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terça-feira, 18 de abril de 2023

Estratégias de transformação digital para impulsionar o agronegócio em 2023

André Dib, CEO da Framework e especialista em transforamação digital, comenta sobre as principais estratégias para impulsionar o agro em 2023 

 

Não existe praticamente nenhum setor ou atividade humana que tenha passado de forma imune às transformações geradas pelos avanços da tecnologia. Até porque, é difícil estar alheio ao surgimento de novas ferramentas que contribuam para o aumento da produtividade e a automatização dos serviços. Uma das áreas que vem convivendo com essas transições de forma mais intensa é a do agronegócio. Responsável por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB), o setor é encarregado por impulsionar a cadeia de alimentos, além de ser um dos pilares mais importantes para a economia do país. 

No entanto, se antes o trabalho dependia quase que exclusivamente do tamanho da terra disponível e do conhecimento e 'sorte' do produtor, hoje o segmento pouco a pouco vem se reconfigurando por meio das tecnologias. O resultado desse movimento é capaz de ampliar o rendimento e a qualidade da produção, ao elevar em até 60% o controle e a eficácia das plantações, segundo estudo publicado pelo ConectarAgro.

Para isso, o agronegócio conta com a contribuição de diversas ferramentas importantes, dentre as quais se destacam as tecnologias voltadas a IoT e sensores, que permitem a coleta de dados em tempo real, facilitando o monitoramento do solo, trazendo clareza sobre o clima e a saúde das plantas. Com essas informações em mãos, é possível otimizar o uso de insumos e melhorar a eficiência e assertividade quanto ao consumo de fertilizantes e água, evitando, assim, o desperdício. 

Outro exemplo que tem desempenhado um papel fundamental nessa digitalização do campo são os drones. Além de possibilitar o registro de imagens aéreas, o que garante um auxílio importante para localizar regiões que necessitem de alguma ação especial, esses aparelhos ainda apoiam no trabalho de plantio, coleta ou fertilização do campo. Vale ressaltar que dentro da realidade brasileira a grande maioria dos atores do agronegócio lida com propriedades de imensa extensão, o que valoriza ainda mais o poderio do dispositivo.

Mais do que o emprego desses instrumentos, é preciso destacar ainda que o processo de transformação digital traz consigo uma série de informações que ajudam a metrificar o desempenho das plantações. Assim, se torna palpável a ideia de construir avaliações de aumento de produtividade, a redução de custos e a melhoria da qualidade dos alimentos. Diante desses insumos, os produtores conseguem maximizar os ciclos da safra e potencializar os seus ganhos.

Porém, por mais que haja dúvidas adicionais quanto a importância da digitalização do meio, ainda existem barreiras a serem superadas. Uma das dificuldades mais urgentes, segundo um trabalho produzido em parceria entre a Embrapa, o Sebrae e o Inpe, são os problemas e a falta de conexão com a internet dentro das áreas rurais. Sem esse suporte, muitos agricultores acabam impossibilitados até mesmo de cogitar um avanço e dificilmente conseguirão acompanhar a eficiência dos concorrentes que já passaram por alguma automatização.

Diante de tudo isso exposto, não há como negar que a realidade do campo também será digital. Já se tornou impossível contestar a importância da aplicação desses recursos tecnológicos para alavancar as vantagens e benefícios no que diz respeito à sustentabilidade, produtividade e qualidade do agronegócio. 

 

André Dib - CEO da Framework Digital e atua há 20 anos na área de tecnologia, tendo trabalhado como Desenvolvedor, Analista de Sistemas e Líder de Projetos. É formado em Ciência da Computação pela Faculdade COTEMIG e possui especialização em Gerência de Projetos de Software pela PUC-Minas.

 

Lei 14.540: Programa de combate ao Assédio Sexual e a obrigatoriedade de um Canal de Denúncias na Administração Pública.

Entenda a nova lei que determina a implementação de medidas de prevenção, enfrentamento e combate ao assédio sexual e a obrigatoriedade do Canal de Denúncias nas instituições públicas.   



A Lei 14540, sancionada em 3 de abril de 2023, institui o chamado “Programa de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual, à Violência Sexual e aos demais Crimes contra a Dignidade Sexual” na administração pública.

A Lei 14.540/23 — fruto da Medida Provisória 1.140/22, aprovada pela Câmara dos Deputados no mês de março — tem como principal objetivo o estabelecimento de uma série de medidas práticas de combate a crimes de natureza sexual nos órgãos públicos.

Originalmente, a Medida Provisória tinha como núcleo temático a criação de campanhas de enfrentamento ao assédio sexual nas escolas. Contudo, teve seu escopo ampliado para além das escolas, englobando toda administração pública e contemplando não só o assédio, mas também outros crimes de violação da dignidade sexual nas instituições governamentais.

Já em vigor, a Lei 14.540/23 impõe a implementação de um programa completo de enfrentamento, prevenção e combate a esses tipos de irregularidades, por meio da adoção de ações que envolvem desde treinamentos de capacitação e campanhas educativas sobre o tema, até a disponibilização e divulgação de um Canal de Denúncias para o recebimento de possíveis relatos sobre a ocorrência desses casos e a fixação de procedimentos de apuração e aplicação de medidas de responsabilização em quem se envolver nesses atos.


Quais são as medidas obrigatórias a serem adotadas?

Dentre as diretrizes dispostas no texto da Lei 14540, estão:

A realização de ações de capacitação de agentes públicos para a implementação de ações destinadas à discussão, prevenção e orientação sobre a importância do combate ao assédio sexual e outras formas de violências sexuais;

A implementação e disseminação de boas práticas e campanhas educativas sobre a prevenção e combate às condutas e os comportamentos que caracterizam o assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual, com vistas à informação e à conscientização dos agentes públicos e da sociedade, possibilitando a identificação da ocorrência de condutas ilícitas e a rápida adoção de medidas para a sua repressão;

A disponibilização e divulgação de ferramentas como o Canal de Denúncias, para o recebimento de possíveis relatos da prática de assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual, ou de qualquer forma de violência sexual, aos servidores, aos órgãos, às entidades e aos demais atores envolvidos;

O estabelecimento de procedimentos para o encaminhamento de reclamações e denúncias de assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual, assegurados o sigilo e o devido processo legal;

A criação de programas de capacitação, na modalidade presencial ou a distância, que abranjam alguns dos seguintes conteúdos mínimos: causas estruturantes do assédio sexual e demais crimes contra a dignidade sexual, consequências para a saúde das vítimas, meios de identificação, mecanismos de prevenção, Canais de Denúncias, etc;

A manutenção de registros de frequência, físicos ou eletrônicos, pelo período de 5 anos, sobre os programas de capacitação previstos.

Entre outras providências fundamentais.


Quem precisa atender às normas da Lei 14540/23?

Todas as organizações da esfera pública (diretas, indiretas, federais, estaduais, distritais e municipais).

As mesmas regras também se aplicam a todas as instituições privadas “em que haja a prestação de serviços públicos por meio de concessão, permissão, autorização ou qualquer outra forma de delegação”, devendo ocorrer após a regulamentação da matéria pelo ente federativo responsável.


Quem fará o monitoramento do cumprimento da lei?

O monitoramento relativo ao cumprimento das regras estipuladas pela Lei 14.540/23 será feito pelo Poder Executivo, visando subsidiar o planejamento de ações futuras e a análise da execução dos objetivos indicados pela legislação.


Quais aspectos são fundamentais na adequação à Lei 14540?

Considerando as mudanças ponderadas pela nova lei em relação à implementação de um Canal de Denúncias, torna-se essencial a disponibilização de uma ferramenta externa, capaz de assegurar os parâmetros de anonimato e sigilo das informações.

Outro elemento importante a ser levado em consideração, para a eficácia dos programas de capacitação exigidos, é a utilização de formatos multimídia (como vídeos, e-mails, materiais digitais, impressos, etc) com conteúdos chancelados por especialistas nos temas, criados com uma linguagem altamente acessível a todos os públicos a quem essas comunicações se destinarão.

Além desses dois aspectos, é necessário ter um sistema completo de gestão, acompanhamento, armazenamento e organização dos relatos, assim como para os registros de frequências exigidos para os treinamentos e programas de capacitação.

Assim como a Lei 14.457/22 que determina a obrigatoriedade do Canal de Denúncias e treinamentos de prevenção contra o assédio nas empresas com CIPA, a nova Lei 14450também representa mais um importante avanço na criação e manutenção de ambientes de trabalho cada vez mais seguros e saudáveis para todas as pessoas.

Englobando uma série de medidas de prevenção e combate ao assédio sexual e outras formas de violência contra a dignidade sexual, essa nova legislação demanda a disponibilização e divulgação do Canal de Denúncias nas organizações públicas, como ferramenta de detecção dessas possíveis irregularidades, viabilizando para essas organizações uma forma eficaz de agir no combate a esses problemas, a partir da apuração e aplicação de providências cabíveis de responsabilização.

Além do Canal, a nova legislação também determina a necessidade de capacitação, comunicação, delimitação de boas práticas e treinamento sobre esses temas para os servidores e profissionais envolvidos nas atividades dessas instituições.

 


Diego Galvão - Sócio-diretor da Contato Seguro, advogado, formado pela PUC-RS, pós-graduado em Direito Processual Civil e sócio-diretor da Contato Seguro. É também sócio do escritório Galvão & Petter Advogados, da consultoria Compliance Total e da plataforma digital Compliance Station, voltada à implementação e gestão de sistemas de Compliance.


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Brasil é 4.º maior mercado de downloads de apps: confira plataformas que oferecem serviços "na palma da mão" para quem ama pegar estrada

Segundo dados da plataforma Data.ai, os brasileiros gastam 5,4 horas por dia usando aplicativos. Reunindo tecnologia, inovação e criatividade, os apps automatizam tarefas diárias e garantem agilidade e comodidade 

 

Mais de 78% dos consumidores no país acessaram a internet com seus dispositivos mobile em 2022. Ainda, a receita total dos aplicativos de dispositivos móveis atingiu US$ 3 bilhões no ano passado. Os dados são da plataforma Statista, que analisa e fornece dados de mercado e consumidores para empresas. Os números não param por aí: o Brasil tem hoje mais de um smartphone por habitante, segundo levantamento anual da FGV. São 242 milhões de celulares versus 214 milhões de habitantes, de acordo com o IBGE. Fato é que os brasileiros são usuários vorazes dos próprios celulares, que perderam consideravelmente a função telefone, e são, hoje, verdadeiros focos de serviços: das compras on-line às redes sociais, passando por serviços de órgãos públicos, assinaturas e streaming de filmes, séries e músicas, fintechs, conteúdo educativo, prática de esportes, serviços de transporte, saúde e bem-estar, até entretenimento. Verdade seja dita: os smartphones tornaram-se comodidade na palma da mão.

Na esteira desse movimento, diversas empresas vêm apostando na criação de aplicativos como ferramentas para garantir agilidade e conveniência no atendimento aos seus clientes. Inclusive, dados do relatório The State of App Marketing Brazil 2022, da AppsFlyer, registraram um aumento nas instalações de aplicativos de finanças, saúde e bem-estar e viagem, no primeiro semestre de 2022. 

Com uma infinita variedade e o poder de colocar tudo o que é importante ao alcance de um click, especialistas da plataforma de mobilidade urbana V1 selecionaram os principais apps que valem o espaço de armazenamento do celular e entregam praticidade e muita funcionalidade para quem adora ser “piloto no volante” e explorar as estradas país afora. Afinal, com ou sem trânsito, é preferível planejar uma viagem tranquila e, hoje, existem aplicativos para entreter e auxiliar na hora de traçar rotas e planejar a viagem em si. 


  • Locação de automóveis em três minutos - V1 app 

O V1 app é uma plataforma de mobilidade urbana que atua em locação de carros 100% digital. Considerado um dos maiores players do setor no país, o V1 faz parte do Grupo Águia Branca e oferece aluguel de carros de forma on-line via aplicativo, como uma espécie de streaming de carros. Em minutos, o cliente escolhe o modelo do carro e a estação de sua conveniência, faz o check-in, uma rápida vistoria interna e externa, e realiza o desbloqueio digital do carro. Em seguida, encontrará a chave no porta luvas do veículo para início de sua viagem. O mesmo ocorre no momento da devolução, com o encerramento da locação também via aplicativo. “É possível locar o carro diretamente pelo app, rápido e fácil, sem intervenção da empresa. Tudo feito pelo celular, sem filas e espera no balcão, tampouco papelada e burocracia. O cliente tem autonomia do início ao fim do serviço, priorizando agilidade, segurança e autonomia”, explica a gerente do V1 Aluguel de Carros, Thais Augusta. O app está disponível na Apple Store e Google Play e, após o download, o processo de cadastramento é muito simples: basta registrar um cartão de crédito válido como forma de pagamento, foto da CNH, registrar uma selfie, e, em poucos minutos, após validação dos dados, estará apto a reservar e retirar o carro de sua escolha. 


  • Planejador de Viagens - Lambus

Depois de garantido o automóvel ideal, é hora de planejar a viagem. O app Lambus gerencia despesas, pontos de parada, documentos e fotos da viagem. Ao cadastrar um novo passeio, o usuário informa o destino, tempo e moeda usada. O aplicativo possui ferramentas para armazenar documentos, ajuda a criar rotas de programação, sinaliza os principais pontos turísticos e registra todos os gastos e despesas. 


  • Odeia fazer as malas? - PackPoint

Quem não gosta de fazer as malas? O aplicativo PackPoint está disponível para Android e iPhone e ajuda o usuário a arrumar as bagagens sem correr o risco de esquecer algo. Ao inserir o destino, data de chegada e partida, o aplicativo calcula a previsão do tempo, principais atividades planejadas e praticamente “faz a mala por você”. Como um verdadeiro aplicativo de bagagem inteligente, o app gera listas de itens e quantidades para se levar na mala. 


  • Gastos da viagem na ponta do lápis - WikiRota

Grande parte do planejamento e programação de uma viagem são os custos e as despesas. O app WikiRota tem a finalidade de ajudar os usuários a calcular esses gastos: ao colocar o ponto de origem e o destino, preencher o valor médio do combustível, informar o modelo do carro e consumo médio, o WikiRota calcula o custo total de uma viagem, incluindo os possíveis pedágios da rota. Além de ajudar no planejamento, saber esse valor também é útil na hora de dividir os custos em caso de viagens com amigos.


  • Sem aperto na estrada - Flush Public Toilets/Restrooms

Criativo e útil, o app Flush é um localizador de banheiros públicos. Com um extenso banco de dados com milhares de banheiros públicos cadastrados e baseando-se na localização do usuário, o app informa locais com banheiros disponíveis para cada gênero. Um dos grandes destaques do programa é a possibilidade de utilizá-lo mesmo sem conexão com a internet.


  • Segurança em primeiro lugar - Primeiros Socorros - FICR

O aplicativo Primeiros Socorros, da FICR, oferece informações úteis e práticas para saber lidar com emergências de primeiros socorros mais comuns. Com vídeos, testes interativos e tutoriais simples, os usuários aprendem condutas básicas de primeiros socorros e atendimentos. 


  • Viajando com crianças? - Playground Buddy

Às vezes, viajar com a família e crianças pode ser desafiador, especialmente quando é necessário entretê-los. O app Playground Buddy funciona como um localizador de parquinhos e playgrounds. Baseado na localização do usuário, a plataforma aponta áreas de entretenimento em lugares do mundo inteiro. O app ainda conta com contribuições de usuários, que passam dicas e explicações detalhadas sobre cada área. 


  • Informações atualizadas sobre condições das estradas - DNIT na Estrada

Aplicativo criado e oferecido gratuitamente pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte, o DNIT na Estrada fornece aos condutores informações sobre condições da via, borracharias, pontos de parada, postos policiais, postos de combustíveis, pontos de paradas de descanso, socorro mecânico, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e acidentes de trânsito, entre outros serviços essenciais. O app não demanda uma conexão de internet para oferecer os serviços e ainda conta com uma assistente virtual (Denise) para tirar dúvidas sobre trânsito.


  • Condutor atento e defensivo - Drive Awake

Recomendado para quem realiza viagens à noite, o Drive Awake auxilia o motorista a se manter acordado durante todo o trajeto. Para isso, basta posicionar o celular na altura do rosto para que seja filmado pela câmera frontal do smartphone. Com o dispositivo posicionado e em funcionamento, o app rastreia a face e expressões do condutor e, ao identificar qualquer sinal de sono, emite um som característico para mantê-lo alerta e acordado. 

 



V1
O app está disponível na Apple Store e Google Play.

 

Os desafios da inclusão social e diversidade na saúde pública

A temática de inclusão e diversidade nas organizações em geral tornou-se necessária e uma grande pauta de discussão. Nunca se falou tanto sobre a prática. Mas abordar o assunto é, inicialmente, garantir a compreensão das diferenças e a busca pela equidade e justiça social.

Diante deste cenário, é importante analisar de que forma as pessoas percebem as práticas de diversidade nas organizações em que trabalham. Como gestor de uma Organização Social de Saúde (OSS), que investe em ações de prevenção e promoção à saúde, ao abordar uma temática tão relevante como esta, reafirmo nosso compromisso de que a saúde constitui um direito social básico para as condições de cidadania da população brasileira e que, para que ela aconteça, é primordial pensar em um modelo baseado em um ecossistema que contemple a inclusão e a diversidade.

Acredito que o assunto ainda é bastante recente nas organizações de saúde. Quando abordado, é implementado com um foco pontual, distante do método necessário, e quase sempre voltado, quase que exclusivamente, às minorias, o que, por si só, surge como uma grande barreira ao desenvolvimento da saúde, tanto dos pacientes como dos colaboradores, que priorize a sua integralidade.

Tenho procurado, insistentemente, integrar as redes ou sistemas de atenção à saúde (RAS) no cuidado prestado à pessoa com deficiência, à mulher e à população negra e LGBTQIAPN+. Atualmente, o CEJAM, por meio de seu ecossistema de saúde, tem um trabalho bastante qualificado de atenção à saúde a estes usuários, desde a casa das pessoas até o hospital.

Com isso, espera-se maior qualificação das práticas assistenciais dos serviços da RAS, além de maior envolvimento dos profissionais na pauta de inclusão e diversidade.

Importante ressaltar que, quando falamos em diversidade, não estamos falando apenas de gênero e sexualidade, mas de território, raça/cor e condições sociais, que também afetam a chegada das pessoas aos serviços de saúde. O que se espera, de fato, é a redução da vulnerabilidade e o fortalecimento das práticas de promoção e prevenção, sem distinção de singularidades e especificidades.

O cuidado humanizado multidisciplinar é a principal demanda da população de uma forma geral. Tratando-se de CEJAM, os serviços oferecidos têm a premissa de mudar a vida das pessoas com um atendimento integral, ou seja, contemplando tanto as esferas biomédicas, clínicas e farmacológicas quanto as sociais, subjetivas e culturais.

Precisamos nos provocar a entender a nossa responsabilidade, que vai além da oferta do cuidado à saúde. É provocar o sistema de saúde e criar condições para termos uma sociedade com mais equidade, que passa obrigatoriamente pela inclusão e diversidade. E a educação é ponto central nesta discussão, tendo a saúde como importante aliada.

Finalizo deixando aqui a reflexão de que preservar os direitos humanos é essencial para garantirmos que sejam cumpridos todos os princípios do SUS (Sistema Único de Saúde). Promover estratégias que garantam acessibilidade, equidade e integralidade é crucial à saúde e vida das pessoas e ao fortalecimento de ações de diversidade e inclusão.



Ademir Medina - CEO do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”)
Siga o CEJAM nas redes sociais (@cejamoficial) e acompanhe os conteúdos divulgados no site da instituição: cejam.org.br/noticias.

 

Nova Regra fiscal: como a tecnologia pode ajudar?


A nova regra fiscal está sendo o assunto do momento. Alguns veem a proposta anunciada pelo governo com pessimismo, considerando os impactos que o novo conjunto de normas irá trazer. Mas, uma coisa é certa: a melhor forma para se adequar é estar preparado e, neste aspecto, contar com o apoio da tecnologia é sempre uma boa opção.

Apresentada pelo Ministério da Fazenda, essa proposta prevê a substituição o atual teto de gastos com o intuito de equilibrar as contas públicas do país, visando reduzir o déficit primário e aumentar o superávit já em 2024, tendo como previsão para os anos seguintes elevá-lo para 0,50% em 2025 e 1% em 2026.

Essas mudanças serão refletidas no crescimento e aquecimento econômico do país em um futuro breve – que irá agregar maior estabilidade da economia brasileira estimulando e atraindo investimentos públicos e/ou internacionais. É importante destacar que o projeto não consiste na criação de novos impostos ou atualizações de alíquotas tributárias, mas sim uma atualização acerca de novas empresas ou modalidades que não estão adequadas as estas leis, tais como os segmentos de games, comércio eletrônico e, principalmente, a Inteligência Artificial.

Qualquer tipo de alteração em regras gera impactos, tendo em vista que muitos acabam sendo retirados da chamada “zona de conforto” e precisam estar ainda mais atentos em cumprir as obrigações fiscais. E, levado em conta que o Brasil é um dos países que detém um sistema tributário complexo, eleva ainda mais as dificuldades para manter uma administração em dia, bem como acompanhar as constantes alterações e novas medidas governamentais.

Neste aspecto, é fundamental que as empresas invistam o quanto antes em ações que mantenham o departamento fiscal da companhia atualizado, o que irá impedir que sofra consequências como multas e penalizações mediante o não cumprimento dessas obrigações. Contudo, essa prática ainda é um desafio para muitas organizações, uma vez que não possuem implementado um sistema administrativo eficiente e automatizado.

Certamente, fazer uma gestão manual assertiva diante da alta demanda de serviços e dados é praticamente impossível. Afinal, a suscetibilidade de chances de erros e falhas dos processos e atividades repetitivas aumentam significativamente. Deste modo, não há como negar como a tecnologia faz-se necessária nos aspectos gerenciais, desde a implementação de novas práticas até mesmo o acompanhamento das mudanças fiscais.

Através do uso de um ERP, como exemplo, é possível obter maior confiabilidade no acesso a informações, compliance e segurança nos processos. Mas, de nada adianta aderir uma ferramenta de gestão que não possua a capacidade de administrar a organização por completo, criando a necessidade de implementar mais sistemas que, ao invés de ajudar, acabam atrapalhando.

É importante que o software de gestão seja totalmente integrado em todos os departamentos da empresa e, principalmente, traga informações e resultados contábeis e fiscais nativamente, que irão ajudar em tomadas de decisões e no fortalecimento para sobrevoar possíveis turbulências, como é o caso da nova regra fiscal.

Apesar de o arcabouço fiscal ainda não ter sido aprovado, engana-se quem pensa que as mudanças irão parar por aí. Mais alterações fiscais deverão acontecer em ritmo acelerado após os atrasos provocados pela pandemia e chegada da nova gestão do governo. Contudo, não podemos enxergar tais alterações sempre com pessimismo, afinal, as medidas anunciadas têm o intuito de equalizar a economia brasileira, zerando as dívidas através da cobrança daqueles que estão sonegando suas obrigações.

Diante disso, não existe fórmula mágica ou algum caminho alternativo para lidar com a atual situação, a não ser estar preparado. Por isso, o quanto antes as empresas buscarem colocar os seus sistemas em ordem e os adequarem mediante a nova proposta, melhor será o seu desempenho o crescimento. Essa, sem dúvidas, não é uma tarefa fácil, mas ter a ajuda da tecnologia sempre fará a diferença. 

 

Renan Fellipe - executivo de contas da G2, consultoria especializada em SAP Business One.

G2
https://g2tecnologia.com.br/


Tik-toc-tocando no coração dos concorrentes: a queda do gigante chinês


Ah, a controvérsia em torno do TikTok! Quem diria que um aplicativo de vídeos curtos poderia causar tanto alvoroço no cenário político e econômico mundial? Bem, preparem-se, pois vamos mergulhar nesse caldeirão de polêmicas e desentendimentos internacionais.

Afinal, quem nunca passou horas a fio assistindo a vídeos de gatinhos fofos, danças contagiantes e desafios hilários no TikTok? No entanto, parece que alguns governantes não estão tão entretidos quanto nós. Cada vez mais países estão proibindo o aplicativo por motivos que vão desde preocupações com a segurança de dados até disputas territoriais e alegações de conteúdo inapropriado.

Mas será que essa onda de proibições é realmente uma medida necessária, ou apenas uma demonstração de poder político e econômico? Como dizem por aí, "quem não tem TikTok, caça com gato" (ou algo assim). Então, vamos dar uma olhada em alguns dos argumentos apresentados pelos governos - e talvez tentar decifrar o que está realmente acontecendo por trás das cortinas.

Vamos começar com o Afeganistão, onde o Talibã proibiu o aplicativo para, supostamente, proteger a geração mais jovem. Porque, você sabe, nada é mais perigoso do que vídeos de jovens dançando e fazendo caretas. Agora, essa preocupação com a juventude é realmente comovente, não é mesmo?

Austrália, Canadá e Reino Unido também se juntaram ao clube dos "anti-TikTok" proibindo o aplicativo em dispositivos governamentais, alegando preocupações com a segurança e a privacidade dos dados. Mas, ei! Sejamos sinceros: quem não adoraria ver seus políticos favoritos dançando ao som de "WAP" ou realizando o último desafio viral?

E, claro, não podemos esquecer os Estados Unidos, onde o FBI e o Departamento de Justiça estão investigando se o TikTok pode estar espionando jornalistas. Afinal, é de conhecimento geral que os espiões de hoje em dia trocaram os óculos escuros e os ternos por lip syncs e coreografias.

Enquanto isso, o TikTok continua alegando que nunca compartilhou nem compartilharia dados de usuários com o governo chinês. Mas, como diz o ditado, "em briga de TikTok e governo, quem paga o pato somos nós" (ou algo assim).

Então, a questão permanece: será que a proibição do TikTok é realmente necessária? Ou será apenas uma batalha política e econômica travestida de preocupação com a segurança? Talvez nunca saibamos a verdade, mas uma coisa é certa: enquanto os governos continuam a debater, nós seguiremos rindo, dançando e nos divertindo com os vídeos hilários do TikTok - até que algum político decida que já nos divertimos demais.

Ah, claro! Como poderíamos esquecer dos abutres corporativos sempre à espreita, esperando ansiosamente para aproveitar as desgraças alheias? Nesse caso, estamos falando dos concorrentes do TikTok, que devem estar esfregando as mãos e rindo maliciosamente diante das proibições do aplicativo em diversos países.

Enquanto o TikTok enfrenta seu próprio "Apocalipse", plataformas como Instagram Reels, YouTube Shorts e até mesmo o recém-lançado Facebook Lasso veem uma oportunidade perfeita para conquistar os usuários órfãos da rede social chinesa. Será que não é uma grande coincidência que todos esses concorrentes sejam de empresas ocidentais? Hmm, interessante...

E, realmente, quem pode culpá-los? Afinal, em um mundo capitalista, a competição é a alma do negócio! E, com a proibição do TikTok, essas outras plataformas podem ter a chance de abocanhar uma fatia desse bolo deliciosamente lucrativo e cheio de vídeos virais.

Então, enquanto o TikTok luta para manter sua reputação e se defender das alegações de espionagem e invasão de privacidade, seus concorrentes estão prontos para agir. Eles sabem que no mundo dos aplicativos de compartilhamento de vídeo, é "matar ou morrer" - ou, no caso do TikTok, "dançar ou desaparecer".

Então, prepare-se para uma enxurrada de imitadores e concorrentes ansiosos para ocupar o espaço deixado pelo TikTok, caso as proibições continuem. Afinal, a vida é feita de oportunidades, e no jogo da concorrência entre aplicativos, é cada um por si e todos pelos vídeos virais!  



João Fernando Saddock - apaixonado por inovação e Growth Hacking, com vasta experiência em marketing, implementação e avaliação de estratégias de marca e comunicação de alta performance. Trabalhando com uma ampla variedade de clientes internacionais em empresas renomadas como Bedouin CC, Publicis, Leo Burnett, CCZ e Competence, gerou valor para marcas como Heineken, General Motors/Chevrolet, Carrefour, Fiat, Samsung, Kellogg's, Disney, Volkswagen, KiCofee, Fly Emirates, entre outras. Recentemente, o especialista deixou sua posição de Head de Marketing na Zharta.io, uma empresa de empréstimo de criptoativos com sede em Portugal que utiliza NFTs como colateral, para se tornar Marketing Manager na divisão de educação da H-Farm, hub de educação internacional, inovação e empreendedorismo que apoia startups em diversos setores, localizada na Itália. Para mais informações, acesse https://www.linkedin.com/in/jsaddock/?locale=en_US


Entenda os impactos do Novo Marco Cambial para o comércio exterior

Lei também altera a relação de pessoas físicas com trâmites internacionais 

 

O Novo Marco Cambial é uma medida do governo brasileiro que entrou em vigor no último dia do ano passado, com a Lei 14.286/21, e tem uma importância muito grande para o comércio exterior. 

Com o objetivo de simplificar as transações internacionais, ela alcança importadores, exportadores, viagens internacionais e remessas de recursos para o estrangeiro. “Ela tem o objetivo de facilitar as transações internacionais, ajudando a reduzir a volatilidade e estabilizar as taxas de câmbio, bem como aumentar a competitividade da economia do País frente ao mercado internacional”, resume Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex, empresa que oferece tecnologia para o comércio exterior por meio de uma plataforma completa end-to-end, ajudando gestores a planejar, monitorar e automatizar o seu supply chain global.

Nesse cenário, os profissionais de comércio exterior poderão ter mais flexibilidade e agilidade nos fluxos monetários, de acordo com o especialista. Isso tudo considerando que muitas das regulamentações vigentes eram da década de 1960 e faziam parte de outro contexto econômico, absolutamente diferente daquele que se apresenta nos tempos atuais.

Com a atualização das regras, as empresas brasileiras poderão fazer o pagamento de suas dívidas em moedas estrangeiras. “Por exemplo, o importador pode pagar uma mercadoria antes que ela chegue aqui no Brasil e as próprias organizações poderão fazer remessas de divisas para filiais”, acrescenta Hofstatter. 

Quando o tema é pessoa física, a mudança que mais impacta é poder comprar e vender moedas estrangeiras de forma eventual, o que não era previsto em lei anteriormente. “Antes, se você fizesse uma viagem para o exterior, tivesse alguns dólares ou euros que sobraram dessa viagem e quisesse vender para qualquer amigo, isso era proibido. O que mudou com o novo marco é que hoje, o repasse de até 500 dólares entre pessoas físicas é permitido”, completa. Além disso, a quantia a ser declarada em viagens aumenta de R$ 10 mil para US$ 10 mil.

Levando tudo isso em conta, o próprio mercado financeiro deve oferecer soluções cada vez mais competitivas e vantajosas para as empresas, permitindo, dessa forma, a execução de operações no exterior com maior velocidade e menores custos. “Dessa maneira, teremos uma série de ajustes bastante importantes para a realidade atual do País”, finaliza Hofstatter.

 

    


Helmuth Hofstatter - Empreendedor apaixonado por tecnologia e inovação, possui mais de 15 anos de experiência no segmento de logística internacional. Fundador da Logcomex, que desenvolveu soluções de tecnologia que oferecem monitoramento e planejamento, visibilidade avançada e automação para o comércio global. É especialista em gestão de produtos e nas mais diversas soluções voltadas ao universo do comércio exterior.


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Onde as grandes empresas estão errando?

Está cada vez mais frequente acompanhar casos de grandes empresas em situação financeira difícil. Recentemente, o ocorrido com a Americanas tomou uma proporção nacional, mas outras marcas como Tok&Stok e Livraria Cultura também mostraram que erraram a mão e estão em dificuldades. Recentemente um dos sócios da XP afirmou publicamente que o resultado ruim da empresa, que também passa por dificuldades, se deve à "perda de credibilidade por constantes erros de operação”. Será apenas isso?

É fato que o mercado está muito dinâmico - mais do que nunca - e vai continuar acelerando. Muitas pessoas já começaram a se dar conta disso, mas entre se dar conta e as companhias reagirem, vai uma distância muito grande. Os sistemas de gestão que governam o processo de formulação e execução da estratégia são da era industrial e não são capazes de responder às necessidades do mercado atual. Esse é um dos grandes responsáveis pelos erros das organizações, pois não adaptaram nem o primeiro e nem o segundo.

Quando digo que as pessoas começaram a se dar conta, me refiro aos líderes, ao C-Level. Porque convenhamos, para baixo dessa hierarquia, as chances são poucas de perceberem toda essa mudança. Já faz cinco anos que tenho visto movimentos destas lideranças que abraçam algo que não sabem bem o que é e muito menos como fazer. Eu mesmo me enquadro nessa categoria, quando comecei a adotar na gestão os OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) em 2017.

Para começar, é preciso olhar para  o processo de formulação da estratégia, e perceber quais são os sinais que o mercado está mandando, porque está mudando muito rápido, e conseguir entender qual é o problema que precisa ser resolvido e, assim, ajustar a atuação, trazendo inovação. Parece estar claro que não é só o processo que não está bom, as pessoas sentadas nas cadeiras executivas não estão preparadas para isso. Para olhar para diversos lados, entender o comportamento do cliente etc. Precisamos ser centrados no cliente! O que, afinal, significa isso, na prática?

Existem alguns líderes que gostam de colocar aquelas frases bonitas - que ficam bem em um quadro com a descrição da missão, visão e valores - na copa do escritório, para que o seu time veja, se motive e se inspire. Todos lêem no primeiro e segundo dias. Mas a partir do terceiro, passam reto pelo quadro, porque aquelas frases já não querem dizer mais nada aos colaboradores a respeito do que fazem no dia a dia.

Essa situação faz transparecer outro problema: o processo de execução da estratégia é falho. Não vai muito além do quadro na parede. As ideias são vagas, são muitas e sem priorização, são mal comunicadas e, tudo é para ontem. Obviamente não há recursos para executar tudo bem feito ao mesmo tempo. O primeiro passo para corrigir isso é montar um sistema de gestão onde você consiga conjugar inovação com o dia a dia, deixando para trás o que não te leva mais pra frente, mesmo que tenha te trazido com sucesso até aqui. Vijay Govindarajan, um dos maiores especialistas do mundo em estratégia e inovação, propõe o modelo das 3 caixas: a caixa do presente, a caixa do passado e a caixa do futuro. É preciso fazer isso de maneira consistente.

Para corrigir integralmente o processo de execução da estratégia e parcialmente o da formulação, os OKRs podem ter um papel fundamental, pois ajudam a incorporar adaptabilidade na execução e aprendizagem do processo. A ferramenta possibilita uma evolução constante, tanto na formulação da estratégia como na execução. 

Além disso, os OKRs agregam alinhamento, foco e clareza de direção em um processo de construção bottom up top down, gerando assim muito engajamento dos colaboradores e outras visões em como executar a estratégia. Na minha experiência como head de gestão, de 2017 e 2019, alavancarmos os resultados ao mesmo tempo em que tínhamos uma organização bastante contente em dedicar muito para levar a companhia para um patamar muito melhor do que estava.

 

Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas.  http://www.gestaopragmatica.com.br/


Transparência da informação fortalece a pecuária brasileira

 A preocupação com os possíveis impactos da pecuária tem levado consumidores e investidores de todo o planeta a buscarem informações transparentes sobre a origem da carne que consomem. Essa realidade tem estimulado a indústria frigorífica, que é o elo de ligação entre os produtores rurais e o restante da cadeia, a adotar processos de melhoria contínua em sua rastreabilidade e na comunicação das informações sobre sua produção.

Para Francisco Beduschi Neto, Líder da National Wildlife Federal (NWF) no Brasil, a melhoria continua na transparência de informações e no processo de rastreabilidade é essencial para a indústria, pois ambos fazem parte da imagem da empresa, que é fundamental para comercialização de seus produtos. “É um grande risco para os negócios ser considerado uma indústria que não faz seu papel pelo meio ambiente, de forma alguma as empresas querem estar vinculadas à qualquer questão ligada à degradação ambiental”, explica Beduschi.

A cadeia pecuária já fornece dados socioambientais sobre os fornecedores diretos dos frigoríficos. Isso acontece, principalmente, em regiões onde este tipo de informação é mais sensível do ponto de vista do consumidor, como por exemplo em estados da Amazônia.

Entretanto, Beduschi avalia que existe ainda uma lacuna em relação aos dados dos fornecedores indiretos dos frigoríficos, ou seja, aqueles que atuam nas primeiras fases de crescimento animal, transferindo-os posteriormente para as fazendas dos fornecedores diretos. “Para enfrentar esse desafio, é necessário trabalhar um conjunto de fatores, começando pela conscientização dos atores envolvidos alinhar recursos tecnológicos para expandir a rastreabilidade, e ampliar a transparência de dados”, explica.

Nesse sentido, o Brasil tem avançado na integração entre recursos tecnológicos e transparência de dados, por meio de análises de imagens espaciais e na capacidade de cruzamento de diferentes bases de dados públicas. Além disso, atualmente há a tecnologia block chain, que garante que a informação chegue de forma fidedigna até o consumidor. “Temos visto que a rastreabilidade por lote, ainda que tenha limitações técnicas, pode ajudar muito a pecuária nacional a dar uma resposta imediata”, destaca Katiuscia Moreira, especialista em Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e Monitoramento e Líder Técnica da NWF no Brasil.

Em sua avaliação, o Guia de Trânsito Animal (GTA) é o instrumento que traz a melhor relação custo-benefício-prazo de resposta para que a cadeia possa começar a reportar seus progressos. “Tudo isso pode ser feito respeitando a legislação nacional, inclusive a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Com essa informação já somos capazes, por exemplo, de melhorar a resposta sobre a relação entre pecuária na Amazônia e o desmatamento apontado pelo Prodes, passando de 39% para mais de 80% de eficiência”, explica. 

Uma ferramenta que auxilia nessa questão é o Visipec, que foi desenvolvido como solução para que a indústria brasileira pudesse atender à demanda por transparência do mercado. Criada para auxiliar os frigoríficos no monitoramento de fornecedores indiretos, a ferramenta indica onde as empresas precisam focar esforços para apoiar seus fornecedores e atender às demandas do consumidor por produtos livres de desmatamento ilegal.

Beduschi pondera que, ao investir em transparência, o setor mantém sua competitividade frente aos concorrentes e possibilita que o Brasil forneça seus produtos para novos mercados. “Para fortalecer o processo de gestão das informações precisamos de transparência em todos os elos da cadeia, de forma que todos compartilhem a responsabilidade por essa informação”, acrescenta.

Para isso, a NWF trabalha, por exemplo, ajudando frigoríficos a elaborar análises e relatórios sobre suas cadeias de fornecimento para oferecer informações completas e transparentes aos clientes e agentes financeiros. Da mesma forma, auxilia o setor a planejar adequações necessárias junto aos produtores e fornecedores brasileiros.

 

National Wildlife Federation - NWF 


Os 10 passos para empreender em um negócio em alimentação

Nos últimos anos, temos acompanhado um aumento significativo de empreendedores em busca de estudos de viabilidade e planejamento de um novo negócio. Estamos no mercado há 45 anos e percebemos atualmente a preocupação dos novos empreendedores em planejar antes da execução.

Com o aumento de número de fechamento dos estabelecimentos, estamos assistindo agora uma busca pelo conhecimento e pelo planejamento antes da execução, que muitas vezes já tem início da forma errada. O número de fechamentos é gritante, uma aberração, onde 90% deles fecham suas portas em até cinco anos.

Passamos muito tempo do nosso trabalho demonstrando o quanto o planejamento é essencial para o sucesso do negócio. Um dos grandes objetivos de publicar um livro é exatamente esse, compartilhar conhecimento e multiplicar para que os negócios tenham sucesso de uma vez para todas. Obviamente que também accessíveis nossos conhecimentos e eternizá-los.

Vamos listar aqui os passos importantes para empreender e ter sucesso em um negócio em alimentação:

1- Ter um Plano de Negócios com: localização, públicos-alvo e produto bem definidos. Essas três questões precisam fazer sentido entre si. O produto e preço de venda deve estar alinhado com a localização e público-alvo.

2- Definir o modelo de negócio e os produtos oferecidos. Estudar sempre modelos de negócios modernos e que possam garantir uma nova experiência para o seu cliente. Que você tenha diferenciais que atraiam novos clientes.

3- Definir o total de investimento versos retorno sobre o investimento. Não esqueça de estudar os detalhes do negócio para que a composição de preço seja correta! Se precisar de ajuda, é só chamar a gente.

4 - Desenvolver todos os projetos Funcionais, Arquitetura e complementares (elétrica, hidráulica, mecânica, estrutura etc.). Deve ter projeto de mecânica eficiente com insuflamento, exaustão e ar-condicionado para que o cliente não sinta o odor proveniente da preparação dos alimentos. Não esquecer dos projetos regulatórios (prefeitura, AVCB, Anvisa, alvará de funcionamento etc.). O projeto de arquitetura e design, deve ser detalhado com fachada, acesso e elementos arquitetônicos especificadas de acordo com o modelo do negócio.

5 -Ter uma operação de cozinha muito enxuta, verticalizada, com tecnologia, técnicas de preparação inteligentes e sustentáveis. A operação deve ter operação com horários de cada preparação, com processos estabelecidos e equipe treinada para que a operação aconteça de forma eficiente e padronizada.

6 - Desenvolver detalhadamente o cardápio (preço de compra e venda), fichas técnicas e os manuais boas práticas e de operação com detalhes de horário de produção.7 - Ter um organograma e uma equipe bem treinada e preparada para novos desafios. Ter planos de carreira e salários transparentes com acesso a equipe.

8 - Ter capital de giro para 3 meses para insumos e operação.

9 - O proprietário deve entender de negócios de modelo, de operações, de equipamentos, de segurança alimentar. Caso ele não entenda, procure uma consultoria.

10 - Ter um Plano de Metas e um DRE (demonstração do resultado do exercício), bem definido com ações diárias que te ajudarão nas tomadas de decisão, crescimento e principalmente atividades focadas em alcançar os objetivos. Ter departamentos como: financeiro, contabilidade, operação, comercial, marketing etc., para cada atividade empresarial e com indicadores, segundo as metas da empresa.  Pense que o negócio de alimentação funciona como qualquer outra empresa. Os departamentos são suporte um para o outro, funcionam como uma engrenagem.

O negócio de alimentação é algo complexo, que precisa envolver planejamento e muito conhecimento. Infelizmente muitos empreendedores iniciam os negócios com uma ideia ainda muito doméstica sobre alimentação e é um grande engano. 

 

Ivim Pelloso - Consultora e Projetista de negócios em alimentação há mais de 20 anos – Sócia da FSone e Fundadora da Kitchain. Autora da obra “Food Service One”, pela Literare Books International. Instagram: @ivimpelloso

 

Mulheres serão maioria na medicina até 2030

 

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Mesmo não existindo políticas de incentivo exclusivas para mulheres, elas estão conquistando seus espaços


A partir de 2024, a maioria da especialidade médica será de mulheres jovens. É o que revela os dados divulgados pela Demografia Médica no Brasil 2023. Hoje, 562.229 médicos estão inscritos nos 27 CRMs (Conselhos Regionais de Medicina), e estudo indica que, até 2035, o país terá mais de um milhão de médicos em atividade.

“O estudo já indicava nas edições anteriores que haveria uma proporção maior de mulheres na medicina. Mesmo não existindo políticas de incentivo exclusivas para mulheres, elas estão conquistando seus espaços em uma das áreas mais concorridas do país, demonstrando suas competências”, disse Júlia De Castilho Lázaro, fundadora da MitFokus, empresa especializada em gestão financeira para empresas da área de saúde. 

A pesquisa aponta que em 2009 existiam aproximadamente 133 mil médicas no país, ao passo que em 2022 já somavam 260 mil, quase o dobro em 13 anos.

Já o número de médicos cresceu 43%, índice inferior ao do gênero feminino. A projeção indica, ainda, que, entre 2023 e 2035, o crescimento previsto entre as médicas será cerca de 118%, enquanto, entre os homens, será de 62%.

O estudo mostra que até 2035, 85% dos médicos e médicas do país terão entre 22 e 45 anos de idade. Desses, 70% das mulheres terão até 40 anos, enquanto 60% dos homens terão essa faixa de idade. Isso imprime uma realidade de que teremos um quadro de jovens mulheres à frente da saúde dos brasileiros.


Evolução ao longo das décadas

A presença feminina na carreira médica começa a crescer ao longo do último século. De acordo com o relatório, em 1910 eram 77,7% homens e 22,3% mulheres. A presença masculina se amplia até 1960, quando chega a 87%, e as mulheres se limitam a 13%. A partir dos anos 1980, as mulheres ampliam sua participação e passam de 23,5% para 46,6%, em 2020.


Desigualdade de distribuição

Independente da proporção de gênero na medicina, tudo indica que a desigualdade entre médicos alocados pelo país continuará sendo um imbróglio na saúde pública do país.

O desequilíbrio geográfico de médicos é um problema mundial. No Brasil, em específico, a escassez se concentra especialmente nas cidades distantes dos grandes centros urbanos e nas periferias, notadamente nas regiões Norte e Nordeste.

Os estados da região Sul (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), região Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo), Nordeste (Paraíba), além do Distrito Federal, terão mais médicos por mil habitantes do que a taxa mundial. Esses estados concentrarão mais de 70% do total de médicos do país.

Por outro lado, os estados da região Norte (Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e Pará) e Nordeste (Maranhão) deverão ter as menores densidades, abaixo da metade da taxa nacional. Nessas regiões estarão pouco menos de 5% dos médicos.

O que vem chamando atenção dos gestores em saúde, conforme diz o relatório, são os vazios assistenciais (não suprir as principais necessidades de saúde da população), áreas desassistidas ou desertos médicos – que configura o fato dos médicos passarem muito tempo em deslocamento, até mesmo horas, para chegar ao trabalho.

“Essa desigualdade regional acende uma luz sobre a necessidade urgente de políticas públicas que ajudem a minimizar o déficit dos profissionais e equipes de saúde em áreas tão desprovidas de assistência”, reforça Júlia. Para saber mais, acesse o documento completo aqui.

 

Energia solar: ainda vale a pena investir?

Em janeiro deste ano, entrou em vigor o Marco Legal da Geração Distribuída, que passou a cobrar os custos de distribuição de quem utiliza fontes renováveis como a energia solar. A Lei nº 14.300/2022 trouxe mudanças relacionadas ao pagamento de uma taxa que altera a composição total da conta de luz – também chamada de “taxação do Sol”. Esse tributo só passou a ser incluído em projetos homologados a partir de 7 de janeiro de 2023.

Com a regulação, muitos interessados no sistema questionam se sua instalação continua valendo a pena. A resposta é sim. Tendo em vista que o produto dura mais de 20 anos e que o tempo de retorno do investimento deve subir pouco, variando nas diferentes regiões do país. Na prática, o período aumenta em média de quatro anos e meio para cinco anos, segundo estimativas de entidades do setor.

Entre as vantagens, estão a baixa manutenção dos equipamentos; a conta de energia protegida da inflação energética; a valorização do imóvel, uma vez que imóveis sustentáveis valorizam até 30%; e a independência energética, em que o consumidor reduz sua dependência e custos com as redes de energia elétrica de concessionárias.

No cenário nacional, esse tipo de fonte energética é a segunda maior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Ainda, segundo a entidade, em 2022 houve um crescimento de 64% na categoria em relação a 2021.

As projeções da IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês) mostram que o Brasil terá mais de 66 gigawatts de capacidade solar instalada em 2027, ou seja, triplicará a sua atual capacidade operacional em energia solar (22,9 GW). Uma notícia que só reforça a relevância desse investimento de longo prazo e o impacto crescente que trará ao longo dos anos.

De olho nesse contexto, e considerando papel essencial do setor financeiro na transição para uma economia de baixo carbono, o Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 6,5 milhões de associados e atuação em todas as regiões do Brasil, possui uma equipe atenta às oportunidades para apoiar seus associados. Dessa forma, tem um compromisso firmado para colaborar com iniciativas que fomentem a sustentabilidade ambiental e econômica nas milhares de comunidades onde se insere.

Entendemos que energia solar é para todos e temos cooperado para isso. Hoje, mais da metade dos novos sistemas são investimentos de associados Sicredi de famílias de classe B e C. Até mesmo a presença das pequenas e médias empresas como grandes consumidoras de energia solar aponta que os painéis já não são para poucos.

Como possível reflexo dessa tendência, o financiamento para energia solar atingiu o total de concessão de 50.355 novos créditos, totalizando o valor financiado de mais de R$ 2,7 bi em 2022. Os estabelecimentos que mais procuram o produto são os mais diversos, como de cultivo de soja, criação de bovinos, restaurantes e similares, condomínios prediais, minimercados e armazéns.

No geral, além de ser sustentável, o uso da energia solar é atraente por conta da economia que gera. Com um negócio ou produção sendo movido por um sistema fotovoltaico, as despesas podem reduzir drasticamente e, com isso, é possível realocar essa economia para novos investimentos e aumentar sua competitividade em seu mercado de atuação. No dia a dia, vemos com entusiasmo a ampliação de iniciativas para o desenvolvimento sustentável, aquele que gera impacto positivo não apenas econômico, mas social, ambiental e climático.

  

Thiago Rossoni - superintendente de Crédito e Negócios do Sicredi.


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