Será realizada a
busca ativa de hanseníase e exames para diagnóstico e tratamento de tracoma e
esquistossomose, além do tratamento de verminoses em alunos de 2,2 mil escolas
do estado
Durante todo o primeiro semestre deste
ano letivo, 600,9 mil alunos de 5 a 14 anos de idade, matriculados no ensino
fundamental de 2,2 mil escolas públicas em São Paulo serão beneficiados com a
busca ativa para diagnóstico e tratamento de casos de hanseníase, de tracoma e
de esquistossomose. Os escolares também receberão tratamento contra verminoses.
A estratégia, promovida pelo Ministério da Saúde, faz parte da V Campanha Nacional de Hanseníase,
Verminoses, Tracoma e Esquistossomose para diagnóstico de doenças
que possuem tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS) e contempla 483
municípios do estado.
A estratégia, cujo slogan é “Hanseníase,
Verminoses e Tracoma – em casa ou na escola, sempre é hora de prevenir e
tratar”, ocorrerá em 40 mil escolas públicas de 2,7 mil municípios
brasileiros que aderiram à ação e envolverá mais de oito milhões de alunos. As
atividades serão realizadas até o dia 30 de junho. Com ações específicas para
cada uma das doenças, a campanha envolve profissionais da educação e os que
atuam no SUS, em especial os profissionais da Estratégia de Saúde da Família
(ESF), das Unidades Básicas de Saúde e da Vigilância Epidemiológica dos
municípios.
Do total de municípios que aderiram à Campanha, 2.615 (95,4%) são
considerados prioritários, devido à vulnerabilidade social e ao risco de
adoecimento da população por essas doenças. Dentre os quais 443 são de São
Paulo. Todos os municípios prioritários juntos receberam do Ministério da Saúde
mais de R$ 16,5 milhões para a realização das ações propostas. Outros 127
municípios participarão voluntariamente da Campanha. Todos recebem do
Ministério da Saúde apoio técnico e os medicamentos necessários para a execução
da Campanha.
Para intensificar a estratégia, será realizada a Semana de
Mobilização Nacional da V
Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses, Tracoma e Esquistossomose, que
ocorrerá de 5 a 9 de março. O lançamento será dia 06 de março na
Escola Estadual Professor Jercy Jacob em Várzea Grande, Mato Grosso com a
presença da coordenadora-geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do
Ministério da Saúde, Carmelita Filha. Para a coordenadora, a ação no ambiente
escolar potencializa os resultados dessa intervenção. “Vamos ao encontro dos
alunos que estão num local que é familiar para eles, facilitando a abordagem
para realizar ações educativas e identificando precocemente essas doenças”,
explica Carmelita Filha.
CAMPANHA ANTERIOR - A quarta edição da
campanha, que aconteceu em 2016 e 2017, contou com participação de 2.409
municípios. Ao todo, seis milhões de escolares receberam a ficha de autoimagem,
157 tiveram diagnósticos de hanseníase confirmados, além de 23 casos
diagnosticados entre os contatos. Cerca de 4,9 milhões de escolares receberam a
profilaxia para verminoses, 22.084 casos foram confirmados como positivos para
tracoma e 381 para esquistossomose.
No estado de São Paulo, um dos 558,9 mil alunos que receberam a
ficha de autoimagem teve diagnóstico confirmado para hanseníase. 398,6 mil
escolares foram tratados contra verminoses e 1.758 alunos foram diagnosticados
com tracoma.
HANSENÍASE - Para detecção de casos de
hanseníase, a estratégia consiste na utilização da ficha de autoimagem que
contempla sinais e sintomas sugestivos da doença. A ficha é entregue a cada
aluno, a qual é preenchida pelos pais ou responsáveis e posteriormente
devolvida à escola. As fichas são triadas pelos profissionais de saúde e os
casos com lesões suspeitas de hanseníase, encaminhados para avaliação e início
do tratamento, caso confirmado o diagnóstico. Os contatos dos casos
diagnosticados também devem ser examinados.
Na última década, o Brasil apresentou uma redução de 37,1 % no
número de casos novos, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para
25,2 mil em 2016. Tal redução corresponde à queda de 42,3% da taxa de detecção
geral do país (de 21,19/100 mil hab. em 2007 para 12,23/100 mil hab. em 2016).
Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em
menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente,
e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade.
O diagnóstico e o tratamento da hanseníase são ofertados pelo SUS,
disponível em unidades públicas de saúde. Por isso, na última campanha
publicitária lançada no início do ano, o Ministério da Saúde alerta a população
sobre sinais e sintomas da doença com o objetivo de estimular a busca pelos
serviços de saúde e mobilizar profissionais de saúde na busca ativa por casos
novos.
VERMINOSES, TRACOMA E ESQUISTOSSOMOSE - No caso das
geo-helmintíases ou verminoses, os alunos recebem profilaxia com Albendazol
400mg em dose única. Esse medicamento é eficaz, não tóxico, e utilizado, há
vários anos, em milhões de pessoas de diversos países. Quanto ao tracoma, os
escolares são submetidos a exame ocular externo, realizado por profissionais
capacitados. Os casos positivos e seus contatos domiciliares são encaminhados
para tratamento.
Já os municípios que aderiram às ações para esquistossomose
realizarão exame de fezes na população escolar e tratamento individual ou
coletivo dos casos, com base nos percentuais de positividade encontrados.
Ascom/MS