

Estudos observacionais recentes também têm trazido resultados como o realizado com 102 pacientes consecutivos com fibromialgia sob tratamento convencional analgésico mais extrato de óleo de cannabis. O grupo de tratamento afirmou ter melhorado em 44% nos sintomas gerais de fibromialgia (escore de FIQ) e 33% com relação à qualidade do sono.

Em um grande estudo israelense (367 pacientes fibromiálgicos entrevistados) com 6 meses de duração, a análise mostrou segurança e eficácia dos produtos de Cannabis. A intensidade da dor passou da mediana de 9 para 5 e 81% afirmaram ter atingido o objetivo do tratamento com ganhos na qualidade de vida.

Em recente publicação (2021), 38 pacientes italianos portadores de fibromialgia (36 mulheres:2 homens), em média com 56 anos de idade e resistentes ou intolerantes às medicações convencionais (tais como Tramadol, Amitriptilina, Duloxetina e Pregabalina) receberam Cannabis Medicinal em óleo como terapia adjuvante por até 1 ano. Os resultados mostraram que o tratamento com Cannabis Medicinal foi eficaz na redução da intensidade da dor; aproximadamente metade dos pacientes relatou eficácia com 34% optando por continuar a terapia. Confusão mental foi descrita inicialmente, mas desapareceu após a continuidade do tratamento. Não houve melhora quanto à ansiedade e depressão.

O uso de Canabinoides no tratamento da fibromialgia vem se destacando, mas ainda está distante de trazer resultados homogêneos e decisivos. O importante é ficarmos de olho em mais e mais pesquisas para conhecer todo o seu potencial.

 


Dra. Adriana Grosso

Medical Science Liaison, MSL, na HempMeds Brasil.

 

HempMeds Brasil

www.hempmedsbr.com


Como aliviar a gastrite?

Gastroenterologista do Grupo São Cristóvão Saúde explica como amenizar crises durante a digestão, de forma natural


Seja por origem bacteriana ou causada por desequilíbrio ácido estomacal, quem sofre de gastrite já passou por algumas situações desconfortáveis, como dor, queimação, refluxos, enjoos, acompanhados ou não de vômitos, além de distensão abdominal, plenitude gástrica, dentre outros sintomas. Porém, o que muitos não sabem é que alguns alimentos têm efeito positivo no processo de digestão e são facilitadores para quem sofre com a gastrite, capazes de reduzir a dor e demais sintomas.  

Causada pela inflamação da mucosa do estômago, a sensação de mal-estar é aumentada quando ocorre após o consumo de alimentos ácidos, gordurosos, condimentos ou após a ingestão de um simples “cafezinho”. De acordo com a gastroenterologista do São Cristóvão Saúde, Dra. Tabata Cristina Alterats Antoniaci, “com cuidado e controle tudo é possível. Um prato balanceado com carboidrato, proteína e legumes já ajuda muito no processo de digestão. Lembrando que a quantidade dos alimentos também influencia. Não se pode comer grandes quantidades no período noturno e nem se deitar após as refeições”, comenta a especialista.  

Para evitar as indesejadas crises, o consumo dos alimentos listados abaixo é altamente recomendado:

  • Frutas sem acidez, como laranja lima, banana, maçã, goiaba e mamão, bem como o suco dessas frutas;
  • Legumes e verduras: brócolis, bertalha, rúcula e couve e demais alimentos verde escuros;
  • Água de coco;
  • Ovos;
  • Iogurte desnatado ou light;
  • Grãos e pães integrais;
  • Leite e queijos magros;
  • Gelatina;
  • Peixes;
  • Temperos frescos;
  • Chás (erva doce, camomila, cidreira, hortelã, maçã).

Alimentar-se de forma consciente é o primeiro passo para a mudança e bem-estar. “Somos o que comemos”, frisa a gastroenterologista do São Cristóvão Saúde. “Porém, dependendo do grau da gastrite, apenas a dieta não é suficiente e é necessário entrar com medicação”, pondera. “Nas minhas consultas, sempre ressalto que o remédio é 40/50% do tratamento, o restante é responsabilidade do paciente, com mudanças no estilo de vida, comer melhor e devagar, identificando os alimentos que lhe fazem bem”, finaliza a especialista.  

 

Grupo São Cristóvão Saúde


Experiências traumáticas podem causar doenças físicas

A conexão entre corpo e mente é tão forte que alguns traumas psicológicos podem se manifestar por meio de dores, mal-estar, problemas de pele e até infecções recorrentes. Um estudo da Sociedade Norte-Americana de Menopausa descobriu que traumas causados pelo abuso sexual aumentam o risco danos cerebrais em mulheres. Durante exames de ressonância magnética, os pesquisadores identificaram alterações no cérebro das vítimas semelhantes aos indicadores de derrame, demência e perda cognitiva.

“O corpo responde aos estímulos da mente. Uma vítima de abuso sexual, por exemplo, pode desenvolver infecção urinária recorrente. Por isso, é importante que, durante o tratamento médico, o profissional tenha um olhar atento a essa pessoa, porque a doença pode estar relacionada a um trauma emocional”, afirma a terapeuta psicanalista Erika Thiele, do Instituto Plasma.

Erika conta que o trauma psicológico é uma resposta emocional a uma ferida aguda causada por uma agressão, acidente, violências, abandono e até roubos. “A intensidade de energia psíquica gerada no momento do trauma é tão grande que, se não tratada com urgência, fica adormecida no inconsciente e pode despertar quando a pessoa é exposta a uma situação semelhante que aconteça com ela e até mesmo com outras pessoas”, explica.

Quando esse trauma reaparece, pode gerar uma crise de ansiedade e sentimentos de profunda angústia.


Traumas sem consciência

Muitas vezes a pessoa pode nem ter consciência de que há um trauma atrapalhando sua vida, por isso a terapia é fundamental. “É preciso trabalhar essa pessoa de forma que ela consiga olhar para a realidade e encarar o que viveu para começar a lidar com a situação. Isso exige um processo terapêutico muito atento e cuidadoso, porque quando a caixa do trauma é aberta e essa energia psíquica não tem para onde ir, pode causar doenças físicas e psicológicas se não for tratada”, acrescenta Erika.

O primeiro passo é identificar o que provocou a sequela emocional. “Existem muitos métodos e técnicas que auxiliam no mapeamento de um trauma. Durante o processo terapêutico, o paciente descreve como se sente diante de algumas situações e com isso é possível descobrir a origem do trauma. A violência doméstica, por exemplo, em que a pessoa vivenciou muitas brigas, gritos e xingamentos, pode fazer disparar a ansiedade diante de qualquer aumento de voz ou atitude semelhante, mesmo que, aparentemente, sejam emoções desproporcionais para aquele evento atual”.

O autoconhecimento, segundo a especialista, é essencial para identificar e superar um evento traumático. “O paciente precisa reconhecer reações estranhas e superdimensionadas diante de alguns eventos, estar muito consciente de si mesmo e olhar para o seu interior com profundidade”, diz Erika Thiele.

A terapeuta conta que o corpo emite sinais de que a pessoa tem um trauma. “Vítimas de abuso sexual, por exemplo, não gostam de serem tocadas sem autorização mesmo de forma carinhosa, o corpo reage disparando um sintoma de dor ou uma crise de ansiedade para se defender”, completa. Esse conjunto de análises, feito por um especialista, pode ajudar a chegar a um diagnóstico.

Situação semelhante a que causou o trauma pode provocar
angústia e ansiedade (Foto: Kat Smith/Pexels)


Danos


Traumas ocorridos na infância e não tratados podem afetar o desenvolvimento, influenciando na autoestima, confiança e personalidade. “As experiências traumáticas na infância estão ligadas, principalmente, aos afetos essenciais de família onde a criança deveria ter sido cuidada, acolhida e orientada, mas não foi o que ela recebeu. Muitas vezes esses acontecimentos não são lembrados, mas o trauma existe e pode ser a resposta para algumas questões comportamentais e de saúde na fase adulta”, destaca a terapeuta.

Após identificar as possíveis causas, é preciso que o paciente esteja disposto a enfrentar a situação para superá-la. “A energia tem que ser elaborada e direcionada para poder ser esgotada. Exige muita coragem, porque dependendo da situação traumática, pode ser muito dolorosa e passar por isso de novo assusta”, diz Erika.

 


Erika Thiele - terapeuta do Instituto Plasma


Conheça os seis malefícios causados pelo hábito de palitar os dentes

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Bastante utilizado como um acessório na culinária, os palitos, também conhecidos como palitos de dentes, e como o próprio apelido denuncia, são comumente usados pelas pessoas para eliminar alimentos que ficaram presos entre os dentes. No entanto, este hábito prejudica mais do que auxilia, já que pode machucar a gengiva e, em alguns casos, remover restaurações. Para explicar o porquê a prática é contra indicada pelos profissionais, o cirurgião dentista e fundador da OdontoCompany, maior rede de clínicas odontológicas do mundo, Paulo Zahr, explica os seis problemas que podem ser acarretados pelo uso constante deste item.



Retração gengival

A gengiva é um dos principais prejudicados pelo hábito de palitar os dentes. Quando feito com frequência, o palito pode pressionar a área da gengiva de maneira intensa e provocar esfolamento, o que abre a possibilidade para que haja presença de bactérias que promovem a retração gengival.



Retração óssea

As pessoas que palitam os dentes empurram os resíduos com força entre os espaços dentais, podendo gerar um defeito ósseo. Dependendo do caso, fica impossível a solução por enxerto ósseo.



Retirada de camada protetora dos dentes

Por ser um objeto pontiagudo, o palito pode provocar uma erosão do esmalte dentário. Assim, o dente fica desgastado e desprotegido contra cáries e bactérias.



Machucado na gengiva

Como o manuseio geralmente é realizado com força, para que a sujeira seja retirada, parte da gengiva é sacrificada no processo. Assim, tem-se o surgimento de ferida na gengiva, que além de provocar dor, também abre possibilidade para proliferação de bactérias, que podem crescer e criar uma inflamação séria.



Não eliminar a sujeira

Embora possa parecer que o objeto conseguiu eliminar a sujeira entre os dentes, na verdade, isso não é feito de modo completo. Sendo assim, é preciso adotar uma maneira mais minuciosa de realizar a limpeza, sobretudo em regiões onde o palito não consegue chegar.



Perda dos dentes

O uso prolongado de palito de dente pode provocar a perda dentária. Isso acontece de forma gradual e de acordo com uma série de fatores, como a gengiva retraída associada à proliferação de bactérias e defeitos ósseos. Esses fatores acabam enfraquecendo a raiz dentária e, com isso, leva a pessoa a ter mais facilidade para quebrar ou ter pequenas fraturas nos dentes. Com o passar do tempo, o dente pode não ser mais útil, sendo preciso ser extraído.

Vale ressaltar que em vez de utilizar esse item, o recomendado é que se adote o uso do fio dental. Ele foi devidamente pensado para alcançar as regiões mais escondidas entre dente e gengiva, além de não provocar danos à boca.


OdontoCompany

https://odontocompany.com/

Silencioso, câncer de ovário requer atenção e monitoramento


Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 6.650 casos novos de câncer de ovário para o triênio 2020-2022 no Brasil. Esse valor corresponde aproximadamente a 6,18 novos casos em cada 100 mil mulheres. Este tipo de câncer é uma das neoplasias ginecológicas mais comuns, ficando atrás apenas do câncer do colo do útero. No entanto, a maioria das pacientes descobre a doença quando já está em estágio mais avançado devido à inespecificidade dos sintomas.

A oncologista da Doctoralia, Dra. Vivian S. Coski, fala em uma entrevista sobre a importância da rotina de exames e os principais sinais que devem ser observados com atenção.

 

Por que o câncer de ovário é considerado silencioso? 

Dra. Vivian: Quando o câncer de ovário começa a apresentar sinais pode significar que ele já está no estágio avançado, já que os sintomas costumam ser inexistentes ou inespecíficos na fase inicial da doença. É comum que muitas pacientes se confundam com refluxo, com infecções urinárias e até mesmo gastrite.

Uma pesquisa realizada pela Instituição Target Ovarian Cancer, do Reino Unido, em fevereiro deste ano, revelou que ao menos dois terços das mulheres desconhecem os principais sintomas relacionados ao câncer de ovário. Por isso é tão importante a conscientização para que o diagnóstico seja feito precocemente e as chances de cura aumentem com o tratamento assertivo.

 

Quais são os principais sintomas aos quais as pacientes devem ficar atentas?

Dra. Vivian: As pacientes devem prestar atenção principalmente no aumento do volume abdominal sem causa aparente, alterações urinárias sem um motivo específico, problemas digestivos, aumento do volume do abdômen, dor abdominal, sensação de vontade de urinar frequente e sangramento vaginal.

 

Há como prevenir o câncer de ovário?

Dra. Vivian: Quando se fala de prevenção, falamos do controle dos fatores de risco. Existe uma forma de prevenção primária que é quando passamos a cuidar do nosso estilo de vida, ou seja, fazer atividades físicas, não ser sedentário, parar de fumar se for o caso e, é claro, ter uma alimentação adequada. Uma forma de prevenção secundária seria aquela em que pacientes com histórico de câncer de ovário e/ou câncer de mama na família fazem checkups oncológicos anualmente.

 

O que pode aumentar o risco de câncer de ovário?

Dra. Vivian: Sabemos que os principais fatores de risco são idade avançada, nuliparidade (quando não há procriação), menopausa tardia e a menarca precoce, ou seja, algum fator hormonal, síndromes genéticas, histórico de endometriose e de tratamentos de radioterapia na região da pelve.

 

Há possibilidade do cisto no ovário se tornar um câncer? Se sim, por quê?

Dra. Vivian: Isso vai depender do tipo de cisto. Se for um cisto simples, não há esse risco. Mas se for um cisto complexo, com uma parte sólida, existe a possibilidade de que se transforme em um câncer. Portanto, o diagnóstico de um cisto no ovário precisa ser muito bem acompanhado com exames como o ultrassom transvaginal para checar se há risco de evoluir para câncer.

 

Para aquelas que estão finalizando o tratamento do câncer de ovário, deve haver cuidados especiais pós-tratamento?

Dra. Vivian: Os especialistas consideram o paciente curado quando, após cinco anos do fim do tratamento, não há sinais da volta do câncer. Por isso, para aquelas que finalizaram ou estão finalizando o tratamento de câncer de ovário é de vital importância que haja uma rotina de exames, de acordo com a orientação do médico especialista, para monitorar uma possível volta do tumor ou não.

 

 Doctoralia


Cuidado paliativo não é o fim

Mesmo diante de um diagnóstico difícil, a atenção integral à saúde, considerando aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais do paciente, é fundamental


“Sempre tem o que fazer”, diz Marisa Cherobim Dias, enfermeira especializada em cuidados paliativos da Rede de Hospitais São Camilo de SP sobre pacientes com doenças que ameaçam a vida, muitas vezes sem possibilidade de cura.

Segundo ela, o tema ainda é considerado um tabu na sociedade. “Muitas pessoas entendem os cuidados paliativos como uma sentença de morte, o que leva a uma sensação de desamparo tanto para o paciente quanto para seus familiares”, comenta.

No entanto, o objetivo é centrar o tratamento na qualidade de vida, melhorando as condições do paciente em todos os aspectos, para garantir que ele tenha maior conforto e bem-estar ao atravessar o momento entre a descoberta do diagnóstico e a convivência com a doença.

Lívia Nery Mendes, geriatra e paliativista na unidade Granja Viana do São Camilo, reforça que, não sendo possível promover um tratamento para determinada doença, é necessário fazer o controle dos sintomas por meio de outras estratégias, sejam medicamentosas ou não, visando aliviar o sofrimento em uma condição irreversível.

“A medicina não é capaz de curar todas as doenças. Nesses casos, os cuidados paliativos surgem como um conjunto de práticas terapêuticas cujo foco está na preservação da dignidade do paciente. Neste momento podemos não indicar procedimentos que causem dor e sofrimento psicológico cujo benefício seja questionável”, salienta.                                                                           

Lívia destaca que os cuidados devem ser realizados em diversos ambientes, desde sua residência até hospitais especializados. “Com atendimento multidisciplinar, a unidade da Granja Viana oferece diversas terapias a esses pacientes, incluindo musicoterapia, terapia ocupacional, entre outras”, cita.

Seguindo determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao receber o paciente, a instituição avalia seu quadro de forma ampla, considerando suas dimensões física, psicológica, social e existencial, bem como seus valores pessoais e espirituais. A partir daí, são propostas intervenções em conjunto com o paciente e/ou familiares. Dependendo do caso e da fase da doença, podem ser implementadas medidas mais ou menos invasivas.

Nesse aspecto, a paliativista Isabella Bordim Rosa, que também atua na unidade, ressalta a importância de proporcionar espaços que favoreçam o bem-estar e permitam ao paciente entrar em contato com o que é importante para ele e para sua família, de acordo com suas crenças e preferências. “A capela sempre aberta para visitas, os jardins terapêuticos onde os pacientes conseguem manusear as plantas e estar em contato com a natureza, bem como os diversos ambientes ao ar livre são elementos que inserimos na instituição visando esse cuidado.

Para a enfermeira Marisa, olhar para o paciente como um todo vai muito além das terapias aplicadas, levando em conta seus desejos e particularidades.

“Apesar da morte ser um ainda tabu para muitos de nós é importante quebrarmos este estigmas e ajudarmos os pacientes a realizarem  experiências e/ou fazer um ritual para marcar de forma especial seus últimos momentos de vida. Entendemos que nós estamos aqui para suprir essa demanda também”, conta.

 

Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


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