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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Ocorrência da mosca branca na safra de soja 2021/22 em Mato Grosso é observada em lavouras plantadas mais cedo

Conforme orientações da Fundação MT, os produtores agora devem ficar atentos às áreas mais novas, que no momento estão no estágio R3 e R4 e, principalmente, com cultivares de ciclo mais longo; entenda o porquê.


Não é de hoje que os produtores, não só de soja, mas de diversas culturas, precisam realizar o controle da mosca-branca (Bemisia tabaci Biótipo B) ou ainda lidar com infestações nas lavouras. Além dos danos diretos que a praga causa, há também os indiretos, como a transmissão de vários vírus que a utilizam como vetor. Em Mato Grosso, na safra de soja 2021/22, já é possível observar os adultos do inseto nas áreas plantadas mais precocemente, mas ainda com baixa população das ninfas, pois os ovos e os primeiros estádios de desenvolvimento não são visíveis a olho nu.

Com pesquisas sobre o manejo da mosca-branca em soja, realizadas no Médio Norte do Estado, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) orienta produtores e técnicos a ficarem atentos às áreas mais novas da cultura, que neste momento estão no estágio R3 e R4, principalmente as de cultivares de ciclo mais longo, pois podem oferecer alimento e local de desenvolvimento para os insetos que vão migrar das áreas mais velhas.


Infestações na soja

Lucia Vivan, doutora em Entomologia e pesquisadora da Fundação MT, explica que na cultura da soja as infestações da mosca-branca iniciam com populações baixas de adultos, mas se houver períodos de veranico a tendência é de aumento da população e colonização com a presença de ninfas.

Outro ponto importante é que ataques severos têm sido verificados em áreas próximas a plantios de algodão, feijão e cucurbitáceas na entressafra, sob pivô central. “Essas plantas hospedeiras que terminam seus ciclos ou secam já abrigavam a mosca-branca, são lavouras que funcionam como ponte para a praga entre as safras de soja”, explica Lucia.

É frequente que as bordaduras sofram os ataques iniciais, já que são as margens de entrada do inseto na lavoura e são áreas mais secas, ventiladas e, quase sempre, mais empoeiradas, o que costuma favorecer a praga. Lavouras onde os inimigos naturais foram perturbados ou eliminados também são locais propícios para as explosões populacionais da praga.


Danos na soja

As ninfas e os adultos da mosca-branca causam o dano direto na cultura. Ao se estabelecerem na face inferior da folha, sugam a seiva, extraindo carboidratos e aminoácidos, podendo causar manchas cloróticas, murcha e queda das folhas. Com a extração da seiva, ocorre a depauperação das plantas, com comprometimento do desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. “Em ataques mais severos, pode ocorrer a antecipação do ciclo em até 15 dias” destaca a doutora.

Já o principal dano indireto, que é outro grande problema da mosca-branca, é o fato dela ser vetor de vírus dos grupos geminivírus, carlavírus, closterovírus e luteovírus, os quais causam doenças muito severas em diferentes culturas. Cerca de 120 espécies de vírus já foram descritas sendo transmitidas por mosca-branca B. tabaci.

De acordo com estudos da Fundação MT, as perdas em Mato Grosso, em lavouras de soja onde não é feito o controle efetivo, podem chegar de 10 a 15 sacas por hectare, em relação a uma área com controle. No entanto, infestações baixas já podem ocasionar perdas, pois os danos de alimentação e excreção de honey-dew e o desenvolvimento de fumagina vão interferir na capacidade fotossintética da planta com reflexos negativos na produtividade.


Fumagina

Durante a alimentação, o inseto da mosca-branca e, principalmente a ninfa, excreta um “melado” que favorece o desenvolvimento de fumagina. Trata-se de um fungo negro que cresce sobre as folhas, escurecendo-as, prejudicando a realização da fotossíntese e, consequentemente, pode interferir na produtividade, dependendo do estágio da planta e população presente da praga. São as ninfas que liberam grande quantidade dessa substância açucarada, possibilitando maior crescimento de fumagina sobre as folhas que, ao se tornarem pretas, absorvem muita radiação solar, queimam e caem.


Ponto de partida para o manejo

Uma das dúvidas que os produtores e técnicos têm em relação ao controle de pragas é o momento certo de realizar o manejo. No caso da mosca-branca, Lucia Vivan explica que é importante que as áreas sejam monitoradas e se verifique a população de adultos, e ao saber a incidência dos adultos é necessário avaliar a população de ninfas, pois os produtos utilizados para controle são diferentes.

“A decisão para o controle de adultos deve ser quando a infestação ainda é inicial e não haja ocorrência de ninfas visíveis a olho nu. Nesse momento, é possível o uso de produtos à base de neonicotinoides e diafentiuron. A partir da ocorrência de ninfas é necessário o uso de produtos específicos para a forma jovem como piriproxifen, buprofezin, ciantraniliprole, espiromesifeno, fupiradifurone, sulfoxaflor e spiropidion”, informa a entomologista.

Ela destaca ainda que o controle das formas jovens do inseto encontra bons produtos no mercado, no entanto, devem ser posicionados em baixas infestações. “Para a cultura da soja uma das recomendações são infestações com 5 a 10 ninfas de quarto instar por folíolo. Geralmente, a infestação se inicia no terço inferior e médio da planta. Essa população baixa, de ninfas, é devido a dificuldade de identificar a população em número de ovos e nos instares mais iniciais, onde não é possível a olho nu, necessitando de uma lupa de mesa”, diz.  


Ações preventivas

Como ainda não existem cultivares resistentes ou tolerantes à mosca-branca, em traços gerais é importante realizar medidas preventivas que desfavoreçam o desenvolvimento do inseto nas áreas de cultivo. A Fundação MT orienta eliminar plantas hospedeiras da praga dentro da cultura e em áreas vizinhas, ou seja, um bom manejo de plantas daninhas; fazer levantamento e contagem da praga no campo; utilizar produtos seletivos para manter os inimigos naturais; destruir os restos culturais; evitar o plantio de cultivares muito atrativas à praga; treinamento do monitor para identificar os primeiros focos do inseto; seleção dos produtos considerando rotação de modo de ação, efeito sobre inimigos naturais e fase de desenvolvimento da mosca-branca.

Outra ação preventiva que pode ser uma boa estratégia em situações em que a praga já está presente, segundo a doutora Lucia, é o tratamento de sementes com o objetivo de diminuir as migrações para a cultura recém germinada, impedindo, desta forma, seu estabelecimento na área. “Só que para a cultura da soja não é efetiva devido a infestação ausente no momento do plantio, no entanto, para a cultura do algodão em sucessão a da soja é uma boa estratégia de controle inicial”, declara.


Trabalhos sobre a mosca-branca

A Fundação MT desenvolve vários trabalhos de controle químico e biológico para mosca-branca na cultura da soja, bem como a suscetibilidade de cultivares de soja para essa praga. A instituição também é fonte de resultados sobre plantas hospedeiras e o manejo da praga na cultura do algodoeiro.

Para os trabalhos com mosca-branca na soja, a região de desenvolvimento é no médio norte. Para o algodoeiro, as pesquisas acontecem na região da Serra da Petrovina, ao sul do Estado, e em Sapezal, no oeste de Mato Grosso.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Ômicron: Como a nova cepa da covid-19 pode afetar a saúde mental logo no início de um novo ano

Francesco pellegata, master trainer em hipnoterapia e programação Neuro-Linguística (PNL), revela como manter o equilíbrio psicológico e evitar sentimentos como a ansiedade e o medo, que podem surgir em meio a novas incertezas sobre o futuro


O aumento dos casos confirmados com variante ômicron da covid-19 está mexendo com a saúde mental de parte da população. Mesmo com o grande números de pessoas vacinadas, o crescimento da doença tem feito muitas pessoas ficarem preocupadas. A sensação de medo constante e a insegurança logo no início de um novo ano pode levar ao desenvolvimento de ansiedade e outras doenças mentais. 

 

Francesco Pellegatta, master trainer em hipnoterapia e uma das principais referências internacionais em Programação Neurolinguística (PNL), acredita que neste momento de incertezas é fundamental utilizar a calma e seguir a lógica para encarar esse novo desafio imposto pela pandemia:

 

“Olhando a situação do Brasil, como um todo, podemos logicamente chegar a conclusão de que a nova variante será enfrentada e contida. Isso não significa que podemos abandonar as medidas básicas de segurança, e principalmente não podemos nos entregar ao pânico”.

 

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou que durante a pandemia 80% dos brasileiros se tornaram mais ansiosos. Neste momento, quando as medidas de flexibilização estavam bem avançadas e o isolamento parecia algo do passado, o surgimento da variante ômicron, pode despertar novamente essa sensação negativa em relação ao futuro.  

 

Francesco, que é atualmente a única pessoa no mundo a ser certificado simultaneamente como Master Trainer de PNL pela American Board of NLP (ABNLP) e pela a Association for Integrative Psychology (AIP), explica que ansiedade funciona como uma ilusão criada pelo cérebro quando focamos em algo negativo e destaca que é preciso fazer uma distinção entre o que é o nervosismo comum do dia a dia e quando isso passa a ser uma patologia: 

 

“Basicamente a ansiedade funciona assim: as pessoas começam a pensar muito no futuro e imaginam que tudo de ruim irá acontecer. Para resolver essa questão é preciso mudar essa mentalidade. Se penso em tudo de negativo que pode acontecer, isso significa que também tenho a capacidade de focar em tudo de positivo que pode acontecer. Balanceando essas duas representações iremos simplesmente resolver a ansiedade. É óbvio que é necessário fazer uma distinção entre a ansiedade que todos experimentamos ao longo da vida e a patológica. Para a ansiedade generalizada, essa simples dica funciona, mas nos casos patológicos não”.


 

A Programação Neuro-Linguística (PNL) como um importante aliado 

 

Francesco ressalta que desde o início do isolamento social defendeu que era necessário que as autoridades públicas oferecessem suporte mental para a população. Segundo ele, já que os alertas foram ignorados neste momento é necessário que “devemos ser nós mesmos os responsáveis para restabelecer a normalidade, senão melhorar ainda mais”.

 

Nessa lógica, a Programação Neuro-Linguistica pode ajudar promovendo uma grande reflexão mental das pessoas. Francesco conta que a técnica foi a mais valiosa que conheceu nos seus anos de estudo e pesquisa:

 

“A Programação Neuro-Linguística (PNL) pode nos auxiliar no autoconhecimento, a controlar nossa mente e pensamentos. Eu vejo o conhecimento próprio de cada um como um trabalho que todos nós iremos precisar fazer diariamente a partir de agora, para o nosso próprio bem estar. É um absurdo pensar que tudo que aconteceu pode ser simplesmente esquecido.Os traumas chegaram, agora precisamos resolvê-los e fortalecer a nossa mente”. 


 

Atenção ao consumo exagerado de notícias

 

Para quem está passando por um momento de instabilidade e preocupação com as mudanças que podem ocorrer devido ao surgimento de novas variantes, ler e consumir informações todos os dias é algo que pode gerar desconforto. Passar horas e mais horas se informando sobre esse tema pode causar um aumento na ansiedade. Francesco pontua que é importante consumir essas notícias, mas sempre buscando um equilíbrio:

 

“O ideal seria usar a nossa mente de forma funcional. Escutar as notícias de maneira crítica é a solução para evitar novas ansiedades e possíveis patologias psicológicas conectadas com a pandemia. Por exemplo, neste momento sabemos que a nova variante é sim mais transmissível e ao mesmo tempo é bem mais leve, por isso é inútil focar no que poderia acontecer de ruim, quando podemos confiar na ciência. Ficar atento ao fato de que essa nova variante tem uma taxa de mortalidade bem inferior e pode acabar se tornando algo não tão preocupante”. 


 

Pensamento positivo para 2022

 

Mesmo com muitas incertezas, a virada do ano é sempre um momento de refletir e pensar no que se deseja para o início de um novo ciclo. Criar metas, mentalizar sonhos e pensar de maneira positiva podem ajudar a retirar pensamentos negativos que estejam atrapalhando o seu dia a dia. Francesco Pellegatta dá algumas dicas que podem ser muito úteis nesse início de 2022:

 

“Estabeleça metas, foque no que quer para os próximo ano, isso é fundamental. Faça metas alcançáveis e as escreva em um papel. Coloque em um lugar que você possa ver diariamente, pode ser na porta da geladeira, no carro, na carteira ou bolsa . É importante estabelecer uma meta principal para o ano de 2022 e todos os objetivos menores necessários para alcança-lá”.

 

Ele também ressalta que é importante não só colocar uma meta, mas esse objetivo esteja relacionado a algo mais profundo de cada um: 

“Quando for escolher a meta principal para 2022, questione se essa meta é também o propósito maior para a sua vida. Porque quando é algo compatível com os nossos ideais, elas agregam muito mais na nossa existencia”.

 


Francesco Pellegatta

www.instagram.com/francesco_pellegatta

https://www.pnl.expert/pnl


Transtornos mentais podem afetar a saúde física e devem ser levados a sério

Campanha Janeiro Branco visa conscientizar sobre a importância da saúde mental no novo ano que se inicia


Prestes a completar dois anos de duração, a pandemia da covid-19 alterou radicalmente a rotina da população, forçando-a a se isolar e a viver em um cenário incerto. Apesar de a vacinação em massa ter permitido grande queda nos casos graves e mortes, além da volta à grande parte das atividades presenciais, o impacto que esses dois anos teve na saúde mental das pessoas foi enorme, e é preciso cuidado para que transtornos como ansiedade e depressão sejam tratados e não afetem de forma grave até mesmo a saúde física.

“Este período tornou tudo mais delicado. Afinal, o distanciamento social, o trabalho remoto e a impossibilidade de sair de casa forçaram muitas pessoas a ter que encarar situações das quais antes conseguiam se blindar de alguma maneira", comenta a psiquiatra do Hospital Brasília/Dasa Carolina Tajra.

Para começar o ano com chave de ouro é preciso destacar a importância de cuidar da saúde mental. Pessoas que enfrentam problemas nesse aspecto da vida costumam ter seu pensamento, humor e comportamento negativamente afetados. A parte delicada é que, muitas vezes, a causa dos transtornos psicológicos não é bem definida, podendo ir desde fatores biológicos, como genes ou química do cérebro, até experiências de vida, como um trauma ou abuso. Ter um histórico familiar de problemas de saúde mental também pode influenciar consideravelmente.

Existem inúmeros tipos de transtornos mentais, mas temos percebido um aumento significativo em alguns quadros, que acabaram se tornando mais comuns na sociedade, como: ansiedade; depressão; transtorno bipolar; esquizofrenia; e distúrbios alimentares.

 

Impacto na saúde física 

Além do sofrimento psíquico causado por esses transtornos, eles podem causar sintomas físicos. Por exemplo, a ansiedade pode gerar palpitações e dificuldade de respirar. É possível que pacientes busquem atendimento médico para tratar esses sintomas, sem saber que sua origem pode ser psicológica.

“Dificilmente a paciente sozinha vai conseguir fazer a diferenciação entre um episódio ansioso e uma doença, pois sua percepção estará prejudicada”, conta a endocrinologista e pediatra do Exame Imagem e Laboratório/Dasa Fernanda Lopes. “O melhor é ela ser vista por um clínico que exclua doenças orgânicas e, assim, possa encaminhá-la para um psiquiatra ou psicólogo”, continua.

Além desses sintomas, os transtornos mentais podem ter efeitos negativos em outros sistemas do corpo, como o endócrino. “Distúrbios alimentares como a anorexia podem ter impacto importante na produção de hormônios sexuais, por exemplo, levando à ausência de menstruação nas mulheres. O estresse pode aumentar os níveis de cortisol, mas não chega a causar um hipercortisolismo”, conta Fernanda Lopes. “A ansiedade/ e depressão associadas a mudanças de padrão de sono podem interferir no ciclo circadiano e, consequentemente, atrapalhar a pulsatilidade de diversos hormônios”, continua.

 

Como tratar a saúde mental? 

Existem diversas formas de controlar o desenvolvimento de problemas de saúde mental. Antes de mais nada é recomendável obter ajuda profissional, através da análise e do acompanhamento com um psicanalista, psiquiatra ou psicólogo. Esses especialistas serão capazes de intervir no quadro da maneira correta, desenvolvendo habilidades de enfrentamento junto ao paciente e conduzindo-o a um estado mental mais tranquilo e otimista, da melhor forma possível.

Alguns comportamentos pessoais podem fazer toda a diferença para a pessoa que sofre com um transtorno mental, como conectar-se com outras pessoas, tentar ao máximo manter uma atitude positiva, estar fisicamente ativo, buscar apoio e dormir o suficiente.

Um detalhe essencial, que vale ser ressaltado, principalmente se você for familiar ou amigo de uma pessoa que lhe expôs um problema relacionado à esfera psicológica, é evitar a minimização das dificuldades, através de comentários como "Há quem está pior" ou "Você deveria ser grato pela vida" ou “Existem outras coisas maiores para se preocupar", daí por diante. Esse comportamento é absolutamente contraproducente, pois aqueles que sofrem com dificuldades ou problemas psicológicos estão, na maioria das vezes, perfeitamente cientes de tudo isso, o que não significa que devam ser menosprezados ou desconsiderados em relação à luta que enfrentam. Essa é a hora de demonstrar todo o seu apoio, amor e acolhimento.

“Saber procurar ajuda especializada é um passo importante para buscar o equilíbrio mental", finaliza a médica.

 


Dasa

www.dasa.com.br

 

Saúde bucal não pode ser negligenciada nas férias, explica dentista

 

Quebra da rotina em viagens altera hábitos, pode causar doenças graves e piorar preexistentes  

  

Com a rotina alterada por conta dos recessos de fim de ano, muitas pessoas têm negligenciado a saúde bucal. Crianças de férias, viagens que promovem alimentação em horários diferentes e a intenção de apenas curtir a folga é capaz de desencadear diversos problemas na boca, desde o mau hálito até infecções bacterianas que podem levar ao câncer bucal. Por isso, dentistas reforçam a importância do hábito de higiene em todo o período de viagens ou mudança de rotina.   

Quando as bactérias da boca migram para outras áreas do organismo, por meio da corrente sanguínea, é possível que haja novas infecções e a piora de outras doenças preexistentes. Desta forma, a coordenadora do curso de Odontologia da Faculdade UNINASSAU, campus Redenção, Carolina Tavares, reforça que o compromisso com a saúde da boca não deve ser negligenciado, a fim de que problemas ainda mais graves não surjam. “Fugir da rotina habitual ou ficar fora de casa por semanas não pode ser pretexto para a falta de escovação, por exemplo. Nas férias, os horários mudam, talvez refeições sejam puladas, mas a escovação precisa continuar três vezes ao dia, após as refeições. Parece simples, mas isso pode evitar que o paciente desenvolva infecções, cáries ou até doenças bem mais graves, como a endocardite bacteriana e o câncer bucal”, reforçou Carolina.   

Para quem vai sair em viagem, a dentista lembra que os viajantes precisam separar espaço na bagagem para produtos de higiene bucal. Tavares também enfatiza que a alimentação pode interferir na saúde da boca, enfraquecendo o esmalte dental ou prejudicando a mucosa oral. "Uma necessaire com uma escova de dente, fio dental, um enxaguante e creme dental já são suficientes para um sorrisão livre de problemas. Separe sempre um momento pra realizar esse ritual de saúde. Sobre as refeições, evite choques térmicos, pois isso prejudica o esmalte dos dentes. Quando falamos em álcool, sempre com moderação. Essa substância reduz a produção de saliva e, consequentemente, temos grandes chances de aparecer o mau hálito. E, sem medo, saiba que a saúde começa na boca”, finaliza Carolina Tavares.  


AVC precoce: previna-se e conheça as terapias de tratamento


Sedentarismo, excesso de trabalho, muita comida industrializada, tabagismo e uso de drogas ilícitas. Essas são algumas das causas apontadas por especialistas por trás do crescimento de casos de acidente vascular cerebral (AVC) precoce (antes dos 60 anos).

De acordo com a Central Nacional de Informações do Registro Civil, as pessoas com idades entre 20 e 59 anos representaram 17,2% dos óbitos por AVC no Brasil em 2019, mas esse número subiu para 18,5% em 2020 e para 20% entre janeiro e outubro de 2021.

Vejo esses dados com grande preocupação, pois o AVC precoce costuma ser mais grave do que entre idosos, faixa em que essa ocorrência é mais comum. Não existem pesquisas definitivas sobre o assunto, mas percebo que o estilo de vida atual conduz cada vez mais para o imediatismo, tudo ao alcance da mão pelo celular.

A vida facilitada das entregas de comida, muitas vezes, impede movimentos simples como a caminhada até um restaurante, ou mesmo a agitação natural dentro de casa no preparo dos alimentos. Além dos condimentos e da gordura próprios da comida comprada, o horário das refeições está se tornando um tempo não de descanso, mas de comer rapidamente para “resolver coisas” – ou mesmo para manter altos os níveis de atividade cerebral ao celular.

Tudo isso representa maiores níveis de estresse, excesso de informação, além do sedentarismo. Somado a isso, existe a tendência aos excessos noturnos da juventude, seja com hábitos irregulares de sono, uso do tabaco ou drogas ilícitas. Lamento que sejam atitudes tão corriqueiras a nos levar a um desequilíbrio tão grande, que inclui a pressão arterial, índices glicêmicos e muita obesidade.

Infelizmente, é raro que o AVC seja leve entre jovens, sendo mais comum a ocorrência de moderada a grave, com perdas importantes de atividade motora e cognitiva. Para quem sofreu um AVC em idade “produtiva”, felizmente existem bons resultados com o uso de métodos terapêuticos como o Perfetti, fruto de pesquisas realizada desde os anos 1970.

O Método Perfetti foi justamente originado de inquietações relacionadas ao acidente vascular, pois mesmo com o uso de diversas técnicas era comum chegar a um ponto do tratamento em que o paciente não evolui nem piora, ou seja, fica estagnado – o chamado platô.

A partir de recursos da reabilitação neurocognitiva, foi possível auxiliar essas pessoas a obter melhoras mais significativas – e isso é excelente, visto que elas desejam voltar a ser produtivas mais rapidamente, ainda que retomem carreiras diferentes daquelas em que atuavam.

Entre meus pacientes da terapia ocupacional, essa recuperação é gradual, mas consistente, e a constância no tratamento é fundamental. Seguimos assim, com muito interesse na recuperação da vida!

  


Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 31 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.


Fraturas recorrentes, fadiga e dores nos membros podem ser sinais de doença rara e progressiva

 


  • A osteomalácia oncogênica é uma condição caracterizada pelo desenvolvimento de tumores pequenos e de difícil localização;
  • Comumente confundida com doenças mais comuns, o atraso em seu diagnóstico pode agravar o quadro clínico do paciente;

 

Sintomas inespecíficos e difusos atrasam o diagnóstico da osteomalácia oncogênica, também conhecida por osteomalácia induzida por tumor (TIO), doença rara caracterizada pelo aparecimento de tumores pequenos e de difícil localização, que ocasionam a perda renal de fosfato, mineral responsável pela saúde óssea. Enquadrada como síndrome paraneoplásica -- quando os sintomas ocorrem em locais distantes do tumor -- estima-se que a condição afeta menos de mil pessoas no mundo todo.

A osteomalácia oncogênica, traduzida para termos leigos, significa “ossos moles”, e se dá pelo aparecimento de um ou mais tumores pequenos e benignos, que podem se alojar nos ossos ou tecidos moles e não causam sintomas locais. Esses tumores produzem em excesso a substância FGF-23, proteína responsável por regular o fósforo e a vitamina D ativa -- minerais essenciais para a formação e manutenção da qualidade óssea -- que acabam sendo eliminados em altas quantidades pela urina. Desta forma, os ossos se tornam frágeis e suscetíveis a fraturas.

A condição acomete, frequentemente, homens e mulheres na idade adulta, entre 40 e 45 anos, e causa dor óssea, muscular, fraturas patológicas ou raquitismo em pacientes mais jovens, além de fraqueza muscular. “A característica inicial da doença se dá pelo aparecimento de dores pelo corpo, seguida de múltiplas fraturas nos pés, pernas e vertebras. Pelo desconhecimento da doença, muitos médicos tratam apenas os sintomas, não a doença em si, o que torna a jornada do paciente, até o diagnóstico, longa e angustiante. O tempo médio varia de acordo com os estudos, mas há casos de pacientes que demoraram três, cinco e até 28 anos para obterem o diagnóstico correto”, explica Dra. Marise Lazaretti Castro, endocrinologista e chefe do grupo de doenças osteometabólicas da disciplina de Endocrinologia da UNIFESP.

Embora seja uma doença rara, a osteomalácia oncogênica pode ser diagnosticada e tratada corretamente, oferecendo ao paciente uma melhor qualidade de vida. “Em caso de dúvidas, é necessário procurar um especialista e solicitar exames de sangue e de urina, para que se possa avaliar os níveis de fósforo, cálcio, vitamina D ativa e o FGF-23, além de exames de imagem, como tomografia computadorizada e cintilografia, para investigar o tumor. O diagnóstico precoce permite ao paciente a oportunidade de resolução completa dos sintomas e anormalidades bioquímicas, seja por método cirúrgico ou por via medicamentosa” finaliza a endocrinologista.


Tratamento

A remoção do tumor costuma ser a primeira opção de tratamento. Entretanto, nem sempre é viável, já que estes tumores, por serem muito pequenos, podem não ser localizados. Além disso, dependendo de sua localização, não podem ser removidos.  

No Brasil já existe terapia medicamentosa disponível para osteomalácia oncogênica. O tratamento inibe a atividade biológica do FGF23, restaura a reabsorção renal de fosfato, aumenta a produção de vitamina D ativa e ajuda a melhorar os sintomas.


ALIMENTAÇÃO: DICAS, E OS CUIDADOS PARA ENFRENTAR A COVID-19



Qualidade de vida, e alimentação saudável, são essenciais na recuperação dos pacientes com Covid-19. A nutricionista Adriana Stavro preparou uma lista de alimentos e cuidados para enfrentar mais uma onda de pandemia. “Uma nutrição adequada e regular é indispensável para uma recuperação mais eficiente da Covid e suas sequelas.” ressalta a nutricionista Adriana Stavro.


Em tempos de coronavírus é necessário fortalecer o sistema imunológico. E mesmo quem não tem hábitos alimentares saudáveis pode e deve mudar em caso de infecção pelo vírus: “Uma reeducação alimentar deve ser aplicada de acordo com o estado ou o grau de sequelas do paciente. Pacientes que necessitam ficar de cama, que sentem fadiga em excesso e cansaço, podem precisar de um aumento no consumo de carboidratos de origem integral para a melhora de energia. Também é bom aumentar o consumo de proteína que ajuda a diminuir os sintomas de cansaço e fadiga.” completa Adriana.

A nutricionista Stavro frisa que para quem permanece com sequelas da doença, é de extrema importância usar a nutrição como aliada na recuperação do organismo. E para isso ela separou algumas dicas de alimentos para cada sintoma e possíveis sequelas:

Dor de garganta: Um alimento que ajuda nesse caso é o alho, graças a sua função antisséptica. Ele pode ser adicionado a um chá com canela e gengibre, que promove alívio do sintoma. Outra dica é comer alimentos pastosos até a dor passar.

Perda de massa muscular: Aqui é preciso priorizar a combinação de carboidratos, como pães e massas integrais, proteínas de origem animal ou vegetal.

Funcionamento dos pulmões afetados: Para quem encontra dificuldades para respirar, um alimento aliado é a beterraba. A raiz possui efeito broncodilatador e pode ser consumida em forma de purê.
Outro alimento eficaz para saúde pulmonar é a banana, rica em potássio, fibra e vitamina C, a banana é uma potência da nutrição e também é benéfica para os pulmões. Estudos mostram que o potássio ajuda a contrair e expandir os pulmões que consequentemente pode ajudar a prevenir problemas respiratórios.

Perda do olfato: É indicado a inclusão de alimentos com aromas a que o paciente estava acostumado. Um exemplo é uma salada temperada com vinagre e cebola, que possuem compostos sulforafanos, nos quais os odores persistem por mais tempo e são mais potentes. Frutas cítricas e aromas como café e canela também são indicados.

Falta de apetite: Você pode optar por algo líquido, mas que tenha consistência. Por exemplo, um shake de manga ou açaí, contém alto valor calórico, sem que o paciente precise mastigar. Use frutas como abacate e coco ou até mesmo um suco verde.

A nutricionista Adriana explica também que é necessário priorizar uma nutrição com alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes, com o intuito de reduzir o crescimento viral e diminuir os sintomas.
 

A anemia é um dos sintomas muito presentes nos pacientes com sequelas, por isso Adriana Stavro indica também o aumento do consumo de proteínas associado a componentes com vitamina C, ferro, vitamina D e suplementos que melhoram a disposição. “Considerando isso, é de se considerar uma avaliação nutricional” afirma Adriana.

Adriana ressalta a importância de concentrar sua atenção em alimentos que forneçam energia, como grãos integrais e proteínas, e leve em consideração que essa disposição precisa ser constante para não ter pico ou queda do índice glicêmico. E conte com ajuda de uma nutricionista capacitada.
 

Confira mais algumas dicas de alimentos para a recuperação pós Covid segundo a nutricionista Adriana Stavro:
Queijo Branco: Fonte de proteína, auxilia na recuperação da força muscular e melhora as funções das enzimas gástricas e ajuda as “bactérias do bem” presentes no intestino.

Beterraba: Rica em óxido nítrico, que traz um relaxamento dos vasos sanguíneos, resultando numa melhora no fluxo de sangue, oxigênio e nutrientes para o organismo, ajudando nas funções pulmonares.

Frutas Cítricas: Contém vitamina C que contribui para a defesa imunológica e auxilia também a prevenir e tratar infecções respiratórias e sistêmicas.

Cúrcuma: Um tempero anti-inflamatório que auxilia no combate do estado resultante da doença. E também, se sugere que a curcumina ajuda a reduzir a replicação do vírus.

Uvas: São ricas em flavonoides, taninos e resveratrol, um excelente antioxidante para o organismo.

Cenoura: Fonte de vitamina A. O betacaroteno é um antioxidante que ajuda a combater os radicais livres e aumenta a imunidade.

Castanhas e Oleaginosas: Possuem selênio e zinco, são fontes de gorduras boas, vitaminas do complexo B e E, que são antioxidantes e auxiliam o processo de cicatrização.

Cebola Roxa: Tem quercetina com ação antioxidante e anti-inflamatória e possui também combatentes antivirais.

Chá Verde: Possui ação anti-inflamatória, diminuindo alguns sintomas, ajuda também na melhora da resposta imunológica.
 

Kefir: Possui probióticos, fortalece o intestino e ajuda no amadurecimento das células que defendem e combatem a infecção do vírus.

Para mais dicas de alimentação em tempos de pandemia só entrar em contato com a nutricionista.

 

Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.
Instagram -@adrianastavronutri


A cura do câncer pela vacina


As vacinas se tornaram referência mundial com o advento da pandemia da Covid-19. Porém, um imunizante produzido em tão pouco tempo levantou dúvidas sobre sua eficácia. O que a maioria das pessoas não sabia é que, há anos, os cientistas vêm pesquisando uma nova abordagem para o tratamento de câncer com o RNA mensageiro (mRNA), que implica em tratamento individualizado. Graças ao desenvolvimento dessa técnica foi possível chegar numa resposta célere contra o novo coronavírus.  

Ao longo dos séculos, o uso de vacinas tem provocado polêmicas ao redor do mundo, resultado do desconhecimento da importância e do alto grau de segurança que esses imunizantes oferecem. Um dos casos mais conhecidos ocorreu no início do século XX. O jovem sanitarista Oswaldo Cruz assumiu a empreitada de salvar a cidade do Rio de Janeiro da varíola, promovendo uma vacinação obrigatória. A atitude do médico provocou uma das mais ruidosas revoltas da República.  

A introdução de substâncias biológicas no organismo, com o propósito de ativar o sistema imunológico, tem registro de uso já no Século X pelos chineses. Já o francês Louis Pasteur (1822-1895) ocupa lugar de destaque na história pela criação da vacina contra a raiva. Desde esses tempos, as vacinas têm se tornado referência para a prevenção de muitas doenças e são raríssimos os casos de contraindicação.  

As pesquisas recentes utilizando o RNA mensageiro nas vacinas contra a Covid-19 são resultados de estudos que vêm ocorrendo há muitos anos na busca de um imunizante para tratar o câncer. Um dos propósitos desse método é ajudar o sistema imunológico a combater as células tumorais do organismo. Para produzir o imunizante, é preciso realizar uma biópsia do tumor do paciente e fazer o sequenciamento do genoma. Em seguida, os cientistas desenvolvem uma molécula de RNA para codificar as proteínas que respondem pelas mutações das células normais, que posteriormente se tornam cancerosas. Ou seja, o papel dessa modificação é fazer com que o organismo aprenda a reconhecer uma determinada proteína nas células cancerosas.  

As vacinas oncológicas já vêm sendo aplicadas com sucesso no tratamento de vários tipos de câncer como os de pele, de próstata e de mama. As respostas animadoras também vêm de outras frentes, como a produção de imunizantes a partir de células adjuvantes, que estimulam a resposta imunológica. Hoje, podemos inclusive falar em vacina preventiva contra o câncer. Estudos também já são realizados em pacientes com alto risco de desenvolver câncer de mama.  

Um dos estudos mais promissores foi um ensaio clínico de Fase III, em que pacientes com câncer de mama avançado receberam uma vacina após se submeterem a tratamentos convencionais. Em 15 anos, a taxa de recorrência da doença entre pacientes vacinados foi de 12,5%, contra 60% em pacientes que receberam o tratamento convencional e uma vacina placebo. Outra boa notícia vem de pesquisas de uma outra vacina. Os resultados são muito animadores. As pacientes imunizadas tiveram, em cinco anos, uma sobrevida livre da doença de 14 pontos percentuais maior em comparação com indivíduos que receberam placebo.  

Um dos diferenciais das vacinas oncológicas é a necessidade de personalização do tratamento. Os custos ainda são proibitivos para uso em larga escala, mas o desenvolvimento tecnológico deve baratear o seu uso e permitir ampliar sua escala.  

As vacinas são, portanto, uma das mais promissoras respostas para o futuro tratamento do câncer e, porque não, de outras enfermidades que possam surgir no horizonte. Precisamos deixar de lado o preconceito para um imunizante que é resultado de longos anos de pesquisa e tem eficácia mais do que comprovada por milhares de cientistas ao redor do mundo.



Ramon Andrade de Mello - médico oncologista, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve, em Portugal.


Burnout agora é doença do trabalho. O que isso significa para a sua empresa?

  

Nos últimos meses, muito tem se falado sobre a importância dos cuidados com a saúde mental, tema que deve ganhar ainda mais visibilidade no próximo ano. Um dos transtornos psíquicos que tem ganhado cada vez mais destaque nas pautas empresariais é a Síndrome de Burnout, que tem suas raízes justamente na relação do indivíduo com seu ambiente de trabalho. Não à toa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu uma nova classificação para a Síndrome de Burnout. A CID 11, que entra em vigor a partir do dia 1 de janeiro de 2022, reconhece a doença como um fenômeno ligado ao trabalho, aumentando a responsabilidade direta e indireta das empresas com relação à saúde de seus colaboradores.  

Ainda que mesmo antes do início da pandemia o Brasil já liderasse rankings de doenças mentais, sendo considerado pela International Stress Management Association (ISMA-BR) como o segundo país com o maior número de trabalhadores afetados pelo Burnout, boa parte da população ainda considera o tema um grande tabu, evitando buscar assistência médica adequada e lidando com o transtorno de forma banal. No ambiente empresarial isso se agrava e é aí que entra a importância da área de Recursos Humanos das empresas em cuidar da saúde mental de seus colaboradores, além de conscientizá-los sobre a relevância do assunto.  

A pessoa acometida pela Síndrome de Burnout costuma entrar em um ciclo de três fases. Inicialmente, passa por um aumento brusco de produtividade e acaba por trabalhar mais do que oito horas por dia, por exemplo. A partir disso, a segunda etapa é o surgimento de outros sintomas como taquicardia, falta de ar, dores musculares, dor de cabeça ou insônia. Nesta fase, ainda é possível notar mudanças na alimentação. 

Por fim, o ciclo chega à exaustão total, que pode resultar em falta ou não cumprimento de prazos. A síndrome também pode desencadear outras doenças como ansiedade e depressão. Entre as características mais evidentes deste transtorno estão o pessimismo, a baixa autoestima e as mudanças bruscas de humor. Muitas vezes essa condição pode ser confundida com o estresse, mas é importante entender que se trata de uma doença mais grave. 

Além de danos para a própria pessoa, a Síndrome de Burnout também é maléfica para a empresa, já que a condição afeta a pessoa colaboradora e prejudica a sua performance na companhia. Esse transtorno costuma se desenvolver gradualmente, de acordo com mudanças que ocorrem no ambiente de trabalho e situações que provocam o esgotamento físico e mental, como a sobrecarga de atividades, a forma como o gerenciamento das tarefas é conduzida, a falta de autonomia ou de flexibilidade, a atmosfera tóxica, o retrabalho e a falta de delimitação entre os compromissos de trabalho e a vida pessoal. 

Por isso, é tão importante que as empresas analisem e mantenham seu próprio ambiente de trabalho o mais amigável e humano possível, valorizando os cuidados com a saúde mental dos colaboradores e transformando a experiência deles como parte integrante do sucesso da companhia. Para isso, o departamento de Recursos Humanos pode contar com o apoio da tecnologia no gerenciamento do ambiente interno, aplicando ferramentas de gestão, propondo metas realistas, distribuindo tarefas igualitariamente, treinando as lideranças para as relações interpessoais e incentivando a cultura de feedbacks. Com isso, é possível perceber melhorias no engajamento dos funcionários, aumento da retenção de talentos, diminuição do absenteísmo e dos custos com afastamento por questões de saúde. 

Ainda que o enfrentamento da doença e a superação dela sejam questões muito pessoais, a empresa que possui um colaborador diagnosticado com Síndrome de Burnout tem o dever de fornecer ajuda para que ele se sinta compreendido e apoiado. O tratamento médico adequado e o afastamento da atividade profissional são extremamente necessários, assim como a realização de mudanças no estilo de trabalho promovido. Esta situação também sinaliza para a empresa que algo pode não estar bem, deixando-a em alerta para possíveis novos casos.  

Quando preocupada com a saúde de sua equipe, as companhias ainda podem adotar medidas que evitem o surgimento de transtornos mentais, como aplicativos e plataformas de acesso a profissionais como psicólogos e psiquiatras. É importante que a saúde emocional passe a ser cada vez mais debatida no meio corporativo, fazendo com que as empresas compreendam que os cuidados mentais não devem mais ser entendidos como um benefício extra, mas sim como uma responsabilidade delas.

 


Marcela Ziliotto - Head de People na Pipo Saúde, startup de gestão de benefícios que nasceu com o objetivo de otimizar e facilitar a relação do RH de empresas com planos e serviços de saúde.


Assimetria dos seios: é saudável procurar a cirurgia plástica antes dos 18 anos?


Estudo americano indica que a saúde psicossocial de jovens e adolescentes baixa com a condição

 

Querendo provar que a cirurgia plástica nem sempre se trata só sobre a beleza e a vaidade, um grupo de médicos do Hospital Infantil de Boston conduziu um estudo ao longo de 10 anos com 45 mulheres na casa dos 18 anos. Todas elas possuíam algum tipo de assimetria das mamas, a maioria com subdesenvolvimento de um dos seios, outras com um seio com crescimento anormal e um pequeno grupo com uma condição rara chamada mama tuberosa, deformidades na aparência que causavam graves condições psicológicas no grupo pesquisado.

Mesmo parecendo que as participantes são muito jovens para passar por um procedimento do tipo, o estudo publicado no Jornal da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, indicou que as pacientes tinham um grave déficit de aproveitamento social e saúde mental quando comparadas a outras jovens, tanto pelo aspecto físico quanto pelo psicológico.

“A mama tuberosa, por exemplo, é uma malformação dos seios, em que a base é menor do que o comum, o que causa tamanho e aréolas desproporcionais. Além de ser visualmente incômodo, gerando diversos problemas psicossociais, também pode causar dor na portadora,” explica Patricia Marques, cirurgiã plástica especialista em cirurgia reparadora de mama pelo Hospital Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em Nova York.

A especialista compartilha um pouco do que escutou de suas próprias pacientes. “Muitas delas me contam que não tinham coragem de ir à piscina ou na praia, colocavam preenchimentos no sutiã para compensar a assimetria, ou até evitavam criar laços românticos por vergonha da estética”.

Segundo Marques, a correção para esse tipo de problema é mais simples do que parece. “No caso de um seio muito pequeno podemos fazer o implante de silicone ou a lipoenxertia, com a própria gordura da paciente. Quando uma mama é muito maior, realizamos a mamoplastia redutora. Podemos até mexer no outro seio, para que ambos fiquem com aparência harmônica”, explica.

No caso da mama tuberosa, a cirurgiã esclarece que o procedimento é um pouco mais complexo, já que primeiro deve ser feita a correção do tamanho da aréola, para diminuí-la e deixá-la proporcional, e somente depois deve ser feito o alargamento da base do seio e realojamento do tecido mamário, para que ele perca o formato em ‘tubo’. ”Só então é colocado o silicone ou enxerto de gordura para eliminar a flacidez”, explica.

No estudo, os resultados foram extremamente positivos: todas as pacientes num período de 3 anos após os procedimentos, apresentaram melhora na qualidade de vida, autoestima e doenças psicológicas, se igualando a média de outras mulheres na mesma faixa etária. Eles também acreditam que as pacientes se beneficiaram de terem feito a cirurgia mais cedo e aproveitado mais a adolescência.

“A autoestima vem de dentro e quando não estamos confortáveis em nossa própria pele, principalmente nesta fase, podemos perder muito em relação a saúde mental. Acredito que esse seja um dos casos mais indicados para buscar a ajuda da cirurgia plástica,” finaliza Marques.

 

 

Doutora Patricia Marques - CRM-SP: 146410 - graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com especialização em reconstrução de mama e cirurgia linfática no Hospital Santa Creu i Sant Pau em Barcelona, e complementação em cirurgia reparadora de mama, cabeça e pescoço no Hospital Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em NY, EUA. 

www.drapatriciamarques.com.br

Qual a diferença entre lentes de contato dental e facetas estéticas?

Professores da Faculdade Anhanguera esclarecem dúvidas sobre o tema

 

Os procedimentos estéticos dentários caíram no gosto dos brasileiros, e a odontologia está conseguindo entregar o sonho do sorriso bonito. Duas soluções têm sido amplamente utilizadas para essa finalidade: as lentes de contato dental e as facetas estéticas. Mas você sabe a diferença entre os procedimentos, as indicações e os cuidados?

Os professores do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera, Sandra Zamboni, Sergio Brossi Botta e Virginia M. C. Pinto esclarecem as principais dúvidas dos pacientes sobre o tema.


O que é a lente de contato dental?

São lâminas finas de porcelana, que variam de 0,2 a 0,4 milímetros, e que são cimentadas nos dentes com a intenção de alterar forma, contorno, alinhamento, proporção e cor que possam desagradar esteticamente a harmonia do sorriso. Elas podem ser colocadas em um ou vários dentes.


O que são facetas estéticas?

Além das lentes existem também as facetas estéticas, cuja diferença consiste na quantidade de dente desgastado e também sua indicação. “Por exemplo, quando precisamos alterar a cor do dente, necessitamos de uma espessura maior de porcelana para alcançarmos o objetivo estético final e isso se faz necessário realizando um desgaste maior do dente”, explica Sandra Zamboni. Outro fator importante a ser observado está na escolha do material a ser utilizado: existem inúmeras porcelanas com características estéticas diferentes e o profissional deverá ser capaz de selecionar de forma criteriosa o melhor material para cada caso.


Como é feita a aplicação?

Primeiro, o paciente precisa passar por uma avaliação criteriosa pelo dentista, para saber se o tratamento estético com laminados cerâmicos está indicado para seu caso. Este diagnóstico é extremamente importante e necessita de um profissional capacitado e com embasamento científico para indicar o melhor tratamento em cada caso.

“O tratamento com lentes e facetas deve ser indicado após a constatação de que os dentes, gengivas e outros componentes da cavidade bucal estão saudáveis”, alerta Sergio Brossi Botta.


Preciso desgastar meu dente?

Apesar de haver grande propaganda nas redes sociais sobre os tratamentos com lentes de contato serem feitos sem nenhum desgaste dental, isso só ocorre numa minoria de casos, menos de 7%. “Na maioria dos casos precisa haver um certo desgaste dental para as lentes de contato ficarem bem adaptadas ao dente do paciente e obter os resultados desejados de cor, forma, posição e tamanho. Esta adaptação é muito importante, evitando excesso na região próxima à gengiva”, diz Virginia M. C. Pinto.


As lentes são indicadas para meu caso?

As lentes de contato são indicadas em vários casos: fechamentos de diastemas, que são o espaço entre os dentes; alterações de formato dental; estabelecimento de proporção adequada entre altura e largura, especialmente para dentes muito pequenos ou dentes escuros, além de outros casos.

“O tratamento é contraindicado para pacientes com problemas nas articulações temporo mandibulares ou com o bruxismo, por exemplo. Neste caso, podemos lançar mão de outros tratamentos prévios e após o controle reabilitar esteticamente o paciente. Pacientes com apinhamento dentário, deverão ser submetidos a tratamento ortodônticos previamente quando possível”, alerta Sandra. As lentes de contato não são indicadas quando a questão estética pode ser resolvida com outros tratamentos menos invasivos, como clareamento dental, ortodontia ou recontorno estético com restaurações de resina composta por exemplo. Também não é recomendado para dentes com perdas estruturais severas, sendo neste caso a indicação de outros procedimentos protéticos para resolução do caso.


Dura quanto tempo?

“Pode durar de 10 a 15 anos - um pouco menos ou um pouco mais, dependendo dos cuidados do paciente. O ideal é realizar visitas anuais ou semestrais ao dentista para checar se está tudo certo”, indica Sergio.

As lentes de contato necessitam de um pouco mais de cuidado na higienização bucal. Atenção especial ao fio ou fita dental também deve ser redobrada, principalmente nas áreas de emenda dos dentes com as próteses, a fim de se evitar o surgimento de lesões de cárie nos dentes e inflamação gengival.


O procedimento tem risco?

Se for feito por um profissional capacitado, o procedimento não apresenta grandes riscos. “Tome muito cuidado no momento de escolher o dentista que fará seu tratamento. Quando o profissional escolhido não tem experiência e nem fez um treinamento adequado, existe grande chance de você ter problemas”, orienta Virginia.

Segundo a especialista, se o dentista desgastar muito o dente, o paciente pode ter uma sensibilidade dentária, que ocorre pelo desgaste da camada de esmalte expondo áreas da dentina, onde existem terminações nervosas que causam a dor. Por isso, o laminado cerâmico cimentado deve vedar esses túbulos para que essa sensibilidade não ocorra ou diminua com o tempo.

Se houver um excesso de material no limite entre a lente de contato e a gengiva, pode ocorrer inflamação gengival, acúmulo de bactérias e infiltrações de cárie na linha de emenda entre o laminado cerâmico e o dente.


Posso retirar as lentes depois?

Não, o tratamento é definitivo. Uma vez colocada, a lente só pode ser substituída, mas não removida totalmente, visto que o dente original permanecerá desgastado.


Podem ocorrer manchas nas lentes?

Lentes de contato dental de porcelana não costumam manchar por qualquer coisa, contudo, é importante lembrar que na parte inferior a elas encontram-se os dentes e, para que se mantenham em um estado excelente, é fundamental que se evite determinados alimentos caracterizados pela acidez, assim como manter a limpeza bucal assídua. Desse modo, é possível aproveitar um sorriso bonito e branco por muito mais tempo.

 


Anhanguera

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 Kroton 

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Tabu que envolve a saúde mental afasta as pessoas do tratamento adequado

Especialista explica em que ponto a internação psiquiátrica é necessária
 

A saúde mental é um campo cheio de estigmas e preconceitos. Muitas pessoas, até hoje, são ridicularizadas e têm seu sofrimento minimizado ao dizerem que fazem terapia, mais ainda se falarem que vão ao psiquiatra, que tomam algum tipo de remédio ou que seu caso necessita de internação. 

Para o Dr. Fábio Cantinelli, psiquiatra da Clínica Maia, todo esse tabu que envolve a saúde mental vem do medo do desconhecido. 

“É uma doença que eu desconheço a natureza, que eu não sei muito bem como funciona e que de repente pode me atingir e mudar meu jeito de pensar, de sentir, de me comportar, meu jeito de ser. É o medo do desconhecido e do que ele pode causar em mim que gera esse temor nas pessoas”, explica o especialista. 

Esse cenário de marginalização dos que sofrem com transtornos mentais contribui para aumentar o sentimento de desamparo e, muitas vezes, acaba atrapalhando as pessoas de receberem o tratamento adequado para suas doenças e, em alguns casos, dificultando o processo de internação. 

Segundo o Dr. Fábio, existem três motivos principais que podem levar uma pessoa à internação psiquiátrica: quando ela oferece risco para si mesma, quando coloca em risco a vida dos que estão ao seu redor e quando a ela perde a capacidade de cuidar de si própria (não consegue tomar banho, controlar os horários dos remédios, fica em um estado de abandono de si devido ao transtorno mental). 

“É importante lembrar que a decisão leva em conta as condições físicas e psicológicas do paciente, com o objetivo de protegê-lo, acolhê-lo e tratá-lo de forma integral por meio de uma equipe médica multidisciplinar”, comenta o psiquiatra. 

Na internação, o paciente tem um acompanhamento diário bem de perto, com uma grade terapêutica planejada e com a assistência de uma equipe integrada, que inclui neuropsicólogos, psicólogos, psiquiatras, terapeutas holísticos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, nutricionistas, educadores físicos, assistentes sociais, entre outros profissionais. 

Fábio Cantinelli reforça que precisamos desmistificar a internação psiquiátrica, porque ela, muitas vezes, é um recurso que salva e preserva vidas. 

“De forma alguma a internação deve ser vista como um aprisionamento ou punição, pelo contrário, é um ato de zelo e acolhimento, para garantir a segurança e o bem-estar da pessoa que está com a saúde emocional e a qualidade de vida gravemente afetadas”, conclui o profissional.


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