Segundo médico especialista em reprodução
humana, João Sabino da Cunha Filho, 1 em cada 10 adolescentes tem Clamídia no
Brasil. Essa infecção já é a segunda maior causa de infertilidade feminina.
Pode parecer cedo para pensar nisso, mas jovens e adolescentes que um dia pensam na maternidade devem tomar cuidado hoje para não ter surpresas negativas no futuro. O alerta é do médico e especialista em reprodução humana, João Sabino da Cunha Filho, sobre o crescimento de meninas infectadas pela clamídia - bactéria intra-celular de transmissão sexual, que pode causar infertilidade no futuro. De acordo com ele, 1 em cada 10 meninas tem Clamídia no Brasil.
As estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que quase 2 milhões de pessoas no Brasil são infectadas por Clamídia por ano. A faixa predominante é entre os 15 e 19 anos. A infecção preocupa pela alta prevalência, transmissão sexual, faixa etária, associada à dor pélvica crônica e infertilidade. Além disso, mais de 70% dos casos serão assintomáticos - só saberão quando forem buscar ajuda para engravidar ou na investigação da dor pélvica, pois 80% das mulheres e 50% dos homens não apresentam sintomas. "Mais um agravante: quem tem Clamídia tem risco aumentado para outras DSTs como AIDS", alerta.
De acordo com o especialista, quando descoberta durante a gestação, a clamídia pode colocar em risco à saúde da criança. "A mulher infectada pela Chlamyda trachomatis durante a gestação está mais sujeita a partos prematuros e a abortos. Nos casos de transmissão vertical, na hora do parto, o recém-nascido corre o risco de desenvolver um tipo de conjuntivite e pneumonia", afirma.
Diagnóstico e prevenção
É possível fazer um diagnóstico da doença através de exame específico, mas o mais fácil é realizar por um exame de sangue. A boa notícia é que existe tratamento com antibióticos, mas as consequências a longo prazo, como dor crônica na pelve ou infertilidade são mais difíceis de manejar. "Às vezes a Clamídia causa obstrução nas trompas e o tratamento é só com Fertilização in vitro", informa. Das causas de infertilidade feminina é a segunda (20%). Só perde para endometriose.
Não há vacina contra a Clamídia. A prevenção é sexo seguro,
com uso de preservativos e consultas regulares ao ginecologista.