Buscar por ajuda psicológica é algo temido por
muitas pessoas, que a consideram uma escolha de "gente maluca". Na
verdade, é bem pelo contrário: a terapia auxilia qualquer pessoa que deseja ter
uma relação mais saudável consigo mesmo e com outras pessoas ao seu redor.
Cada vez mais presentes em um mundo acelerado,
com diversas mudanças ao longo dos anos, muitas pessoas sentem-se frustradas,
ansiosas ou, até mesmo, depressivas. Por isso, é mais do que necessário dar a
devida atenção à nossa saúde mental.
Quer saber por que você e todo mundo deveria
fazer terapia? Acompanhe as dicas do Hospital Santa Mônica!
O que é a terapia?
Terapia é como popularmente chamamos a
psicoterapia psico (mente) + terapia (curar).
A psicoterapia consiste em um conjunto de
práticas terapêuticas entre um paciente e psicólogo com a intenção de diminuir
sofrimentos, interpretar os eventos e acontecimentos da vida de uma pessoa.
Ao contrário do que se pode pensar, a terapia
é recomendada para qualquer pessoa que deseja melhorar aspectos emocionais em
sua vida e não somente para quem tem algum tipo de transtorno mental. O
terapeuta tem a função de auxiliar o paciente na busca por respostas, fazendo-o
entender o porquê do surgimento de certos pensamentos e atitudes.
O psicoterapeuta pode lhe auxiliar na promoção
de saúde mental, independente do grau de adoecimento psíquico. Muitos esperam
chegar em uma situação limite para buscar ajuda. Porém pode-se diminuir muito
sofrimento se a pessoa ao perceber certo sofrimento psicológico, como tristeza
e angústia, buscasse ajuda com um profissional qualificado.
Logo, o papel do psicólogo é criar uma
facilitação para que a pessoa verbalize e tenha autoconsciência de si mesma.
Vale lembrar que sua função não é a de dar conselhos e sim, percepções e
caminhos de acordo com a situação.
5 razões para fazer psicoterapia
Fazer psicoterapia possibilita o
autoconhecimento, a solução de conflitos e a melhora da saúde mental. É nela
que o paciente olha para si mesmo e pensa nas razões que levam à determinados
pensamentos ou atitudes em relação a uma área de sua vida. A partir de
conversas e abordagens, a terapia torna possível a conscientização do passado
de uma pessoa, o que geralmente influencia em quem ela é hoje.
Para a psicóloga especializada em saúde mental
do Hospital Santa Mônica, Danielle Bevilaqua, "mais que uma abordagem
psicanalítica ou comportamental, por exemplo, o fundamental é que o paciente
tenha um vínculo terapêutico de confiança com o profissional. Isso poderá
determinar o grau de sucesso do tratamento. Quanta confiança precisamos para
dividir nossas intimidades e despir nossa alma diante de uma pessoa. Não é,
mesmo? Pois bem, quando isto acontece podemos vincular o paciente a sua
própria história e ajudar para que ele possa escrevê-la de forma mais saudável,
satisfatória e adequada à sua realidade."
A psicoterapia também concretiza a
autoaceitação da situação do paciente, que com o autoconhecimento pode tomar
atitudes e ter comportamentos mais assertivos, possibilitando uma maior
qualidade de vida.
Conheça 5 razões para fazer terapia!
1. Livrar-se de dependências
Um dos motivos mais importantes para justificar
o porquê de fazer terapia são os transtornos mentais, como muitas pessoas já
conhecem. A terapia é altamente indicada para tratar tipos diversos de
patologias clínicas, como a dependência química, depressão ou esquizofrenia. A
prática auxilia na recuperação desse tipo de sofrimento mental permanente ou
temporário. Muitas vezes, os psicólogos, responsáveis pelas interações
terapêuticas, trabalham em conjunto com psiquiatras que podem receitar
medicamentos se for necessário.
2. Aumentar a autoconfiança
O medo do novo pode levar muitas pessoas a
terem uma certa dificuldade de se adaptarem à novas situações. Uma mudança de
cidade ou trabalho pode gerar grandes inseguranças, que são capazes de se
transformarem em angústias, ansiedades e sofrimento.
Para amenizar essas sensações e aumentar a
confiança, o processo terapêutico entra como um trabalho que envolve diversos
fatores para transformar os sentimentos negativos em positivos.
3. Conviver com o Medo
Inteligência e maturidade emocional são consequências
positivas que algumas sessões de terapia podem trazer para uma pessoa. Alguém
que convive com muitos medos e não sabe bem como lidar com situações do passado
pode sofrer com isso, talvez sem se conscientizar.
Bevilaqua complementa que "o medo pode
ser utilizado para sermos mais cautelosos, porém a medida que ele limite a
qualidade de vida de uma pessoa podemos ter um adoecimento. É fundamental
podermos nos aproximar deste limitador e pensarmos: qual o papel que ele ocupa
na minha vida? Para então podermos saber como mudar."
4. Lidar com sentimentos
Ocasiões que têm relação com o luto e com
separações, por exemplo, são bastante delicadas pelo fato de deixarem marcas
emocionais em alguém que vivenciou alguma delas. Perder uma pessoa querida ou
se separar de alguém após muitos anos é geralmente muito doloroso.
Muitas pessoas não conseguem superar esse
momento de suas vidas sozinhas. Logo, um profissional terapêutico pode
ajudá-las a seguir com suas vidas e com as mudanças que virão a surgir. Uma
mágoa pode surgir após muito tempo por conta de um fato que ocorreu anos atrás.
Isso pode abalar a vida dessa pessoa, que ao fazer terapia aprenderá a conviver
com a sua própria história e ainda poderá aproveitar novas possibilidades que
surgirem.
5. Criar relações saudáveis
Não é preciso ter um motivo bem definido para
fazer terapia. Se alguém deseja se relacionar melhor consigo mesmo ou com
outras pessoas, isso já é motivo suficiente para fazê-la. Muitas pessoas são
inseguras em certas áreas da vida, outras são tímidas e carregam um sentimento
de culpa sem motivo aparente.
Com a terapia, essas pessoas conseguem se
tornar conscientes de que o aprendizado é constante em relação à autoaceitação,
autocrescimento e ao desenvolvimento geral como ser humano.
Ainda segundo a psicóloga Danielle Bevilaqua,
"a psicologia tem um nicho que estuda as habilidades sociais. Podemos ver
claramente quais são as habilidades aprendidas, como falar, andar e correr e
quais podemos treinar para que possam nos apoiar em relações mais saudáveis.
Chamamos de Treinamento de Habilidades Sociais, atrelado ao processo de
psicoterapia, sempre que se faz necessário utilizo este recurso com meus
pacientes."
Quando procurar por ajuda?
A saúde mental é responsável pelos resultados
daquilo que uma pessoa vive. Se existe uma ou mais áreas da vida que não vão
bem, é bem provável que existam fatores internos que precisam ser repensados.
Estes podem desencadear diversos sentimentos negativos, como mudanças
repentinas de humor, ansiedade e até distúrbios alimentares.
Os transtornos mentais podem ter vários
desencadeadores e sintomas como: tristeza, ansiedade e culpa. Se você tem
alguns desses sintomas, certamente um bom psicólogo poderá auxiliá-lo.
No momento em que uma pessoa, com o auxílio de
um psicólogo, começa a fazer terapia ela começa a criar novas atitudes e
comportamentos que começam a desenvolver a felicidade, confiança em si mesma,
controle sobre as relações próximas e seus pensamentos.
Saiba identificar os principais sinais que
indicam a necessidade de fazer terapia:
Depressão
A depressão provoca profunda tristeza de modo prolongado e
perda de interesse nos prazeres diários. Ela é considerada um transtorno de
humor que afeta como uma pessoa se sente, pensa e se comporta, o que pode levar
a vários problemas emocionais e físicos.
Muito longe de ser um sinônimo de fraqueza ou
frescura, a depressão merece atenção e pode ser melhor identificada com a
terapia, que é realizada de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Muitas pessoas se acostumam com o sofrimento.
No caso da depressão, alguns acham até bonito - quase romanceiam o temperamento
melancólico. Mas não é bonito! A depressão também pode matar.
Ansiedade
A vida acelerada e corrida pode causar ansiedade em seus vários momentos. Porém, quando estes
sentimentos começam a ser intensificar pode ocorrer um transtorno de ansiedade
e até levar à síndrome do pânico.
A ansiedade pode ser o problema central de um
paciente, mas pode ser mais um sintoma dentro de seu processo de adoecimento.
Pode, por exemplo, aumentar em um início de um surto na Esquizofrenia. Ou seja,
uma ansiedade elevada indica um adoecimento psicológico. Não adianta se
automedicar ou camuflar o sintoma, nem muito menos se acostumar com ela. Temos sim
que nos conhecer para saber o porquê da ansiedade e como lidar com a causa
desta na nossa vida. Não adianta ir pelo que o vizinho sente ou diz. Temos que
buscar, na psicoterapia, no nosso intimo o que nos aflige e utilizar recursos
disponíveis na ciência para melhora como: acupuntura, massagens, exercícios
físicos, meditação e se necessário, medicação (prescrita por um psiquiatra).
Transtornos de humor
Existem vários tipos de transtornos de humor
que incluem os depressivos e bipolares. Geralmente as pessoas com estes tipos
de transtorno apresentam picos de humor, se tornando eufóricos ou depressivos.
Com isso, uma pessoa pode se afastar de
pessoas queridas ou se sentir facilmente distraída. A terapia entra como um
fator de controle deste sinal, sendo eficaz para modificar pensamentos
negativos e estimular os positivos.
Distúrbios alimentares
Os distúrbios alimentares geralmente trazem consequências
sérias para o organismo e para a saúde mental. Transtornos como a bulimia
nervosa e a anorexia nervosa são consideradas doenças biopsicossociais, ou
seja, envolvem diversos fatores que podem ocasionar o seu desenvolvimento.
A terapia entra como um tratamento de
reeducação e transformação, de modo a reduzir comportamentos compulsivos. A
psicoterapia e a terapia familiar também são importantes, variando de acordo
com o quadro clínico de cada pessoa.
Para que possa entender melhor o assunto, assista
o vídeo da psicóloga Danielle Bevilaqua sobre "O papel
do psicólogo especializado em saúde mental".
Esperamos que você tenha entendido a importância
de fazer terapia e como ela contribui para a saúde mental. Que tal ajudar
outras pessoas a entenderem melhor sobre o assunto?
Fonte:
Danielle Bevilaqua, psicóloga especializada em saúde mental do Hospital Santa
Mônica