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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Médicos alertam para cuidados com maquiagem em crianças durante o Carnaval





Pais devem optar por produtos voltados ao público infantil para evitar reações alérgicas na pele




Pular Carnaval também é brincadeira para as crianças, que aproveitam a ocasião para fantasiar-se de seus personagens favoritos. No entanto, os pais devem estar atentos às maquiagens que os pequenos utilizam na pele, devido ao risco de reação alérgica.

- É importante que se utilize somente maquiagens especificas para crianças encontradas em lojas de brinquedos e lojas especializadas em cosméticos. A sua composição tem produtos menos alergênicos e com que a remoção mais fácil. As maquiagens adquiridas no mercado informal, sem o selo de fiscalização da Anvisa, oferecem mais riscos às crianças - explica a secretária-geral da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Ana Paula Manzoni.

Crianças com histórico de alergias cutâneas, preferencialmente devem evitar o uso de cosméticos, porém, como nem sempre isto é possível, o ideal é que seja de uma marca de confiança e que fique o menor tempo possível em contato com a pele.

Em casos de reação à maquiagem, esta deve ser removida somente com água e sabonete neutro e, em seguida, procurar um dermatologista para receber orientações.




Francine Malessa



quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Fisioterapeuta explica sobre o vaginismo e o tratamento para dores nas relações sexuais



Laura, personagem de O Outro Lado do Paraíso, sofre com desconforto e dores no sexo, e não pode ser encarado como frescura ou pudor


A contração involuntária e recorrente da musculatura da vagina, que causa desconforto e dor na relação sexual, também conhecida como dispareunia ou vaginismo, atinge cerca de 3% a 5% da população feminina. Segundo dados estatísticos, esse número pode ser ainda maior, já que muitas mulheres não procuram ajuda por vergonha ou constrangimento e, portanto, não entram nos números.

Na trama da novela, O Outro Lado Do Paraíso, a personagem Laura relata a seu marido, que na noite de núpcias, por medo, o momento não foi nada tranquilo, e a deixou tensa e aterrorizada.

Segundo a fisioterapeuta, Eliana do Nascimento, especializada em Saúde da Mulher pelo HC-FMUSP, uma das causas para a ocorrência da dor na relação sexual é a ansiedade fóbica das mulheres antes da penetração vaginal. “Os fatores geralmente estão ligados à educação sexual constrangedora, punitiva, religiosa e vivências sexuais traumáticas, sendo esta última a provável causa da tensão na personagem Laura”, explica.

A dor e o desconforto aparecem na hora da penetração vaginal com o pênis, dedo, tampão ou espéculo, que promovem contrações desproporcionais nos músculos do períneo, chegando a envolver o até mesmo o ânus. O problema, muitas vezes, pode estar relacionado a fatores psicológicos, e consultar um médico é o mais indicado para diagnosticar o caso de cada mulher.

Como tratamento primário da dor na relação sexual, a fisioterapia pélvica atua por meio de técnicas de terapia manual, dessensibilização, respiração diafragmática, exercícios para o assoalho pélvico, diferentes modalidades de estimulação elétrica, e se necessário, o uso de dilatadores vaginais. Esses recursos priorizam restabelecer a função da musculatura, minimizar a dor, melhorar as relações pessoais e interpessoais e proporcionar melhor qualidade de vida.





Eliana do Nascimento - Fisioterapeuta especializada em Saúde da Mulher pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), atuante na área de reabilitação dos músculos do assoalho pélvico e obstetrícia na clínica Athali Fisioterapia Pélvica Funcional. Foi preceptora do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP -2015).




Pacientes com Mieloma Múltiplo ganham nova opção de tratamento, após oito anos de espera



Procurar e ter acesso ao tratamento de câncer no Brasil pode se tornar uma missão desgastante. Às vezes, pacientes e familiares só conseguem obter medicamentos ao importá-los com seus próprios recursos. Em outras situações, imperam os processos judiciais, meios legais encontrados para garantir o acesso aos próprios direitos. 

A exemplo do mieloma múltiplo (MM), a luta do paciente para receber os mais modernos tratamentos é árdua e antiga¹. A doença não é só subestimada como subtratada no país. Para começar, não existem números oficiais de casos desse tipo de câncer. Estima-se, por enquanto, de 5 a 7 casos a cada 100 mil habitantes. Mas há outro agravante na história: apesar da maioria dos casos de MM ocorrerem a partir da terceira idade, a patologia vem sendo diagnosticada em pacientes cada vez mais jovens, antes mesmo dos 40 anos.

Enquanto nos Estados Unidos 35% dos pacientes são diagnosticados por meio de exames de rotina – antes mesmo de a doença apresentar sintomas, no Brasil, 85% dos casos de mieloma múltiplo costumam ser identificados em estágio três, quando as manifestações são bem explícitas, como as fortes dores lombares e torácicas². Ou seja, é um momento em que a qualidade de vida já foi bem comprometida. 

Entre os sintomas da enfermidade que acomete a medula óssea estão: dores ósseas, aumento da possibilidade de fraturas, danos aos nervos, infecções e danos renais.

Eu defendo e acredito que a difusão de informações da patologia deve ser intensificada e constante. Além de alertar os pacientes, esse conteúdo precisa estar acessível aos médicos e demais profissionais da saúde.

Contribuímos ativamente para isso com o nosso trabalho na International Myeloma Foundation Latin América, que não só propaga dados sobre a doença, como oferece apoio aos pacientes e seus familiares.

Em 2004, quando entrei nessa luta após a morte da minha mãe, diagnosticada com o mieloma múltiplo, esse cenário era ainda mais complicado. Gradativamente a situação foi mudando.

Para identificar o MM, um dos principais testes é a eletroforese de proteínas, exame de sangue que mede a quantidade total de imunoglobulina, alterada em pessoas com o tumor. E a boa notícia: é possível fazê-lo no SUS.

Um dos impasses nessa história, porém, consiste nas dificuldades de acesso ao tratamento. A não disponibilidade de algumas medicações sempre restringiu as opções terapêuticas no Brasil – um atraso de quase uma década em relação a outros países.

Felizmente, começamos o ano com uma boa novidade. A droga lenalidomida, já presente em 70 países, finalmente foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Com isso, esperamos que o remédio passe a ser comercializado ainda neste primeiro semestre, após mais de oito anos de muita batalha (e espera). 

Usada recorrentemente nos Estados Unidos e na Europa, a substância representa um avanço na classe de medicamentos imunomoduladores, justamente por ser mais potente e apresentar menos efeitos colaterais. A lenalidomida é um recurso importante em casos de recidiva (retorno) da doença.

Sua disponibilidade no Brasil representará um marco na história. Agora, mais do que nunca, o paciente terá uma nova opção de tratamento e mais chances de decidir por melhor qualidade de vida após o diagnóstico. Sem contar que o medicamento aumenta as taxas de resposta ao tratamento e desacelera a progressão do mieloma múltiplo.

Tenho certeza de que vivemos um momento mais do que propício para o paciente decidir o seu tratamento juntamente com o médico. Com mais recursos, fica mais fácil analisar e decidir qual a forma de administração mais indicada do medicamento, quais as melhores combinações e por aí vai. Além de levar em conta, de forma mais particular, os efeitos colaterais dessas drogas. Devemos comemorar – mas continuar batalhando.




Christine Jerez Telles Battistini - fundadora da IMF Latin América (fundação sem fins lucrativos), filha de uma portadora de mieloma múltiplo, que travou durante anos a dura batalha contra a doença.


Referências
1. Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Disponível em: http://www.abhh.org.br/noticia/avancos-no-tratamento-do-mieloma-multiplo-continuam/. Acesso em dezembro de 2017.
2. Internacional Myeloma Foundation Latin América. Disponível em: http://www.myeloma.org.br/. Acesso em dezembro de 2017.

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