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terça-feira, 3 de novembro de 2020

SBGG ressalta a importância de discutir ações para combater a violência contra os idosos

Entidade chama atenção para a situação dos idosos durante a pandemia e o novo número de casos de violência doméstica

 

O número de denúncias de violência e de maus tratos contra os idosos cresceu 59% no Brasil durante a pandemia, de acordo com dados do Disque 100. Entre março e junho deste ano, foram 25.533 denúncias. Em 2019, foram 16.039. São Paulo é o estado com maior número de denúncias, seguida de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Carlos André Uehara, afirma que, mesmo com o aumento, ainda existe muita subnotificação dos casos e que muitas vezes o idoso não reconhece que existe uma violência sendo cometida contra ele.

Além da dificuldade em denunciar, outro desafio é o reconhecimento do problema por profissionais de saúde. "O médico, enfermeiro ou assistente social que atende aquele idoso acaba não identificando a violência. Existe o costume de procurar marcas pelo corpo de violência física, e a violência emocional passa despercebida", diz Uehara.

 

Os tipos de violência contra os idosos são:

Violência física

Abuso psicológico

Negligência

Abandono

Violência Institucional

Abuso Financeiro

Violência Patrimonial

Violência Sexual

Discriminação

 

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia -SBGG


Pix: primeiras transações começam hoje (03/11)

Serviço chega oficialmente em 16 de novembro e permitirá transações financeiras em seis segundos; e estará disponível 24h por dia, sete dias por semana


Começam nesta terça-feira (03/11) as primeiras transações do Pix, o novo meio de pagamento que operará de forma instantânea. Na prática, esta nova tecnologia permitirá pagamentos em até dez segundos, em um serviço disponível 24h por dia, sete dias por semana. Para o período de testes, o Banco Central selecionou alguns clientes das 762 instituições já aprovadas para trabalhar com o Pix. E a partir do dia 16 de novembro, a inovação estará disponível para todos os interessados.

“Os outros meios de pagamento continuarão a existir, como DOC, TED, boletos e cheques, mas há um entendimento de que o Pix poderá substituir determinados comportamentos financeiros conforme a popularização do seu uso”, explica José Luiz Rodrigues, especialista em regulação do mercado financeiro e sócio da JL Rodrigues & Consultores Associados. “Por ser mais rápido, o Pix poderá diminuir os prazos de entrega de compras feitas pela internet. Enquanto o boleto bancário demora um dia ou dois para registrar o pagamento, o Pix fará isso em segundos. Isso é positivo também para varejo, que terá em mãos um sistema financeiro mais rápido, prático e seguro, o que deverá impactar positivamente na gestão dos negócios na própria prestação de serviços”.

A nova modalidade de pagamento poderá ser usada para qualquer tipo de transação, como transferências de dinheiro entre pessoas ou empresas, pagar contas de água e luz e até a quitação de taxas públicas, como a de passaportes ou impostos. “O Pix poderá ser utilizado em todos os dispositivos eletrônicos das instituições financeiras ou de pagamento, como aplicativos para smartphones e caixas eletrônicos. Isto traz para instituições de pequeno porte, fintechs e demais startups a possibilidade de disputar espaço no mercado”, complementa o especialista.

Para a empresa de tecnologia LiveOn, que oferece toda a base digital para a prestação de serviços financeiros, já é perceptível o aumento de empresas que desejam ofertar o Pix aos consumidores. “Hoje, atuamos com 28 clientes, sendo 25 bancos. Nossa equipe também cresceu para atender a alta demanda: passamos de 8 para 40 pessoas no time. É um crescimento em cadeia. Com a proximidade do lançamento do Pix e de demais tecnologias, houve um aumento de consumo. Em um comparativo de junho a agosto, as transações financeiras realizadas em nossas plataformas passaram de R$ 150 mil para R$ 40 milhões”, detalha Lucas Montanini, CEO da companhia.

Criada em 2015, a empresa surgiu para desenvolver soluções web e mobile, com foco em startups. Nos últimos dois anos, ao acompanhar as renovações tecnológicas e os debates sobre a estrutura financeira nacional, a LiveOn passou a direcionar seu conhecimento digital para o desenvolvimento de plataformas financeiras e soluções de pagamentos. Entre seus cases de sucesso está a Conta Black, uma conta 100% digital direcionada para pessoas que não têm acesso a serviços financeiros nas instituições bancárias tradicionais. 

“Quando se pensa em banco, um dos primeiros pensamentos é voltado à burocracia. As filas, os processos longos. Existe um debate sobre otimização e quebra desse cenário e, ao acompanharmos o panorama tecnológico mundial e as demandas da sociedade, percebemos que o universo bancário deve absorver essas soluções digitais em pouco tempo”, pondera Lucas.

O especialista em regulação José Luiz Rodrigues complementa: “Será cada vez mais comum o surgimento de novos produtos ou empresas no cenário financeiro. Porque a modernização do Sistema Financeiro Nacional, provocada pela chegada de inovações como o Pix, open banking e sandbox, está fazendo com que o mercado se estruture para atender às novas demandas de consumidores. Isso vem gerando novos processos de fusão, incorporação, parcerias, compra e venda, entre outros modelos de organização ou reorganização”.

 

JL Rodrigues & Consultores Associados

https://jlrodrigues.com.br/

 

Como a LGPD afeta a vida do cidadão

Medidas simples ajudam a preservar dados pessoais

 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) acaba de entrar em vigor e, embora esteja ligada às empresas que possuem as informações, vai afetar diretamente a vida dos cidadãos. Hoje em dia, qualquer organização pode solicitar diversas informações aos clientes, ainda que essas informações/dados não tenham relação com os serviços oferecidos por ela. Muitos desses dados pessoais eram fornecidos sob a promessa de confidencialidade, entretanto, acabam sendo comercializados sem o devido consentimento dos clientes, causando ainda uma série de transtornos, como envio de spams em e-mails, telemarketing etc. A lei surgiu com a necessidade de justamente evitar estes problemas.

A principal dúvida dos consumidores é se, de fato, a lei vai proteger seus dados de forma segura, sem vazamentos. Segundo Luciana Sterzo, superintendente jurídica da Tecnobank, o que se espera para os cidadãos é que o tratamento desses dados finalmente seja feito com medidas de segurança. “São medidas técnicas e administrativas, aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito”, explica. 

De modo geral, a ideia é tornar a vida das pessoas mais privada e com menos invasores indesejados. "De qualquer forma, é importante também que os brasileiros comecem a rever seus modos de exposição, pois muita gente costuma deixar livres seus dados por conta própria em suas redes sociais, como telefone, e-mail e até endereço, o que dificulta ainda mais a preservação dessa privacidade tão buscada por todos", ressalta Luciana.

Sendo assim, a grosso modo, o consumidor passa a ter mais proteção. Mas, como isso vai acontecer? Indiferente de ter uma lei em vigor ou não, é importante seguir algumas dicas para evitar o acesso indesejado aos dados pessoais.

  1. Cuidado com as informações passadas em redes sociais e aplicativos de relacionamento: é costume expor informações demais nas redes sociais e isso pode, sim, prejudicar. Cuidado com os conteúdos postados (check-in em endereço residencial, telefones e endereços em seu perfil, datas de nascimento, documentos em geral, saber quais locais públicos você costuma frequentar e fotos de crianças com uniformes escolares), pois eles podem, muitas vezes, ser grandes pistas para intrusos.
  2. A segunda dica pode até ser um complemento de segurança para a primeira: busque, ao máximo possível, gerenciar as configurações de privacidade das redes e buscadores usados. Filtre o acesso e a utilização dos dados pelas empresas, pois isso dificulta a descoberta dos invasores.
  3. Cuidado com os aplicativos de celular e também com acessos à internet por computador. Não aceite as políticas de privacidade sem ler totalmente e entender se aquilo pode acabar invadindo seus dados para uso em outros fins.
  4. Atente-se às sugestões de cadastros em restaurantes, lojas diversas, mercados e até mesmo via telefone. Evite preencher muitos cadastros, pois quanto mais informações fornecer, você mesmo pode ajudar a fazer com que seus dados sejam usados para outros meios.
  5. Não use wi-fi público para acessar aplicativos de bancos, pois há um grande risco de que seus dados sejam vistos por algum monitoramento. Caso seja inevitável usar a rede compartilhada, procure instalar um app de VPN (software virtual privado que praticamente impossibilita o acesso a seus dados na internet) no celular ou computador. 




Tecnobank

 

domingo, 1 de novembro de 2020

Ensaio sobre a lágrima

“Chora, Tistu, chora. É preciso.

As pessoas grandes não querem chorar, e fazem mal,
porque as lágrimas gelam dentro delas, e o coração fica duro.”
(Maurice Druon, em “O menino do dedo verde”)


 
 
Sempre apreciei a expressão “olhos marejados”. É, para mim, de uma beleza plástica incrível. Os olhos, as “janelas da alma”. E o mar, com seu ir e vir das ondas.
 
Olhos marejados são assim. Lágrimas que pensam em deixar o conforto dos olhos, mas que se retraem como quem diz: “Ainda não é hora” ou, então: “Ainda não posso me desnudar”.
 
A lágrima revela tudo. Insólita por natureza, carrega consigo dor, tristeza, alegria, emoção. A lágrima marejada contém-se em si mesma. Ela é suficiente para cobrir toda a superfície ocular. Faz os olhos brilharem, refletindo a transparência da alma.
 
Hospitais são locais onde se tratam pessoas doentes. Construções de paredes sólidas e áridas, brancas e gélidas. Uma arquitetura onde o calor naturalmente se dissipa e onde as vozes ecoam assustadoramente – assim como as rodas e rodízios das cadeiras e macas que perambulam pelos corredores.
 
Acho que um dia algum publicitário passou por um hospital e percebeu que ali faltava algo. Resolveu, então, colorir as paredes das alas de pediatria, instalar uma capela no térreo e criar um banco de sangue. Tudo isso para humanizar aquele ambiente – porque o que lhe faltava era vida.
 
Ao contrário do que se faz supor, hospitais, e aqui excluo as maternidades, são moradas não da saúde, mas da doença. A saúde reside no sorriso maroto de uma criança, nas árvores que florescem na primavera, na conjunção erótica dos amantes. Nos hospitais, habitados pela doença, a morte espreita, vagando livremente, rindo-se com sarcasmo do sofrimento de internos e familiares.
 
Os profissionais – médicos, enfermeiros e assistentes – aprendem a ser heróis sem coração. Heróis porque lutam contra a engenhosidade ardilosa da doença que busca refúgio nos recônditos da complexidade do corpo humano, procurando dificultar o trabalho de sua descoberta. É um jogo de caça, de esconde-esconde, no qual o bem luta para triunfar enquanto o mal, uma vez instalado, dá-se por vitorioso desde o início, nada tendo a perder.
 
Entretanto, por atuarem numa batalha tão desigual, muitas vezes patrocinada pelo despreparo, pela desqualificação ou pela desestrutura, estes heróis aprendem a dominar suas emoções. Afinal, são tantos dias, dias após dias, horas e mais horas, enfrentando as adversidades, testemunhando a amargura velada ou silenciosa de seus pacientes, acompanhando o desespero e, por vezes, o destempero de familiares – que transitam com suas faces avermelhadas e seus óculos escuros, e não em decorrência do esplendor do sol –, que tudo aquilo se torna rotineiro. Cena do cotidiano.
 
Quando seu time de futebol vence uma partida, você fica feliz. Até esfuziante. Cada gol é comemorado como se fosse único. Mas se a equipe se torna imbatível, as conquistas perdem o sabor, porque se tornam previsíveis. A felicidade vira alegria. A alegria vira desdém. Assim ocorre com a maioria dos médicos. A sensibilidade se esvai, por hábito e por dever de ofício. E eu os respeito por isso, porque seria incapaz de fazê-lo. Por esse motivo tomei como profissão a mente, e não o corpo das pessoas. Fiz de um lápis, uma caneta ou um teclado meu próprio bisturi.
 
Em uma manhã fria e cinzenta de novembro, de um distante, mas sempre próximo ano de 2004, minha mãe nos deixou. Cinco anos depois, foi a vez de meu pai. No combate à doença, em ambos os casos, não nos faltou empenho, não nos faltou solidariedade, não nos faltou fé. Só nos falta a presença física deles.
 
Os olhos já não estão mais marejados, porque as lágrimas decidiram que era hora de se despir e ganhar o mundo. Tomaram formatos e feições diversas, algumas discretas como o orvalho da manhã, outras intermitentes como garoa paulistana.
 
Por coincidência ou não, os céus, em sintonia, harmonia e deferência, também derramaram suas lágrimas, por meio da chuva, anunciando a purificação, a renovação e a mensagem de que a vida segue.



 
 
 Tom Coelho - educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.

  

Vivenciar o Luto é Saudável

Segundo a neuropsicóloga Leninha Wagner, os sentimentos que emergem com o luto são aqueles mais desafiadores de se lidar: Perda, dor, despedida, vazio. “Por isso muitas vezes nos sentimos tentados a ultrapassar rapidamente este momento para abreviar o sofrimento. Mas nem sempre o atalho é o melhor caminho a seguir. Sobretudo se estamos falando de como nos relacionar com as emoções. As emoções negativas, são extremamente difíceis de serem digeridas, mas se acolhermos e compreendermos a finitude humana, encontraremos uma dimensão curativa na elaboração do luto”.

Além disso, ela detalha que o luto “é um processo que resulta de uma ‘perda’ significativa para a nossa vida, e se refere a um investimento afetivo que não tem mais quem o ‘receba’. Não se trata, portanto, de um obstáculo a ser vencido o mais breve possível!” Leninha lembra ainda que “se não vivermos o luto até o fim, não elaboramos a perda, impedindo o término desse processo”.

Na maior parte das vezes, a sociedade compreende o luto como um processo instaurado pela morte ‘concreta’, de alguém próximo. Mas, destaca Leninha, “ele pode estar relacionado também a rompimentos de outras naturezas, ou ao encerramento de ciclos. Como por exemplo, o término de um relacionamento, o rompimento de uma amizade, a perda de um emprego ou mesmo de um projeto de vida”. Mas, a neuropsicóloga detalha, “em qualquer um dos casos, ele é um momento fundamental porque implica na ressignificação de emoções e na restauração do indivíduo após a perda do objeto amado”.

Após um tempo, é necessário recolher o investimento afetivo, pois já não há a quem entregar esse sentimento. Para isso, observa Leninha, é fundamental descobrir outras fontes de desejo e de prazer: “Então, o melhor é se permitir passar pelo processo de transformação gerado por esse ‘adeus’ que vai nos preparar para os caminhos que podem surgir no futuro. É importante viver isso para deixar o ‘novo’ chegar”.

 

Não é um caminho fácil

 No entanto, vale lembrar que quando se trata de viver o luto, não existe um padrão de comportamento a ser seguido, acrescenta Leninha: “Algumas pessoas ficam mais à flor da pele, sentem vontade de falar, chorar e de contar com a companhia de alguém. Mas há quem opte em se recolher porque precisa desse isolamento para reorganizar as emoções. Não existe uma maneira ‘melhor’ ou ‘pior’ de vivenciar essa experiência, então o mais importante é respeitar o processo de cada um”. Nesse sentido, Leninha Wagner lembra que “existem várias gradações do luto, em alguns casos ele pode ser mais longo, em outro, ele pode ser mais breve. Se a pessoa sentir que precisa de ajuda, é fundamental que ela possa pedir sem medo, que ela não se furte a esse direito. Nessas horas a postura dos amigos e familiares que estão em volta faz total diferença”.

Mas atenção: Leninha ressalta que “negar a expressão da dor do outro com comandos como ‘não chore’, ‘pare de sofrer, porque ele (a) não quer te ver triste’ são desencorajadores. Você estará ajudando muito mais se demonstrar entender a dor do outro. O outro precisa ver a sua dor ‘legitimada’, afinal aquela morte abriu um ‘rombo de dor e saudade’ em seu coração. Então é preciso deixar a pessoa à vontade para experienciar a dor do seu jeito, sem que seja censurado. Isso é importante para o processo de ‘cura”, explica.


Quando é necessário acompanhamento psicológico?

É difícil medir, mas Leninha observa quando a pessoa fica parada no tempo em que o outro se foi, não consegue falar de marcos de outros tempos, é bom ficar alerta. “Principalmente se percebemos que o tempo passou e nada se realocou. Claro que alguns podem se fortalecer mais rápido, mas a sensação de imobilidade por um longo período é preocupante”. No entanto, o extremo desse comportamento também gera preocupação, isto é, “não entrar em contato com essa dor. Pois estamos conectados o tempo todo, e em época de pandemia esse comportamento se intensificou. E as grandes infelicidades não aparecem nos palcos das redes socais, todos querem parecer e aparentar que estão felizes”. Essa “ditadura da felicidade” pode se esconder, avalia Leninha, “nos bastidores, causando doenças reais, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico etc.”.

A neuropsicóloga ressalta que é importante avaliar cada passo dado, pois “estamos trabalhando remotamente e de forma quase incessante, não ter tempo para elaborar as dores da vida, nos movimentos naturais de perda e finitude é negar vive como humanos que somos, é adoecer!” Assim, a preocupação é pertinente, pois quando “perdemos alguém ou algo que amamos, e entramos novamente na roda da vida, atendendo a demanda do mundo externo sem nos conectarmos com nossos conteúdos internos”, é nos tornarmos estranhos e desconhecidos à nós mesmos.

O luto, completa Leninha, “deve nos permitir entrar em contato com nossa característica mais concreta: a finitude. Somos seres vivos, tudo que é vivo tem um começo, um meio e um fim. Por isso o tempo e a vida, são tão caros. Porque partimos”. “Precisamos viver antes de morrer”, aconselha.

 

Elaboração do luto

 Leninha Wagner destaca que o processo de luto “é instalado para a elaboração de uma perda, consistindo no desligamento da libido a cada uma das lembranças e expectativas relacionadas ao objeto perdido, por isso, é considerado um processo lento e penoso”. E suas fases são:

1- Negação: “Eu estou bem”.

2- Raiva: “Isto não é justo”.

3- Negociação: “Eu faria qualquer coisa pra não passar por isso”.

4- Depressão “Eu estou tão triste”.

5- Aceitação: “Era pra ser assim”.

“A perda de algum objeto amado traz, ainda que momentânea, a fragmentação e desestruturação do sujeito. O luto é um processo de reconstrução e reorganização diante de uma perda, desafio psíquico com o qual o sujeito tem de lidar”, completa a neuropsicóloga. E ela finaliza: “Diante de um luto patológico, da impossibilidade de elaborar uma perda, onde a pessoa não consegue se reorganizar, busque ajuda profissional”, alerta.

 

 

Fabiano de Abreu 

Aos mortos de nosso tempo

Sem que tenham praticado nenhuma ilicitude    

castigou-os um juiz de togas puídas e bocejos.

Corroeu-lhes as nervuras íntimas dos corpos

a maioria já exaurida pelo passar dos tempos.

 

E nem o féretro das magoas os levou aos céus

nem a última procissão do óbito tensa

conquistaram na prolação da última sentença

carcomidos pela infausta e insólita doença.

 

Poderia ser um sábado, uma manhã ou uma tarde,

banhados pelo sol que nos dá vida e alento

desciam às ínferas terras do apodrecimento.

 

Os corações saudosos choraram injuriados

dezenas vezes os milhões sepultos

solitariamente, não eram mortos, apenas vultos.

 



Amadeu Garrido de Paula - poeta e ensaista literário, é advogado, atuando há mais de 40 anos em defesa de causas relacionadas à Justiça do Trabalho e ao Direito Constitucional, Empresarial e Sindical. Fundador do Escritório Garrido de Paula Advocacia e autor dos livros: “Universo Invisível” e “Poesia & Prosa sob a Tempestade”. Ambos à venda na Livraria Cultura.


Falando sobre morte com os pequenos: 8 livros para ajudar pais a trabalharem o tema com as crianças

Histórias lúdicas e sensíveis são boa forma de fazer crianças compreenderem mais sobre assunto e aprenderem a lidar com emoções acerca das perdas


A aproximação do dia de Finados faz com que a morte dos entes queridos seja mais lembrada e comentada entre as pessoas e pode acabar sendo uma boa oportunidade para introduzir o assunto e trabalhar esse tema com as crianças. Se para os adultos lidar com a morte é complexo e difícil, para os menores, que ainda não sabem lidar bem com os sentimentos e nem entender o que significa a morte de fato, pode ser ainda mais complicado. 

De acordo com a editora de Literatura da Positivo Soluções Didáticas, Cristiane Mateus, os livros, neste momento, se transformam em uma boa alternativa para auxiliar os pais a conversarem sobre esse tema com as crianças. "O momento da leitura aproxima crianças e adultos. Faz com que os pequenos estejam mais propensos à escuta. Histórias que falam sobre a morte e apresentam a perda sob diferentes ângulos podem ajudar a criar o ambiente ideal -  tranquilo e lúdico - para que os pais falem sobre o assunto com os filhos", explica Cristiane. 

Ela lembra que existem inúmeras histórias que falam sobre a morte, diversas e diferentes entre si. "Para escolher os títulos mais adequados, é essencial levar em conta a idade da criança e o quanto ela já é capaz de compreender sobre o assunto", reforça Cristiane. 

Para ajudar os pais a abordarem o tema em casa, por meio da leitura, segue uma seleção de oito livros infantis que falam sobre a morte e a perda.


1- Menina Nina — duas razões para não chorar, de Ziraldo (de 5 a 8 anos)


Menina Nina narra, de maneira bastante poética, a relação de uma garota com a sua avó. Toda a história é conduzida de forma leve e alegre, até que a dor aparece com a perda da avó. É a partir daí que começam a surgir questionamentos, quando Nina passa a tentar entender o que aconteceu. Ziraldo apresenta aos leitores duas razões do porquê não chorar, com uma linguagem simples, direta e cheia de esperança.



2- Marcéu, de Marcos Bagno (a partir de 10 anos)

Com muita beleza e sensibilidade, este livro de Marcos Bagno trata da relação de dois irmãos, Marcos e Marcéu. Os dois moravam numa casa à beira de um rio. Um rio gigante, que não dava para ver o outro lado de tão largo. Marcéu dizia que do outro lado do rio moravam as ideias. Marcéu, que tem um contato íntimo com a natureza, morre em uma enchente. O mais velho, com a trágica experiência, amplia e aprofunda sua visão de mundo e de si mesmo. Emocionante, poético, sensível e sem drama.


3- Para onde vamos quando desaparecemos?, de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso (a partir de 9 anos)

A partir de uma série de questionamentos, somos levados a refletir sobre a finitude da vida, sobre o tempo e, claro, sobre o aparecer e o desaparecer. Embora, mesmo para os adultos, seja praticamente impossível responder à questão proposta, a narrativa consegue lançar novas hipóteses sobre esse tema, trazendo poesia e respostas mais sérias. Elas variam conforme os casos apresentados, que vão desde as meias que “desaparecem” misteriosamente, até o sol que todos os dias vai embora. 


4- Ficar triste não é ruim, de Michaelene Mundy (de 5 a 8 anos)


Este livro oferece às crianças de todas as idades (e às pessoas que as amam e orientam) uma visão realista e confortadora da perda - cheia de estímulos positivos e alentadores para lidar com a perda na infância. A obra promove o crescimento por meio de um sentimento de pesar honesto e sadio.



5- O Anjo da Guarda do Vovô, de Jutta Bauer (de 4 a 10 anos)

A partir de uma narrativa singela, um avô, que está em seu leito no hospital, passa a recordar e a contar para o neto os principais momentos da sua vida. Por meio dos desenhos, o leitor descobre que, em cada um desses acontecimentos, o vovô não estava sozinho: o seu anjo da guarda sempre estava por perto. Tudo nessa história é “dito sem dizer”, traduzindo o momento da despedida de forma completamente poética, falando sobre temas como experiência, aprendizado, legado e claro, sobre como lidar com a morte.


6- Pode chorar coração, mas fique inteiro, de Glenn Ringtved e Charlote Pardi (a partir de 6 anos)

A obra retrata um delicado processo de despedida vivido por uma avó e seus 4 netos. No centro da história está a Morte, uma figura temida e assustadora que, neste livro, mostra-se generosa e atenta à escuta e ao momento vivido pelos pequenos. E, ao longo das páginas, descobre-se que essa presença acolhedora é quem mostrará que abrir espaço para falar e conversar sobre as despedidas pode tornar algumas travessias mais humanas e possíveis. É dela, inclusive, a maravilhosa frase que dá nome à obra, a qual carrega uma importante lição para vida.


7- Harvey — Como me tornei invisível, de Hervé Bouchard (a partir de 9 anos)

Harvey é um garoto inteligente, mas que vê a sua vida virar de ponta cabeça após a morte do pai. Compelido por um sentimento desolador e desconhecido, o garoto tenta se refugiar, criando um mundo próprio de fantasia. Para isso, imagens e textos caminham lado a lado, ajudando a descobrir esse sentimento tão cruel e terrível que é trazido pela morte e também como aprender a lidar com ele. 


8- A preciosa pergunta da pata, de Leen van den Berg (a partir de 1 ano)

A pata possui uma pergunta preciosa: afinal,o que acontece conosco quando falecemos e para onde vamos? Um questionamento importante para a pata, já que há pouco tempo ela sofrera a perda do seu patinho, algo que a entristece bastante. Buscando resposta para sua pergunta, a pata se encontra com vários personagens e cada um dará uma resposta completamente diferente para a sua dúvida, ajudando a entender de forma poética a morte e o que acontece quando morremos

 

Luto na pandemia: como diferentes culturas lidam com a morte

Tradições em colônias de imigrantes precisaram ser adaptadas com a Covid-19


“Agora, em tempos de coronavírus, a presença é limitada e muitas pessoas ficam nas ruas, entre a igreja e o cemitério, para acenar para os enlutados e assim prestar sua solidariedade”. O relato é da Roselin de Best, moradora de uma colônia holandesa em Carambeí (PR), sobre como as famílias de imigrantes precisaram adaptar suas tradições de apoio a quem perdeu amigos e parentes durante o período de pandemia. Com os cuidados de distanciamento social, a tradição fúnebre também foi afetada e a solidariedade às famílias tem sido prestada a distância.

Mesmo com as adaptações, a forma com que as pessoas lidam com a morte e o luto está muito relacionada à cultura e à tradição local. Visitas a cemitérios, flores, velas, cantigas e orações fazem parte dos costumes de muitas famílias no dia 2 de novembro. O ritual criado na Roma do século XII tem um forte significado para a Igreja Católica e seus seguidores. No Dia de Finados, amigos e familiares que morreram são homenageados em rezas e orações, um ato para interceder pelas almas que estariam no purgatório passando por um processo de purificação, segundo a fé católica cristã.

No Brasil, a morte é vista como um assunto delicado e que causa certo incômodo pelo luto e ausência de entes queridos. Mas, em regiões com forte influência da imigração, tradições relacionadas à despedida trazidas pelos primeiros imigrantes são mantidas. É o caso das colônias holandesas no Paraná, que resgatam no Brasil a forma com que os Países Baixos encaram a morte. De acordo com Roselin, a Holanda vê a morte como um fato que faz parte da vida e pelo qual todas as pessoas irão passar em um determinado momento. “A cultura holandesa encara a morte de uma maneira mais natural, não faz muito mistério. Claro que ficam tristes, de luto, mas falam mais abertamente sobre a morte. Em holandês a palavra seria ‘nuchter’, que traz um tom menos emotivo talvez”, conta Roselin.

Os próprios rituais fúnebres revelam essa naturalidade holandesa. Tradicionalmente, toda a comunidade se envolve nos preparativos do velório em solidariedade à família e unidos pela Igreja. Enquanto o Dia de Finados no Brasil tem influência da Igreja Católica, os costumes holandeses estão ligados à Igreja Reformada, seguindo a linha Calvinista. Bernardo Bouwman, morador da colônia holandesa Castrolanda, em Castro (PR), conta que a igreja tem um papel fundamental na comunidade, prestando suporte para a família e unindo voluntários.

“Quando alguém morre, o presbítero é imediatamente avisado para visitar a família e organizar tudo. O interessante é que a família não se envolve com o enterro. O presbítero reúne todos os vizinhos e separa quem vai ficar em casa cuidando da família, quem fica responsável pela alimentação e até quais serão os vizinhos que vão abrir a cova para enterrar o corpo. E toda essa união da comunidade é feita de forma voluntária para que a família não se preocupe com nada”, comenta Bernardo.

As diferenças de culturas também estão presentes na construção dos cemitérios. Com jardins amplos e uma estrutura minimalista, esses locais reforçam a naturalidade dos Países Baixos. “O cemitério da nossa Igreja IERA (Igreja Evangélica Reformada Arapoti) é diferente também por questão da tradição reformada, que é mais discreta, diferente da tradição católica, que usa túmulos mais elaborados”, comenta Janet Bosch, moradora da colônia holandesa em Arapoti (PR).

No Brasil, essas colônias mantêm viva a tradição holandesa, mas a migração pode mudar alguns costumes. Na Holanda, os corpos são velados por uma semana, enquanto no Brasil dura no máximo 36 horas. Tal diferença acontece pelo clima. O frio europeu permite a conservação dos corpos, o que é inviável no Brasil por causa do clima tropical. “A tradição de um povo é vista de muitas formas e todas elas são importantes para preservar a riqueza de uma cultura e fazer com que cada ritual siga de geração para geração”, diz o vice-presidente da Associação Cultural Brasil-Holanda, Albert Kuipers.

 



Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH)

https://www.acbh.com.br/

  

Medo do futuro?

De repente, no meio da rotina, da liberdade e do convívio social aos quais estávamos acostumados, nos deparamos com um outro mundo, em que uma crise na saúde nos afeta em todas as esferas de nossas vidas, causando medos, angústia e insegurança. O isolamento e a falta de contato nos são impostos como prevenção para evitar uma doença em meio a uma pandemia mundial. E então nos perguntamos: “E agora???”. Planos são frustrados e famílias desestabilizadas, financeira e emocionalmente. Emoções negativas como as preocupações excessivas quanto ao futuro, tomam conta de todos nós, de forma geral e sem exceções, rapidamente, nos colocando no mesmo barco.

O medo é uma emoção básica, ficar temeroso e ansioso em um momento como este, pode até nos ajudar em situações perigosas. Essa emoção é tomada como reação fisiológica e está presente como forma de aviso e proteção desde a era primitiva, porém o medo passa a ser considerado exagerado, desesperador e patológico, quando é desproporcional em relação à situação problema, interferindo na qualidade de vida, concentração, sono, desempenho diário e no equilíbrio emocional.

Pesquisas apontam que o medo, como uma emoção exagerada e limitante, pode causar desde diferentes tipos de Transtornos de Ansiedade (TA), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) até crises de pânico e depressão. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a prevalência mundial do transtorno de ansiedade é de 3,6%, com destaque para o Brasil, em que o TA está presente em 9,3% da população, possuindo o maior número de casos entre todos os países do mundo. Mas como manter então a saúde emocional em uma situação de quarentena?

Mesmo as pessoas mais saudáveis mentalmente têm o seu emocional abalado diante de mudanças bruscas somadas ao bombardeio de notícias ruins sobre os casos. Procurar ajuda psicológica para controlar o medo e a ansiedade excessiva, se torna a escolha mais sensata para manter a saúde mental. Pensamentos de insegurança trazem muitas vezes a sensação de perda de controle, pessoas com alguma pré-disposição ou até mesmo já diagnosticadas com algum transtorno psicológico, podem ter seus sintomas agravados nesse período de distanciamento social.

Para isso, faça uso de estratégias comportamentais que ajudem no manejo do medo, como o planejamento. Diante do novo, planeje novamente sua rotina, o medo tende a se potencializar diante do desconhecido. Busque atividades que lhe deixem bem, que relaxem positivamente e utilize a tecnologia a seu favor, cuidando da exposição às informações falsas e alarmantes. Podemos usar essa emoção como nossa inimiga, mas também como aliada, como um instrumento diante de um desafio, que nos impulsiona a agir e se prevenir da maneira que podemos. O medo não vai desaparecer de nossas vidas, mesmo após a pandemia passar, muitas vezes ele vai fazer um papel necessário no dia a dia, de nos guiar e nos orientar, como uma função protetora, então não brigue com esse sentimento, mas também não deixe que ele se torne excessivo ao ponto de paralisar.

É importante acolher este sentimento, aceitar que ele está aí, identificar de onde ele vem, sua intensidade e agir para lidar melhor com ele. Quando você escolhe fazer algo em relação ao seu medo, como prevenir, tratar ou até mesmo enfrentar, você minimiza os sentimentos que ele causa, tornando-o mais funcional na sua vida, de forma que ele não atrapalhe e sim ajude. Estamos vivenciando um momento atípico sim, e indesejável, no entanto, é preciso tomar atitudes necessárias para minimizar os seus impactos na saúde da mente e se reinventar perante às dificuldades.

Em um cenário de incertezas, a única certeza que temos é a de que tudo passa.

 


Marina Stech - psicóloga (CRP 18/05593) em Cuiabá/MT. Pós-graduanda em Terapia Cognitiva, atua com a abordagem Terapia Cognitivo-Comportamental e auxilia pessoas através de sua página profissional no Instagram. (Terapeuta para adolescentes, adultos e casais).

Instagram: @psicologia_sensata

E-mail: psimarinastech@gmail.com 

 

A ressignificação do luto e da morte com a pandemia de Covid-19

A pandemia de Covid-19 promoveu transformações significativas em nossas relações sociais no trabalho, na família, na escola, entre outros espaços. Seus impactos chegaram até mesmo à forma como lidamos com o luto e a perda provocada por esta grave crise. As exigências sanitárias de isolamento social e quarentena impediram que as famílias que lidaram com a morte nesse período pudessem adotar os ritos e protocolos comuns até então. A celebração de Finados em 2020 torna-se, portanto, um momento de aceitar a ressignificação desse tema para os próximos anos.

Desde a chamada Gripe Espanhola no início do século 20, o mundo não encarava uma crise sanitária tão grave e global como esta. No fim de setembro, com sete meses de pandemia, eram mais de 1 milhão de mortos em todos os continentes. Apenas no Brasil, um país que só agora registra queda no número de óbitos, foram mais de 150 mil vítimas até meados de outubro. Mais de 150 mil famílias que não puderam se despedir de seus entes queridos, uma vez que as restrições chegaram aos velórios, com horário reduzido, limitação de número de pessoas e caixão lacrado.

O luto está envolvido em uma cerimônia social de passagem e despedida. Há valor simbólico grande e aspecto psicológico fundamental para a retomada do sentido da vida e para a superação da ausência. Uma pessoa partiu, mas permanecemos solidários uns aos outros graças a esse sentimento. Contudo, como em outros momentos trágicos da história recente da civilização, essas marcas deixarão memória profunda nas narrativas sociais e familiares. Na maioria das vezes são parecidas com a sensação de que algo não foi finalizado, de certa incompletude que precisa ser satisfeita.

Isso pode ocasionar perda de sensibilidade com relação à morte e todo o simbolismo que ela traz consigo. Tal situação já estava em curso na sociedade contemporânea com a mudança de estilo de vida, mas pode ser potencializada a partir da pandemia de Covid-19. Entretanto, pode levar a um impacto inesperadamente positivo: a crença de que o ser humano é invencível e a noção de morte como algo distante da realidade de muitas pessoas (já que vivenciaram poucas experiências de luto) podem dar lugar a uma mudança no sentido que cada um dá a sua vida, graças à proximidade e à evidência da fragilidade humana.

As mudanças na forma dos velórios e enterros são os principais pontos que reforçam essa significação. Do ponto de vista antropológico e cultural, trata-se de ritualidade cheia de sentido e significado, religioso ou não, que permite a elaboração do luto de maneira mais afetiva e efetiva. Agora, com o avanço do número de mortes pela Covid-19, percebe-se uma tentativa de racionalização do processo de morte, uma cujas vítimas não puderam sequer ser vistas. É uma ressignificação em um primeiro momento, mas pode levar a um prolongamento psicológico do processo de luto.

Assunto ainda tabu na sociedade, ficou claro nos últimos meses que a morte faz parte da vida, estejamos preparados ou não. Na ausência do velório e dos demais ritos que tradicionalmente utilizamos para nossos mortos, é preciso criar outras formas de despedida coletiva que envolvam a memória da pessoa falecida e que possam amenizar esse luto que precisa ser elaborado internamente. Só assim estamos prontos para aceitar a situação e encontrar forças para seguir em frente com os desafios e perigos que surgem continuamente em nossa frente.



 Padre Sérgio Baldin Júnior - Coordenador do Curso de Filosofia e Coordenador de Missão Institucional do Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL.

www.unisal.br

  

Dia de Finados: O que significa e como é celebrado em diferentes culturas?

 Para algumas nações a data remete à tristeza; para outras; alegria e orgulho à memória dos falecidos

 

A Igreja Católica celebra o 2 de novembro como o Dia dos Fiéis Defuntos, Dia de Finados ou Dia dos Mortos. A origem remete ao século II, quando alguns cristãos rezavam pelos falecidos e visitavam seus túmulos.

No século XIII, um decreto do abade de Cluny – que dirigia o maior mosteiro da Idade Média - determinou que os monges sob sua jurisdição lembrassem o dia dos mortos em 2 de novembro. Assim, ao longo dos séculos, o Dia de Finados entrou para o calendário civil de vários países.

Segundo a cultura de cada nação, a data ganha aspectos diferentes. “Para nós, ocidentais, representa um dia de lamentações e saudades. Porém, temos que guardar no coração as lembranças e os momentos felizes”, explica Odil Campos, médium e autor do livro A Terra e Seus Universos (ed. Flor de Lis, 216 págs.), que remete ao assunto.

Brasil

O ritual mais comum em nosso país é visitar os cemitérios, colocar velas, flores nos túmulos dos falecidos e fazer orações.

Missas também costumam ser celebradas nesses locais, mas em virtude da pandemia de Covid-19 e para evitar aglomerações, cada município adotou regras próprias. Assim, é importante verificar se haverá cerimônias nos cemitérios.

México

Esse é um dos países em que celebração deixa de lado a tristeza, é encarada de maneira alegre e festiva. As pessoas usam fantasias coloridas de caveiras, constroem altares dentro das casas e preparam as comidas e bebidas preferidas de quem já se foi.

A ideia é relembrar com orgulho a memória dos falecidos.

Espanha

Nesse país a celebração é feita em 1º de novembro. As pessoas costumam retornar para suas cidades de origem, visitar os cemitérios onde estão seus entes queridos usando roupas em tons coloridos, vibrantes e num clima mais festivo.

Flores são levadas aos túmulos à noite, junto com um doce chamado Osso dos Santos - feito de marzipã, ovos e calda de mel com água e açúcar. A iguaria é utilizada como sobremesa nessa data.

Japão

A data é lembrada em 15 de agosto e trata-se de um momento para prestar homenagens aos ancestrais. As celebrações duram três dias e incluem danças e comidas especiais.

Os japoneses também costumam retornar ao lar em que os antepassados da família viveram e limpar as lápides dos falecidos.

Guatemala

No interior desse país - que tem influência de povos indígenas - pipas gigantes são soltar ao ar, próximo aos túmulos dos mortos. Também há pratos típicos feitos somente neste dia do ano.

Índia

No período chamado Pitri Paksha – que compreende 16 dias lunares no calendário hindu – o hábito é prestar homenagem aos ancestrais, especialmente por meio de ofertas de alimentos. O culto é feito para honrar sete gerações passadas.

Austrália

“Os aborígines australianos possuem uma tradição muito interessante. Eles lamentam e choram quando a pessoa nasce, pois vem para resgatar seus carmas e cumprir seu destino. Quando a pessoa morre, eles festejam e ficam alegres, pois ela finalmente se libertou do sofrimento de se encontrar encarnada na Terra”, finaliza Campos, que também já publicou outros livros de estudos no segmento espírita e romances espiritualistas.


Editora Flor de

www.editoraflordelis.com.br

Para Odil Campos, autor do livro A Terra e Seus Universos, devemos guardar lembranças e momentos felizes dos entes que já faleceram


Imagens: Divulgação

Dez afirmações para elevar a autoestima das donas de casa

Dia 31 de outubro, além do Halloween, é comemorado o Dia da Dona de Casa. Poucas são as pessoas que valorizam quem cuida dos afazeres domésticos, um trabalho dobrado que nunca tem fim. Muitas vezes o desgaste físico e emocional é maior para essas mulheres.

Limpar tudo, esvaziar os armários, passar roupas, fazer compras e, quando se tem, cuidar dos filhos. Tarefas árduas e que na maioria das vezes não são notadas e muito menos valorizadas. Por coisa disso, a autoestima da dona de casa precisa ser trabalhada, para saber que ela importa e que esse trabalho é muito importante para a harmonia do lar e da família.

Abaixo, a escritora e filósofa, Patrícia Cândido, autora do livro Manifesto da Autoestima, da Luz da Serra Editora, traz dez afirmações para elevar a autoestima das donas de casa.

 

10 AFIRMAÇÕES PARA ELEVAR A AUTOESTIMA DA DONA DE CASA:

🖤 Tudo o que eu pego para fazer fica bem-feito, é próspero e transforma o mundo.
🖤 As pessoas se sentem bem por serem minhas amigas, elas dizem que eu as ajudo a prosperar.
🖤 Eu estou sempre bem-arrumada e bem-cuidada.
🖤 Minha postura é sempre leve, confiante e feliz!
🖤 Sou reconhecida como uma pessoa nobre, magnética, que deu certo na vida.
🖤 Tenho força e poder de realização.
🖤 Eu perdoo o meu passado e me aceito para promover as mudanças necessárias para seguir em frente.
🖤 Eu sou um ser incrível em muitos aspectos, eu me admiro.
🖤 Eu me sinto grata e autoconfiante, poderosa e próspera.
🖤 Estou bem, estamos bem, tudo em mim está bem. Eu, meu corpo e minha consciência aceitamos essa luz.
🖤 Eu mereço ser feliz, eu nasci para ser feliz, meu destino é ser feliz.

Ficha Técnica:
Título
: Manifesto da Autoestima
Subtítulo: desprograme toda a insegurança que o mundo te impõe
Autora: Patrícia Cândido
Editora: Luz da Serra Editora
ISBN: 978-65-88484-00-5
Preço: R$ 59,90
Páginas: 296
Formato: 16x23cm
Link de compra: 
Luz da Serra Editora ou Amazon


Sobre a autora: Patrícia Cândido é escritora best-seller internacional, com mais de 16 obras publicadas. Filósofa e pesquisadora na área da espiritualidade há quase 20 anos, é mentora e palestrante internacional, com mais de 120 mil alunos em seus treinamentos. CEO do Grupo Luz da Serra, a autora se orgulha muito de dizer que é cofundadora de uma empresa genuinamente espiritualista. Como conferencista, ministrou mais de 2 mil palestras e workshops presenciais, somando um público superior a 50 mil pessoas. Destaque no Canal Luz da Serra do YouTube, que conta com mais de 1,7 milhão de seguidores, ela aborda assuntos relacionados a bem-estar e espiritualidade que mudam a vida de milhares de pessoas diariamente. Patrícia é Embaixadora Mundial da Fitoenergética. Largamente reconhecida pela imprensa nacional, já colaborou com revistas como Negócios, Exame, Bons Fluidos e Glamour. Além de participar de programas como o Super Poderosas, da Band, e a Revista da Cidade, da TV Gazeta, já teve artigos publicados no Estadão, Catraca Livre e Mundo Positivo.

 

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