Dentro das
possibilidades permitidas pelas autoridades e pelos serviços de saúde, a mulher
deve manter sua rotina de consultas e exames
Bem sabemos que a pandemia em curso de Covid-19
atrapalhou um pouco a programação das pessoas para os cuidados com a saúde.
Entretanto, a restrição de alguns serviços de diagnóstico por parte das
autoridades não deve impedir o acesso às consultas e exames de rotina.
A falta de informação sobre a importância do
autocuidado ainda é um desafio a ser superado. A oportunidade de um ato médico
prevenir e promover saúde dependem também dessa autorresponsabilidade em
conjunto das pacientes.
Para as mulheres, a consulta com o ginecologista
não deve ser agendada apenas quando se apresenta sintomas. “Um diferencial do
nosso trabalho é periodicamente investigar sinais de doenças em fases
silenciosas ou pouco sintomáticas, e uma vez detectadas, poder serem tratadas
com maior chance de cura e sucesso terapêutico”, destaca a médica Marcella
Marinho.
Ela ressalta que, apesar do recurso da telemedicina
ter funcionado bem para as especialidades médicas clínicas, na ginecologia não
foi possível manter um atendimento de excelência, pela óbvia impossibilidade de
realizar o exame físico das pacientes.
Dra. Marcella esclarece que na sua clínica foram
promovidas adaptações para receber as pacientes com segurança, mantendo o mesmo
conforto como o ajuste dos horários de marcação mais esparsados, álcool em gel
em todos os ambientes, higienização da sala seguindo os protocolos de segurança
entre os atendimentos, uso de máscara por todos os profissionais, retirada do
autosserviço de cafés e substituição por serviço individual.
Segundo a ginecologista, as mulheres usuárias do Sistema
Único de Saúde (SUS), também precisam manter o calendário de consultas e exames
sempre em dia. “Exame não previne doença, mas a oportunidade de um diagnóstico
precoce salva vidas”, salienta.
No sistema público, o atendimento realizado por especialistas precisa
ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS), e a depender da região,
esse número costuma ser limitado, gerando espera e algumas barreiras.
A médica ainda ressalta que a maioria dos exames
periódicos tem o intervalo de um ano, justamente para aumentar as chances de
detectar alterações precursoras de neoplasias ou câncer em estágio inicial.
“São exemplos desses exames o Papanicolau, a mamografia e o ultrassom
transvaginal”, aponta. Outros exames como histeroscopia, colposcopia,
ressonância nuclear magnética, marcadores tumorais, pesquisa do DNA-HPV podem
fazer parte desse acompanhamento a depender do risco e da avaliação individual
de cada mulher realizada pelo especialista.
Dra. Marcella cita como exemplo de diagnóstico
precoce o caso da apresentadora Fátima Bernardes. Segundo a ginecologista, o
câncer de endométrio, ao qual a jornalista foi acometida, costuma apresentar
poucos sintomas na fase inicial. “O principal deles é o sangramento vaginal
após a menopausa, com ou sem dor e corrimento vaginal”, explica.
O exame inicial para investigação desse tipo de
tumor é o ultrassom transvaginal, que já faz parte da rotina. Dra. Marcella
presume que a avaliação médica direcionou a apresentadora aos exames
subsequentes: a histeroscopia, na qual é observada a camada interna do útero
com uma câmera, a curetagem uterina e a biópsia dessa camada, chamada
endométrio.
Mulher de fases
Dra. Marcella Marinho ainda destaca que em cada
fase da vida da mulher o foco do cuidado com a saúde muda. Na adolescência, o foco
é a orientação, os cuidados pessoais, esclarecer dúvidas sobre o ciclo
menstrual, sexualidade e contracepção. Além do exame físico completo, o médico
pode solicitar exames complementares, como ultrassom, coleta de secreção
vaginal e dosagens hormonais. “Considero muito importante passar em consulta
ginecológica em dois momentos: quando iniciar os ciclos menstruais e ao iniciar
sua vida sexual. São consultas de extrema importância, pois trata-se de
oportunidade para oferecer informação de qualidade, desmistificar seus medos e
fazer com que as jovens se sintam seguras a tirar suas dúvidas sem julgamentos
ou vergonha, de modo a prepará-las à maneira correta de como se cuidar e se
proteger”, esclarece Dra. Marcella.
A ginecologista adverte para queixas e sinais de
alerta que devem fazer uma jovem a procurar o ginecologista, como cólicas ou
dores pélvicas, corrimentos, lesões na genitália, nódulos ou dor nas mamas,
além de irregularidades do ciclo menstrual.
Na fase dos 25 aos 45 anos, são realizados os exames
periódicos e tratadas as queixas específicas. “Nessa fase é muito comum
realizar consultas para eleger métodos contraceptivos, tratar as patologias
mais comuns, como tensão pré-menstrual, miomatose uterina, dor pélvica,
endometriose, síndrome dos ovários policísticos, cirurgias para estética íntima
que estão ficando cada vez mais solicitadas, além das consultas
pré-concepcionais e durante o acompanhamento do pré-natal”, enumera Dra.
Marcella.
Os exames periódicos fundamentais são o exame
físico completo, inclusive das mamas, a coleta do Papanicolau e a
ultrassonografia pélvica. Os demais exames, inclusive o ultrassom de mamas e
exames de sangue, serão elegíveis pelo médico especialista individualmente para
cada paciente conforme a queixa, fatores de risco e se houver alguma suspeita
clínica.
Segundo a ginecologista, a perimenopausa e a
menopausa são fases da vida em que os riscos de câncer aumentam. Nesse período
também ocorrem os declínios hormonais que causam muitos sintomas como ondas de
calor, sudorese, secura vaginal, libido diminuída, incontinência urinária,
irritabilidade e até ganho de peso. Portanto, a realização de exames como a
mamografia, por exemplo, torna-se imprescindível, além do foco em melhorar a
qualidade de vida tratando os sintomas climatéricos.
Dra.
Marcella Marinho - A médica Marcella Marinho é especialista em
ginecologia e obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). É pós graduada em Laparoscopia e
Histeroscopia pelo Hospital do Servidor Estadual (IAMSPE), em Sexualidade
Humana pela USP e em Ciências da Longevidade Humana – Grupo Longevidade
Saudável. Realiza acompanhamento preventivo de mulheres, priorizando o
atendimento integral em todas as fases da vida, da adolescência até a
menopausa. Como obstetra, dedica-se em estar junto a gestante para acompanhar a
evolução da gestação e do trabalho de parto. Para mais informações, acesse o
perfil do Instagram @dramarcellamarinho, por e-mail dra.marcellamarinho@gmail.com ou pelo
telefone (11) 93429-0805.
Nenhum comentário:
Postar um comentário