André Dib, CEO da
Framework e especialista em transforamação digital, comenta sobre as principais
estratégias para impulsionar o agro em 2023
Não existe praticamente nenhum setor ou atividade
humana que tenha passado de forma imune às transformações geradas pelos avanços
da tecnologia. Até porque, é difícil estar alheio ao surgimento de novas
ferramentas que contribuam para o aumento da produtividade e a automatização
dos serviços. Uma das áreas que vem convivendo com essas transições de forma
mais intensa é a do agronegócio. Responsável por quase 30% do Produto Interno
Bruto (PIB), o setor é encarregado por impulsionar a cadeia de alimentos, além
de ser um dos pilares mais importantes para a economia do país.
No entanto, se antes o trabalho dependia quase que
exclusivamente do tamanho da terra disponível e do conhecimento e 'sorte' do
produtor, hoje o segmento pouco a pouco vem se reconfigurando por meio das
tecnologias. O resultado desse movimento é capaz de ampliar o rendimento e a
qualidade da produção, ao elevar em até 60% o controle e a eficácia das
plantações, segundo estudo publicado pelo ConectarAgro.
Para isso, o agronegócio conta com a contribuição
de diversas ferramentas importantes, dentre as quais se destacam as tecnologias
voltadas a IoT e sensores, que permitem a coleta de dados em tempo real,
facilitando o monitoramento do solo, trazendo clareza sobre o clima e a saúde
das plantas. Com essas informações em mãos, é possível otimizar o uso de
insumos e melhorar a eficiência e assertividade quanto ao consumo de
fertilizantes e água, evitando, assim, o desperdício.
Outro exemplo que tem desempenhado um papel
fundamental nessa digitalização do campo são os drones. Além de possibilitar o
registro de imagens aéreas, o que garante um auxílio importante para localizar
regiões que necessitem de alguma ação especial, esses aparelhos ainda apoiam no
trabalho de plantio, coleta ou fertilização do campo. Vale ressaltar que dentro
da realidade brasileira a grande maioria dos atores do agronegócio lida com
propriedades de imensa extensão, o que valoriza ainda mais o poderio do
dispositivo.
Mais do que o emprego desses instrumentos, é
preciso destacar ainda que o processo de transformação digital traz consigo uma
série de informações que ajudam a metrificar o desempenho das plantações.
Assim, se torna palpável a ideia de construir avaliações de aumento de
produtividade, a redução de custos e a melhoria da qualidade dos alimentos.
Diante desses insumos, os produtores conseguem maximizar os ciclos da safra e
potencializar os seus ganhos.
Porém, por mais que haja dúvidas adicionais quanto
a importância da digitalização do meio, ainda existem barreiras a serem
superadas. Uma das dificuldades mais urgentes, segundo um trabalho produzido em
parceria entre a Embrapa, o Sebrae e o Inpe, são os problemas e a falta de
conexão com a internet dentro das áreas rurais. Sem esse suporte, muitos
agricultores acabam impossibilitados até mesmo de cogitar um avanço e
dificilmente conseguirão acompanhar a eficiência dos concorrentes que já
passaram por alguma automatização.
Diante de tudo isso exposto, não há como negar que
a realidade do campo também será digital. Já se tornou impossível contestar a
importância da aplicação desses recursos tecnológicos para alavancar as
vantagens e benefícios no que diz respeito à sustentabilidade, produtividade e
qualidade do agronegócio.
André Dib - CEO da Framework
Digital e atua há 20 anos na área de tecnologia, tendo trabalhado como
Desenvolvedor, Analista de Sistemas e Líder de Projetos. É formado em Ciência
da Computação pela Faculdade COTEMIG e possui especialização em Gerência de
Projetos de Software pela PUC-Minas.