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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Pacientes com câncer de próstata terão nova opçãode tratamento no Brasil


Terapia é indicada para aqueles em que o câncer voltou a progredir,
mesmo após o tratamento de bloqueio hormonal


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar um novo medicamento para pacientes com câncer de próstata, desenvolvido pela Janssen, empresa farmacêutica da família de companhias Johnson & Johnson. A apalutamida é um inibidor do receptor de andrógeno, indicado em combinação com terapia de deprivação androgênica (ADT) para postergar o aparecimento de metástase naqueles pacientes que já realizaram o tratamento localizado, receberam ADT e, ainda assim, há aumento do PSA (marcador sanguíneo).

A terapia atual dos pacientes que progridem após o tratamento local consiste em castração cirúrgica ou química (deprivação androgênica), que reduz o nível de testosterona (hormônio que serve de alimento para os tumores crescerem). No entanto, muitos dos cânceres de próstata resistem à terapia nessa etapa e 90% dos pacientes acabam desenvolvendo metástases ósseas[i].

O novo medicamento demonstrou diminuir em 72%[ii] o risco de progressão para metástase ou de morte e proporcionou 40,5 meses de sobrevida livre de metástase (mediana), o que representa um ganho de dois anos quando comparado ao placebo (16,2 meses).

“Esse medicamento representa um grande avanço para uma situação grave do câncer de próstata que já falhou ao tratamento hormonal. A apalutamida possibilita postergar o aparecimento da metástase, que é justamente a parte mais temida da doença, e adia também os efeitos secundários desse processo, impactando positivamente na qualidade de vida do paciente”, destaca Fernando Maluf, oncologista clínico e diretor médico do Centro Oncológico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, membro do Comitê Gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e Diretor do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. 


Expectativa e qualidade de vida

Na fase não-metastática, a doença pode ser silenciosa e manifestar sintomas após a progressão e o surgimento de metástases. Porém, quando essas se manifestam há uma significativa redução na expectativa de vida. Estima-se que, na fase metastática, a expectativa seja reduzida para até 3 anos[iii].

A metástase do câncer de próstata também pode causar dor óssea, provocar fraturas ou até compressão da coluna vertebral[iv], impactando diretamente no dia a dia do paciente. Durante o estudo clínico SPARTAN, parte significativa dos pacientes que receberam o medicamento não apresentaram tal impacto e mantiveram no tratamento a mesma qualidade de vida que tinham anteriormente.

Esse resultado demonstrado em pacientes não metastáticos e assintomáticos é decorrente do perfil favorável de segurança e de tolerabilidade da apalutamida, que apresenta poucos eventos adversos graves. Os eventos adversos no geral foram comparados ao do placebo e os mais comuns foram fadiga, hipertensão e rash cutâneo. 


Inovação no país

“O Brasil é o quinto país a receber a aprovação de apalutamida”, conta Telma Santos, Diretora Médica da Janssen Brasil. Agora, o produto passará por processo de aprovação de preço na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

A Janssen possui história e expertise para a inovação e o desenvolvimento de medicamentos oncológicos. Além da apalutamida, a Janssen já possui em seu portfólio brasileiro o acetato de abiraterona, indicado para pacientes com câncer de próstata metastático recentemente diagnosticado e não tratado anteriormente, e também para pacientes com a doença metastática que falharam à castração.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, com uma estimativa de mais de 60 mil novos casos anuais[v]. A doença, que acomete normalmente indivíduos acima de 50 anos, ocorre quando células malignas se formam nos tecidos da próstata. A metástase acontece quando essas células se disseminam para outros órgãos, que normalmente são os ossos, linfonodos, fígado ou pulmão[vi]


Sobre a apalutamida 

A apalutamida é um novo inibidor oral de receptor de andrógeno que bloqueia a via de sinalização dos andrógenos em células do câncer de próstata. O medicamento inibe o crescimento de células cancerosas de três formas: prevenindo a ligação de andrógenos ao seu receptor nas células; bloqueando a entrada dos receptores de andrógenos nas células cancerígenas; e impedindo os receptores de se ligar ao DNA da célula maligna.


Sobre o estudo clínico SPARTAN[vii]

SPARTAN, é um estudo clínico de fase 3, multicêntrico, randomizado, duplo-cego, com braço-controle por placebo, que incluiu 1.201 pacientes com câncer de próstata não-metastático resistente à castração e foi conduzido em 332 centros em 26 países na América do Norte, Europa, Ásia e Austrália. Os pacientes foram randomizados em 2:1 para receber apalutamida em combinação com terapia de deprivação androgênica (ADT) (n=803) ou placebo em combinação com ADT (n=398).

A apalutamida em combinação com ADT reduziu o risco de metástase ou morte em 72% em comparação com placebo em combinação com ADT (HR = 0.28; 95% CI, 0.23-0.35; p < 0.0001).

A mediana de sobrevida livre de metástase foi de 40,5 meses para apalutamida em combinação com ADT comparado a 16,2 meses com o placebo em combinação com ADT, prolongando a sobrevida livre de metástase em mais de dois anos. O benefício de sobrevida livre de metástase foi observado de maneira consistente em todos os subgrupos de pacientes.

Em outros achados do estudo, a apalutamida em combinação com ADT comparado ao placebo em combinação com ADT também reduziu em 94% o risco de progressão do PSA (Antígeno Prostático Específico) (HR = 0.06; 95% CI, 0.05-0.08; P <0.0001) e reduziu em 51%[viii] o risco da segunda progressão da doença (PFS2 - tempo de progressão da doença ou morte após o segundo tratamento), o que sinaliza que a apalutamida não interfere negativamente em tratamentos subsequentes.




Janssen



[i] Saad F, et al. Can Urol Assoc J. 2015;9(3-4):90-96.
[ii] Small E., et all. SPARTAN, a phase 3 double-blind, randomized study of apalutamide (APA) vs placebo (PBO)
in patients (pts) with nonmetastatic castration-resistant prostate cancer (nmCRPC). Abstract #161.
[iii] Nelson JB, et al. Cancer. 2008;113:2478-2487.
[iv] Cancer.net. Symptoms and signs. Disponível em: http://www.cancer.net/cancer-types/prostate-cancer/symptoms-and-signs. Acessado em 08/02/2018.
[v] Próstata. INCA. Disponível em http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/prostata. Acesso em 28/06/2018.
[vi] Web MD. What is metastatic prostate cancer. Available at: http://www.webmd.com/prostate-cancer/advanced-prostate-cancer-16/metastatic-prostate-cancer. Accessed April 2018.
[vii] Small E., et all. SPARTAN, a phase 3 double-blind, randomized study of apalutamide (APA) vs placebo (PBO)
in patients (pts) with nonmetastatic castration-resistant prostate cancer (nmCRPC). Abstract #161.
[viii] Small E., et all. SPARTAN, a phase 3 double-blind, randomized study of apalutamide (APA) vs placebo (PBO)
in patients (pts) with nonmetastatic castration-resistant prostate cancer (nmCRPC). Abstract #161.


NOVEMBRO AZUL, O MÊS DEDICADO AO CUIDADO DA SAÚDE DOS HOMENS


A campanha Novembro Azul teve início em 2003, na Austrália, quando alguns amigos deixaram o bigode crescer - o que, na época, estava fora de moda - com o objetivo de chamar a atenção para a saúde masculina. Desde então, o mês foi escolhido para a realização da conscientização mundial para prevenção de doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O INCA aponta ainda que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, e o Ministério da Saúde calcula que ele causa a morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas no Brasil. Esse tipo é considerado como um câncer que acomete mais pessoas da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O INCA estima ainda a ocorrência de 68 mil casos novos em 2018 no Brasil, mostrando tendência de aumento das taxas de incidência, que pode ser explicada pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

A próstata é uma glândula que só o homem tem e que se localiza na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. O órgão envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada - por isso os primeiros sintomas do tumor são a dificuldade de urinar, frequência urinária alterada ou diminuição da força do jato da urina, dentre outros. Na fase inicial, por ter poucos sintomas, o câncer de próstata pode evoluir, na maioria dos casos quando o homem procura atendimento por apresentar os sinais, já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são: dor óssea; dores ao urinar; vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

Os tumores de prótese podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, podendo levar à morte. Contudo, a grande maioria cresce de forma lenta, não apresentando sinais e sintomas, o que faz com que os homens não busquem atendimento médico e negligenciem a saúde. Essa falta de cuidado pode prejudicar também o tratamento e a sobrevida. Por essa razão é importante fazer exames anuais da próstata.

Os homens que apresentam histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio) devem se preocupar com esse fator de risco. Os homens negros também têm maior risco de serem acometidos pela doença, e a obesidade se configura como um fator de risco a ser igualmente considerado.


Como os homens devem se cuidar?

Homens a partir dos 50 anos devem procurar um serviço de saúde para realizar exames de rotina. O toque retal é o teste mais utilizado, apesar de suas limitações: somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser palpada. É recomendável fazer o exame PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês), que pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela próstata, o que seria um indício da doença. Para um diagnóstico preciso, é necessário analisar parte do tecido da glândula, obtida pela biópsia da próstata.

Caso a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até tratamento hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios.

Autores: Drª Ivana Maria Saes Busato, coordenadora do Curso de Gestão Hospitalar do Centro Universitário Internacional Uninter; e Dr. Rodrigo Berté, diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter. 



Novembro Azul: com diagnóstico precoce, as chances de cura são superiores a 85%


Oncologista alerta para a incidência da doença e como se prevenir


O câncer é a segunda causa de morte em todo mundo, caminhando a passos largos para assumir o primeiro lugar. Estima-se que em aproximadamente esse posto será alcançado.

Dentre os cânceres, aquele que mais acomete o homem é o de próstata. Responsável por algo em torno de 60.000 novos casos apenas no Brasil no ano de 2015, pode ser diagnosticado de forma precoce, aumentando de forma de considerável as possibilidades de cura.

Embora saibamos que a detecção precoce do câncer de próstata interfira no prognóstico, ainda lidamos com um número bastante distante daqueles possíveis e desejados. O principal motivo desse insucesso deve-se, em especial, à baixa adesão masculina em visitas médicas regulares além de um pré-conceito sobre o exame urológico (exame de toque), ferramenta fundamental nesse processo.


O que o câncer de próstata?

A doença ocorre quando as células deste órgão começam a multiplicar de maneira desordenada, formando tumores. Com diagnóstico precoce, as chances de cura são superiores a 85%.


Quais são os exames para detectar a doença?

O de sangue que dosa o PSA e o exame clinico feito em consultório. Devem ser feitos anualmente a partir dos 50 anos ou aos 45 anos para quem tem histórico da doença na família.


Sintomas:

O câncer de próstata é uma doença silenciosa. Geralmente quando há algum sintoma o quadro já está avançado. O ideal é procurar o médico se perceber alguns desses sinais:

- Micção frequente

- Dor ou ardor ao urinar

- Sangue no sêmen

- Impotência sexual

- Jato urinário fraco ou interrompido


Da Prevenção:

Ter um estilo de vida saudável:

* Alimentação rica em frutas, verduras, legumes e grãos;

* 30 minutos diários de atividades físicas;

* Manter o peso ideal;

* Não fumar;

* Controlar o excesso de bebidas alcoólicas;

* Consultar seu médico regularmente.






Dr. Elge Werneck - É membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, atuando na prevenção, no diagnóstico e no tratamento do câncer na Clínica de Oncologia e Hematologia de São Paulo (CLIOH), no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) e nos Hospitais Heliópolis e Nove de Julho – em São Paulo. Como médico, adota abordagem integral na assistência aos pacientes oncológicos, observando suas necessidades biopsicossociais. É coautor do livro "Câncer e Prevenção" - MG Editora, 2013 - é Preceptor de Residência Médica em Oncologia. Sua sólida formação inclui cursos em universidades americanas, entre elas a Universidade de Yale e a Universidade da Filadélfia, além de imersões em centros internacionais - incluindo o maior do mundo, o MD Anderson Cancer Center. É professor convidado em Oncologia, colunista/articulista, professor e requisitado palestrante.


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