Pesquisar no Blog

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Endometriose na adolescência: como diagnosticar?


Cólicas incapacitantes e fora do período menstrual são alertas para diagnosticar a condição em adolescentes e mulheres jovens antes que a doença piore


A puberdade nem sempre é um período tranquilo na vida das adolescentes. As mudanças hormonais promovem o amadurecimento dos órgãos sexuais para as meninas, levando à primeira menstruação. Além do sangramento mensal e da acne a adolescente pode começar a ter cólicas, que, apesar de considerada pela maioria das mulheres como algo normal, pode ser um sinal da endometriose, doença que afeta até 7 milhões de brasileiras, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por ouvir de suas mães, amigas e inclusive dos médicos que ter cólica e desconfortos durante o período menstrual é natural, as jovens pode levar em torno de 7 anos para diagnosticar a doença. E o que é mais preocupante: quando os sintomas de cólica começam na adolescência esta demora para o diagnóstico pode durar 11 a 12 anos. Para a terapeuta ocupacional, Marília Gabriela Marques, foram mais ou menos 11 anos e 8 ginecologistas até o diagnóstico correto. “Na minha adolescência sempre tive cólicas e sempre ouvia das pessoas que era normal, que quando eu casasse ou tivesse filhos, passaria”, conta. “Muita gente me dizia inclusive que era frescura”.

O especialista Dr. Maurício Simões Abrão, professor associado do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e responsável pelo Setor de Endometriose do Hospital das Clínicas, explica que o útero da mulher é revestido internamente por uma espécie de película chamada endométrio que, quando a mulher engravida, é responsável receber o óvulo fecundado. Durante o período menstrual, o endométrio é renovado e descama, sendo eliminado do corpo em forma de menstruação.

“A paciente com endometriose apresenta endométrio implantado fora do útero, ou seja, podendo infiltrar outras estruturas, como por exemplo, os ovários e os ligamentos ao redor do útero. Em casos graves, o endométrio pode aderir inclusive a outros órgãos, como a bexiga e o intestino”, reforça. O que causa a dor extrema característica da endometriose é que, assim como o endométrio, estes implantes também se inflamam durante o período menstrual, podendo causar dores e até infertilidade.

A relação de normalidade entre o período menstrual e as cólicas pode ser indicada como um motivo para 53% das brasileiras desconhecerem a doença, conforme aponta uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), em parceria com a Bayer. No entanto, é necessário estar atenta a sinais importantes da endometriose que se manifestam já na adolescência:

·        Dores incapacitantes e persistentes durante todo o período menstrual e fora dele;
·        Dor pélvica inclusive durante a relação sexual;
·        Dificuldade e dor para evacuar.
·        Dores para urinar durante a menstruação

Ao identificar esses sinais, o mais indicado é procurar um ginecologista e solicitar a investigação do quadro. Exames como o ultrassom transvaginal e de abdômen podem auxiliar no diagnóstico precoce e definição do tratamento ideal. “Quanto antes for detectada e tratada, melhor o controle sobre a endometriose, embora não tenha cura, a rapidez no diagnóstico evita as complicações da doença e inclusive que a paciente passe por tratamentos mais agressivos, além de preservar a fertilidade”, ressalta o especialista. Dr Abrão salienta ainda que no Brasil foram desenvolvidas formas de se fazer o diagnóstico da doença por Ultrassom com preparo intestinal, que tem sido muito útil para a definição do tratamento a ser realizado.

Marília relembra o longo caminho que percorreu antes de saber que tinha uma doença: “antes mesmo do diagnóstico, já tive que lidar com os efeitos da endometriose. Passei por 5 cirurgias e tive as duas trompas retiradas, passei 5 anos afastada do meu trabalho e da minha vida. Se eu tivesse a informação que eu tenho hoje, com certeza tudo teria sido diferente”. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, a doença pode afetar 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva, ou seja, dos 12 aos 50 anos.


Tenho endometriose, e agora?

Por se manifestar de diversas maneiras, cada quadro de endometriose deve ser estudado de forma individual para definir a melhor linha de tratamento. “Há pacientes que não apresentam focos de endométrio fora do sistema reprodutor, então nesses casos podemos pensar em controlar os sintomas com o uso de métodos contraceptivos como a pílula e o DIU Mirena e, inclusive, suspender a menstruação”, explica o especialista.

Em casos mais graves da doença, em que a mulher apresenta endométrio na cavidade abdominal ou outros órgãos, por exemplo, pode ser necessário realizar cirurgias, como explica Dr. Abrão: “Esses casos são especialmente delicados, porque o plano cirúrgico vai depender de onde está o foco de endometriose, por isso precisam ser estudados de perto”.

Embora a doença não tenha cura, é possível controlá-la. Para isso, é imprescindível realizar exames e visitas periódicas ao ginecologista para acompanhar a progressão da doença e a efetividade do tratamento. Uma das opções de tratamento disponíveis no Brasil é o Allurene® (dienogeste), primeiro tratamento clínico de longo prazo, ministrado por via oral com dose única diária, indicado especificamente para endometriose.






Bayer


Depressão pós-parto. Como lidar com esse momento delicado da mulher?


Os indicadores podem ser desânimo, apatia, tristeza profunda e sentimento de culpa


Após a chegada do bebê, muitas mães sentem que algo não está como antes. 

Não apenas a rotina da família que muda com a chegada da criança, o lado emocional e até mesmo as condições físicas da mulher se modificam com o início da maternidade. De acordo com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Universidade UNIVERITAS/UNG, Silvia Sueli de Souza Maia, essas características podem ser indício de depressão pós-parto, que é uma doença como outra qualquer, exige tratamento com terapia e muitas vezes, com medicamentos. Saiba mais sobre essa patologia e as dúvidas mais frequentes acerca do assunto. 


O que é depressão pós-parto? 

A depressão pós-parto (DPP) é um transtorno de humor que pode afetar as mulheres após o nascimento do bebê. Não tem uma causa única e, provavelmente, resulta de uma combinação de fatores biológicos, emocionais e sociais. Esta patologia desencadeia sentimentos de tristeza, ansiedade e exaustão, que podem ser extremos e interferir na capacidade de cuidar de si mesma ou do filho. Geralmente, se manifesta por um conjunto de sintomas como irritabilidade, choro frequente, sensação de desamparo e desesperança, diminuição da energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade, sentimentos de incapacidade de lidar com situações novas. É importante conhecer estes aspectos que demarcam consequências prejudiciais ao desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. Na depressão pós-parto, há um aumento na intensidade e na constância da apatia, sentimento de rejeição, falta de prazer, que intensificam o sofrimento psíquico. Os custos emocionais ligados à doença fazem com que a mãe interaja menos com a criança.

 Com isso, os filhos de mães que tiveram depressão pós-parto podem apresentar problemas de ajustamento social na adolescência, com maior propensão à depressão, apatia e abuso de substâncias psicoativas.  


A depressão pós-parto é uma condição comum?

É relativamente comum a incidência do transtorno da depressão pós-parto. Um levantamento mundial estima que cerca de 60% das mães passam por uma forte melancolia após esse momento, conhecida como baby blues. No Brasil, cerca de 40%  das puérperas desenvolvem depressão, sendo que 10% apresentem a sua forma mais severa, denominada depressão pós-parto. Recomenda-se que psicoterapia e acompanhamento médico sejam realizados por mulheres que vivenciam esse tipo de transtorno. Aquelas que desenvolvem depressão pós-parto possuem maior risco de desenvolver depressão em outro momento da vida. Se não for tratada, a doença pode durar vários meses.  


A depressão pós-parto costuma gerar muita culpa na mulher. Da mesma forma, o julgamento das pessoas ao redor também pode agravar o quadro. Como podemos explicar que a depressão pós-parto não é culpa da mãe? 

Embora sem culpa alguma, as mulheres costumam se sentir responsáveis pelo inevitável afastamento de seus filhos que a depressão pós-parto gera, com descompensações psíquicas e tentativas frustrantes de atenuar as ações do transtorno.  


Quanto tempo após o parto a depressão costuma aparecer? 

Esse transtorno tem seu início em algum momento durante o primeiro ano do pós-parto, havendo maior incidência entre a quarta e oitava semana após o nascimento da criança e podem durar meses, se não tratado de maneira devida. 


Por que a depressão pós-parto acontece?

A depressão pós-parto, via de regra, ocorre quando a mulher e mãe já possui histórico de depressão durante a gravidez ou em outros momentos da vida, possui um diagnóstico de transtorno bipolar ou teve depressão pós-parto após uma gravidez anterior. Ainda é possível se justificar pelo fato de ter membros da família que tiveram depressão ou ainda outros problemas de estabilidade do humor; se experimentou eventos estressantes durante o período da gravidez, como complicações, doença ou perda de emprego, se o bebê nasceu com problemas de saúde ou alguma deficiência; tem dificuldade em amamentar; está experimentando problemas em seu relacionamento com seu cônjuge ou outro significativo; possui um sistema de apoio fraco, quer do cônjuge ou de familiares ausentes; possui ou está com problemas financeiros ou ainda se a gravidez não foi planejada ou foi indesejada. Os fatores podem ser os mais diversos. 


É possível tomar medicamentos para tratar a depressão mesmo durante o período de amamentação?

É possível tomar medicamentos durante a depressão pós-parto no período da amamentação desde que seguindo rigorosamente a orientação de um especialista.

 O tratamento médico da depressão pós-parto deve envolver, no mínimo, três tipos de cuidados: ginecológico, psiquiátrico e psicológico. Além da preocupação dos profissionais de saúde com o problema, são muito relevantes os cuidados sociais, comumente envolvidos com o desenvolvimento da depressão no período puerperal. Enfatiza-se a necessidade para o tratamento da depressão pós-parto para preservar uma vida adaptada da mãe, bem como para prevenir distúrbios no desenvolvimento do bebê e um bom relacionamento conjugal e familiar. Para tratamentos, a Psicologia de pacientes com quadro de depressão pós-parto tem-se destacado com o sucesso a abordagem cognitivo-comportamental. 


A depressão pós-parto é mais comum no primeiro filho ou pode acontecer em qualquer gravidez?

Não há registro de a incidência da depressão pós-parto ser mais comum após o nascimento do primeiro filho. Pode se desenvolver após o nascimento de qualquer criança.  


Como os parentes podem ajudar uma pessoa que tem depressão pós-parto?

Muitos maridos e familiares pensam que algumas mulheres, após o parto, ficam desanimadas, tristes e choram o tempo todo por estarem cansadas, porém pode ser indício de depressão pós-parto. Temos que ficar atentos à falta de apoio da família em alguns momentos complicados, para evitar a ocorrência do transtorno.

 Os indicadores de depressão pós-parto podem ser desânimo, apatia, tristeza profunda e sentimento de culpa. Em alguns casos, a mãe rejeita a criança por se sentir incapaz de cuidar do bebê e por não se considerar uma boa mãe. Esse transtorno leva a mudança de humor, que pode ser de grau moderado a grave.

  
Existe alguma maneira de prevenir a depressão pós-parto?

A depressão pós-parto pode ser evitada.  Recomenda-se que sejam criados projetos de apoio à gestante. Faz-se necessário criar programas preventivos de saúde pública com a finalidade de identificar a sintomatologia do quadro. A sugestão do psicólogo Manoel José Pereira Simão, é que se ofereçam às grávidas terapias, grupos de discussão e orientação médica. Ele sugere que sejam criados programas alternativos de tratamento como acupuntura, massagem e relaxamento. Essas práticas são apontadas por pesquisadores como minimizadoras do sofrimento causado pela depressão pós-parto. Para prevenir esse transtorno é necessário identificar fatores de risco como depressão anterior, conflitos conjugais, ausência de suporte social, ou seja, falta de apoio do pai da criança ou de familiares durante a gestação tendo sido ela planejada ou não.  


O que pode acontecer se a depressão pós-parto não for tratada?

São graves e, por vezes, irreversíveis, as consequências do não tratamento da depressão pós-parto. O seu não tratamento pode incluir: suicídio e/ou infanticídio, este em proporção menor, negligências na alimentação do bebê, bebê irritável, vômitos do bebê, morte súbita do bebê, machucados "acidentais" no bebê, depressão do cônjuge e divórcio; já as tardias seriam: criança maltratada, desenvolvimento cognitivo inferior, retardo na aquisição da linguagem, distúrbio do comportamento e psicopatologias no futuro adulto.

Desta forma, as repercussões de uma depressão pós-parto são múltiplas. A mulher que está sofrendo da síndrome corre o risco de suicídio, como em qualquer outra situação depressiva; as relações interpessoais são perturbadas; o casal - se for o caso - também sofre, o que pode provocar uma ruptura e, por fim, as interações precoces mãe-bebê são alteradas, comprometendo o prognóstico cognitivo-comportamental do bebê.



Um terço dos paulistanos têm apneia do sono


- Distúrbio traz risco ao coração

- Prevalência tem aumentado entre as gestantes


Cansaço, sonolência excessiva, irritabilidade e problemas de memória são alguns dos sintomas decorrentes da apneia, distúrbio causado por paradas respiratórias durante o sono decorrentes da diminuição no espaço da faringe (tubo o qual entra o ar). Estudo conduzido na cidade de São Paulo aponta que 32.8% das pessoas têm apneia do sono. Outra pesquisa mostrou que distúrbios respiratórios do sono estão presentes em 76% dos pacientes com insuficiência cardíaca.
“Pesquisas têm demonstrado também um aumento na prevalência de sintomas da apneia durante a gravidez: cerca de 45% das mulheres reportam ronco moderado a severo durante o terceiro trimestre da gestação. Cerca de 20% de mulheres apresentam apneia também no terceiro trimestre”, conta Claudia Albertini, Fisioterapeuta Doutora em Fisiopatologia Experimental pela FMUSP e Gerente Clínica para a América Latina da ResMed, empresa líder em dispositivos conectados para distúrbios do sono.
Depressão, redução da libido, impotência sexual e cefaleia pela manhã são outros sintomas da apneia, que pode levar ao aumento do risco cardiovascular, hipertensão arterial, aumento na incidência de infarto, derrames cerebrais, arritmias cardíacas e diabetes. 

Tratamento - Felizmente, a tecnologia está a favor para o tratamento da apenia. A poligrafia é um exame simplificado que permite ao paciente diagnosticar e tratar do distúrbio diretamente de sua casa, acompanhado remotamente pelo médico especialista do sono. “Hoje em dia basta o paciente apertar um botão e o dispositivo conectado faz todo o trabalho, além de enviar dados remotamente para que o médico faça o monitoramento. Isso facilita adesão e continuidade do tratamento da apneia”, conta a fisioterapeuta.
Controlar o peso, evitar álcool e cuidar de problemas nasais fazem parte do tratamento. Porém, o uso de dispositivos com tecnologia de armazenamento de informações na nuvem (CPAP) é muito importante para o tratamento da apneia do sono. Hoje o mercado disponibiliza máscaras modernas e anatomicamente ajustáveis, que permitem a continuidade do tratamento no longo prazo.

Tipos de Apneia – Dados da Associação Brasileira do Sono indicam que 75% dos brasileiros relatam ter pelo menos uma queixa, sendo as mais comuns: sono leve e insuficiente, ronco e insônia. Quando se trata de apneia ela pode ser classificada de três formas: obstrutiva, central e a mista. 

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é definida por episódios recorrentes de eventos respiratórios constituídos de paradas totais (apneias) ou reduções do fluxo (hipopneias) recorrentes das vias aéreas superiores durante o sono. Quando associadas à sonolência excessiva diurna, ou doença cardiovascular, recebe o nome de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). O diagnóstico da apeia obstrutiva do sono é feito através da poligrafia ou polissonografia noturna. Dependendo do número de eventos respiratórios por hora do sono, a apeia obstrutiva do sono pode ser classificada em leve (5 a 15), moderada (16 a 30)  e grave (> 30 eventos por hora de sono).

“As consequências da síndrome da apneia obstrutiva do sono são múltiplas e muitas vezes devastadoras. As mais óbvias são as neurocognitivas, com sonolência excessiva diurna levando a graves problemas, como queda importante da qualidade de vida, produtividade e graves prejuízos no trabalho e sociais. Os pacientes têm risco aumentado de acidentes automobilísticos. O sono superficial, fragmentado, e de má qualidade, contribui para a perda de memória e é importante fator de risco para depressão. Em alguns pacientes (particularmente importante para as crianças) a principal manifestação é irritabilidade e dificuldade para concentração”, explica a especialista.

A apneia central do sono (ACS) é definida pela interrupção da respiração com ausência de fluxo e esforço respiratório. A cessação de fluxo, por definição, deve ser de 10 segundos ou mais de tempo. Caracteriza-se por episódios recorrentes de apneia causados por perda repetitiva do drive ventilatório, em vez de obstrução da via aérea superior. O ronco na maioria das vezes não precede este tipo de distúrbio. Esta interrupção é principalmente em consequência a falta de estímulo autonômico para respirar.
Já a apneia mista do sono, é a mistura da AOS (quando existe uma obstrução da via respiratória superior) com a ACS (quando não há esforço respiratório).
A ResMed, empresa líder no relacionamento entre pacientes e prestadores de serviços médicos, por meio da saúde conectada, estará presente com seus dispositivos para diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono na 25ª edição da Hospitalar 2018, que acontece entre os dias 22 e 25 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo



Posts mais acessados