Sedentarismo,
excesso de trabalho, muita comida industrializada, tabagismo e uso de drogas
ilícitas. Essas são algumas das causas apontadas por especialistas por trás do
crescimento de casos de acidente vascular cerebral (AVC) precoce (antes dos 60
anos).
De
acordo com a Central Nacional de Informações do Registro Civil, as pessoas com
idades entre 20 e 59 anos representaram 17,2% dos óbitos por AVC no Brasil em
2019, mas esse número subiu para 18,5% em 2020 e para 20% entre janeiro e
outubro de 2021.
Vejo
esses dados com grande preocupação, pois o AVC precoce costuma ser mais grave
do que entre idosos, faixa em que essa ocorrência é mais comum. Não existem
pesquisas definitivas sobre o assunto, mas percebo que o estilo de vida atual
conduz cada vez mais para o imediatismo, tudo ao alcance da mão pelo celular.
A
vida facilitada das entregas de comida, muitas vezes, impede movimentos simples
como a caminhada até um restaurante, ou mesmo a agitação natural dentro de casa
no preparo dos alimentos. Além dos condimentos e da gordura próprios da comida
comprada, o horário das refeições está se tornando um tempo não de descanso,
mas de comer rapidamente para “resolver coisas” – ou mesmo para manter altos os
níveis de atividade cerebral ao celular.
Tudo
isso representa maiores níveis de estresse, excesso de informação, além do
sedentarismo. Somado a isso, existe a tendência aos excessos noturnos da
juventude, seja com hábitos irregulares de sono, uso do tabaco ou drogas
ilícitas. Lamento que sejam atitudes tão corriqueiras a nos levar a um
desequilíbrio tão grande, que inclui a pressão arterial, índices glicêmicos e
muita obesidade.
Infelizmente,
é raro que o AVC seja leve entre jovens, sendo mais comum a ocorrência de
moderada a grave, com perdas importantes de atividade motora e cognitiva. Para
quem sofreu um AVC em idade “produtiva”, felizmente existem bons resultados com
o uso de métodos terapêuticos como o Perfetti, fruto de pesquisas realizada desde
os anos 1970.
O
Método Perfetti foi justamente originado de inquietações relacionadas ao
acidente vascular, pois mesmo com o uso de diversas técnicas era comum chegar a
um ponto do tratamento em que o paciente não evolui nem piora, ou seja, fica
estagnado – o chamado platô.
A
partir de recursos da reabilitação neurocognitiva, foi possível auxiliar essas
pessoas a obter melhoras mais significativas – e isso é excelente, visto que
elas desejam voltar a ser produtivas mais rapidamente, ainda que retomem carreiras
diferentes daquelas em que atuavam.
Entre
meus pacientes da terapia ocupacional, essa recuperação é gradual, mas
consistente, e a constância no tratamento é fundamental. Seguimos assim, com
muito interesse na recuperação da vida!
Syomara
Cristina Szmidziuk - atua há 31 anos como
terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos
membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório
particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos
e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão,
e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética
Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.
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