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segunda-feira, 5 de março de 2018

ROBOTRUCKS: Caminhões (quase) sem motoristas já estão operando



Desde fins de outubro, caminhões autônomos construídos e operados pelo startup Embark estão transportando refrigeradores Frigidaire de um armazém em El Paso, Texas, para um centro de distribuição em Palm Springs, Califórnia. Um motorista de carne e osso está na cabine, para assumir o comando em caso de emergência, mas o objetivo final é que, em breve, esses motoristas não sejam mais necessários.

A Embark é uma das companhias que acreditam que o melhor tipo de veículos autônomos são os grandes caminhões, e não os automóveis, que ainda ocupam um grande espaço na mídia. Dentre as companhias apostando nos caminhões estão Volvo, Mercedes e Tesla; até mesmo empresas que por ora não fabricam veículos, como Uber e Waymo (da Google) estão trabalhando no assunto. 

Ao contrário do que pode parecer, colocar em operação um veículo como esse deve ser, ao menos em tese, mais fácil do que fazê-lo com um carro de passeio: nas highways (americanas) não existem ciclistas, pedestres, semáforos e outros problemas com que o software que dirige o caminhão tenha que se preocupar; manter-se na pista a uma distância segura de outros veículos seriam as preocupações básica. Talvez uma solução híbrida, ao menos em um primeiro momento, com motoristas assumindo o comando na entrada das cidades fosse uma solução para acelerar a difusão do uso desses caminhões - é como estão operando os Robotrucks da Embark. 

Nos Estados Unidos, o transporte de cargas por rodovia é um problema crítico, pois 70% das cargas viaja por caminhão, e motoristas são raros: na atualidade faltam 50 mil e em 2024 devem faltar 175 mil. Agravando o problema, motoristas não podem por lá dirigir mais de 11 horas por dia - no restante do tempo, os veículos ficam parados. 

Por enquanto, a Embark vai refinando seu software, de forma a que o mesmo possa tratar de situações imprevistas, como por exemplo, manutenção na pista, desvios etc.






Vivaldo José Breternitz - doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é Coordenador da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


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