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segunda-feira, 17 de abril de 2023

Cidadania Itinerante oferece serviços gratuitos em ONGs nas zonas leste e norte da Capital

 

A partir desta terça-feira, 18 de abril, a Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC), por meio do Cidadania Itinerante, vai oferecer serviços gratuitos à população das zonas leste e norte da capital paulista, nas unidades móveis do projeto. 

Na terça (18/4), a van atenderá na R. Santo Antônio da Vargem Alegre, 2 - Jardim Carolina (Associação Comunitária Jardim Nazaré Dois); e na quarta-feira (19/4), na Tv. Dona Luiza Ursula, 103 - Comunidade do Boi (Associação de Moradores do Jardim Jaraguá), ambos na zona leste. 

Já na quinta (20/4) e sexta (21/4), a unidade móvel oferecerá os serviços na R. Cel. Euclides Machado, 224 - Jardim das Graças (ONG Dha Q Brada), na zona norte. O horário de atendimento durante os quatro dias será das 9h às 17h.

Durante a ação, serão entregues ao público de 150 a 200 senhas por dia até uma hora antes do fim do atendimento. A iniciativa busca expandir a atuação das coordenações, programas e serviços da SJC em todo o Estado de São Paulo. Desde junho de 2022, o projeto Cidadania Itinerante esteve em 111 municípios, com 58 mil serviços solicitados.

Serão oferecidos para a população: agendamento para 2.ª via do RG, emissão de 2.ª via das certidões de nascimento, casamento e óbito, CPF, contas de consumo (água e luz) e atestado de antecedentes criminais; solicitação de 2.ª via da CNH e da carteira de trabalho digital; entrada no seguro-desemprego; elaboração de currículo; recebimento de denúncias e encaminhamento para coordenações, programas e ouvidoria da SJC.

  

Serviço 

Cidadania Itinerante oferece serviços gratuitos em ONGs nas zonas norte e leste da Capital

Datas: 18 a 21 de abril

Horário: 9h às 17h

Locais: 

Santo Antônio da Vargem Alegre, 2 - Jardim Carolina

ttps://goo.gl/maps/98vAYvFCz4nvVB4X8

 

Travessa Dona Luiza Ursula, 103 - Comunidade do Boi

https://goo.gl/maps/k2r5i4KFHSEKy3dLA

 

Cel. Euclides Machado, 224 - Jardim das Graças

https://goo.gl/maps/zpVA75Kd4d2sk43p9

  

Semana Nacional de Conciliação Trabalhista: recurso agiliza resolução de conflitos entre colaboradores e empresas

 

Agilizar a resolução de um processo trabalhista sem causar malefícios aos envolvidos é o mundo ideal para aqueles que se encontram nessa situação. Felizmente, a Reforma Trabalhista foi uma importante incentivadora da conciliação, abrindo espaço para que cada vez mais casos sejam homologados via acordos extrajudiciais, dispensando a instrução processual e decisões finais pelos juízes.

Para estimular essa adesão, a Semana Nacional de Conciliação Trabalhista é uma das maiores iniciativas do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que ocorrerá, este ano, de 22 a 26 de maio. Seu objetivo é, justamente, fomentar a implementação de medidas que tragam maior celeridade aos processos trabalhistas, além de aprimorar os meios consensuais de resolução de conflitos. Para isso, o evento conta com a participação dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho e envolve magistrados, servidores, advogados, reclamantes e reclamados.

Na edição de 2022, mais de 21 mil acordos foram firmados, movimentando mais de R$764,6 milhões, em meio as mais de 187 mil audiências realizadas no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) dos Regionais, um número que supera em mais de 43% a média nacional alcançada fora da Semana de Conciliação. Independentemente se ocorrer de maneira direta ou indireta, a conciliação possibilita que as demandas sejam resolutivas, beneficiando as partes e o próprio sistema judiciário.

Apesar do tempo médio entre o ajuizamento de uma ação e o seu encerramento ser imprevisível, a conciliação trabalhista é um dos melhores meios para agilizar seu andamento e evitar que o processo se arraste por anos. Obedecendo o princípio da autonomia da vontade, é com ela que ambos buscarão um termo em comum – cada um cede um pouco e todos saem ganhando.

Por inúmeros fatores, esperar uma decisão judicial e concluir uma execução, até que a parte credora consiga efetivamente receber, demanda tempo e onera tanto os envolvidos quanto o sistema judiciário, sendo a Semana Nacional de Conciliação Trabalhista uma incentivadora da resolução de conflitos e se mostrando hoje a melhor forma de resolver estes casos em tempo satisfatório.

Mas, mesmo dispensando a intermediação judicial, é sempre recomendado que as partes envolvidas contem com a presença e orientação de profissionais especializados no ramo para que possam conduzir a conciliação da melhor maneira possível, satisfazendo ambos os lados.

A pacificação social promovida por essa iniciativa impacta positivamente todo o sistema judicial, tornando-o cada vez mais assertivo e ágil em suas demandas, já que os próprios envolvidos concordam em finalizá-la. Em meio a quantidades crescentes de acordos sendo registrados a cada ano, essa é uma estratégia que tenderá a se destacar cada vez mais no país e com importantes impactos para a sociedade como um todo.

 


Caroline Garcia - Coordenadora da área trabalhista do Arbach & Farhat Advogados.

Arbach & Farhat
https://arbachefarhat.com.br/


Imposto de Renda Pessoa Física: confira as principais mudanças para 2023

O prazo para acertar as contas com o Leão já começou. O período de entrega da Declaração de Impostos de Renda da Pessoa Física (DIRPF) teve início no dia 15 de março e termina no dia 31 de maio. 

Deve declarar o Imposto de Renda, o cidadão residente no Brasil que se enquadra em uma das situações a seguir:

  • Quem recebeu rendimentos tributáveis superiores à R$ 28.559,70 em 2022;
  • Aqueles que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil no ano passado;
  • Aqueles que obtiveram ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeito à incidência do imposto;
  • Que realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
  • Quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
  • Quem tinha, até 31 de dezembro de 2022, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil;
  • Aqueles que passaram à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nessa condição se encontrava até 31 de dezembro de 2022; e
  • Quem obteve, em 2022, receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50 relativo à atividade rural.

Segundo a própria Receita Federal, são esperadas entre 38,5 milhões e 39,5 milhões de declarações neste ano – e, para facilitar ainda mais para os contribuintes, as mudanças instauradas trazem alternativas de preenchimento mais dinâmicas e menos burocráticas, facilitando a informação correta dos dados individuais, assim como a restituição dos valores devidos.

Confira as principais novidades para este ano:

#1 Pré-preenchimento da declaração: A declaração pré-preenchida evita erros, economiza tempo e, neste ano, foi incluída entre os grupos com prioridade no recebimento da restituição nos primeiros lotes. O recurso foi ampliado com a inclusão automática de mais dados e informações. No entanto, para utilizar essa modalidade, é necessário ter acesso ao sistema gov.br, onde o contribuinte precisará ter nível de segurança “prata” ou “ouro”.

#2 Módulo de autorização de acesso: essa nova funcionalidade permite que um terceiro tenha acesso aos serviços da plataforma “Meu Imposto de Renda” de outro contribuinte. Com essa autorização, o terceiro poderá declarar, retificar, ver pendências, gerar Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), imprimir declarações e recibos, entre outros. Essa permissão, contudo, é limitada durante um período máximo de seis meses e poderá ser revogado a qualquer momento pelo contribuinte que concedeu a permissão.

#3 Pensão alimentícia: a partir deste ano, quem recebe pensão alimentícia não será mais tributado. Desta forma, é necessário incluir essas informações na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis. A decisão do SFT de afastar a incidência do imposto sobre esses valores decorrentes do direito de família foi publicado no dia 23 de agosto na ADI nº 5422. Cabe ainda lembrar que quem já recebia pensão alimentícia antes deste anúncio tem o direito de retificar até cinco declarações anteriores, mudando os valores da ficha de Rendimentos Tributáveis para a ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis.

#4 Pix para recebimento de restituição: acompanhando uma das maiores preferências de meios de pagamento da população, agora a restituições do IRPF poderá ser via Pix, desde que a chave cadastrada seja o CPF do contribuinte. Aquele que optar por esse meio de recebimento terá prioridade na restituição, se comparado com os que escolherem a categoria de recebimento via conta corrente, uma vez que a Receita Federal incluirá rapidamente o contribuinte que tem restituição na fila dos lotes.

#5 Valor mínimo para movimentações na bolsa de valores: a Receita Federal alterou a forma de declarar investimentos na bolsa de valores. Agora, a obrigatoriedade recai sob quem vendeu ações cuja soma foi superior a R$ 40 mil no ano ou obteve lucro sujeito à incidência do Imposto de Renda nas vendas. O contribuinte deverá se atentar quanto a obrigatoriedade da entrega da declaração por outros requisitos legais. O objetivo da mudança é beneficiar os pequenos e novos investidores.

Quem não entregar a Declaração de Imposto de Renda dentro do prazo legal estará sujeito a multa correspondente a 1% ao mês sobre o valor do imposto devido, limitado a 20% acrescido dos juros (Selic). Caso não haja imposto devido, a multa será de R$ 165,74. 

Por isso, fique atento ao prazo de envio e revise as informações declaradas, de preferência com o apoio de profissionais especializados para evitar eventuais problemas com o Fisco. Assim, qualquer inconsistência poderá ser identificada antecipadamente e ajustada para que a declaração seja entregue corretamente.

 


Júlio Baruchi e Taís Baruchi - sócios na ECOVIS® BSP.



BSP
https://ecovisbsp.com.br/


Banido na Itália, saiba se ChatGPT pode estar com os dias contados também no Brasil

Para advogada especialista em proteção de dados, decisão é prenúncio de que as tecnologias emergentes deverão respeitar as legislações e a autonomia de cada País

 

A Autoridade Italiana de Proteção de Dados (Garante) determinou a limitação temporária do processamento de dados dos titulares estabelecidos na Itália pela OpenAI, ‘dona’ do ChatGPT. O regulador alegou que o chatbot não fornece detalhes aos usuários sobre o processamento de seus dados e não dispõe de base legal apropriada para usar as informações. Outro argumento é que as informações fornecidas pelo ChatGPT nem sempre correspondem aos dados reais, determinando um processamento impreciso. A inexistência de mecanismos de verificação da idade também precisará ser corrigida pela OpenAI.

Mas seria possível que o bloqueio seja estendido a outros países, chegando a impedir o acesso de usuários brasileiros? Para Ana Carolina Teles, advogada do escritório Assis e Mendes, a hipótese pode ser considerada, já que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), que rege a legislação brasileira, teve como principal inspiração justamente o regulamento do direito europeu sobre privacidade e proteção de dados pessoais, o RGPD.

“Em termos de competência, considerando que o ChatGPT realiza tratamento de dados pessoais e é destinado ao público global, cabe sim sua atenção ao cumprimento da lei brasileira”, destaca a advogada. “Havendo descumprimentos em nível equivalente ao que foi identificado nos países europeus, é sim possível que a ANPD questione situações equivalentes”, explica.

Ainda de acordo com Ana Carolina, o Congresso Nacional ainda está discutindo um Projeto de Lei sobre o Marco da Inteligência Artificial, o que ainda rende muita incerteza sobre a regulação desse tema em terras brasileiras. Segundo a advogada especialista em proteção de dados, não ainda um consenso sobre quem seria a autoridade ou agência responsável por demandar casos específicos de modelos de linguagem como o ChatGPT.

No entendimento da advogada do Assis e Mendes, o mercado observará agora se o ChatGPT conseguirá de fato cumprir as determinações mais desafiadoras impostas pelo Garante para voltar a atuar. Algumas delas, segundo Ana Carolina, soam especialmente complexas para serem colocadas em prática, como a exigência de permitir que os titulares dos dados obtenham a retificação de seus dados pessoais gerados incorretamente pelo assistente virtual ou, em alternativa, tenham esses dados apagados se a retificação se revelar tecnicamente inexequível.

Seja qual for o futuro do ChatGPT, a advogada pondera que a decisão é um prenúncio que as tecnologias emergentes deverão respeitar as legislações e a autonomia de cada País e que, se for necessário, órgãos reguladores devem impor restrições. “Ficaremos atentos, inclusive, se isso pode causar prejuízos no desenvolvimento dessas ferramentas tão disruptivas”, projeta.
 

Proteção ao meio ambiente é tema de obra assinada por mais de 60 especialistas brasileiros

Freepik
Advogados, engenheiros, economistas, biólogos, químicos e geólogos discutem passado, presente e futuro das políticas ambientais no país

 

O Brasil, por sua extensão territorial e imensa biodiversidade, é personagem central nas discussões sobre a mitigação das mudanças climáticas causadas pela poluição e pelo uso indiscriminado dos recursos naturais. Por isso, possui também longo histórico de legislações que tratam do assunto. Para refletir sobre o passado, presente e futuro das políticas ambientais no país, 69 especialistas compartilham suas análises no livro Proteção ao Meio Ambiente no Brasil, lançamento da editora Almedina Brasil.

A obra, compilado de 40 artigos assinados por advogados, engenheiros, economistas, biólogos, químicos, geólogos e outros profissionais, tem coordenação especial da professora Patrícia Iglecias. Advogada, superintendente de Gestão Ambiental e professora associada da USP, ela foi Secretária do Meio Ambiente e Presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). É considerada referência em proteção ambiental. As advogadas Fernanda Abreu Tanure e Caroline Marques Leal Jorge Santos e o químico Jorge Luiz Nobre Gouveia também coordenaram o livro.

A evolução do debate acerca das questões ambientais ao longo de 30 anos desde a realização da Eco-92, em 1992, permeiam as reflexões apresentadas. O título cobre tópicos relacionados ao clima e questões globais; gestão e legislação ambiental; Proteção à biodiversidade e aos recursos naturais; diagnóstico e monitoramento da qualidade ambiental; e controle ambiental. Os textos tratam ainda de temas como Fundo Amazônia, manutenção da camada de ozônio, Código Florestal Brasileiro, Política Nacional de Biodiversidade, atenção aos recursos hídricos e recuperação de ecossistemas.

Olhando em retrospecto os 30 anos que se passaram desde a Eco-92 até a COP 27, do Rio de Janeiro a Sharm El-Sheikh, no Egito, parece nítida a existência de uma linha de evolução que o direito ambiental e os mecanismos de proteção ambiental experimentaram nesse período. Em grande medida, é exatamente disso que tratam muitos dos artigos selecionados para esta obra. [...] Olhando para o período entre a Eco-92 e a COP 27, fica claro que o direito ambiental ganhou amplitude. Inicialmente havia uma visão um tanto restrita ao ambiente natural, limitando-se o direito ambiental aos aspectos da fauna e da flora, sem considerar a multiplicidade do vocábulo e a magnitude dos desafios que sua proteção foi impondo até o contexto atual.

(Proteção ao Meio Ambiente no Brasil, pg. 29)

Sem descolar da realidade e em reconhecimento da necessidade de desenvolver o país, os especialistas mostram como a interdependência entre negócios e clima estende-se por todos os setores. Por isso, é estratégico para as empresas conhecerem como os mecanismos dessa área funcionam hoje e visualizar as tendências de como funcionarão no futuro. Somente assim, segundo os autores, será possível criar iniciativas produtivas que gerem riqueza para a nação, mas também respeitem a natureza.

Proteção ao Meio Ambiente no Brasil lança olhar para o mundo ideal e cria pontes para a construção de um futuro focado no bem-estar ambiental. A partir das informações compiladas na obra, o leitor terá ferramentas para tomar consciência e torna-se agente da mudança “Há muitos exemplos de que podemos e devemos mudar para melhor. Essa é a minha visão. Se houver várias pessoas com essa visão, com certeza é possível melhorar muito. É uma construção de pessoas”, convida a professora Patrícia Iglecias.

Ficha técnica

Livro: Proteção ao Meio Ambiente no Brasil - Passado, Presente e Futuro: Estudos em Homenagem a Patrícia Iglecias
Coordenação: Patrícia Iglecias, Fernanda Abreu Tanure, Jorge Gouveia e Caroline Marques Leal Jorge Santos
Editora: Almedina Brasil
ISBN: 9786556278100
Páginas: 868
Formato: 16x23x3,5
Preço: R$ 299,00
Onde encontrar: Almedina Brasil

Sobre os coordenadores

Patrícia Iglecias - Advogada, Livre-Docente, Doutora e Mestre pela USP. Superintendente de Gestão Ambiental e Professora Associada da USP. Foi Secretária do Meio Ambiente e Presidente da CETESB.

Fernanda Abreu Tanure - Advogada, mestranda em Direito Civil pela USP. Pós-Graduada em Direito Ambiental pela PUCSP. Gerente do Departamento Jurídico da CETESB.

Jorge Luiz Nobre Gouveia - Químico Industrial pela UFPB. Doutor em Ciências pelo IPEN. Mestre em Saúde Pública pela USP. Chefe de Gabinete e Gerente do Departamento de Desenvolvimento da CETESB.

Caroline Marques Leal Jorge Santos - Advogada, Mestre e doutoranda em Direito Civil pela USP. Pesquisadora do GEAMA/USP e professora. Foi Chefe de Gabinete da CETESB e assessora da SMA/SP.

 

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Quais os principais projetos ESG em desenvolvimento na Web 3?

Sócias-fundadoras da Go Digital Factory, empresa que desenvolve soluções para educar pessoas de negócios sobre Web 3, falam sobre as iniciativas sustentáveis no novo ambiente digital e explicam qual o potencial de crescimento e adoção pelas empresas no longo prazo 

 

Ainda recente e cheio de desafios, o ESG se tornará cada vez mais comum nas conversas das empresas, incluindo na Web 3. Segundo Ana Wadovski, sócia-fundadora da Go Digital Factory, empresa que desenvolve soluções para educar pessoas e companhias sobre Web3, Metaverso e a Nova Geração de Tecnologias, a Web 3 diz respeito às comunidades, à governança e à transparência de ações através do uso de redes Blockchain, e justamente por isso as iniciativas que possuem um pé dentro do Metaverso e da Web 3 constituem ações cujo mindset já é ESG.

É por essa razão que existe sinergia entre Web 3 e o desenvolvimento de melhores práticas alinhadas ao ESG, com o objetivo de trazer melhorias e redução de impactos negativos. “Alguns projetos do Metaverso podem ser reconhecidos como ESG by design. O setor da moda, por exemplo, é um dos mais poluentes e que mais gera lixo para o meio ambiente, mas já existem iniciativas da ‘moda digital’ que visam reduzir e otimizar processos da cadeia de produção. Através das roupas digitais, as marcas testam no ambiente virtual a adesão do produto antes de produzir a peça, percebendo a demanda necessária e reduzindo o uso de matérias primas”, diz Ana.

Visto isso, a sustentabilidade ambiental pode ter um maior potencial no Metaverso e na Web 3, principalmente devido à natureza descentralizada presente na tecnologia blockchain. De acordo com a também sócia-fundadora da GO, Adriana Molha, a blockchain cria soluções sustentáveis por meio do uso de contratos inteligentes, que permitem transações confiáveis e transparentes sem a necessidade de intermediários. Isso ajuda a reduzir o carbono associado às transações financeiras e ao armazenamento de dados, promovendo assim transparência e responsabilidade ambiental na cadeia de suprimentos.

Neste sentido, Adriana acredita que boas práticas de governança dentro destas organizações são soluções que podem ser replicadas para dentro das empresas tradicionais. “As DAOs são experiências únicas que estão em constante desenvolvimento e oferecem uma forma de se ‘pensar em organização social e de governança’ de maneira disruptiva. No mais, as próprias comunidades do Metaverso e Web 3 exemplificam como é gerar propósito e engajamento entre seus membros, o que para as empresas ainda representa um desafio”, afirma.

Desta forma, Web 3 e ESG devem andar juntos para desenvolver práticas e iniciativas mais eficientes no longo prazo. Ana e Adriana reuniram três palavras chaves para esse processo. Transparência: Empresas podem utilizar do mindset e das tecnologias da Web 3 para criar formas de comunicação transparentes e eficazes em relação às práticas e iniciativas ESG; Intermediários: A Web 3 pode ajudar a reduzir intermediários desnecessários nas cadeias de suprimentos, tornando bem mais fácil rastrear a origem dos produtos e garantir práticas sustentáveis nas etapas da produção; e Incentivos financeiros: A Web 3 pode ser utilizada para criar incentivos financeiros que promovam adoção de práticas e iniciativas ESG.

As duas sócias-fundadoras também elencaram três projetos promissores ESG que já estão em desenvolvimento na Web 3:

Onça Crypto: é uma comunidade dedicada à preservação da onça pintada no Brasil. O projeto criou 10.000 NFTs em forma de PFPs (profile pictures) com imagens de onças da fauna brasileira. 50% da venda dos PFPs vão para o Instituto Nex que atua na preservação de onças pintadas há mais de 20 anos. Os PFPs funcionam como badges de uma comunidade preocupada com a preservação da onça, fazendo com que os membros sejam reconhecidos pela causa que defendem. Além disso, a cada quatro NFTs vendidos, uma árvore é plantada.

Kanna Coin: é uma criptomoeda criada para apoiar a indústria legal da cannabis e reduzir o impacto negativo no meio ambiente. O projeto não olha apenas para a cannabis enquanto potencial medicinal e de criação de novos postos de trabalhos no seu cultivo. O que torna o projeto promissor é o reconhecimento de que o cânhamo possui propriedades que ajudam a revitalizar solos improdutivos, sendo a planta mais eficaz na retirada de CO2 da atmosfera. 

Klima DAO: é uma comunidade de governança descentralizada focada em combater a mudança climática. O projeto permite que as pessoas comprem tokens KLIMA, que são usados para financiar projetos de energia renovável e redução de emissões de carbono. Os detentores de tokens KLIMA têm direito a voto em questões de governança da comunidade e a uma parte dos lucros gerados pelos projetos financiados pela Klima DAO. O que torna o projeto promissor é o crescente interesse da sociedade em soluções sustentáveis e a necessidade de ações concretas para combater as mudanças climáticas.

 

Go Digital Factory - empresa que desenvolve soluções para educar pessoas sobre Web3, Metaverso e a Nova Geração de Tecnologias por meio de workshops, palestras, conteúdo e podcast. A empresa oferece, ainda, conteúdo gratuito no blog da GO e também no podcast Amanhã Já foi | Web3 for Business. Mais informações no site.


6 estratégias para empresas otimizarem suas campanhas digitais

Alinhamento de estratégia, utilização de IA e padronização de processos estão entre as citadas por consultoria de performance Labelium

 

Dados da IAB Internet Advertising Revenue Report: Full Year 2021 indicam que, nos Estados Unidos, os anúncios digitais atingiram 189 bilhões de dólares no ano. O valor aponta um aumento de 35,4% comparando com os resultados de 2020. No Brasil, o cenário não é diferente: segundo dados do Digital AdSpend Brasil, houve um aumento de 12% no investimento publicitário digital no país em 2022.  

É neste setor em que atua a Labelium, empresa que desenvolve soluções para a otimização de performance digital para companhias de luxo, moda, beleza e turismo. A consultoria desenha e cria estratégias de marketing online globais, desde o início até a entrega final. Mais de 600 marcas contam com a expertise Labelium, como Dior, Kenzo, Lacoste, Caudalie, entre outras.  

Considerando o contexto, o especialista e Country Manager da consultoria, Gustavo Franco, separou 6 dicas para as empresas otimizarem sua presença digital:

 

  1. Alinhamento de estratégias de branding com performance 

“A discussão é acirrada dentro dos times de marketing quanto ao destino dos investimentos: devo colocar mais investimento em branding ou em performance? A verdade é que o balanceamento de ambos é o que torna um negócio saudável”, pontua o porta-voz. Quando os investimentos em performance param de escalar, possivelmente há outras variáveis envolvidas: de mercado ou, em grande parte, de marca. A disponibilidade mental do consumidor está sendo disputada cada vez mais pelas marcas e, por isso, é crucial que a marca esteja presente nessa equação: um consumidor que conhece uma marca tem até 70% de chance a mais de comprar do que o que não conhece. O problema é que como os investimentos em branding são difíceis de mensurar, eles são questionados, o que acaba fazendo as empresas adotarem estratégias de curto prazo.

 

  1. Expertise no canal 

Relacionado ao alinhamento de estratégias de marketing e negócios, também é importante definir, de maneira clara, quais canais serão utilizados em cada oportunidade e, consequentemente, qual será o público impactado. A especialização nos canais é chave e com uma jornada de compra cada vez mais fragmentada, irão surgir profissionais altamente especializados nas competências de search, social, vídeo, programática, etc. A velocidade com que cada plataforma evolui e disponibiliza novas funcionalidades de mídia é grande demais para um profissional somente gerenciar e acompanhar: é aí que uma consultoria faz toda a diferença.  “Por exemplo, uma campanha no Instagram possui canalidade, linguagem e objetivos diferentes de uma no Tik Tok e por aí em diante - não são só variáveis técnicas, mas também comportamentais.”, analisa Franco.

 

  1. Aposta em transparência e sustentabilidade 

Para definir estratégias e canalidade, é necessário que haja transparência na relação entre cliente e fornecedor tanto na elaboração de briefings, quanto na produção de peças e, principalmente, nas etapas de feedback. Além disso, a sustentabilidade digital da campanha é essencial de forma a não poluir a web - a presença digital tem grande participação na emissão de carbono - e, não somente nesse sentido da palavra, mas também no quesito de relações duradouras entre parceiros, o que atribui maior eficiência e assertividade tanto no resultado final quanto no processo de trabalho. 

Por muito tempo se discutiu, no mercado, o modelo mais justo para remunerar uma agência ou um parceiro de serviços - e essa discussão  continua. “Não existe one size fits all - cada cliente é um caso e, na Labelium, buscamos adequar nossas estruturas de remuneração de acordo com os modelos de obtenção de lucro e valor dos nossos clientes - é isso que faz, em partes, nossas relações serem duradouras”, analisa Franco. 

 

1.   Uso de ferramentas para transferir processos do off para o online 

“É impossível falar de otimização sem mencionar ferramentas para tal. Nesse sentido, é imprescindível contar com soluções que transfiram processos do off-line para o online e que agilizem os processos envolvidos em todas as etapas de trabalho de marketing digital. Lojas físicas são hubs de experimentação e vivência com os produtos e são catalisadores de experiências on-line. Muitos mercados ainda precisam entender a omnicanalidade chegou pra ficar: seu consumidor vai comparar o preço do e-commerce com a loja física e vai desistir da compra se achar inconsistência entre os dois  .”, pontua o especialista.

 

1.   Padronização de processos 

Contar com processos e ferramentas online, investindo em parâmetros de padronização, é de extrema importância, uma vez que a prática atribui governança e credibilidade para as marcas, além de maior assertividade e alinhamento com as diretrizes de negócios. 

 

1.   Utilização de inteligência artificial 

Uma das mais utilizadas tecnologias para otimização é a inteligência artificial. Além de agilizar processos com eficiência e auxiliar na conquista de clientes e parceiros, a IA cresce cada vez mais: um levantamento de abril de 2023 da Forbes indica que, coletivamente, as 50 empresas mais promissoras que usam o recurso receberam um financiamento coletivo de US$ 27,2 bilhões. 

 

 “Clientes nos perguntam como entendemos a aplicação da AI dentro do contexto do marketing digital, se temos algum receio dela impactar em nossa oferta. A verdade é que a AI só traz ainda mais necessidade de parceiros inteligentes e criativos para a mesa. O uso da inteligência, de forma estratégica, está no que se pede a ela - input - e esse input de qualidade só pode vir de especialistas”, pontua Franco. 

 

Labelium - ecossistema de soluções para performance digital especializada em gerar receita e valor para empresas no setor de beleza e luxo, principalmente.


5 maneiras de como os bancos e suas tecnologias podem ajudar em tempos de incertezas

Os bancos não podem definir a política monetária - seja na alta ou na baixa dos juros - mas podem ajudar os clientes a interpretá-la e a se protegerem contra incertezas futuras. Muitos bancos já fornecem ferramentas de gerenciamento financeiro pessoal e tecnologias modernas, que colaboram com o aumento da eficiência das pequenas empresas e dos clientes de varejo, aproveitando o poder da Inteligência Artificial (IA). Reforçando essa tendência, listei cinco maneiras de como os bancos podem agregar valor aos seus clientes, em qualquer mercado: 

·         Os pagamentos em tempo real permitem que as empresas realizem seus pagamentos dentro do prazo estipulado, em qualquer momento, o que é especialmente benéfico para pequenas e médias empresas, pois colabora com a redução dos custos de transação. Com tantas vantagens, fica claro a forte adesão ao uso dos pagamentos instantâneos. No Brasil, por exemplo, o PIX movimentou R 10,9 trilhões em 2022, mais do que o dobro de 2021, segundo dados do Banco Central (BC). Foram R 24,13 bilhões de operações realizadas, com quase R 3 bilhões efetuadas apenas em dezembro, o maior número de transações da história do sistema de pagamento instantâneo.  

·         As soluções avançadas de gerenciamento de caixa ajudam as empresas a otimizar processos, retornos e automatizar tarefas diárias, garantindo assim o capital de giro. Em tempo de alta de inflação, rever a solidez financeira é imperativo. 

·         Soluções de crédito personalizadas tiram proveito do poder dos dados para entender e prever o fluxo de caixa, além de alinhar o crédito com a estratégia de negócios. Com uma visão mais clara do caminho a seguir, as empresas podem se planejar melhor para contingências, como o aumento da inadimplência e as oscilações das taxas de juros ou da inflação. 

·         Uma abordagem digital dentro da área de finanças facilita a visão dos movimentos de caixa, agilizando as aplicações e decisões de tomada de crédito. O foco nos processos, soluções e ferramentas de digital-first, colaboram para que os trâmites internos tenham mais agilidade. 

·         A digitalização dos serviços de valor agregado, como o faturamento e o gerenciamento da folha de pagamento, apresenta um incremento na organização dos recursos internos, garantindo a eficácia nos processos de uma companhia.

É fato que sistema financeiro tem passado por uma revolução tecnológica nos últimos anos, evidenciando a importância da inovação do setor e apresentando novas perspectivas para as soluções dos problemas enfrentados pelos clientes. Porém, usando tecnologia moderna, pensamento inovador e uma perspectiva positiva, os bancos, as instituições e empreendedores bem-sucedidos se tornarão consultores em quem os clientes deverão confiar, auxiliando-os a navegar nos mares agitados dos tempos atuais.

 

Marcus Dantas - gerente de Vendas de Soluções para América Latina na FIS



Segundo o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos, taxa de aprovação geral é de 50%

 Para Daniel Toledo, advogado e especialista em Direito Internacional, empresas e consultores que garantem taxa de aprovação maior que 90% tentam enganar os solicitantes

 

Empresas e consultores que se dizem especialistas no processo de obtenção de vistos para os Estados Unidos, são uma opção cada vez mais comum para aqueles que querem ir até o país e precisam de ajuda durante o procedimento. No entanto, na maioria dos casos, esse tipo de operação não conta com bons profissionais e, em nenhuma situação, irá substituir a atuação de um advogado.

Muitas dessas empresas de consultoria utilizam práticas questionáveis para atrair clientes e aumentar seus lucros. Uma dessas práticas é a divulgação de supostos dados com números relacionados à quantidade de vistos aprovados. Embora possam parecer úteis à primeira vista, esses dados são utilizados para ludibriar e fazer com que potenciais clientes confiem cegamente na organização.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, a prática de apresentar números e porcentagens relacionadas aprovação de vistos é ilegal. “Nenhum advogado pode mostrar estatísticas relacionadas ao sucesso dos casos. Isso, geralmente, acontece em empresas de consultoria que, na maioria das vezes, não possuem nenhuma credibilidade no mercado ou na área de direito internacional”, relata.

Muitas dessas empresas apresentam taxas altíssimas de aprovação e, em alguns casos, até garantem que a pessoa que entrar em contato terá seu visto aprovado. “Aceitar o serviço dessas organizações, que oferecem vistos como se fossem produtos em uma prateleira, é um péssimo movimento. Eles convencem as pessoas falando que possuem uma taxa de aprovação de quase 100% e, quando a solicitação é negada, simplesmente alegam que a pessoa fazia parte do 1% que não se encaixava no padrão exigido pelo consulado”, lamenta Toledo.

Segundo dados do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos - USCIS, aproximadamente 50% das solicitações de vistos da categoria EB-2 são, efetivamente, aprovadas. Para o advogado, esses números mostram que essas empresas de consultoria estão, apenas, enganando os solicitantes. “Quando colocamos um alto número de aprovação, as pessoas nunca vão se basear pela quantidade de negativas e, automaticamente, irão acreditar que seu visto será aprovado com uma extrema facilidade. Esses solicitantes baseiam suas vidas nessa aprovação, fazem planos e, quando o visto é negado, alguns precisam começar do zero”, pontua.

Toledo alerta que não existem esquemas com funcionários do consulado para facilitar a aprovação de vistos. “Isso é impossível. Ninguém sabe qual será o agente consular que irá julgar seu processo. Logo, essa possibilidade não existe e, se for oferecido algo nesse sentido, deve ser prontamente denunciado”, revela.

O especialista em Direito Internacional reforça, ainda, que mesmo que todas as documentações e exigências estejam de acordo com os protocolos, o visto pode ser negado. “Mesmo com tudo organizado e perfeito, se o agente consular notar qualquer razão para não aprovar a solicitação, ele o fará, independente do que foi previamente conversado com advogado ou qualquer outra pessoa fora da cadeia de imigração”, finaliza.  



Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com quase 180 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos


Toledo e Advogados Associados
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Conclamação urgente por um Brasil mais justo


                Na primeira semana de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, acabar com a prisão especial para condenados com diploma de curso superior. A decisão merece aplauso, mas o que os 11 ministros fizeram foi cumprir o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 que prevê isonomia no tratamento de todos os cidadãos brasileiros. Corrigiu-se, com isso, uma antiga e grave distorção, discriminatória e causadora de desigualdades, estabelecida pelo artigo 295 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1961.

                Uma pena que a decisão do STF, por força da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que motivou o julgamento, tenha se limitado ao inciso VII do decreto-lei mencionado, justamente o único que trata dos cidadãos comuns. Todos os privilégios garantidos pelos demais incisos do artigo foram mantidos intactos. É óbvio que a revogação de uma parte ínfima do decreto-lei não terá o condão de cessar a violação do princípio constitucional da isonomia. A discriminação em relação a outros cidadãos permanecerá, pois continuará em vigor um ato legal que promove desigualdade. Perdeu-se uma oportunidade de ouro!

                Nesta nação de privilégios e impunidade, o ideal seria que, na esteira da faxina pontual feita pelo Judiciário nesse julgamento, fossem revogados também todos os demais artigos do decreto-lei em questão, que trata especificamente de prisão especial. Melhor ainda seria a revisão dos artigos de lei que regem o foro privilegiado, sobretudo os que passaram a vigorar depois da Constituição Federal de 1988. Hoje com cerca de 55.000 pessoas beneficiadas pelo foro por prerrogativa de função, o instituto banalizou-se a ponto de se tornar um verdadeiro manto de impunidade. Nasceu na Monarquia, perpetuou-se na República, e hoje parece que o Brasil retrocedeu e possui 55.000 monarcas.

                Numa análise mais profunda, talvez se assemelhe até ao Brasil Colônia, quando o rei de Portugal criou as capitanias hereditárias, dividindo nosso território em 14 quinhões distribuídos a donatários com amplos poderes e uma única obrigação: pagar o dízimo à Coroa. Durou pouco. A iniciativa do rei foi esfacelada pela incompetência, arrogância e autoritarismo exacerbado dos donatários, e pelos maus-tratos impingidos diariamente aos vassalos, o sofrido povo brasileiro.

                Tantos séculos depois a distinção entre os cidadãos brasileiros ainda permanece. A isonomia existe apenas na letra fria da Constituição, muito longe da realidade cotidiana das pessoas. Os brasileiros cumpridores das obrigações legais sentem-se, cada vez mais, reduzidos a meros pagadores de tributos, já sem forças para questionar os detentores do poder e para reclamar dos péssimos serviços públicos oferecidos em áreas fundamentais como saúde, educação, habitação e segurança. O cidadão paga muito e recebe quase nada em troca.

                Há um nítido abismo no país, como marco absoluto da distinção de classe dos brasileiros. Em uma ponta, o poder concedente – integrado pelas autoridades do Três Poderes constituídos – e, na outra, o poder suplicante – representado por uma imensa maioria cheia de carências e sem privilégio algum. Todos regidos pelos mesmos princípios constitucionais.

                A Lei Maior contempla os princípios da capacidade contributiva, da legalidade, da anterioridade, da impessoalidade, da irretroatividade, da anualidade e da isonomia. Estão todos gravados no papel, muitos ainda à espera de efetiva aplicação universal para cada um dos cidadãos brasileiros. Não é de hoje que se apontam tópicos constitucionais que precisam ganhar efetividade, especialmente por meio de leis específicas capazes de afastar a pluralidade de interpretações que trazem insegurança jurídica e enfraquecem sempre o cidadão comum.

                Um bom exemplo de como o Brasil penaliza os cidadãos mais pobres é a questão da tabela de imposto de renda da pessoa física. Por conta de longo período sem fazer a correção anual do IR em percentual correspondente à inflação do ano anterior, a defasagem na tabela do IR já atinge 147%, segundo estudo do Sindifisco. Trocando em miúdos, a isenção que hoje alcança quem ganha até R$ 1.903,98 por mês deveria beneficiar quem recebe até R$ 4.702,83 por mês. Se a defasagem fosse zerada, 93% dos brasileiros estariam isentos do imposto de renda.

                Não seria nenhum favor porque é um direito do povo brasileiro. Inflação não é renda e, portanto, o cidadão não pode ser tributado como se assim fosse. Isso é ignorado pelos governantes e o brasileiro comum é penalizado duplamente: primeiro quando encontra mais caros os produtos na padaria, no mercado e na farmácia, e depois pela taxação do imposto de renda quando deveria, por direito, ser  isento. Para mudar essa triste realidade basta seguir a Constituição.

                O artigo 152 da CF/88 não enumera o imposto inflacionário como imposto da União. Além disso, o artigo 150 estabelece que a União não poderá exigir ou aumentar impostos sem lei que o estabeleça, mas é o que ocorre hoje pois os brasileiros estão pagando imposto de renda sobre a diferença de remuneração entre R$ 1.903,00 e R$ 4.702,83/mês. Ora, se não está previsto na Constituição, não é tributo e, sim, confisco.

                Eis aí um bom caminho para se implantar o maior projeto social do Brasil. A correção anual do IR até o nível da inflação acumulada atingiria mais de 93% da população nacional. Falta a vontade política.

                Falta também sensibilidade. Hoje o brasileiro recolhe em tributos o equivalente à remuneração de 153 dias de trabalho no ano. Em outras palavras, trabalha cinco meses do ano para sustentar a máquina pública. Paga mais do que os cidadãos dos Estados Unidos, do Japão, da China, da Coreia do Sul e da média dos países da América do Sul. Basta lembrar que o Brasil tem a 13ª maior carga tributária do planeta.

                Paradoxalmente, o Estado entrega pouco ao cidadão. Para onde se olha há carências gritantes. A sensação de insegurança só aumenta. Em 2022, o Brasil teve 40.800 mortes violentas, grande parte delas provocada por motivos fúteis, brigas de rua, de trânsito, ou como desfecho do roubo de um celular, de uma corrente de ouro ou de um par de tênis. Lamentavelmente, já somos o 8º país mais violento do mundo, segundo ranking de 2021 do UNODC (Escritório das Nações Unidas).

                Na educação pública, amargamos desempenho pífio. No ranking PISA, o Brasil flutua entra a 58ª e 60ª posição em leitura, entre a 72ª e a 74ª colocação em matemática, e entre a 66ª e a 68ª classificação em ciências.  Enquanto isso, as escolas particulares – onde estuda a elite – comemora a 5ª posição mundial. A discrepância é colossal.

                Vivemos a nítida falência das instituições públicas. Somos hoje um país carcomido pela corrupção endêmica, sistêmica e sindrômica, que suga os cofres públicos e desanima o cidadão de bem, abatido pela sensação de impunidade. A Operação Lava-Jato escancarou esse grave problema nacional, ainda que falhas e incorreções processuais tenham levado, depois, à anulação da condenação de agentes públicos. O desfecho jurídico não apaga os malfeitos e tampouco apaga a realidade. Levantamento publicado em janeiro de 2023 pela Transparência Internacional mostra que 93 países têm o setor público mais íntegro que o do Brasil. Essa realidade é insustentável.

                Somente um grande concerto nacional, com a mobilização da sociedade civil em conjunto com os poderes constituídos pode transformar este país de privilégios e impunidade em uma nação mais justo e menos desigual. Eis uma conclamação necessária e urgente, um chamado aos brasileiros que verdadeiramente desejam uma pátria de direitos, deveres e oportunidades iguais para todos os cidadãos.

 

Samuel Hanan- engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br

 

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