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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Os benefícios de amar e se amar de verdade



Amar a si mesmo faz parte de um processo fundamental em nossas vidas, que permite amar os outros de uma forma mais sincera

Na atual cultura social, é muito comum dar mais importância ao exterior e ao que acontece ao redor para formar uma impressão de si mesmo. Inclusive, o fato de se amar é, muitas vezes, considerado um ato egoísta. Esta é uma crença totalmente errada, já que amar os outros começa pelo amor a si mesmo, formando, por sua vez, parte do amor universal e o amor pela humanidade.

De acordo com João Gonsalves, escritor, terapeuta transpessoal e pesquisador, "mais importante do que ter 'pé no chão' é ter amor próprio e, como consequência disso, a auto aprovação. Ao nos aprovarmos, nosso sistema já estará saudável e nos aproximará de pessoas que estão em harmonia conosco e a paixão poderá ser vivida intensamente sem preocupações", explica.

O amor próprio é a origem da felicidade para os que têm e os que estão no entorno dessa pessoa sentirão os benefícios que emanam naturalmente dela. "A baixa autoestima interfere em todos os relacionamentos, pois ela já é um sentimento de ser menos, não ter valor e, portanto, não ser reconhecido e aceito. Sendo assim, a tendência dessa pessoa é que tenha relacionamentos onde tudo isso aflora, pois, o externo é a representação do nosso subconsciente, onde temos nossas crenças, (o famoso espelho) e a baixa autoestima é uma programação subconsciente de que não mereço ser amado e isso, por si, já irá gerar experiências onde não me sentirei amado. As crenças são auto realizadoras", alerta João.

O amor romântico  pode ser conceituado como uma necessidade do outro,  que precisa necessariamente de reciprocidade para ser satisfatório e, na verdade, não é amor e, sim, a necessidade que a pessoa sente de ser nutrido pelo outro. 

"Uma pessoa pode viver um romance com amor, mas o romance não é o amor, pois depende de reciprocidade e o amor é uma doação natural do ser", segundo João. Amar é diferente de se apaixonar, pois o amor não depende de reciprocidade, nem de benefícios que o outro pode nos dar. Amar é um sentimento profundo de boa vontade, de bem querer, onde realmente desejamos que o outro seja feliz e, se pudermos, para contribuir para essa felicidade, sem objetivar receber nenhuma recompensa.

Apaixonar-se é um sentimento que está sedimentado no desejo de se relacionar  afetivamente e sexualmente com a outra pessoa e esse sentimento, para prosperar, precisa   necessariamente de reciprocidade. "Todo relacionamento íntimo necessita de reciprocidade, pois para beijar, precisa duas pessoas, assim como  para fazer sexo. A paixão nos leva a querer uma interação, uma troca e não é uma doação e, sim, uma necessidade do outro", conclui.

O profissional destaca  que a importância  de cultivar o amor cotidianamente é muito grande, porque, ao ser  amoroso, você se torna mais compreensivo, pacífico e fica em harmonia, o que já se faz muito compensador. "Porém, tem muitos outros benefícios, como manter boa  saúde, ter melhores relacionamentos e manter um estado de paz interior. Ser uma essência amorosa e agir em coerência com essa essência traz um grande bem estar e o corpo e mente ficam saudáveis", finaliza João.  




João Gonsalves - Terapeuta de autoconhecimento
Fanpage: João Gonsalves
Estrada Manoel Lages do Chão 1335 - Cotia - São Paulo.




O renascer está em cultivar a própria inteligência



“Não se deve julgar nem acusar os homens por serem a causa direta dos males femininos e nem tampouco de maneira exclusiva de mantê-las servis”, alerta a pesquisadora e doutora em igualdade de gêneros, Alice Schuch. Segundo a autora são as próprias mulheres que se obrigam a reproduzir as condições e as identidades genéricas no mundo, e esse mandato funciona tão bem que mesmo quando está só, cada mulher é vigia de si mesma porque não sabe ser de outro modo, não se atreve a sê-lo.

“Lutar contra os homens é pois um retrocesso, uma perda de tempo. Somos grandes e capazes de construir-nos. Basta-nos conscientizar e incrementar a funcionalidade da nossa inteligência, auxiliar todas as mulheres e meninas a desenvolver a criatividade pessoal de modo superior, conquistando assim, com naturalidade, a almejada evolução histórica, econômica e social”, diz Alice. 

De acordo com Alice Schuch, a mídia publica hoje uma constante de desgraças, sofrimentos, antagonismos, rebeliões, as quais apontam que as mulheres foram e serão de qualquer modo ludibriadas, logo, perdedoras. “E assim, entramos no jogo da vida de modo infantil, impulsionadas por uma carga erótico-agressiva, cujo resultado é a frustração geral”, ressalta.

A pesquisadora diz que certamente podem acontecer momentos de perigo, de crise e nessas situações ocorre permanecer na intuição da própria inteligência, fazendo um corte com a realidade externa, pois em tais ocasiões as mulheres precisam somente delas mesmas. “A beleza e o poder são o resultado da arte de cultivar a própria inteligência! Um Belo, Feliz e Sereno Ano Próspero!”, exclama.






Alice Schuch - escritora, palestrante, doutora e pesquisadora do universo feminino.




  

Por que é angustiante saber que não cumpri os objetivos que tracei para o ano passado?



Desde 1999, existe um dia internacional inteiramente dedicado aos homens, mas pouca gente sabe disso. Segundo a psicanalista Débora Damasceno – diretora da Escola de Psicanálise de São Paulo – essa pouca representatividade, em comparação com o Dia Internacional da Mulher, é compreensível. “O homem não aparece muito no nosso discurso como uma figura que também precisa de reconhecimento”. 

E falando em discurso social, o da atualidade vem enxergando o homem como um agressor em sua essência. “Falamos mais do homem como objeto de desejo, mas ninguém parou para pensar que ele não é uma entidade pronta. É um ser humano com angústias e medos. Porém, quando nos referimos ao homem, repetem-se apenas aqueles rótulos tão antigos como ‘não presta’, ‘só pensa naquilo’, ‘não quer compromisso’”, completa Débora. 

O que vem acontecendo, então? Por que o homem está sendo tão ‘vilanizado’? Débora lembra que a situação social vem passando por profundas transformações e o processo de educação – nas famílias, nas escolas e demais núcleos – não acompanhou com a mesma velocidade. “A sociedade exige um papel do homem – e também da mulher – para o qual eles não foram educados. E aí está o grande desafio: educar as pessoas para dar conta das demandas atuais”, ilustra a psicanalista. “Não nascemos prontos. Exigir algo do outro não o torna capaz de realizar. Educação é um processo do qual todos temos de participar”. 

Débora faz, ainda, outra reflexão: “As mulheres têm conquistado espaço social e, com muita naturalidade, fazem muitas coisas que só os homens faziam. Diante desta nova realidade e do surgimento de tanta tecnologia, não temos ideia do que fazer e para onde ir. Estão todos perdidos, homens e mulheres. Neste conflito, é preciso encontrar conforto. E culpar alguém é mais fácil do que admitir que estamos perdidos socialmente. É o que as mulheres vêm fazendo em relação aos homens:  eles são o ‘elemento mau’ e sem eles a sociedade seria perfeita e poderia viver em paz”. 

Para a psicanalista, a superioridade atribuída ao homem ainda é visível não só em termos econômicos – lembrando que eles ainda ganham mais do que elas mesmo em cargos semelhantes, estão em maior número na política e à frente de grandes organizações e ainda gozam de mais privilégios sociais. “Infelizmente, o machismo é um estilo de vida social propagado também pelas mulheres, que tanto clamam por igualdade”, ilustra. 

Considerando sua vivência em consultório, Débora afirma que o grande medo do homem da atualidade é não ‘dar conta’. Ele não tem claro o que está sendo exigido dele e, por isso, não sabe corresponder a isso. “Ele pode abordar uma mulher na balada, elogiá-la, ou este ato será interpretado como abusivo? Pode expressar livremente suas emoções sem ser taxado como frouxo ou mesmo ter sua masculinidade questionada? São muitos os conflitos relatados nas sessões de análise”. 

O caminho para homens e mulheres, segundo a psicanalista, é ambos se reconhecerem em suas necessidades e se enxergarem além do discurso social. “A única chance de vivermos harmoniosamente é, por meio da educação, não responsabilizar o outro por sua condição, mas sim, assumir as responsabilidades do que somos e sentimos. É preciso dar as mãos, juntar recursos e enfrentar esta nova realidade social – sem achar que existem opressores e oprimidos. Assim como as mulheres, os homens também sofrem as dores de sobreviver neste mundo caótico, o que mostra que, independentemente de gênero, somos todos seres humanos”.





Escola de Psicanálise de São Paulo - um espaço dedicado à difusão da Psicanálise por meio de cursos livres, de formação e pós-formação, que congrega profissionais idealistas para quem a Psicanálise, além de ser um campo de conhecimento fundamental para a manutenção da saúde mental e emocional, é também uma ferramenta imprescindível na interpretação do mundo contemporâneo. Débora Damasceno é bacharel em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH -USP); pós-graduada em Psicanálise pela École Doctorale Recherches en Psychanalyse.(Sorbonne ); especializada em Sexualidade Humana pelo Instituto de Ciências Biomédicas (USP) e tem formação em Neuropsicanálise pelo Departamento de Estudos Comportamentais da UNIFESP. É coordenadora de Psicanálise do Grupo de Estudos de Neuropsicanálise e Medicina Comportamental da Unifesp e Pesquisadora do Grupo de Estudos em Saúde Oral e Sistêmica também da Unifesp – além de dirigir a Escola de Psicanálise de São Paulo.


 

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