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terça-feira, 2 de outubro de 2018

Rio Tietê: Por que também somos culpados?


Época de eleição é o melhor período para refletir sobre tudo que está errado e precisa melhorar. É a oportunidade que temos de, democraticamente, eleger pessoas realmente comprometidas com a tomada de decisões criativas e sérias que visem a mudança no bem-estar da população.

Um ponto importante nessa história é que de maneira egoísta e singular estamos acostumados a cobrar por mudanças que, de maneira direta, nos beneficiam. Cito alguns exemplos que você, assim como eu, irá se identificar: "O asfalto dessa cidade é uma porcaria", "O transporte público é ineficiente", "A educação no passado era muito melhor", "A saúde pública é uma vergonha".

Poderia escrever um artigo só sobre reclamações justas pelas quais nossas autoridades são cobradas, mas que pouco fazem para corrigi-las. Porém o ponto do artigo não é este. Lembro aqui dos problemas que normalmente nós não nos atentamos e, por décadas, deixamos passar despercebido.

Quantas vezes, ao longo do último ano, você refletiu sobre a quantas andam as obras de infraestrutura para ampliar a autonomia hídrica em nossa cidade? Chutaria aqui que poucas vezes. Acertei? Isso é natural. Hoje, quando chegamos em casa e abrimos a torneira, voilá, a água está lá. Plena e abundante. Mas se voltarmos um pouco no tempo lembraremos São Paulo atravessou a maior seca de todos os tempos. Naquele momento, as autoridades foram cobradas e medidas emergenciais tiveram de ser adotadas.

Demandas mais aparentes como saúde, educação e segurança precisam, é claro, ser sanadas de maneira urgente, porém o que mais me preocupa são as medidas aparentemente não urgentes. Vimos um exemplo nas últimas semanas com a tragédia ocorrida no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Por negligência das autoridades e por falta de incisiva cobrança de nós, sociedade, artefatos de nossa história viraram cinzas.

Na última semana, para variar, fiquei parado duas horas no trânsito da Marginal. Durante esse tempo, que normalmente é perdido, tive a ideia de escrever esse artigo e refletir, por exemplo, de quem é a responsabilidade maior para a eterna poluição do Rio Tietê. Conhecido nacionalmente por cruzar praticamente todo Estado de São Paulo, com seus mais de 1.100 quilômetros de extensão, o rio é, há muitos anos, uma cicatriz aberta na geografia urbana da maior cidade do País, incluindo o Rio Pinheiros, cuja foz se dá no pobre Tietê que, vale lembrar, do Tupi Guarani, o significado de Tietê é rio verdadeiro, águas verdadeiras, rio caudaloso – triste ironia.

Quantas vezes vimos a Avenida Paulista parada em função de um protesto que busca a despoluição do Tietê? Se houve, eu não fiquei sabendo. Você ficou? Penso que neste período eleitoral deveríamos avaliar também nossas próprias atitudes e decisões, afinal temos esse poder nas mãos. Não seria maravilhoso que nossa cidade tivesse um Sena ou um Tâmisa? Se Inglaterra e França conseguiram transformar seus rios em verdadeiros cartões postais por que não teríamos êxito nessa tarefa?

Quero ver esse cenário um dia. Quero que meus filhos, meus netos, naveguem pelas límpidas águas do rio. Será que isso é impossível? É pedir muito?

Parafraseando John Lennon, depois de ler esse texto você pode achar que sou um sonhador. Mas, acredite, eu não sou o único. Ah, não sou mesmo
Não podemos esperar ser uma nação desenvolvida sem saneamento básico para toda população – eu disse toda população! Não podemos deixar de ver, ouvir – sim, ouvir, porque não se escuta a água parada e fingir que não sentimos o cheiro do esgoto a céu aberto.

Espero que a gente se junte nesse propósito de consertar o que aparentemente não nos beneficie de maneira direta e, assim, passar a enxergar além dos montes – o que é a triste realidade!. Os únicos beneficiados dessa história toda seremos todos nós, brasileiros.






Uranio Bonoldi - consultor, palestrante e oferece aconselhamento personalizado para empresários e executivos. www.uraniobonoldi.com.br



EBIT|NIELSEN: FATURAMENTO NA BLACK FRIDAY DEVE CHEGAR A R$2,43 BI NO E-COMMERCE


Expectativa é de crescimento de 15% com relação a 2017 e mais de 4 milhões de pedidos online


O comércio eletrônico deve faturar R$2,43 bilhões durante a Black Friday em 2018, alta de 15% na comparação com o ano passado, aponta a estimativa da Ebit|Nielsen.  O número de pedidos pode registrar uma expansão de 6,4%, indo de 3,76 milhões para 4 milhões, já o  tíquete médio de R$607,5, alta de 8%.

A Black Friday, que neste ano será realizada em 23 de novembro, é a principal data do calendário do e-commerce brasileiro. A pesquisa da empresa aponta que 88,6% dos e-consumidores têm intenção de comprar na ocasião- alta de cerca de oito pontos percentuais com relação à pesquisa de expectativa de consumo realizada no ano passado.

O e-commerce continua como o principal canal de venda durante a data. Em 2017, 52% das pessoas entrevistadas fizeram suas compras em uma loja online e 57% delas pesquisaram os produtos de interesse online antes de concluir a aquisição.

A credibilidade da data é outro ponto que está crescendo ao longo dos anos. Conforme levantamento, o número de pessoas que não pretendem comprar durante a Black Friday - por não confiar que existam descontos de fato, diminuiu de 38% em 2017 para 35%. “O cenário é um reflexo de todo trabalho e repercussão positiva das últimas edições. As lojas também são fortemente impactadas por esse mérito e precisam zelar por sua reputação no mercado. Para 39% dos consumidores, confiança na marca é determinante na escolha, seguido de menor prazo de entrega, citado por 28% das pessoas”, afirma Keine Monteiro, head de inteligência e operações da Nielsen.

Entre o comportamento dos e-consumidores, 46% afirmaram que vão fazer suas aquisições na sexta-feira (23) e outros 22% indicaram que preferem comprar entre os dias 24 e 30 de novembro. No apontamento, há também os 13% que preferem garimpar promoções pré-Black Friday entre os dias 16 e 22 do mês.

Apesar da proximidade com o Natal, a data não representa perigo para as vendas de dezembro, já que continua sendo, majoritariamente, usada para compras de uso próprio para 69% das pessoas. Apenas 26% e 20% das pessoas disseram que pretendem comprar algo para a família e dar de presente, respectivamente.


As dez categorias mais desejadas pelo e-consumidor na Black Friday são:

1) Eletrônicos

2) Eletrodomésticos

3) Smartphones

4) Informática

5) Moda e acessórios

6) Cosméticos e perfumaria

7) Casa e decoração

8) Livros

9) Brinquedos e games

10) Esporte e Lazer

 
METODOLOGIA

A Ebit|Nielsen apurou 3013 amostras entre os dias 25 de julho e 14 de agosto de 2018. O questionário foi estruturado por meio da pesquisa online do painel Ebit e teve como universo os consumidores que pretendem comprar online nos próximos seis meses.





Nielsen 



Inteligência Artificial: integração entre ensino, teoria e prática e sua aplicação nos seguros


Transformação digital promete revolucionar a forma como se estudam os dados de clientes de seguradoras, mas a mudança de mentalidade para as novas tecnologias começa no ensino


A evolução tecnológica é uma característica dos nossos tempos, sendo que a Inteligência Artificial (IA) tornou-se um grande símbolo dessa transformação. É preciso entender que a IA separa-se em duas principais linhas: as tecnologias que procuram imitar o comportamento humano - os robôs - e as que propõem obter conhecimento baseadas na aplicação de algoritmos estatísticos sobre grandes volumes de dados.

Vamos falar sobre esse segundo movimento.

O aumento da capacidade de processamento, armazenamento e captação dos dados permitiu uma evolução dos algoritmos estatísticos de aprendizado de máquina. Embora os computadores essencialmente continuem os mesmos, baseados em lógica binária, o volume de diferentes tipos de dados, atualizados em velocidade surpreendente, permite um retrato cada vez mais preciso da realidade. A internet, as redes sociais e os sensores que as pessoas passaram a carregar consigo expandiram toda essa capacidade para além do computador pessoal, transferindo-a para a nuvem (cloud computing).  

Particularmente na indústria do seguro, algoritmos estatísticos sempre foram utilizados para o entendimento do risco e cálculo do prêmio. A diferença é, mais uma vez, a variabilidade, volume e velocidade com que os dados quantitativos e qualitativos são disponibilizados.


A evolução do uso dos dados

Atualmente, as seguradoras já utilizariam o algoritmo de rede neural, por exemplo, para calcular taxas de prêmio para seguros com grande volume de dados. Contudo, é preciso ter a tecnologia certa para fazer essa técnica funcionar. Também não adianta ter a tecnologia sem as pessoas corretamente treinadas para utilizá-la da melhor forma possível, aproveitando ao máximo os recursos existentes.

As áreas atuariais - responsáveis por analisar os riscos e as expectativas financeiras e econômicas - geralmente se mostram bem atualizadas no que compete ao uso de tecnologias para cálculos estatísticos. Mas o que falta é o acesso a uma maior variedade de dados organizados e segmentados. As corporações ainda sofrem, muitas vezes, com os registros das próprias transações. Enfrentam dificuldades no armazenamento de dados dos clientes e na criação de uma maneira para interpretar o mundo através desses dados. A causa disso é o atraso de investimento ou a adoção de sistemas antiquados, além de projetos mal sucedidos de implantação de sistemas baseados em bancos relacionais. 

O ponto é que não existe uma solução tecnológica única, que sirva para todas as empresas. Cada organização deve entender o estágio de maturidade de seus controles e transações, bem como da forma de acesso aos dados públicos disponíveis para que se possa gerar conhecimento com o uso da inteligência artificial. Deve ter a visão do momento de transformação digital em que se encontra, podendo, assim, identificar quais passos deve seguir para que os algoritmos de aprendizado de máquina possam ser aproveitados.


Duas faces da mesma moeda

O desafio da assimilação dessas novas tecnologias é entender que a prática e a teoria não se separam. Às vezes, o excesso de formalismo faz com que profissionais e estudantes pensem que determinado aspecto do tema se trata “somente de teoria”, quando, na realidade, tudo está interligado. A estatística, por exemplo, é teoria, mas também é prática. E essa diferenciação só dificulta o aprendizado.

É claro que, em cursos específicos de matemática, física e estatística, os formalismos matemáticos são fundamentais na construção do conhecimento.

 Acontece que, na academia, os cursos de pós-graduação, principalmente, não levam em conta que muitos estudantes não tiveram um ensino de base consolidado de cálculo. Nesse ponto, o excesso desses formalismos em teoremas e a falta de exemplos pertinentes às atividades desempenhadas pelos alunos não contribuem para a formação, servindo, muitas vezes, para reforçar a divisão equivocada entre teoria e prática.

O ponto é fazer com que os estudos se aproximem de exemplos concretos. O ideal é utilizar referências que tenham real significado na vida profissional do aluno. Além disso,  estar atualizado sempre é condição para não ficar para trás, pois as tecnologias evoluem muito rapidamente.

É preciso reforçar a importância de criar um conhecimento sólido, mas que mostre aos estudantes e futuros profissionais no mercado de trabalho que as duas coisas, teoria e prática, na verdade caminham juntas. E mais: uma completa a outra na construção do conhecimento.





Fabio Polonio - consultor independente e parceiro da Sistran. Atua como professor de pós-graduação em ciência dos dados. Ocupou cargos executivos em seguradoras nacionais e multinacionais, sempre ligados a projetos estratégicos e à transformação digital. Obteve seu mestrado em engenharia de software pelo IPT e é formado pela USP e pelo Mackenzie.



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