Etiqueta profissional na Copa
Saiba o que
será permitido ou não pelos gestores durante o Mundial de futebol
A
menos de um mês para o início da Copa do Mundo, muitas empresas ainda não sabem
como vão lidar com o impacto do evento na rotina de seus colaboradores. “É
interessante notar que só agora a maioria dos gestores começou a pensar em
soluções para a questão, tanto é que alguns clientes estão nos questionando
sobre as nossas políticas sobre o assunto para estabelecer parâmetros
próprios”, conta Francine Silva, consultora de recursos humanos da Luandre.
Enquanto algumas companhias já se decidiram por liberar os funcionários cerca
de uma hora e meia antes do início da partida em dias de jogos da seleção
brasileira, outras vão usar o primeiro jogo como medida para os demais.
A
Luandre, companhia de recursos humanos com mais de 40 anos de mercado,
selecionou algumas dúvidas que deverão surgir entre os funcionários durante
esse agitado período e escalou um time de consultoras para respondê-las.
Posso
negociar horários diferentes durante a Copa?
Se
a empresa já possui uma política de flexibilização de horários, tudo bem
conversar com o gestor. Mas, se não é o caso do seu local de trabalho, a
atitude pode ter um impacto negativo entre os próprios colegas. “Deve existir
uma regra para todos. Se só alguns tem o benefício, isso pode gerar problemas
entre os demais que não seguirem as regras pré-estabelecidas”, conta Alessandra
Torres, consultora da Luandre. Vale, nessa hora, analisar o andamento de suas
atividades e do seu grupo e refletir se há urgências ou pendências. “Na hora de
negociar com o gestor, exponha a organização de suas tarefas e proponha
soluções para necessidades que possam surgir durante sua ausência”, orienta
Francine Silva.
Comprei
ingresso para um jogo que não é do Brasil, posso pedir uma folga para
assisti-lo?
Tudo depende do posto ocupado e
do passado do funcionário na empresa, por isso, cada caso deve ser avaliado
individualmente. “É uma negociação direta entre gestão e colaborador e, nesse
caso, o histórico profissional é um fator decisivo”, detalha Janice Souza.
Quero
muito assistir no estádio todos os jogos de uma seleção, como faço?
Se
a situação passa do pontual e vira uma constante, pode pegar mal. “O
colaborador poderia ter programado férias ou buscado alternativas para atender
seus desejos sem gerar atrito e impactar no seu cotidiano”, explica Roberta
Fioravanti. Essa, aliás, parece ser uma das poucas coisas que serão vistas de
maneira totalmente negativa durante o Mundial. “Os gestores podem até mesmo se
aproveitar desta oportunidade para notar colaboradores que não se enquadram
mais e dispensá-los”, completa a consultora.
Posso
assistir aos jogos do Brasil e de outras seleções durante o expediente no
computador?
Empresas
que possuem sala de descanso, refeitórios ou outros cômodos com televisão
deverão transmitir todos os jogos. Se esse for o caso, vale o bom senso na hora
de escolher que momentos acompanhar e também na postura. “É importante ter
ciência de que, mesmo durante a transmissão, o colaborador está no ambiente do
trabalho, e não no sofá de casa com amigos”, aponta Francine Silva. Por isso,
palavrões, comemorações exageradas e provocações não são bem vindas. No geral,
vale observar as regras da empresa sobre o assunto, já que muitas não permitem
que o funcionário use o computador com essa finalidade.
Fui
liberado só durante o jogo e devo voltar para o expediente. É permitido tomar
uma cerveja enquanto isso?
Se
o funcionário vai voltar para o escritório, não é aconselhável tomar nenhum
drink. “Vale a mesma premissa do horário de almoço, lanches e etc: se você
retornará às suas atividades, não é adequado ingerir qualquer tipo de álcool”,
alerta Francine.
Não
gosto de futebol. Pega mal ficar no escritório adiantando tarefas mesmo se
todos forem dispensados?
São
duas possibilidades: ou o evento será encarado como uma programação para toda a
equipe – nesse caso, o mais indicado é acompanhar o grupo, mesmo que não goste
de futebol – ou os colaboradores não se reunirão durante o jogo. “Se a empresa
dá a oportunidade de escolher, o colaborador é livre para tomar a decisão”,
esclarece Roberta Fioravanti.