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quinta-feira, 17 de março de 2022

Como melhorar a imunidade por meio da alimentação?

Nutricionista dá dicas de como manter refeições com alto valor nutricional e saborosas


O fortalecimento da imunidade ajuda a reduzir o risco do desenvolvimento de doenças. Hábitos saudáveis e estilo de vida contribuem com a defesa do corpo, principalmente com o consumo de alimentos ricos em nutrientes antioxidantes. Optar por refeições saudáveis favorece a saúde imunológica.  

Segundo o nutricionista e professor do curso de Nutrição da UNINASSAU Recife, André Nascimento, é possível melhorar a imunidade por meio da alimentação. “As frutas cítricas como abacaxi, laranja, limão e acerola são ricas em vitamina C, a principal vitamina antioxidante. As fibras que são encontradas em alimentos integrais e em raízes como a macaxeira, o alho para tempero, o gengibre e, para quem gosta, cogumelos auxiliam bastante na saúde imunológica, devido sua atividade antimicrobiana”, conta.  

Uma receita caseira muito conhecida é o chá de limão com alho, que é ingerido, muitas vezes, por pessoas que estão gripadas. “Essa bebida é boa e dá certo por causa das propriedades antioxidantes contidas nessa preparação, mas não é o suficiente”, comenta. Segundo o André, uma alimentação balanceada - rica em legumes, frutas, fibras e ômega 3 - é a mais ideal a ser adotada.  

Porém, é preciso levar em consideração o estresse oxidativo que acontece no corpo humano. Pois esse processo faz reduz a imunidade. Para diminuir a produção de radicais livres no corpo e esse impacto, é preciso ingerir alimentos que sejam ricos em antioxidantes e compostos bioativos, como as vitaminas C e E, muito presente em frutas e em alimentos com a gordura boa, como o abacate, o azeite e a castanha.  

Quando o assunto é imunidade também é preciso prestar atenção na saúde do intestino, porque 80% das células imunológicas são produzidas nele. “Então, para manter uma boa imunidade, precisamos dar nutrientes para esse órgão. Isso acontece por meio do aumento da diversidade de bactérias probióticas”, esclarece André. Para que elas sobrevivam, é necessário consumir alimentos ricos em fibras, presente em vegetais, cereais integrais e nas frutas. O zinco e o selênio também são importantes para o sistema imunológico e estão presentes na carne vermelha e na castanha.  

“Muitas pessoas possuem uma alimentação muito desregulada, rica em açúcares simples, na qual esse excesso acarretará na transformação em gordura ruim (também conhecida como esteatose hepática) e, por isso, podem impulsionar o surgimento de diabetes, pressão alta, entre outras doenças. A alimentação saudável e com alto valor nutricional é uma prevenção, porque ajuda justamente no fortalecimento do sistema imunológico. Além de contribuir com a saúde e beleza física das unhas, cabelos e pele”, explica.  

Para melhorar a alimentação é necessário investir em alimentos saudáveis, naturais e minimamente processados, mas também no acompanhamento de um nutricionista.


Associação Médica Brasileira - Nota de esclarecimento aos médicos e a população

 A Associação Médica Brasileira – AMB, vem à presença dos médicos e à público esclarecer sobre o certificado de habilitação.

Nesse contexto, importa salientar que a PORTARIA AMB Nº 01/2022 trata sobre a emissão de certificação de habilitação, que tem por finalidade a capacitação do médico especialista na realização de procedimentos específicos, tal como, mas não apenas, as cirurgias por meio de robótica.


O que é o Certificado de Habilitação Profissional

Com a evolução técnica e científica na medicina, progressivamente foram incorporados novos e complexos procedimentos, que exigem conhecimento e treinamento específico para realizá-los, citando como exemplo a cirurgia robótica, que demanda treinamento para capacitar os médicos especialistas no manuseio de equipamentos de alta tecnologia, não estando enquadrada na grade curricular de formação de especialista em qualquer área cirúrgica.

Para essa finalidade, os médicos especialistas têm obtido certificação no exterior, sendo, portanto, necessários mecanismos nacionais de aferição de sua real habilitação que os credencie para executá-lo no País, e para oferecer segurança ao seu destinatário final, o paciente.


Qual sua importância para a sociedade

A realização de procedimentos de alta complexidade, mormente usando novos equipamentos de alta tecnologia, à exemplo de cirurgia através da utilização da técnica robótica por médico desabilitado para fazê-lo, colocará em risco a saúde ou mesmo a vida do paciente, isto porque, para determinados procedimentos, não basta o Título de Especialista, sendo necessária capacitação específica que ateste habilidades complementares para essa finalidade.


Quem emitirá o Certificado de Habilitação

O Título de Especialista pode ser emitido pela AMB, mediante prova realizada pelas Sociedades de Especialidades, e registrado pelos Conselhos de Medicina. O Certificado de Habilitação exige reconhecimento de que somente essas sociedades, pelo conhecimento técnico e científico, têm legitimidade para tanto, visando atestar que, nestes casos, o médico é possuidor de habilidades específicas para determinados procedimentos, inclusive os realizados pela via robótica.

Esclarece a AMB que referido assunto foi discutido em reunião da Câmara Técnica do CFM em 25 de setembro de 2019, sendo objeto de Portaria da Associação Médica Brasileira em 2019 (Portaria AMB nº 03/2019), que disciplinou a matéria. Referida Portaria é de conhecimento do CFM e dos Conselhos Regionais de Medicina, sem qualquer objeção, tanto assim que a Resolução do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro - Resolução CREMERJ Nº 299/2019, vigente, prevê no seu artigo 2º:

 

 Art. 2º Caberá às Sociedades de Especialidades filiadas à AMB definir os critérios de habilitação para o cirurgião ingressar na cirurgia robótica, observado o seguinte:

(...)

VII - a certificação de habilitação definitiva deverá ser emitida pelas sociedades de especialidades filiadas à AMB após treinamento completo, o que inclui todos os incisos anteriores.

 

Em 2019, o CREMERJ emitiu Resolução, definindo que às Sociedades de especialidades caberia estabelecer os critérios de capacitação e à AMB a emissão do Certificado de Habilitação, sendo posteriormente editada nova Resolução do CREMERJ 301/2019:

 

Art. 1º Alterar o art. 5º da Resolução CREMERJ n. 299/19, de 5 de novembro de 2019, que passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 5º- Estabelecer um prazo de 120 (cento e vinte dias) para que os cirurgiões que já completaram treinamento e já praticam a cirurgia robótica adquiram certificado perante as sociedades de especialidades afiliadas à AMB.

A Portaria emitida pela AMB não cria, somente aprimora a anterior (Portaria AMB nº 03/2019) não infringindo qualquer norma, tendo inclusive, sido apreciada pelo próprio CFM que, por sua vez, não se insurgiu, concordando assim a sua publicação.

Expendidas essas ponderações, frise-se, imprescindíveis para evitar distorções ou induzimento a avaliações despropositais, sobretudo, pelo preponderante aspecto de que a Portaria AMB 01/2022 visa assegurar que o profissional médico está devidamente capacitado, certificado como habilitado, para executar atividades de elevada complexidade que assim o exijam.

Ademais, cabe considerar ser um dever primordial de todas as entidades envolvidas com a profissão e o exercício da medicina zelar pela melhor prática médica, visando a segurança dos pacientes e a eficácia dos procedimentos executados. Assim reza o disposto no inciso V dos princípios fundamentais do Código de Ética Médica – “V - Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente e da sociedade.”

Pelo exposto, temos a firme convicção que a AMB, baseada em seus estatutos e cumprindo com o seu dever e a sua missão, mais uma vez, ao publicar a portaria 001/2022 vem ao encontro do interesse dos médicos e dos pacientes. Assim nos conduzimos e assim continuaremos, sempre dentro dos princípios éticos e jurídicos.


Confira 5 dicas para aliviar as cólicas menstruais

 

 Especialista traz dicas de como aliviar o desconforto causado durante o ciclo 


 Não é difícil encontrar mulheres que sofram com as terríveis cólicas do período menstrual. Essas dores afetam diretamente a produtividade durante o ciclo e se tornam desgastante, fazendo com que o uso de medicamentos de farmácia, especialmente os anti-inflamatórios, sejam necessários para o alívio momentâneo. 

Porém, as cólicas podem estar atreladas a outras condições, como a endometriose, que atinge cerca de 10% da população feminina em idade reprodutiva, impactando a qualidade de vida e a produtividade da mulher. Neste caso, segundo o ginecologista Dr. Patrick Bellelis, especialista em endometriose, quando as dores acontecem fora do período, é um sinal para buscar acompanhamento médico e iniciar um tratamento. 

Confira abaixo, confira algumas dicas do especialista para aliviar as cólicas em casa:

 

1 - Compressas de água morna

Uma das técnicas mais antigas e mais reconfortantes no período de cólica, pode ser explicada pelo fato do calor ativar o fluxo sanguíneo e amenizar as dores. Para fazer, basta colocar uma bolsa de água morna ou compressa no local das cólicas e deixar por cerca de 15 minutos. É importante proteger a pele do contato direto, colocando um pano entre a bolsa e a pele para evitar queimaduras.

 

2 - Aposte em bebidas quentes

As bebidas quentes têm o mesmo efeito da bolsa de água quente, auxiliando no alívio das dores. Porém, evite bebidas com cafeína, que tem o potencial de agravar as dores em algumas mulheres. Aposte em chás, como de camomila, hortelã, alecrim, louro e lavanda, que possuem propriedades relaxantes, calmantes e anti-inflamatórias.

 

3 - Atenção com a alimentação

Alguns alimentos, como doces e comidas mais gordurosas, podem causar inchaço e retenção de líquido em alguns organismos, aumentando o aparecimento de cólicas menstruais. Por isso, durante o ciclo, é interessante manter uma dieta mais equilibrada, evitando o excesso de açúcares e gorduras, dando prioridade para legumes, verduras, frutas e carnes magras, além de ingerir bastante água.

 

4 - Mantenha hábitos saudáveis

Exercícios físicos ajudam muito na diminuição da dor durante o período menstrual. Novamente, as atividades físicas aumentam o fluxo sanguíneo, liberando endorfina, auxiliando no controle das dores. Em contrapartida, fumar pode ser ainda mais prejudicial nessa época, por conta da vasoconstrição que o tabaco causa. Dessa forma, evitar fumar também é a melhor opção para amenizar as cólicas. 


5 - Descanso

O estresse atrelado a um estilo de vida corrido, contribui bastante para o aumento das cólicas. Quando o corpo descansa durante um sono de qualidade, o equilíbrio é restabelecido. Então, o descanso aliado aos hábitos saudáveis, contribuem para um ciclo menstrual com menos desconforto.

 

Sobre a endometriose

A endometriose acontece quando células do endométrio, a camada interna do útero que é expelida na menstruação, acabam se depositando fora da cavidade uterina, causando reações inflamatórias e lesões. Elas podem se acumular nos ovários, na cavidade abdominal, na região da bexiga, intestinos, entre outros locais, podendo até mesmo formar nódulos que afetam o funcionamento de órgãos do corpo. 

Em março é comemorado o Março Amarelo, que busca diminuir os diagnósticos tardios para, assim, acelerar o tratamento das mulheres afetadas pela doença que teve início em 1993, com a ativista americana Mary Lou Ballweg.

 

PATRICK BELLELIS -- GINECOLOGISTA. Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intra uterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia -- FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação.


Podemos evitar 30% dos cânceres, diz oncologista

O médico Ramon de Mello ressalta a importância de uma vida saudável 


A longevidade da população é um fator presente, que já podemos perceber inclusive no Brasil. Porém, alguns hábitos se tornam vilões no desenvolvimento de alguns tumores cancerígenos. “Pesquisas mundiais apontam que podemos reduzir em até 30% os riscos de câncer com a mudança de hábitos”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. 

O pesquisador esclarece que alguns fatores de risco são herdados, mas outros podem ser modificados como tabagismo, uso do álcool, obesidade, sedentarismo, exposição à radiação solar contínua ou radiações ionizantes. “Mudanças podem provocar significativa melhora na qualidade de vida”, incentiva o oncologista.

Levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra que, em 2004, foram registradas mais de 7,4 milhões de pessoas com câncer. Uma estimativa da instituição revela que o envelhecimento da população, somada a hábitos nada saudáveis e o convívio em ambientes cada vez mais artificiais, deve fazer com que cerca de 11 milhões de pessoas no mundo todo terão de enfrentar a doença até 2030. 

“O crescimento dos casos de câncer tem assustado muitas pessoas, mas isso pode ser diferente com um estilo de vida mais saudável e evitar a exposição a substâncias ocasionais”, alerta o médico. Ele também aponta a importância para a prevenção secundária correlacionada à infecção por HPV ou cânceres assintomáticos iniciais. 

“Outro fator importante é o diagnóstico precoce. Sempre é importante procurar assistência especializada, caso note qualquer anomalia em seu corpo. Um check-up anual também vai bem”, sugere o médico.

 

Ramon Andrade de Mello - Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal). Oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP. Confira mais informações sobre o tema no site.


Bruxismo e alterações no paladar são algumas das sequelas da pandemia na saúde bucal

Estudo mostra relação entre estresse e aumento de pessoas com apertamento dentário


O estresse relacionado à pandemia de covid-19 gerou aumento de problemas relacionados ao bruxismo. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre o impacto da pandemia no estresse, sono e saúde bucal em estudantes universitários. Segundo o levantamento, 30% dos entrevistados se consideram muito estressados desde a chegada do coronavírus. Além do bruxismo, outra sequela desse período para a saúde bucal foi a alteração de paladar de pessoas que foram contaminadas, e que agora precisam buscar tratamento.

O estudo da UFRJ analisou a ocorrência de alterações orofaciais, ou seja, mudanças associadas à pele, aos dentes, às glândulas, aos ossos e músculos localizados na boca, pescoço, cabeça e face. Pelo resultado, na pandemia, houve um aumento estatisticamente significativo no apertamento dentário diurno, que faz com que o paciente passe a ranger os dentes ou a apertá-los. De acordo com a pesquisa, essa doença pode trazer consequências como lesão periodontal, distúrbios da articulação temporomandibular (DTM), dor muscular, lesões orofaciais e desgastes dentários.

Segundo o dentista especialista em saúde coletiva da Neodent, João Piscinini, a contração muscular pode ter relação com o comportamento de defesa do organismo a ações estressantes. “Ansiedade e estresse são alguns dos possíveis fatores do bruxismo. A pessoa acaba, inconscientemente, contraindo mais os músculos, tensionando a articulação da mandíbula em um momento em que ela deveria estar em repouso”, explica.

Uma das formas de prevenir esse problema é lembrar sempre de manter os dentes de cima um pouco afastados dos de baixo e com lábios entreabertos, em repouso, quando não se está usando a mandíbula para comer, ou falar, por exemplo. 


Paladar alterado

Uma alteração bem característica da covid-19 é a perda ou mudança de paladar. Normalmente, esse sentido retorna em dias ou semanas, entretanto, alguns pacientes relatam que essa situação persiste mesmo após a recuperação, como uma sequela da doença. O dentista João Piscinini explica que a falta do paladar interfere na alimentação. “Muitos pacientes sentem um sabor mais amargo na boca, ou diminuição do gosto de alguns tipos específicos de alimentos”, destaca.

O especialista alerta para a importância de se procurar ajuda de um profissional em casos de perda de paladar prolongada. “Muitas pessoas adiaram a ida ao dentista por conta da pandemia. Mas agora é o momento de fazer uma avaliação para conferir se não há algum problema ocorrido nesse período por conta do estresse ou por sequelas deixadas pela covid-19”, orienta.

 

Neodent®


Células tronco podem ser a última esperança para casos de graves lesões desportivas

Dr. Felipe Carvalho, especialista em medicina regenerativa, conta a história de sucesso no tratamento do jogador de futebol Rodrigo Dourado do Internacional.

 

Rodrigo Dourado é um conhecido volante do time do Internacional. Em 2019, durante um jogo, ocorreu uma leve torção no joelho esquerdo e, o que parecia simples, lhe custou cerca de 450 dias de tratamento e recuperação. Na verdade, Dourado sofreu com um um edema ósseo que o impedia de retornar aos gramados. Após duas artroscopias, o jogador seguia sentindo fortes dores e os médicos já não acreditavam que havia algo mais a ser feito.

 

Neste contexto, o Dr. Felipe Carvalho, especialista em medicina regenerativa, ofereceu uma última tentativa: a técnica de células tronco, que consiste em utilizar células do tutano do osso da bacia para promover a recuperação de uma área lesionada rapidamente. “Ele se interessou e aí fizemos seis aplicações com intervalo de 15 dias. Ele seguiu exatamente o que eu recomendei em termos de alimentação e recuperação”, relembra o Dr. Carvalho. Após o procedimento e 90 dias de recuperação, Rodrigo Dourado retornou em plena forma a defender a camisa do Internacional.

 

O caso do jogador é marcante, pois a ortopedia tradicional não tinha mais nenhum recurso a oferecer para ele. Sem a tecnologia apresentada pelo Dr. Felipe Carvalho, Rodrigo Dourado estaria fadado a conviver com as dores no joelho e o procedimento de medicina regenerativa com células tronco representou uma esperança de voltar aos dias de glória, “Os médicos já tinham recomendado que ele parasse de exercer a função atlética dele, imagina o que é isso para uma pessoa que faz o que ama”, explica o médico. 

 

A vida atlética de Dourado foi salva por um avanço tecnológico da medicina regenerativa e, outros casos ditos “sem solução” como o do jogador, podem ter suas respostas encontradas também nas modernas técnicas do Dr. Felipe Carvalho. “Eu tenho muito orgulho disso. Não é normal jogar com dor, se você tem dor, busque ajuda”, aconselha o especialista. Além disso, Carvalho alerta para a importância de descobrir e tratar as lesões ainda no começo, pois, quanto antes o tratamento for iniciado, o período de recuperação é menor e mais fácil. “Em uma lesão ósseo-muscular, se o atleta procurar ajuda no início da dor, a gente consegue equalizar e ter mais opções para tratar ele”, afirma.

  

Dr. Luiz Felipe Carvalho - ortopedista especialista em coluna vertebral e medicina regenerativa. Já tratou grandes atletas como o tenista uruguaio Pablo Cuevas, o jogador de futebol Rodrigo e Ferreirinha do Grêmio. O Gaúcho, possui um profundo conhecimento sobre os modernos procedimentos cirúrgicos da coluna vertebral e também trabalha com técnicas minimamente invasivas. É diplomado pela Academia Americana de Medicina Regenerativa (AABRM), e  pelo grupo Latino Americano ORTHOREGEN. Atualmente, o médico trabalha para o time ucraniano Ucsa, onde está montando um departamento médico de medicina regenerativa com biotecnologia de ponta.


Dia do Cuidador de Idosos: saiba o que é preciso para se tornar um bom profissional da área

Data é comemorada no próximo dia 20 de março 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento na expectativa de vida dos brasileiros vem crescendo, logo, medidas estão sendo tomadas para garantir uma melhor qualidade de vida para os idosos. A partir disso, a busca por cuidadores de idosos, profissionais que ajudam a proporcionar cuidados e assistências para os mais velhos e sua família, vêm crescendo.  

Durante a pandemia da Covid-19, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apontou que algumas empresas do segmento chegaram a registrar um crescimento de 50% na busca por esse serviço, devido a familiares buscando diminuir as possibilidades de contágio do vírus e para auxiliar os pacientes acima de 60 anos que ficaram com sequelas da doença e necessitavam de ajuda.  

Contudo, a ascensão dessa profissão não é recente, em 2018, a profissão de cuidadores de idosos foi a que mais cresceu no país, com um aumento de 500%, mostrou uma pesquisa no mesmo instituto.  

Dessa forma, o Grupo Said Rio, empresa de cuidadores de idosos, resolveu contar algumas das principais características para se tornar um bom profissional da área, em homenagem ao Dia do Cuidador de Idosos, que é comemorado no dia 20 de março. 

“Primeiro de tudo é preciso estar atento a cada detalhe, ter calma e paciência para lidar com desafios do dia a dia, tanto do profissional quanto do idoso, saber se comunicar de forma verbal e não verbal, para levar confiança ao se expressar com o paciente, da mesma forma que é muito importante ter uma escuta empática e humanizada, respeitando as emoções do idoso”, conta Danila Jones, fundadora do Grupo Said Rio.  

Além disso, ela complementa afirmando que, como o mundo está em constantes transformações e trazendo novidades e inovações no segmento da saúde, é importante estar sempre bem informado, realizando estudos e cursos constantes de aprimoramento, e sendo criativo ao levar novas formas de estimulação para os mais velhos, pois cada se adapta de maneiras diferentes. 

Por fim, ela deixa um recado e agradecimento. “O Grupo Said gostaria de parabenizar todos os cuidadores de idosos. A toda nossa equipe, obrigada pela parceria e dedicação. O ato de cuidar demanda muito além de habilidade e profissionalismo, é também um ato de amor, de empatia e de sensibilidade. Escolher ser cuidador é se comprometer com a vida e sua longevidade, seus desafios e limitações e buscar ao máximo promover qualidade de vida e bem estar.”


 
Said Rio


Dia Mundial da Saúde Bucal. Veja dicas de Especialista Para Cuidar da S ua Boca.


O que você sabe sobre saúde bucal? “Quando desenvolvemos hábitos de higiene com a intenção de melhorar nosso bem-estar bucal, nem sempre conhecemos os problemas que eles podem nos causar. Focamos muito em dentes e damos pouca prioridade para gengiva, língua, bochecha e lábios." explica a cirurgiã dentista e especialista em saúde bucal, Bruna Conde.

Ainda que haja bastante informação disponível, existem muitas pessoas que não dispensam o cuidado necessário com a saúde bucal. Por outro lado, há quem se preocupe, mas na tentativa de acertar, acabam pecando pelo excesso. “Um dos erros mais comuns é escovar os dentes e esquecer de higienizar a língua." comenta a Dra. Bruna Conde. “Não adianta ter os dentes limpos e a língua suja. Além de contribuir para o mau hálito, as bactérias presentes na língua podem ir para os dentes e vice e versa prejudicando a saúde bucal completa do paciente." completa a dentista.

Bruna Conde listou algumas práticas que podem estar prejudicando seus dentes. Confira como impedir isso:
 

1- Escovar logo depois de comer
Sua rotina matinal inclui a escova de dentes logo após o café da manhã? Parabéns por escová-los regularmente, mas o horário precisa de ajustes.“
Quando puder, espere cerca de 20 minutos após alimentação para escovar os dentes. “A saliva é um agente protetor e precisa desse tempo para agir para auxiliar na prevenção e proteção dentária. Se utilizar imediatamente o creme dental e escova pode prejudicar a ação natural da saliva." esclarece Dra. Bruna Conde.
 

2- Mastigar gelo
O gelo não tem calorias nem açúcar, refresca nos dias quentes, costuma ter pH neutro e não gruda nos dentes. Mas também tem seu lado negativo. “O gelo é duríssimo”. “Mastigá-lo prejudica os dentes, porque provoca rachaduras e fraturas no esmalte e nas obturações. Além disso, a exposição constante a temperaturas baixas pode provocar hipersensibilidade da dentina. Às vezes o desgaste é tão grande que muda a mordida, provocando dor nos músculos do maxilar." explica Bruna.

3- Vinho em excesso
É verdade que o vinho tinto contém substâncias que aumentam o colesterol bom e promovem a saúde do coração. Mas bebericar, ou seja, fazer a taça de vinho durar duas horas, faz com que os dentes sejam constantemente comprometidos.
Segundo a dentista Bruna, beber vinho em pequenos goles significa uma exposição ao ácido a cada gole. Isso não quer dizer que você deva tomar tudo de uma vez, mas beba água junto com o vinho ou coma queijo para neutralizar o ácido.

4- Fumar
Você provavelmente já ouviu falar que o cigarro amarela os dentes. O que é de fato uma verdade, “a nicotina acaba se acumulando na superfície dos dentes, criando o aspecto manchado. Além disso, fumar traz uma série de outros riscos para sua saúde, incluindo o câncer bucal.” alerta a especialista em saúde bucal.

5- Morder balas e doces muito duros
Rapadura, pé-de-moleque, balinhas caramelizadas… docinhos deliciosos para adoçar o dia. Entretanto, é preciso ficar de olho nesses doces com a textura mais dura. Por ser necessário chupá-los, o açúcar presente nas balas fica em contato com nossos dentes durante muito mais tempo, o que aumenta o risco de cáries. Além disso, não é recomendado mordê-los, já que esse ato pode quebrar dentes, obturações e lentes de contato.
 

6- Escovar os dentes rapidamente e com força
Bruna Conde explica que a escovação diária é essencial para um sorriso bonito e saudável, mas isso também está relacionada à forma como você escova os dentes. “Nada de fazê-lo rapidamente e, muito menos, aplicando força demais. Além de não promover uma limpeza profunda, deixando restinhos escondidos entre os espacinhos da boca, você corre o risco de machucar as gengivas.” diz a dentista.
 

7- Abrir embalagens com os dentes
Apesar de muito comum, o hábito de abrir embalagens ou mesmo a garrafinha de água com os dentes não é nada saudável para a saúde bucal.
De acordo com a especialista, a força excessiva utilizada no gesto pode estressar a estrutura dos dentes, causando fraturas e trincas. Além disso, a embalagem pode permanecer intacta, às custas de um dente dolorido. Melhor poupar o estresse e ter o alcance das mãos qualquer outra ferramenta, como uma tesoura.

8- Morder tampas e pontas de canetas
Muitas pessoas que têm esse hábito nem sequer se dão conta disso. Em momentos de estresse ou concentração, leva-se a caneta à boca quase que por instinto, triturando o plástico com os dentes sem se dar conta do estrago. Esse ato parece aliviar a tensão emocional na hora, claro, mas o prejuízo realmente não vale a pena.


 “Assim como abrir embalagens com a boca, forças excessivas e hábitos parafuncionais (involuntários) frequentes acabam causando um estresse excessivo e anormal na estrutura do dente e do periodonto, podendo causar trincas ou fraturas.” fala a Dra. Bruna Conde, especialista em periodontia.

Além disso, o hábito força a musculatura da mastigação com movimentos repetitivos, o que pode gerar dores e disfunções musculares e articulares.


Dra Bruna Conde – CRO SP 102038

Cirurgiã Dentista


Março Azul Marinho: Seis fatos importantes que você deve saber sobre câncer colorretal

No mês de conscientização e prevenção deste tipo de câncer, oncologista responde dúvidas a respeito da doença que ocupa a segunda posição no ranking dos tumores malignos mais frequentes no Brasil

O câncer colorretal compreende todos os tumores que acometem o intestino grosso e o reto. Atualmente, ocupa a segunda posição entre os tumores mais frequentes nos homens e também nas mulheres no Brasil. É também, a terceira causa de morte no país! São aproximadamente 40 mil casos por ano, com uma estimativa de aumento significativo até 2030, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Diante da sua importância, no mês de conscientização sobre a doença, o oncologista David Pinheiro Cunha, sócio do Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia, responde seis perguntas importantes sobre esse tipo de câncer que todos devem saber. Confira:


1) É possível reduzir o risco de desenvolver o câncer colorretal?

A predisposição genética individual para se desenvolver um câncer ainda não pode ser modificada, porém a minoria dos cânceres tem origem hereditária. Sabemos que evitar a exposição aos fatores risco pode reduzir de forma significativa as chances de ter um câncer de intestino. Por isso, é importante um estilo de vida saudável, com atividade física regulares, manter o peso adequado, realizar dieta rica em fibras, evitar o tabagismo, etilismo, o excesso de carne vermelha e embutidos.


2) A idade avançada é o principal fator de risco para o câncer colorretal?

A maioria dos tumores de intestino ocorre após os 50 anos. Outros fatores de risco importantes são a história familiar de câncer colorretal, obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana) ou alimentos processados, dieta pobre em frutas ou fibras. Outras condições como a pólipos e adenomatosa familiar, câncer hereditário sem pólipos e, doença de Crohn e retocolite ulcerativa, também aumentam de forma expressiva o risco.


3) Na fase inicial, o câncer colorretal é uma doença silenciosa, não causa sintomas. Como diagnosticar cedo?

Na fase inicial o câncer de intestino pode ser assintomático. Com o aumento do tamanho da lesão os sintomas podem se desenvolver. As principais queixas são: alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), dor ou desconforto abdominal, fraqueza ou anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes, massa abdominal ou sangue nas fezes. É importante salientar que muitas vezes esses sintomas também estão relacionados a doenças benignas, por isso a importância de sempre passar por uma avaliação médica.


4) A colonoscopia pode prevenir o câncer colorretal?

O câncer de cólon na maioria das vezes tem origem a partir de um pólipo no intestino. Essas lesões são inicialmente benignas, mas podem sofrer atipias durantes os anos e desenvolver o câncer. Durante o exame de colonoscopia pode ser realizada a retirada dos pólipos ainda nos estágios iniciais, evitando a formação do câncer. No Brasil,esse exame é recomendado para homens e mulheres entre 50 a 74 anos. Em casos de história familiar para câncer de intestino, o exame deve ser realizado 10 anos antes da idade que o familiar apresentou o diagnóstico.


5) A maioria dos casos é curada com o tratamento?

Quando o diagnóstico é realizado em fases iniciais a chance de cura é acima de 80%. Por isso a importância de realizar o exame de rastreamento como a colonoscopia e sempre investigar precocemente os sintomas relacionados à alteração do hábito intestinal ou sangramento. O tratamento depende de diversos fatores como localização tumor, tamanho e se ocorreu a disseminação para outros órgãos (metástase). Na doença localizada, a cirurgia é o tratamento, podendo ser associada a quimioterapia no pós-operatório. Já na presença de metástase, o tratamento geralmente se inicia com quimioterapia associada a anticorpos.


6) O fígado é o local mais frequente de metástase?

Metástase é quando o câncer dissemina do local de origem para outros órgãos. Quando isso ocorre as chances de cura reduzem de forma significativa. O principal local de metástase do câncer de intestino é o fígado, seguido pelo pulmão. Nestes casos, os tratamentos mais empregados são as quimioterapias, associadas ou não aos anticorpos monoclonais. Recentemente foi aprovado no Brasil o uso da imunoterapia para pacientes com metástase com deficiência em genes relacionados ao reparo do DNA, com excelentes resultados!

 


David Pinheiro Cunha - graduado em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Fez residência em Clínica Médica pela PUC Campinas. Possui residência em Oncologia Clínica pela Unicamp, e título de especialista em Oncologia Clínica pela Associação Médica Brasileira – AMB/SBOC. É membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). David é sócio do Grupo SOnHe –Oncologia e Hematologia, e atua na oncologia do Instituto do Radium, do Hospital Santa Teresa, do Hospital Madre Theodora e na Santa Casa de Valinhos.

 

Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia

www.sonhe.med.br 

@gruposonhe


Estudo revela como o desequilíbrio da microbiota intestinal pode levar à doença de Parkinson

Agregados de ɑ-sinucleína em células intestinais. A imagem de microscopia confocal mostra uma célula enteroendócrina, com núcleo celular em azul, citoesqueleto de actina marcado em verde e agregados citoplasmáticos da proteína ɑ-sinucleína (crédito: Matheus de Castro Fonseca/CNPEM)

 

Há evidências crescentes de que a microbiota intestinal pode influenciar no desenvolvimento e na progressão de distúrbios neurodegenerativos. Dois estudos recentemente publicados por pesquisadores brasileiros não só reforçam essa hipótese como descrevem o mecanismo pelo qual a disbiose – como é chamado o desequilíbrio entre espécies bacterianas patogênicas e benéficas no intestino – pode favorecer o surgimento da doença de Parkinson.

A investigação foi conduzida com apoio da FAPESP por pesquisadores ligados ao Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), que integra o complexo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas. Parte dos resultados foi publicada em fevereiro, no periódico iScience. O segundo artigo foi divulgado este mês na revista Scientific Reports.

“Estudos têm mostrado que o diagnóstico da doença de Parkinson ocorre tardiamente. E que o distúrbio pode se originar muito mais cedo no sistema nervoso entérico [que controla a motilidade gastrointestinal], antes de avançar para o cérebro por meio das fibras autonômicas”, diz à Agência FAPESP Matheus de Castro Fonseca, coordenador da pesquisa.

De fato, vários trabalhos recentes relataram consistentemente a existência de disbiose intestinal em portadores de Parkinson esporádico (casos em que não há um fator genético envolvido), reportando uma maior abundância da espécie bacteriana Akkermansia muciniphila em amostras fecais desses pacientes, quando comparados ao grupo-controle.

“Foi recentemente descrito que células específicas do epitélio intestinal, chamadas de células enteroendócrinas, possuem muitas propriedades semelhantes às dos neurônios, incluindo a expressão da proteína α-sinucleína [αSyn], cuja agregação está sabidamente relacionada com a doença de Parkinson e com outras doenças neurodegenerativas. Por estarem em contato direto com o lúmen intestinal – isto é, o espaço interior dos intestinos – e se conectarem por sinapse com os neurônios entéricos, as células enteroendócrinas formam um circuito neural entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso entérico, sendo assim um possível ator-chave no surgimento da doença de Parkinson no intestino”, informa Fonseca, que atualmente realiza uma pesquisa de pós-doutorado sobre o tema no California Institute of Technology (Caltech), nos Estados Unidos.

Com esses conhecimentos em mente, o grupo do CNPEM buscou entender se os produtos secretados pela bactéria Akkermansia muciniphila poderiam iniciar a agregação da α-sinucleína nas células enteroendócrinas. E se a αSyn agregada nessas células poderia, então, migrar para terminações nervosas periféricas do sistema nervoso entérico.

“Constatamos que as proteínas secretadas pela bactéria, quando cultivadas na ausência de muco intestinal, induzem uma sobrecarga na sinalização intracelular de cálcio das células enteroendócrinas. Isso gera estresse nas mitocôndrias dessas células [as organelas responsáveis pela produção de energia]; síntese e liberação de espécies reativas de oxigênio [que em excesso danificam as estruturas intracelulares]; e, então, agregação da proteína αSyn”, conta Fonseca.

“Além disso, quando cultivamos juntos as células enteroendócrinas e os neurônios, vimos que a proteína αSyn agregada pode ser transferida de um tipo celular para outro”, acrescenta.

A descoberta é muito importante, pois mostra que a disbiose intestinal pode levar ao aumento de espécies de bactérias que, eventualmente, contribuem para a agregação da αSyn nos intestinos. E que essa proteína pode então migrar para o sistema nervoso central, configurando um possível mecanismo de surgimento da doença de Parkinson esporádica.

“A cascata de reações pode começar nos intestinos e subir para o cérebro. Pessoas com predisposição à doença Parkinson esporádica geralmente apresentam, muitos anos antes, quadros recorrentes de constipação intestinal. Em nosso estudo com modelos animais, verificamos uma correlação direta entre disbiose intestinal e Parkinson”, comenta Fonseca.


Novas estratégias de prevenção

Os estudos sobre os microbiomas presentes no organismo humano estão avançando rapidamente. E há uma crescente compreensão da correlação entre o desequilíbrio da microbiota intestinal e as doenças neurodegenerativas – não apenas Parkinson, como também Alzheimer e até mesmo autismo. Revisões alimentares, com vista a reequilibrar a microbiota intestinal, e transplante não invasivo de microbiota intestinal, por meio de cápsulas, podem ser importantes recursos para prevenir essas doenças.

“As doenças neurodegenerativas ainda não têm cura. Por isso, a prevenção é fundamental. Antes o foco das pesquisas era o cérebro. E, com décadas de estudos, não se avançou muito nesse sentido. Agora estamos redirecionando o foco, do cérebro para os intestinos. E as novas descobertas parecem muito promissoras. É muito mais fácil modular a microbiota intestinal do que enfrentar um quadro estabelecido e consolidado no sistema nervoso central”, sublinha Fonseca.

O estudo recebeu financiamento da FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa Regular e de uma Bolsa de Mestrado. Também se beneficiou com o uso das instalações e equipamentos do Instituto Nacional de Fotônica Aplicada à Biologia Celular, sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e patrocinado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os dois estudos publicados pelo grupo de Fonseca são de acesso aberto e podem ser consultados on-line.

O artigo Transcellular propagation of fibrillar α-synuclein from enteroendocrine to neuronal cells requires cell-to-cell contact and is Rab35-dependent está acessível em: www.nature.com/articles/s41598-022-08076-5.

Já o estudo Akkermansia muciniphila induces mitochondrial calcium overload and α-synuclein aggregation in an enteroendocrine cell line pode ser encontrado em: www.cell.com/iscience/fulltext/S2589-0042(22)00178-X?_returnURL=https%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS258900422200178X%3Fshowall%3Dtrue.

 

 

José Tadeu Arantes

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-revela-como-o-desequilibrio-da-microbiota-intestinal-pode-levar-a-doenca-de-parkinson/38159/


Pacientes com Asma Grave sofrem com a dificuldade do diagnóstico

Relato mostra como ainda existe tanto desconhecimento em relação a Asma Grave  


Pacientes que sofrem com Asma Grave, a forma mais severa da doença, relatam que realizar o diagnóstico desta enfermidade não foi tão simples. O caminho percorrido foi demorado e só chegou após vários exames clínicos, troca de terapias e consultas com vários médicos.  

Para a presidente da Associação Brasileira de Asma Grave (ASBAG), Raissa Cipriano, “a falta de informação e o direcionamento tardio para um especialista são obstáculos na jornada do paciente com Asma Grave”. Infelizmente, adultos levam em média quatro anos até chegarem ao seu diagnóstico definitivo e crianças chegam a levar um ano.  

G.C., 8 anos, filha de Raissa, sofria com os sintomas desde os primeiros meses de vida, mas só recebeu o diagnóstico de Asma Grave aos 2 anos de idade. “Passamos por vários médicos, inúmeras crises, 32 internações e necessidade de uso constante de oxigênio. Foi apenas com 4 anos que ela recebeu o tratamento adequado. Hoje, tem uma vida normal, corre, brinca, vai à escola, mas antes se cansava para falar, para ir do sofá da sala ao banheiro e não conseguia alcançar a irmã mais nova nas brincadeiras”, conta Raissa.  

O relato acima mostra que ainda há muito desconhecimento por parte dos pacientes sobre os tipos de asma e as formas mais eficazes de terapia. A asma é considerada grave, ou severa, quando o paciente continua apresentando sintomas e crises mesmo usando regularmente doses elevadas de corticoide inalatório com outra(s) medicação(ões) de controle associada(s)¹.  

Asma Grave é aquele tipo da doença que não está controlada, apesar de o paciente se medicar com doses máximas preconizadas de broncodilatadores e de corticoides inalatórios. Neste caso, fica indicada a utilização de medicamentos imunobiológicos para que se possa estabelecer o controle da doença ²“, explica Antônio Condino Neto, médico e professor Titular do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

 

Diagnóstico demanda exames clínicos  

Outro ponto levado em conta durante o diagnóstico é a frequência nas internações, que muitas vezes podem necessitar de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A Asma Grave pode se desenvolver em qualquer idade³.  

Pacientes com Asma Grave geralmente demonstram redução significativa de sua função pulmonar quando submetidos a um exame de espirometria. Apesar da espirometria ser importante, o exame clínico aliado ao histórico do paciente são suficientes para se estabelecer o diagnóstico¹. O asmático grave frequentemente também recebe a prescrição de corticoides orais para complementar seu tratamento, o que pode trazer consideráveis efeitos adversos para a sua saúde4. Por estas razões, pneumologistas alertam sobre a importância de estar acompanhado por um especialista.  

Atualmente os pneumologistas contam com a possibilidade de prescrever imunobiológicos para pacientes com Asma Grave. Os imunobiológicos são terapias alvo-específicas que mudaram o manejo de várias doenças inflamatórias crônicas, caso da Asma Grave7,8. De última geração, esses medicamentos conseguem oferecer uma solução terapêutica para os casos da doença que não respondem ao tratamento convencional9. 

Além disso, os imunobiológicos possibilitam ao paciente um tratamento menos nocivo à saúde já que o uso de corticoides orais por muito tempo pode provocar efeitos colaterais importantes no organismo 10. Doenças metabólicas como obesidade e diabetes, aumento da pressão arterial, problemas oculares, osteoporose, retardo de crescimento em crianças, alterações no sistema imunológico e até mudanças de comportamento, são alguns desses efeitos 10.  

Hoje, com os tratamentos imunobiológicos, as pessoas que sofrem de Asma Grave podem melhorar sua qualidade de vida ao voltarem a realizar atividades simples, antes restritas por conta da doença, tais como caminhar, praticar exercícios e etc. 

Nós dispomos de uma diversidade de medicamentos e modalidades de tratamentos, que permitem que uma pessoa com Asma Grave possa controlar sua doença e ter uma vida normal”, explica o professor e doutor Condino Neto.



Referências:
1. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Acesso em 10 de janeiro de 2022.

2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOLOGIA. Emescam Cartilha Asma. . Acesso em: 09/09/2021
3. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Acesso em 10 de janeiro de 2022.
4. AAAAI (American Academy off Allergy Ashtma e Immunology). Acesso em 17 de janeiro de 2022.
5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOLOGIA. Emescam Cartilha Asma. Acesso em: 09/09/2021.
6. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). Acesso em: 10 Fevereiro 2022.
ANTONICELLI, L., et al. Asthma severity and medical resource utilization. European Respiratory Journal, 23- 34: 723-729, 2004.
7. CHUNG, KF. et al
International ERS/ATS guidelines on definition, evaluation and treatment of severe asthma. Eur Respir J, 43(2):343-73, 2014
8. SOCIEDADE        BRASILEIRA        DE        PNEUMOLOGIA         E                                TISIOLOGIA.         Acesso em: 10 Fevereiro 2022
9. Asthma Australia. What treatments are used for severe asthma? Acesso em: 10 Fevereiro de 2022.

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