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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

5 tendências de serviços para 2021, segundo GetNinjas

Entenda como a pandemia forçou uma mudança de hábito dos consumidores que agora possuem novos anseios

 

A pandemia não só afetou diversos setores no Brasil e no mundo, como também acelerou o processo de mudança de comportamento dos consumidores. De acordo com levantamento inédito realizado pelo GetNinjas, maior app de contratação de serviços da América Latina, os novos hábitos já apontam fortes tendências na procura por serviços online em 2021. Entre janeiro e dezembro de 2020, o app registrou um aumento de 63% na demanda, em relação ao mesmo período do ano passado.

"Percebemos que o brasileiro tem buscado cada vez mais produtos e serviços que ofereçam segurança, rapidez e comodidade. Essa mudança é reflexo do isolamento, pois as pessoas têm procurado mais conforto e segurança dentro de suas casas, enquanto trabalham e têm seus momentos de lazer", comenta Eduardo L’Hotellier, fundador e CEO do GetNinjas.

A partir de uma análise sobre o comportamento percebido na demanda por serviços em todo o aplicativo no último ano, o GetNinjas destacou as cinco principais tendências de serviços para 2021. Confira a seguir: 


1 - Sem tabu: saúde mental em primeiro lugar
A crise gerada pela pandemia desencadeou mais do que novos hábitos, trouxe também novas preocupações que podem resultar em transtornos psicológicos ou agravar doenças já existentes. Uma alternativa para lidar com essa situação foi buscar atendimento com um psicólogo, como mostra o levantamento. Esse ano, a procura pelo profissional cresceu 300%, em relação à 2019, somando mais de 80 mil solicitações na plataforma.

Para evitar deslocamentos e ter mais praticidade, o atendimento psicológico online é uma opção que vem se popularizando nos últimos meses. Em março, quando o GetNinjas implementou a modalidade remota para a contratação de psicólogos, a profissão deixou de ser uma das mais afetadas pela pandemia e tornou-se o serviço da categoria de Saúde mais solicitado. De março até dezembro, 68% dos pedidos foram especificamente para consultas online com psicólogos no app, somando mais de 50 mil solicitações. 


2 - Home office só se tiver conforto
O fato das pessoas passarem mais tempo em casa fez com que elas buscassem fazer melhorias dentro de casa e também para ter mais conforto, seja para fins de lazer ou trabalho. Elas passaram a notar que as suas casas não eram tão funcionais e problemas que antes eram facilmente esquecidos na correria do dia a dia se tornaram inadiáveis. Com isso, o levantamento identificou uma mudança significativa na demanda por serviços de reformas e reparos, que aumentou 59% no comparativo entre março e dezembro do ano passado, somando mais de 1,4 milhão de solicitações no app em todo o período. Os serviços para a casa mais solicitados neste período, foram: Pedreiro, Mudanças e carretos, Montador de Móveis, Eletricista e Encanador.

O crescimento na demanda já é uma tendência prevista para os próximos meses e, num momento pós-pandemia, é mais provável que as pessoas estarão cada vez mais dispostas a receberem profissionais em suas casas. Além disso, existe uma forte tendência das pessoas trabalharem de forma híbrida, fazendo com que elas se atentem mais a ter um espaço confortável para o home office. 


3 - Maratona de entretenimento
Nesse momento de busca de novos hobbies e de resgate de passatempos antigos, há aqueles que resolveram reviver os games favoritos e nem o fato do videogame estar quebrado os desanimaram; a solução foi buscar um profissional para consertar o equipamento. Lá no início, entre março e maio, a procura por tal assistência técnica chegou a crescer 108%. Tamanha procura indica como o consumidor está buscando entretenimento e se adaptando ao momento ao aderir à busca por serviços online. Em comparação com 2019, a demanda pelo serviço quase triplicou no último ano.

Com mais tempo dentro de casa, as pessoas passaram a ter o entretenimento como uma de suas prioridades por meio do uso de eletrônicos e outro reflexo disso foi percebido no aumento da demanda por conserto de televisão, que chegou a crescer 84% entre março e junho. Ainda de acordo com uma pesquisa realizada pela divisão de Mídia da Nielsen Brasil em parceria com a Toluna, o consumo de streaming é hábito diário para 43% dos brasileiros na pandemia. 


4 - Aprendizado sem fronteiras
Para quem buscava por um método de ensino mais prático, as opções remotas na pandemia foram uma alternativa muito viável, seja para aprender a tocar um instrumento, um novo idioma ou até fazer um reforço escolar. A demanda por aulas online entre março e dezembro , por exemplo, cresceu 30% no app, que representa mais de 100 mil solicitações.

Ao longo dos meses, as pessoas se adaptaram bem às aulas remotas e alguns já optam manter esse formato mesmo após a pandemia. Do ponto de vista dos alunos do Luiz Camilo, professor de música em São Paulo que atende pelo GetNinjas, o ensino EAD também está sendo proveitoso e teve aumento significativo na procura.

As aulas online mais solicitadas , entre março e dezembro, foram: aulas de reforço, idiomas, música e aulas relacionadas à bem-estar, como yoga, por exemplo.


5 - Tudo em um único clique
Ao mesmo tempo em que a pandemia abalou significativamente diversos setores da economia, também acelerou o processo de digitalização que insere as pessoas em uma nova realidade de consumo. O perfil do consumidor não está mudando só para a aquisição de produtos, como também para a contratação de serviços.

Ainda de acordo com o levantamento, o app registrou cerca de 4.5 milhões de pedidos de serviços apenas em 2019 e viu a busca por serviços crescer até 70% na média mensal de pedidos, em relação ao ano anterior. Só em relação à procura por serviços que podem ser prestados de forma remota no app, foi registrado um aumento de 38% entre março e dezembro , que soma mais de 230 mil pedidos.

Para Eduardo L'Hotellier, fundador e CEO do GetNinjas, há uma forte tendência de que serviços que podem ser realizados de forma remota, continuem a crescer nos próximos meses. "As pessoas viram vantagens no custo-benefício e, por outro lado, o profissional também evita custos, como o aluguel de um consultório, para trabalhar sem sair de casa".

Nova lei de licitações: texto e contexto

Opinião

 

Foi recentemente aprovado no Senado Federal o Projeto de Lei de Licitações e Contratos Administrativos. O novo diploma legal entrará em vigência quando de sua sanção pelo Presidente da República e, no prazo de dois anos, vai substituir definitivamente a conhecida Lei n. 8.666/93, bem como as leis do Pregão (10.520/02) e do RDC (12.462/11). O novo diploma legal traz uma série de dúvidas à sociedade quanto a seus avanços, em especial no que toca à sua capacidade de atrair boas empresas e evitar a malversação de recursos públicos. Essa análise passa pela percepção de três vetores que pautaram a elaboração da nova lei.

O primeiro diz respeito à preocupação do legislador com a clareza e organização do texto normativo. Ao contrário da lei anterior, a nova lei de licitações é bem organizada e sistematizada, com tratamento detalhado e encadeamento lógico dos temas. Essa racionalidade é importante para uma lei que reúne em um único diploma toda a disciplina de licitações e contratos administrativos da Administração Direta e autárquica do país.

O segundo vetor consiste na colmatação de diversas lacunas existentes na legislação anterior, à luz da interpretação dominante no Poder Judiciário e nos Tribunais de Contas. Muitas disputas intermináveis acerca do alcance de determinados conceitos foram resolvidas por previsão expressa na nova lei. Além disso, numerosas inovações trazidas pela Lei do Pregão e pelo RDC foram incorporadas aos 1.576 dispositivos – entre artigos, incisos, alíneas e parágrafos – da nova lei de licitações.

O terceiro vetor diz respeito a inovações pontuais, como as que reforçam a exigência de planejamento, as que exigem a antecipação de responsabilidades por eventuais eventos incertos que onerem a execução do contrato e aquelas que preveem maior interlocução entre o público e o privado em momento anterior à contratação. São pequenos detalhes e pacatos avanços que, em seu conjunto, aprimoram de modo relevante o ambiente das contratações públicas no país.

Apesar de tais qualidades, o texto legal segue uma vertente arraigada no pensamento jurídico e social brasileiro. Trata-se da extrema desconfiança em relação a todos que participam de um processo licitatório. Dos servidores públicos aos empresários, todos são tidos como oportunistas em busca de uma vantagem desleal. E para conter esse intento pernicioso, a nova lei segue o modelo anterior, detalhando ao extremo e de modo uniforme cada etapa do processo de licitação, por meio de exigências e procedimentos estanques a serem observadas em todo e qualquer procedimento licitatório, realizado pela União Federal e pelo Município de Serra da Saudade (MG).

O problema dessa percepção é que ela desfigura um comando legal que deveria ser instrumento para uma boa contratação, transformando-a em um escudo contra a má contratação. Entretanto, tal proteção acaba sendo transformada em arma a favor da própria corrupção por aqueles que aprendem a manipulá-lo ou, ainda, em munição para a impugnação judicial infinita de processos licitatórios.

Nesse quadro, a licitação deixa de garantir a escolha do melhor produto, do melhor prestador ou do menor preço. Ela passa a produzir a escolha do melhor licitante. Um problema que ocorre também com alguns concursos públicos, que avaliam a mera memorização de preceitos legais. Por vezes, a obsessão normativa pela neutralidade, imparcialidade e objetividade acaba por desnaturar a própria finalidade do instituto, produzindo verdadeira seleção adversa.

 Oxalá os três vetores de transformação da nova lei de licitações sejam capazes de induzir um movimento de superação do cenário acima traçado, de modo a que a licitação pública no Brasil passe a atrair empresas especialistas no objeto a ser contratado e não empresas especialistas em licitações e contratos públicos.

 

Fernando Mânica - doutor pela USP e professor do Mestrado em Direito da Universidade Positivo.

 

 

sábado, 9 de janeiro de 2021

Ansiedade por cumprir metas pode ser sua maior inimiga em 2021


Terapeuta sugere 10 “mandamentos” para administrar o estresse e viver um ano melhor 


A cada início de ano, é comum traçar metas e tentar cumprir as chamadas “resoluções” estabelecidas ao final do ano anterior. Emagrecer, aprender um novo idioma, casar ou trocar de emprego sempre foram exemplos comuns. Mas em 2021, o cenário da pandemia da Covid-19 nos coloca diante de outros desafios. E o que poderia ser algo saudável, como ter objetivos a curto prazo, pode tornar-se um grande problema. Quem garante é Denny Heide, terapeuta do portal Meu Astro (meuastro.com.br).

“Antes de se comprometer a realizar uma mudança qualquer na vida, é preciso reconhecer as próprias limitações. Muitas questões não serão resolvidas apenas com a atitude individual. Talvez não seja possível andar tranquilamente sem máscara, perder 20 kg em 20 dias, ou resolver sua situação financeira de uma só vez. Pensar de forma imediatista só nos deixará mais ansiosos”, explica Denny.

E o profissional parece se basear nos números. De acordo com as pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui atualmente a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade em todo o mundo. Quando falamos de depressão, especificamente, o país alcança  a incrível marca de quinto lugar no ranking mundial.

O profissional observa, ainda, que a ansiedade, a pressa e a sensação de impotência podem ser contraproducentes para se atingir qualquer objetivo ou resolução de ano novo. “Ao contrário do que possa parecer, a ansiedade e o medo não nos motivam. Acabam nos bloqueando. Um episódio de ansiedade pode ser altamente paralisante”, garante. 



Um cotidiano estressante do Oiapoque ao Chuí

Em um país de dimensões geográficas continentais, há de se supor que as crises impactam nosso “ambiente mental” de forma muito mais grave. E foi o que se viu em 2020: elevado número de mortes, recessão econômica, fechamento de postos de trabalho e o crescimento dos transtornos e dificuldades mentais pelas restrições de contato físico são alguns dos responsáveis por este adoecimento emocional geral.

“É humanamente impossível passar ileso por uma pandemia. Por mais que sua vida não seja impactada diretamente, perceber o medo das pessoas em volta já causa um impacto. Querer sair instantaneamente da crise é compreensível. Mas, à medida que o tempo passa, esta atitude pode gerar uma enorme frustração”, explica.



O mito das grandes cidades

Denny Heide - que retornou da Flórida no início do lockdown norte-americano - defende que não há lugar no planeta que esteja 100% livre do estresse. E que todos estaríamos expostos aos riscos de desenvolver quadros de ansiedade, em maior ou menor grau.

“Uma grande cidade poderia, em tese, ser mais estressante que uma cidade menor. Mas isso definitivamente não se aplica aos dias atuais, em um momento de pandemia. Você lê as notícias e se conecta com a dor de todos ao redor do globo. Então, todos precisam de cuidados, independentemente do tamanho da cidade em que se vivam”, diz.

Para auxiliar as pessoas neste início de ano, o terapeuta Denny Heide preparou um guia com dez passos gratuitos, simples e fáceis para lidar melhor com as pressões e ansiedade do ano que inicia agora. E ter um 2021 com mais plenitude e menos ansiedade. “São os 10 mandamentos para o bem-estar”, brinca.



1 - Inspire, prenda o ar, expire…

A ansiedade está muito ligada à respiração. E tudo começa ao respirar. Portanto, quando se respira pausadamente, mas de forma continuada, é possível diminuir quase que instantaneamente o ritmo dos batimentos cardíacos. Resultado: a ansiedade tende a ceder após alguns minutos. Caso isso não ocorra, deve-se buscar atendimento especializado. E isso vale também para quem já e está em tratamento ou faz o uso de medicamentos controlados. Atenção: todas as indicações profissionais precisam estar em consonância com essas dicas. 



 2 - Redefina prioridades

Em uma época em que percebemos a vida ser interrompida de forma tão brusca em tantas famílias, é importante perceber que, neste momento, o mais importante é manter-se vivo e saudável. Todas as outras metas vêm após estas.



3 - Valorize o seu bem-estar

O ser humano precisa dormir bem, viver em um ambiente minimamente seguro, ter relações positivas e saudáveis. Portanto, valorize seu bem-estar: cuide da qualidade do sono, controle o tempo que fica em exposição nas redes sociais, alimente-se de forma correta e ame as pessoas que estão a seu redor. E, se for ficar on-line, use o tempo para algo que possa lhe trazer paz ou enriquecer seus conhecimentos. Eu criei uma série de podcast gratuitos - chamada Nosso Papo - Meu Astro Denny - contendo várias dicas de bem-estar.



4 - Ocupe-se. Não preocupe-se

Existe a confusão entre ser uma pessoa responsável e ser uma pessoa preocupada. Mas é importante dizer que a preocupação não nos traz e nunca nos trará nada. Ao contrário. Biologicamente falando, a preocupação pode prejudicar nosso rendimento. Prova disso é que muitos de nós já passaram por aquela sensação ruim de ter um apagão ou um “branco” mental na hora da prova. O nervosismo era tão grande que, mesmo sabendo a matéria, não foi possível responder às questões. A dica de ouro então é ocupar-se realmente com a sua vida. Mas sem preocupar-se. Em termos práticos: o futuro ainda não chegou. Então, cabe a nós, desenvolver aquilo que for possível no dia de hoje. 



5 - Veja a “grande figura”

Nenhuma situação - por mais difícil que seja - é permanente. Perceber que muitas dificuldades são temporárias pode nos dar um maior conforto e maior resiliência. Que é a capacidade de  persistir, aguentar e adaptar-se aos desafios sem desistir. Em momentos difíceis, ganha-se a oportunidade de rever posturas, comportamentos e valores. A pandemia pode trazer algum ganho positivo para quem, de fato, se dispuser a enxergá-lo. 



6 - Viva um dia da cada vez

Este passo já é adotado por grupos terapêuticos como os alcoólicos (AA) e narcóticos anônimos (NA). E trata-se de estabelecer pequenas metas a cada dia. E compreender que cada manhã nova traz o seu próprio desafio. Sem entrar no mérito religioso, o Jesus Cristo histórico falou a respeito disso no Novo Testamento: “basta a cada dia o seu mal”.



7 - Invista um tempo em se conhecer

Autoconhecimento é uma das palavras da moda. E, às vezes, pode dar a impressão de algo vago, sem consistência. Mas a verdade é que - ao se conhecer - uma pessoa ganha mais autonomia, ganha domínio sobre as próprias emoções, expectativas e condições. Mas nem todos têm essa consciência. Então, se você não sabe se tem habilidade para correr, você não pode exigir de si um desempenho de um corredor. O mapa astral natal, por exemplo, pode ser uma maneira eficaz de conhecer-se em profundidade, sabendo sua natureza, seus pontos fracos e fortes. Prova de que a astrologia sempre fez parte do cotidiano, é que os reis sempre tiveram seu astrólogo pessoal.  



8 - Paciência. A ciência da paz!

Quando plantamos uma semente, não percebemos que ela cresce e se expande embaixo da terra. Assim também é com nossos processos. Dar pequenos passos em direção ao que se quer pode ser altamente saudável. E perceber que se avançou também é. Todo o projeto é feito de pequenas ações contínuas. Avance em direção à sua meta, nem que seja um centímetro a cada dia.



9 - Aposte em metas possíveis e realizáveis

Para emagrecer dez quilos, é preciso mais tempo do que para se perder dois. Então, é importantíssimo traçar objetivos realizáveis. E ter tempo para concretizá-los. Para isso é imprescindível ter autoconhecimento. A empolgação do início do ano pode entorpecer sua visão. Então, vá com calma e tenha bom-senso ao determinar suas resoluções.



10 - Tenha jogo de cintura

Para todo e qualquer projeto que se tenha, é preciso ter uma certa flexibilidade. Pensemos como se fosse a construção de uma casa. Mesmo que você só tenha o alicerce, existe ali um início, um processo do que virá a ser uma casa. Lembre-se: feito é melhor que perfeito. 

 

Puberdade precoce cada vez mais presente nas crianças

Especialistas relacionam a puberdade precoce com alimentação e hábitos das crianças, e podem trazer riscos à saúde delas. 

 

Surgimento das mamas, crescimento dos pelos pubianos, aparecimento de acnes e pelos faciais, é imaginável em um adolescente, mas alguns casos fazem parte da vida de uma turma mais nova. Os jovens estão amadurecendo cada vez mais cedo, dando a impressão de que já nascem prontos. Entretanto, na realidade, a puberdade precoce está cada vez mais presente no desenvolvimento dos jovens e pode ter um grande problema na saúde deles. 

A ciência ainda não tem uma evidência concreta do porquê da puberdade precoce, mas tem algumas pistas. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), 80% dos casos se desenvolvem pela sua forma padrão, como a puberdade central verdadeira, onde o corpo libera de forma antecipada a produção dos hormônios da testosterona, nos homens, e do estrogênio, na mulher. 

De forma natural, a fase de liberação hormonal se dá na adolescência, entre 10 e 16 anos. Na puberdade precoce, esse desenvolvimento se dá antes e a partir dos 8 anos de idade. Pesquisadores afirmam que a maioria dos casos estão relacionados ao comportamento social da criança. As meninas, são as que mais desencadeiam a puberdade precoce, tem como um dos fatores o quadro de elevação nas causas de sobrepeso e obesidade. 

De maneira equivocada, os pais associam o consumo de carne de frango e bovina à puberdade precoce, pois muito se falam que este tipo de alimento tem a presença em grande escala de hormônio. A Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) desmistifica essa polêmica, já que esses animais não tem estrogênio. 

 

Puberdade precoce dá sinais? 

A puberdade precoce tem sinais característicos como o desenvolvimento de um adolescente. Preste atenção, se o seu filho de 8 ou 9 anos é mais alto do que os amiguinhos, se já possui pelos pubianos mais grossos e, nas meninas, o desenvolvimento das mamas e a primeira menstruação antecipada, pode ser sinal da puberdade precoce. Além disso, um sintoma muito comum da adolescência é a presença de acnes, o que na puberdade precoce se torna visível também nesta galerinha. 

Os sintomas são mais fáceis de identificar nas meninas, pois acabam menstruando mais cedo e tem o desenvolvimento do broto mamário mais evidente. Nos meninos, esse diagnóstico não é tão visível quanto das garotas, mas é preciso estar atento na alteração da voz, aumento peniano, presença de pelos nas pernas. 

O grande desafio da medicina tem sido identificar os fatores que desencadeiam a produção hormonal precoce. Alimentação e sedentarismo são as mais prováveis, já que o consumo de gordura e sódio podem aumentar a produção de estrogênio e testosterona. Outro fator é a presença do gene para puberdade precoce presente no pai ou na mãe, mas a Associação Médica Brasileira afirma que a condição pode não ser hereditária, e não necessariamente os filhos poderão desenvolver a doença. Especialistas também afirmam que tumores infantis e meningite podem causar a puberdade precoce, já a presença de células cancerígenas são fatores que desencadeiam os hormônios. 

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) realiza estudos para projeção da puberdade precoce no envolvimento do câncer de mama e ovário. Há indícios de que a puberdade precoce aumenta as chances de a mulher desenvolver o câncer de mama, já que a mulher fica mais exposta à liberação do estrogênio.

Nos homens ainda não é possível afirmar que a puberdade precoce pode aumentar as chances do câncer de próstata, mas como o jovem ficaria mais exposta à testosterona, pode sim, ter um fator de desencadeamento da doença. 

 

Medicamentos para puberdade precoce 

A maioria dos casos de puberdade precoce, de forma idiopática, quando não há uma causa patológica específica, tem seu tratamento de forma padrão, através de medicamentos que inibem o desenvolvimento excessivo de hormônio.

Estes medicamentos tem seu princípio ativo o acetato de leuprorrelina, que é uma substância inibidora hormonal, que bloqueia a produção dos ovários e dos testículos, e consequentemente atua evitando a produção da testosterona e do estrogênio nas crianças com puberdade precoce. 

É claro que a sua indicação depende de cada nível da puberdade precoce, e é necessário o acompanhamento de um médico especialista. O acetato de leuprorrelina não é encontrado em farmácias e drogarias comuns, como a do seu bairro, por exemplo.

Empresas farmacêuticas como a Singular Medicamentos comercializam estes produtos em diferentes dosagens e marcas laboratoriais. “Nós percebemos um aumento na aquisição do acetato de leuprorrelina. Isso pode ser um fator que as crianças estão cada vez mais com a doença”, afirma Thais Miraldo, gerente de marketing da Singular Medicamentos. 

A Singular Medicamentos é uma das pioneiras no tratamento da puberdade precoce com o acetato de leuprorrelina. “Desde 2011, quando a empresa foi fundada, damos atendimento à pacientes com este medicamento. A tecnologia evoluiu e permitiu que as crianças recebessem medicamentos de qualidade e maior eficiência. Hoje você encontra a leuprorrelina em diversas formas, o que garante uma maior abrangência no tratamento”, afirma a Thais. 


SUS ofertará novo tratamento para pacientes com hanseníase

A Claritromicina foi incorporada entre as opções ofertadas para pessoas com a doença

 

Pacientes com hanseníase resistentes a medicamentos já ofertados na rede pública passam a contar com um novo tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O antibiótico Claritromicina já é utilizado no SUS para o tratamento de outras patologias, como infecções de vias aéreas superiores e inferiores, infecções na pele e tecidos moles, entre outros, e agora passa a fazer parte do rol de medicamentos para tratamento da hanseníase.

A ampliação considera casos resistentes ao medicamento rifampicina, com ou sem resistência associada à ofloxacino. O novo medicamento é também recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o tratamento da hanseníase resistente a outros medicamentos. A doença afeta principalmente pele e nervos periféricos, podendo causar complicações a longo prazo.

O  relatório de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), recebeu parecer favorável após passar por consulta pública. O Ministério da Saúde recebeu contribuição e sugestões de gestores, profissionais da saúde, pacientes, familiares, assim como pesquisadores em saúde.


TRATAMENTO NO SUS

Atualmente,  pacientes com hanseníase resistente a medicamentos são tratados no SUS, habitualmente, com poliquimioterapia (PQT) - tratamento que combina três medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina usado por um período de até 24 meses. Após as primeiras doses dessas medicações, o indivíduo já não transmite mais a doença, porém, é necessário concluir o tratamento para que ocorra a cura completa e sejam evitadas reincidências e novas contaminações.

Em uma pequena quantidade de pacientes, entretanto, a hanseníase se torna resistente à rifampicina. Para esses casos, o Ministério da Saúde, em suas Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública, preconiza a troca da rifampicina por minociclina ou ofloxacino – substância que também pode provocar resistência.


HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que pode afetar qualquer pessoa. Ela costuma acometer a pele e os nervos periféricos e se manifesta pela diminuição ou perda da sensibilidade. Com isso, a doença faz com que a pessoa não tenha sensação tátil de calor, ou mesmo de dor, nas partes afetadas.

A doença também provoca manchas na pele, placas ou caroços em qualquer parte do corpo e diminuição da força muscular nas mãos, pés e face. A transmissão ocorre principalmente pelas vias aéreas superiores, por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível com uma pessoa doente.

 


Luiza Barufi

Ministério da Saúde


Pandemia e alimentação: o que mudou

Dados de pesquisa incentivada pelo CNPq registram alterações sensíveis nos hábitos alimentares das mulheres brasileiras durante a pandemia da Covid-19. O estudo, de autoria da Profa. Carolina Nicoletti Ferreira Fino, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, e do Prof. Bruno Gualano, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, analisou reações e sensações relacionadas às dietas na quarentena e em virtude do isolamento social.

“Formamos o grupo com o seguinte critério de inclusão: pessoas do sexo feminino, com idade igual ou superior a 19 anos, de todo o território nacional. Isso porque em geral elas são mais focadas em adotar uma alimentação saudável e mais propensas ao ‘comer emocional’” explica Carolina.

 

A pesquisa ocorreu via plataforma do Google Forms. O questionário abrangia desde aspectos socioeconômicos a costumes referentes às práticas alimentares.  

 

Os principais resultados mostram considerável aumento no consumo de comida pronta de delivery (+146%). Entre os pratos mais solicitados: comidinhas caseiras, doces e pizza. Porém, também se observou um boom na arte de cozinhar (+28%) e de sentar-se à mesa para as refeições (+40%).

 

Mulheres na faixa do chamado peso-padrão (eutróficas) se referiram mais comumente a questões como "saúde" e "conforto afetivo" como determinantes em suas escolhas. Àquelas com sobrepeso, foram preponderantes "prazer e conveniência", além de “saúde”. O grupo considerado obeso citou especialmente "apelo visual" e "prazer" como base de tomada das decisões alimentares.

 

“Com a pandemia do novo coronavírus e em função do isolamento social, também há complicadores potenciais à luta contra a balança de origem social: a pobreza e eventual desnutrição, a elevação do consumo calórico e o sedentarismo, que certamente provocam obesidade”.

 

Profa. Carolina Nicoletti assevera que é preocupante a tendência de crescimento da ingestão de itens ultraprocessados em regiões mais vulneráveis e de menor escolaridade. É uma alimentação inadequada em termos nutricionais e uma abertura de porta a doenças como hipertensão e diabetes, que ampliam a letalidade da Covid-19.

 

O dr. Ênio Damaso, médico ginecologista e obstetra assistente do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, nutrólogo e membro da SOGESP, argumenta que a pandemia induz outros gatilhos para o ganho de peso, como estresse, alteração do padrão de sono, diminuição da atividade física e maior consumo de álcool. Ele cita que manter uma dieta balanceada é essencial - sempre. Um estilo de vida ativo também é extremamente benéfico.

 

É isso!, o cenário atual requer não só um cuidado redobrado em higiene como atenção à mesa, uma vez que a boa nutrição e a ingestão de água potável contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico, à manutenção e à recuperação da saúde. Para as mulheres com dietas restritivas, é indicado um break. Regime pouco mais severos acarretam insuficiência de proteínas, vitaminas e minerai”.

 

Dr. Ênio Damaso reforça igualmente ser essencial dormir bem, praticar exercício físico periodicamente pegar bem leve (melhor é largar) com bebidas alcoólicas e não fumar, para a prevenção de doenças agravam os riscos da COVID-19.


Esqueci de tomar a pílula. O que fazer?

Esqueceu de tomar a pílula? Você não está sozinha! É bem comum que as mulheres esqueçam de tomá-la. Afinal, ingerir um remédio (qualquer que seja) todos os dias é uma imposição que demora um pouco até que o cérebro se adapte, ou seja, até que o compromisso se torne um hábito, virando algo automático. Quando isso acontece, tomar a pílula será algo tão natural quanto dirigir ou andar de bicicleta – e a mulher o faz sem perceber.

Até que o cérebro esteja condicionado a este hábito, no entanto, é certo que vez ou outra a mulher esquecerá de tomar a pílula anticoncepcional pelo menos uma vez. Quando isso acontece, muitas de vocês pensam que é só tomar a pílula esquecida e pronto. Só que na realidade, não é tão simples assim.

Não basta tomar a pílula seguinte e pronto


Quando você esquece de tomar a pílula, os próximos passos dependerão de alguns fatores:

-Se você esquecer na primeira semana de uso e tiver relação sexual em até sete dias antes do esquecimento, avise seu médico. Caso não, siga a cartela normalmente. Use camisinha nos próximos sete dias.

-Na segunda semana de uso, tudo certo também. Tome o comprimido esquecido e siga a cartela.

-Caso o esquecimento tenha ocorrido na última semana de uso, emenda a próxima cartela. Se for pílula contínua, tome quando lembrar e use preservativo nos próximos sete dias.

-Esqueceu dois dias seguidos ou mais? Neste caso desencane! Pare de tomar e reinicie o uso quando menstruar de novo! E, claro, neste período, use sempre camisinha.

É importante ressaltar que só lembrar de tomar o anticoncepcional não é suficiente: é necessário tomá-lo sempre no mesmo horário (a tolerância aproximada para o esquecimento é de quatro horas do horário correto).

Esquecer de tomar a pílula não pode ser frequente. Se você esquece sempre, que tal pensar em outro método contraceptivo, como o Dispositivo Intrauterino (DIU)? Ele fica guardado em você por anos, dispensando preocupação com esse compromisso!

É fundamental também lembrar que a pílula não evita infecções sexualmente transmissíveis! Associe camisinha quando estiver com um parceiro novo ou sem exames que comprovem a ausência destas doenças.

 



Dr. Rodrigo Ferrarese - especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias; (cistos, endometriose), histeroscopias; ( pólipos, miomas), doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling, ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital, incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas, Diu...).  Mais informações podem ser obtidas pelo site https://drrodrigoferrarese.com.br/


Também é preciso manter a saúde em dia durante a pandemia

Dentro das possibilidades permitidas pelas autoridades e pelos serviços de saúde, a mulher deve manter sua rotina de consultas e exames


Bem sabemos que a pandemia em curso de Covid-19 atrapalhou um pouco a programação das pessoas para os cuidados com a saúde. Entretanto, a restrição de alguns serviços de diagnóstico por parte das autoridades não deve impedir o acesso às consultas e exames de rotina.

A falta de informação sobre a importância do autocuidado ainda é um desafio a ser superado. A oportunidade de um ato médico prevenir e promover saúde dependem também dessa autorresponsabilidade em conjunto das pacientes.

Para as mulheres, a consulta com o ginecologista não deve ser agendada apenas quando se apresenta sintomas. “Um diferencial do nosso trabalho é periodicamente investigar sinais de doenças em fases silenciosas ou pouco sintomáticas, e uma vez detectadas, poder serem tratadas com maior chance de cura e sucesso terapêutico”, destaca a médica Marcella Marinho.

Ela ressalta que, apesar do recurso da telemedicina ter funcionado bem para as especialidades médicas clínicas, na ginecologia não foi possível manter um atendimento de excelência, pela óbvia impossibilidade de realizar o exame físico das pacientes.

Dra. Marcella esclarece que na sua clínica foram promovidas adaptações para receber as pacientes com segurança, mantendo o mesmo conforto como o ajuste dos horários de marcação mais esparsados, álcool em gel em todos os ambientes, higienização da sala seguindo os protocolos de segurança entre os atendimentos, uso de máscara por todos os profissionais, retirada do autosserviço de cafés e substituição por serviço individual.

Segundo a ginecologista, as mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), também precisam manter o calendário de consultas e exames sempre em dia. “Exame não previne doença, mas a oportunidade de um diagnóstico precoce salva vidas”, salienta.

No sistema público, o atendimento realizado por especialistas precisa ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS), e a depender da região, esse número costuma ser limitado, gerando espera e algumas barreiras.

A médica ainda ressalta que a maioria dos exames periódicos tem o intervalo de um ano, justamente para aumentar as chances de detectar alterações precursoras de neoplasias ou câncer em estágio inicial. “São exemplos desses exames o Papanicolau, a mamografia e o ultrassom transvaginal”, aponta. Outros exames como histeroscopia, colposcopia, ressonância nuclear magnética, marcadores tumorais, pesquisa do DNA-HPV podem fazer parte desse acompanhamento a depender do risco e da avaliação individual de cada mulher realizada pelo especialista.

Dra. Marcella cita como exemplo de diagnóstico precoce o caso da apresentadora Fátima Bernardes. Segundo a ginecologista, o câncer de endométrio, ao qual a jornalista foi acometida, costuma apresentar poucos sintomas na fase inicial. “O principal deles é o sangramento vaginal após a menopausa, com ou sem dor e corrimento vaginal”, explica.

O exame inicial para investigação desse tipo de tumor é o ultrassom transvaginal, que já faz parte da rotina. Dra. Marcella presume que a avaliação médica direcionou a apresentadora aos exames subsequentes: a histeroscopia, na qual é observada a camada interna do útero com uma câmera, a curetagem uterina e a biópsia dessa camada, chamada endométrio.


Mulher de fases

Dra. Marcella Marinho ainda destaca que em cada fase da vida da mulher o foco do cuidado com a saúde muda. Na adolescência, o foco é a orientação, os cuidados pessoais, esclarecer dúvidas sobre o ciclo menstrual, sexualidade e contracepção. Além do exame físico completo, o médico pode solicitar exames complementares, como ultrassom, coleta de secreção vaginal e dosagens hormonais. “Considero muito importante passar em consulta ginecológica em dois momentos: quando iniciar os ciclos menstruais e ao iniciar sua vida sexual. São consultas de extrema importância, pois trata-se de oportunidade para oferecer informação de qualidade, desmistificar seus medos e fazer com que as jovens se sintam seguras a tirar suas dúvidas sem julgamentos ou vergonha, de modo a prepará-las à maneira correta de como se cuidar e se proteger”, esclarece Dra. Marcella.

A ginecologista adverte para queixas e sinais de alerta que devem fazer uma jovem a procurar o ginecologista, como cólicas ou dores pélvicas, corrimentos, lesões na genitália, nódulos ou dor nas mamas, além de irregularidades do ciclo menstrual.

Na fase dos 25 aos 45 anos, são realizados os exames periódicos e tratadas as queixas específicas. “Nessa fase é muito comum realizar consultas para eleger métodos contraceptivos, tratar as patologias mais comuns, como tensão pré-menstrual, miomatose uterina, dor pélvica, endometriose, síndrome dos ovários policísticos, cirurgias para estética íntima que estão ficando cada vez mais solicitadas, além das consultas pré-concepcionais e durante o acompanhamento do pré-natal”, enumera Dra. Marcella.

Os exames periódicos fundamentais são o exame físico completo, inclusive das mamas, a coleta do Papanicolau e a ultrassonografia pélvica. Os demais exames, inclusive o ultrassom de mamas e exames de sangue, serão elegíveis pelo médico especialista individualmente para cada paciente conforme a queixa, fatores de risco e se houver alguma suspeita clínica.

Segundo a ginecologista, a perimenopausa e a menopausa são fases da vida em que os riscos de câncer aumentam. Nesse período também ocorrem os declínios hormonais que causam muitos sintomas como ondas de calor, sudorese, secura vaginal, libido diminuída, incontinência urinária, irritabilidade e até ganho de peso. Portanto, a realização de exames como a mamografia, por exemplo, torna-se imprescindível, além do foco em melhorar a qualidade de vida tratando os sintomas climatéricos.

 

 


Dra. Marcella Marinho - A médica Marcella Marinho é especialista em ginecologia e obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). É pós graduada em Laparoscopia e Histeroscopia pelo Hospital do Servidor Estadual (IAMSPE), em Sexualidade Humana pela USP e em Ciências da Longevidade Humana – Grupo Longevidade Saudável. Realiza acompanhamento preventivo de mulheres, priorizando o atendimento integral em todas as fases da vida, da adolescência até a menopausa. Como obstetra, dedica-se em estar junto a gestante para acompanhar a evolução da gestação e do trabalho de parto. Para mais informações, acesse o perfil do Instagram @dramarcellamarinho,  por e-mail dra.marcellamarinho@gmail.com ou pelo telefone (11) 93429-0805.

 

Por que ter qualidade de vida é tão importante para os idosos?

Há quem diga que a juventude é a melhor época da vida. No entanto, a senioridade talvez possa ser considerada a mais almejada. Afinal, quem não quer viver oitenta, noventa ou até ser centenário? É importante ressaltar, no entanto, a enorme diferença entre viver e sobreviver, o que chamamos de qualidade de vida. 

Não apenas o Brasil, mas todo o mundo está passando por um processo de envelhecimento populacional. É natural, então, que essa pauta venha cada vez mais à tona. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado em abril deste ano, os idosos representam 10,53% da população brasileira, um aumento de 20% em relação a 2012, quando a proporção de idosos era de 8,8%. Em 2050, esse número será ainda maior. Por isso, garantir uma boa qualidade de vida para essa parcelada da população é tão crucial.

Complementar ao estudo acima, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida continuará em ascensão. A informação mais recente é que ela se aproxima dos 80 anos em estados como Santa Catarina (79,1), Espírito Santo (78,2), Distrito Federal e São Paulo (ambos com 78,1). No restante do território nacional, também foi registrada uma alta. À medida em que a população se tornar mais idosa, veremos mais pessoas em busca de atividades que promovam autoestima, bem-estar, e, claro, felicidade.

Os idosos já viveram o que a sociedade geralmente considera como "anos de ouro" e sabem o que a vida tem a oferecer. E eu garanto que, por trás dos passos atentos e vagarosos, há pessoas que desejam viver o mais ativamente possível, ainda que com algumas limitações. Permitir que esses indivíduos tenham qualidade de vida proporciona saúde, tanto física como emocional, além de, claro, trazer prazer e satisfação.

O English Longitudinal Study of Aging (ELSA), maior estudo britânico sobre longevidade, fez uma análise com 3.200 pessoas e constatou que os indivíduos com mais de 60 anos que se sentiam mais satisfeitos com a vida apresentavam menos limitações na realização de suas atividades diárias. Sendo assim, é possível verificar que existem diferentes fatores que proporcionam essa sensação positiva, entre eles ser ativo e se sentir útil, aproveitar a vida, realizar sonhos, socializar com familiares e amigos, fazer planos para o futuro e investir em qualidade de vida.

Para que a pessoa permaneça tão ativa quanto na fase adulta, ou, ainda, desenvolva hábitos saudáveis de desenvolvimento social, cognitivo e físico durante a fase idosa, um fator que influencia, e, muito, para realização de atividades satisfatórias e que geram bem-estar e prazer é incentivo por meio de familiares e de amigos.

Gosto sempre de lembra que a prática constante de atividades físicas, nesse sentido, pode melhorar a mobilidade e aliviar as dores. Além disso, a alimentação adequada garante mais disposição e saúde. Ambos, é claro, sempre guiados pela ajuda de um profissional. Normalmente, quando chega a fase idosa algumas famílias optam por cuidados multidisciplinares para proporcionar cuidado de acordo com às necessidades específicas.

A socialização é um fator de extrema importância para uma longevidade agradável e com felicidade, seja a convivência com a família, entre amigos ou em residenciais. As relações humanas amenizam os sentimentos de solidão e a carência, comuns nessa fase. É evidente, contudo, que a pandemia e a obrigatoriedade de distanciamento social dão outro peso à essa necessidade. Mas, como mencionei em um artigo recente sobre a população idosa e o isolamento, há alternativas como artesanato, pintura, culinária, jardinagem e outras opções de lazer. A tecnologia tem sido uma importante aliada durante esse período. É possível se conectar via telefone, e-mail ou videochamada, amenizando, um pouco, a sensação de isolamento.

Durante o momento temos vivenciado, muitos idosos descobriram ou estreitaram suas relações com a internet, que, além dos contatos com conhecidos, dá a possibilidade de realizar cursos e estimular aprendizados, que muitos não dominavam anteriormente. É importante atentar-se ao fato de que a qualidade de vida está diretamente ligada às preferências e à rotina de cada um. O que diverte alguns, pode deprimir outros. A chave é ouvir e estar disposto a mostrar opções. Como eu disse anteriormente, a família é fundamental no processo de manter o idoso ativo e proporcionar atividades de socialização faz parte disso.

Manter-se ativo é fundamental para que o ócio, tão almejado por jovens e adultos, não se torne algo prejudicial. Ter a mente vazia pode ser especialmente danoso para os indivíduos com mais de 60 anos, considerando a quantidade de tempo livre disponível. Quando esse tempo envolve muita solidão, pode gerar quadros clínicos de doenças emocionais como ansiedade, stress e depressão.

Uma pesquisa liderada pelo IBGE revelou que a depressão é a doença mais comum nos brasileiros entre 60 e 64 anos. Já um levantamento do Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou que, de 1997 a 2012, o consumo de antidepressivos por idosos passou de 8,3% para 23,6%. Por isso, esses processos de socialização são tão necessários.

Sendo assim, é preciso lembrar constantemente que nossos idosos precisam de atenção direcionada, cuidado, carinho e equipe médica especializada. Atentar-se a essas necessidades e buscar a qualidade de vida beneficiam não somente os idosos como seus familiares, pois garante a ambos tranquilidade e bem-estar.

E, para fechar: proporcionar qualidade de vida aos idosos de hoje é também garantir e aprimorar a nossa no futuro.

 

 


Mini Bio Dra. Ana Catarina Quadrante - Geriatra e coordenadora médica da Cora Residencial Senior, formou-se na Faculdade de Ciências Médicas de São Paulo e fez residência em clínica médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e, também, em geriatria e gerontologia. Tem pós-graduação em aperfeiçoamento em cuidados paliativos pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. Atuou como clínica médica do Instituto do Câncer de São Paulo e como médica geriatra nos hospitais: Santa Cruz, Sírio Libanês, Alemão Oswaldo Cruz. Além disso, também foi médica da equipe de cuidado paliativos do Hospital Metropolitano do Butantã.


Camisinha: uma importante aliada no combate ao câncer

 Preservativo diminui o risco de contaminação pelo HPV, que é responsável por tumores no útero, pênis, entre outros



Provavelmente você não associaria a camisinha com prevenção ao câncer. Mas ela é uma importante aliada para evitar o surgimento de tumores nas mulheres e também nos homens, aponta o médico Andrey Soares, do CPO/Oncoclínicas. Isso porque, além de proteger das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), o preservativo evita o contágio do papiloma humano (HPV), que é o principal responsável pelo câncer no colo do útero. Mas não só ele. Nos homens, há uma forte relação também com o surgimento de tumor no pênis.

"Além da vacinação em meninas e meninos contra o HPV, a camisinha ainda é a principal barreira de transmissão e, embora se conheça melhor essa relação entre o tumor no útero com o contágio do vírus, ainda é grande o desconhecimento em relação ao câncer peniano. Os homens, em geral, tendem a se preocupar menos com a saúde, fazer menos exames, e etc, até por uma questão cultural mesmo. Então, informar sobre a importância do uso da camisinha também na prevenção do câncer masculino é fundamental e dever dos agentes públicos", cobra o oncologista.

E a fala dele é apoiada por números. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a relação entre o sexo desprotegido e câncer não é conhecida pelos brasileiros: entre 1500 entrevistados, quase 30% dos brasileiros não imaginam que usar preservativos pode reduzir o risco de desenvolver câncer. E são muitos os tipos que podem sofrer influência da contaminação do HPV:

"Os preservativos estão comumente relacionados à proteção contra o HIV, mas também são o modo de combate a formas de tumor que têm relação com o HPV, como colo do útero, vagina, vulva, pênis, ânus, boca e garganta", explica o especialista.

O câncer de pênis é considerado raro, mas seu prognóstico pode ter consequências devastadoras para a vida do paciente. Em muitos casos, é necessário fazer a amputação do órgão, embora quando diagnosticado em estágio inicial, apresente elevada taxa de cura. No entanto, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico, o que diminui a sobrevida e as chances de um tratamento com menos consequências físicas. Segundo os últimos dados disponíveis, 402 homens morreram em decorrência deste tumor no ano de 2015.

Já o tumor no Colo do Útero é o terceiro mais comum entre as mulheres. Também causado em grande parte pelo HPV, ele pode ser detectado no exame preventivo ginecológico, que deve ser realizado anualmente por todas as mulheres sexualmente ativas. Através do exame, é possível ver se o vírus sofreu alguma mutação que poderia levar ao câncer, tratando o local antes mesmo de malignidade. São mais de 6 mil óbitos por ano por conta do tumor. 



Desconhecimento e preconceito atrapalham prevenção

O desconhecimento leva à desproteção: 59% dos brasileiros não usa preservativos como medida de prevenção à doença. Outra aliada importante é a vacinação de meninos e meninas contra o HPV, que ainda sofre bastante preconceito e resistência na sociedade brasileira. Além, é claro, da falta da informação sobre ela. O assunto é tão sério que a Organização Mundial de Saúde (OMS) precisou se pronunciar, afirmando que a vacina é "segura e indispensável".

"Os rumores infundados sobre as vacinas contra o HPV seguem adiando ou impedindo de modo desnecessário o aumento da imunização, que urgentemente necessário para a prevenção do câncer cervical", disse em evento no começo de 2020 Elisabete Weiderpass, diretora do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC), vinculado à OMS.


Máscara de tecido: o que levar em conta no momento da escolha?

 Caso de Fabiana Justus levanta debate sobre uso de materiais pouco eficazes na proteção contra a Covid

 

Lutar contra a contaminação do coronavírus requer a adoção de várias estratégias juntas. Isolamento social, lavar as mãos, passar álcool gel, não sair de casa sem máscara, trocar de roupa toda a vez que voltar da rua, deixar os sapatos na porta. Tudo isso até chegar a tão sonhada vacina. Enquanto o melhor dos mundos não acontece, a conscientização ainda é a melhor forma para minimizar os impactos da Covid-19.

Na última semana a influenciadora digital Fabiana Justus divulgou uma série de vídeos no Instagram afirmando ter contraído o novo coronavírus após adotar o uso de modelos de máscaras feitas em tricô. "Linda e estilosa", como descrita por Fabiana, todavia, o tecido tem entre suas características a porosidade, não sendo efetivamente uma barreira eficaz, segundo especialistas.

Mas afinal, como escolher a máscara certa para não ser vítima do mesmo erro da influenciadora? O primeiro ponto é verificar a composição do tecido e atentar para suas características. Tramas mais abertas podem transmitir a sensação de maior respirabilidade - caso do tricô. Todavia, de forma geral, quanto mais poroso for o material, maior a proteção. Neste caso, as melhores alternativas são ainda o tricoline (100% algodão), o poliéster e os chamados tecidos tecnológicos, que recebem adição de aditivos com propriedades bactericidas, fungicidas e antivirais.

Alternativas no mercado que são efetivas e podem oferecer proteção segura à população

Diante da pandemia, o mercado brasileiro desenvolveu inovações importantes para garantir o maior conforto ao usuário das máscaras, sem abrir mão da proteção adequada. Há opções de tecidos com comprovação de efetividade como barreira mecânica para barrar a passagem de gotículas e oferecem propriedades capazes de inativar o Sars-Cov-2 de sua superfície logo após o contato.

A exemplo disso, a indústria têxtil Delfim, no mercado há mais de 60 anos, criou o DelfimProtect, em parceria com a empresa Nanox, ligada à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), graças à uma inovação 100% nacional: micropartículas de prata, que tem uma espécie de condutor que elimina o novo coronavírus por contato em menos de dois minutos por meio da oxidação. "A prata tem propriedades bactericidas e fungicidas. Vários tipos de fios foram testados, até que o resultado ideal fosse alcançado", explica Mauro Deutsch, presidente da companhia.

O produto final é feito de 100% poliéster, algo que desmistifica a premissa de que para ser eficiente o tecido precisa ter em sua composição algodão e mais outro tipo de fibra. "A malharia de urdume não desfia e não desgasta, além de ser confortável no vestir e para a passagem de ar. Além disso, a proteção está na filtragem, nas propriedades antibactericidas e na antiativação do vírus, algo que conseguimos com os íons de prata", enumera Mauro. O grande ponto alto do tecido é a sua alta eficiência de filtragem, comprovada cientificamente, que chega a 93%, além de sua barreira física e mecânica. "É um índice próximo ao obtido por uma máscara cirúrgica. É algo inovador e disruptivo", ressalta. Outra característica inovadora é a repelência à água.

A durabilidade dos tecidos antivirais é outro aspecto que tem gerado vários questionamentos. De acordo com Deutsch, máscaras feitas com esse tipo de tecido com propriedades anti-Covid podem ser lavadas até 30 vezes sem perder a eficácia da ação das micropartículas de prata. "Há estudos em andamento que estão checando estender esse número até 45 vezes", aponta o presidente da Delfim.

Mauro ressalta que o processo de lavagem tem que ser o mais simples possível, desvendando algumas informações que circulam por aí de forma equivocada. "As máscaras podem ser lavadas na máquina de lavar, sem nenhum problema. Apenas é importante colocá-las em sacos de proteção para roupas delicadas e não usar alvejante". E ele fornece mais uma dica valiosa. "Para manter a efetividade da repelência é preciso passar a máscara ou qualquer produto feito com o DelfimProtect com ferro após a lavagem".

Com a disseminação dos tecidos antivirais no mercado, muita gente tem comprado gato por lebre por conta da pirataria. Para garantir a compra de produtos que, de fato, assegurem a proteção, o presidente da Delfim fornece alguns conselhos. "Se a busca for pelo tecido, no site da Delfim nós indicamos os nossos distribuidores. Procure nossa marca no produto. Se a intenção é comprar os produtos prontos, escolha fornecedores de confiança que realmente esteja comercializando uma máscara que proteja contra o coronavírus, e não venda itens piratas".

Apesar de todos esses atributos, Mauro faz questão de enfatizar a importância de manter a higiene pessoal. "O uso de máscara aumenta significativamente o grau de proteção contra o vírus. Mas isso não significa que a pessoa estará totalmente protegida. O hábito de higiene pessoal tem que feito a todo momento. E, para mim, ele veio para ficar". 



Proteção para além das máscaras

Cada vez mais é possível ver a utilização desses tecidos ganhando uma amplitude maior. Hoje já está presente em toalhas de mesa de restaurantes, aventais para os garçons, jalecos para médicos, uniformes escolares, entre tantas outras aplicações.

O restaurante Così, que conta com unidades em São Paulo e Brasilia, adotou o "super tecido" para a produção de toalhas, além de aventais e máscaras utilizados pela equipe de cozinha - chef, assistentes e auxiliares - e para o time da linha de frente, incluindo garçons, maître, entre outros.


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