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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Quem é você na crise?



Toda crise leva a uma mudança. Toda crise traz uma oportunidade de crescimento. Toda crise traz a hipótese do aprimoramento. Estamos em crise. Isso é inegável. O mundo está em crise. Isso todo mundo já sabe. O que ninguém ainda sabe é como sairemos dela. Para haver uma mudança, é preciso haver uma revelação. Só mudaremos se descobrirmos como somos e como os outros são. Portanto, sem querer minimizar o sofrimento deste momento, talvez possamos tirar algum lado bom desta situação. Será que existe algum lado bom? Certamente que sim. 

Há uma frase de F. Scott Fitzgerald que diz: “mostre-me um herói e escreverei uma tragédia”. Pensando pelo lado positivo, mostre-me uma tragédia e encontraremos um herói. E muitos heróis estão se revelando neste exato momento. Profissionais da área de saúde, que arriscam suas vidas todos os dias. Policiais, bombeiros e tantos outros servidores que estão nas ruas para nos proteger, ainda que (correndo) sérios riscos de vida. Inúmeros voluntários que poderiam ficar em suas casas protegidos do vírus, estão se dispondo a ajudar os mais necessitados. Claro que tais pessoas sempre existiram, bem como esse comprometimento, mas agora o risco é muito maior e ninguém as criticaria se quisessem tomar um caminho mais fácil e mais seguro. No entanto, o que estamos vendo são atos de heroísmo, desde os mais simples até os mais arriscados. Os mais pessimistas passam o dia a reclamar, queixando-se de tudo, agarrando-se às notícias ruins, às tragédias, a tudo aquilo que confirme que eles estão certos em seu negativismo. Os mais otimistas acreditam que tudo irá terminar rápido e não haverá sequelas. Entre um e outro extremo há aqueles que sabem que o mundo nunca mais será o mesmo, mas, isso não significa um mundo pior. Muito pelo contrário. Tudo depende de nós. Quem é você nesta crise? Quem você quer ser nesta crise? As pessoas se revelam nos momentos difíceis. Nos momentos fáceis, é fácil sorrir, ser cordial, simpático, otimista. Nos momentos fáceis, é fácil oferecer ajuda, mostrar-se solidário, vestir-se com capas de bondade e valentia. Mas nos momentos difíceis, a máscara cai e cada um se mostra como realmente é. Triste? Sim. Irremediável? Não. Uma qualidade inegável que o ser humano tem é sua capacidade de mudança. Podemos mudar todos os dias, se quisermos e nos dispusermos a tentar.

Quem você quer ser nesta crise? O herói ou o covarde? Esta é a hora das mudanças. Agora é a hora de descobrirmos nossa humanidade, nossa bondade, nossa disposição para ajudar. É a hora de crescer, de evoluir, de se olhar no espelho com orgulho, com altivez. Você pode ajudar alguém financeiramente, por pouco que seja? Alguém que, na crise, está desempregado ou impossibilitado de trabalhar? Ajude. Você pode ligar para alguém que está sozinho e com medo, para conversar e dar seu apoio? Ligue. Você pode ensinar alguma coisa “online” para quem não sabe o que fazer e está cansado de ficar o dia todo em casa? Ensine. Você pode entreter as pessoas com danças, cantos, shows, qualquer coisa que as faça rir e se divertir? Entretenha. Somos seres criativos. Usemos a criatividade para tornar a quarentena mais agradável para nós e para os outros. O ser humano é essencialmente bom e ainda que haja algumas ervas daninhas, a maior parte do nosso jardim é composto de flores. Há muitas pessoas sofrendo e não há como minimizar seu sofrimento. Há muitas pessoas morrendo e não há como não se compadecer com as vítimas e seus familiares. Mas de tudo se pode tirar uma lição. Qual será a sua lição? Pais que pouco conviviam com os filhos, agora estão convivendo demais. Sentirão falta dessa proximidade quando a quarentena acabar ou suspirarão de alívio? Casais que mal se viam durante a semana, agora estão se vendo o dia inteiro. Sairão da quarentena com o relacionamento fortalecido ou pedirão o divórcio? Pessoas que estão sozinhas e talvez, pela primeira vez na vida, com tempo para refletir e se conhecer, sairão desta quarentena uma nova pessoa, ou continuarão a se esconder em sua mesmice? 

Trabalhadores que estão desempregados ou impossibilitados de trabalhar aprenderão a cozinhar para vender? Farão cursos ‘online’ e talvez descobrirão outra vocação? Ou ficarão em casa o tempo todo reclamando em frente à televisão? As pessoas lerão mais? Aprenderão coisas novas? Serão criativas? Terão a oportunidade de ajudar alguém? São tempos difíceis. São tempos de dor e sofrimento para todo mundo. Mas temos duas opções: deixamos o sofrimento e o medo nos afundar até cairmos em depressão, baixando tanto a nossa imunidade de forma que possamos ser mais uma vítima do vírus, ou erguemos a cabeça e procuramos formas de lutar e vencer nesta guerra que ninguém escolheu, mas que todos, inevitavelmente, tomamos parte. São tempos difíceis, mas o pessimismo, o alarmismo e a reclamação baixam nossa imunidade, enquanto o riso, o otimismo e o prazer, aumentam. Quem é você nesta crise? Como você sairá desta crise? A escolha é sua.






Lucia Moyses - psicóloga, neuropsicóloga e escritora, teve sua primeira formação em análise de sistemas pela FATEC (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo), complementando os seus estudos com curso de pós-graduação na UNICAMP (Universidade de Campinas). Atuou nessa área por mais de 20 anos e foi convidada para ser coautora em uma obra da IBM, em sua sede nos Estados Unidos. Administrou cursos e palestras, inclusive para pessoas com necessidades especiais. A partir desta experiência, a escritora se interessou pela área de humanas. Foi então que decidiu seguir a carreira de Psicóloga, concluindo o bacharelado na FMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas) e, logo depois, se especializando em Neuropsicologia e Reabilitação Cognitiva pelo (INESP) - Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa. Em 2013, a autora lançou seu primeiro livro “Você Me Conhece?” e dois anos depois o livro “E Viveram Felizes Para Sempre”, ambos com um enfoque em relacionamentos humanos e psicologia. Três anos após a especialização em Neuropsicologia, Lucia lançou os três primeiros livros: “Por Todo Infinito”, “Só por Cima do Meu Cadáver” e “Uma Dose Fatal”, da coleção DeZequilíbrios. Composta por dez livros independentes entre si, a coleção explora a mente humana e os relacionamentos pessoais. Cada volume conta um drama diferente, envolvendo um distúrbio psiquiátrico, tendo como elo o entrelaçamento da vida da personagem principal. Agora em 2018, a psicóloga lança mais três livros: “A Mulher do Vestido Azul”, “Não Me Toque” e “Um Copo de Veneno”, totalizando seis livros da coleção.

Como o isolamento social pode contribuir para a espiritualidade


Impacto da pandemia na rotina promove reflexão sobre a vida interior e o mundo à sua volta.



A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) impacta direta e indiretamente milhares de pessoas ao redor do mundo. O período de isolamento social vem cercado de inúmeros impactos nas relações no cotidiano e na sociedade. Como esse período pode ser propício para refletir sobre a espiritualidade?

Esse período de isolamento social pode emergir enquanto tempo fecundo para o cultivo da inteligência espiritual. Um olhar para dentro pode trazer questões pertinentes para a vida das pessoas: como estou vivendo? Como estou agindo em diversas situações? “Uma vez que há em cada um nós um impulso ao mistério e uma fome de transcendência e tudo aquilo que vivemos e que somos resultam de uma experiência interior, é possível tornar essa experiência consciente e desenvolvê-la”, revela o especialista de Pastoral da Rede Marista de Educação Básica, Matheus Henrique Alves


 É tempo de desacelerar e resinificar

O contexto social atual pelo cotidiano desenfreado das cidades, a quantidade e a dispersão de informações, bem como o incentivo ao consumo exacerbado, entre outros fatores, têm contribuído para uma postura superficial diante da vida. Isto é, por poucas vezes parar para refletir e buscar sentidos e significados nas ações, nas relações estabelecidas e nos impactos do que é produzido.

 Ao longo da história, grandes crises sociais apontam para um movimento de ruptura que pode apresentar em meio às incertezas um apelo para reconfigurar a vida e relações priorizando o que de fato há de essencial nelas. “O cultivo de nossa espiritualidade nos ajuda a nos reconhecermos a partir de dentro e nos relacionarmos com as pessoas tendo enquanto referência o que é autêntico e profundo, a fim de encontrar um equilíbrio pessoal que repercuti no meio social”, reforça Alves.

O especialista dá dicas de como priorizar momentos de reflexão nesse período:


1)     Busque o silêncio interior

Vivemos em uma sociedade cercada de inúmeros ruídos, e de telas com informações ao encalce da nossa mão, pequenos momentos de silêncio diário ajudam a se conectar, interiorizar. “Para aprender a olhar para fora e compreender com maior sensibilidade a existência do outro, se faz necessário que antes ousemos olhar para dentro, precisamos encarar nossos silêncios internos e buscar refletir o sentido mais profundo de nossa existência. Repense com calma as prioridades diárias, as escolhas que precisara fazer e os impactos que elas terão para além de você e caso seja necessário ajuste a rota”, revela.


2)    Conectar-se com a natureza

 Mesmo durante o isolamento social há sempre uma janela, ou terraço, árvores nos pátios, ou mesmo uma planta em casa, que pode nos ofertar um espaço de conexão. O ato de cultivar e contemplar a beleza da criação nos ajuda a conhecer, vivenciar e experimentar a natureza como espaço de vida que nos humaniza e nos educa para simplicidade e para a quietude.


3)    Cultive a cultura do cuidado e da solidariedade

O cenário histórico mais uma vez nos provoca a necessidade de assumirmos uma nova mentalidade e uma nova postura diante da vida, é um apelo radical e urgente que deve nos comprometer em todos os sentidos. Trata-se de estabelecermos uma cultura do cuidado em contraposição a um mundo marcado pela naturalização do sofrimento e da indiferença. Por vezes somos tentados a vivenciar uma espiritualidade alienada e individualista que tende a nos afastar da realidade agindo como uma rota de fuga diante do sofrimento e das incertezas que nos afligem. “Precisamos resistir a essa lógica que tende a reforçar nosso individualismo e nossa superficialidade diante da vida. É tempo de despertarmos para a consciência do cuidado que passa por três dimensões essenciais: Enxergar a realidade que nos cerca para além de nossa zona de conforto, questionar as desigualdades e por fim mobilizar ações e recursos visando atenuar essas necessidades, reforça Alves.





Marista Escolas Sociais


STRESS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO TAMBÉM ATINGEM OS PETS



Comportamento dos animais piorou no período de isolamento e retomada das atividades pode agravar estas crises.


Nos últimos meses o isolamento social influenciou diretamente a relação dos humanos com os seus animais de estimação, os passeios diminuíram e a presença do tutor ficou mais intensa.  Alguns, ainda aproveitaram esse período para aumentar a família adquirindo um novo pet, outros, passaram a conviver 24h por dia com os seus peludinhos mais velhos, intensificando essa relação de dependência e proximidade.

A grande questão desse novo momento é que essa mudança brusca no dia a dia deles, aumentou os casos de stress, ansiedade e depressão. Segundo o adestrador Bruno Moreno, os tutores não podem esquecer que os animais precisam de rotina, caso contrário, eles passarão 24h. tentando chamar a atenção dos seus donos e eles fazem isso através do mau comportamento, uma maneira eficaz de trazer os tutores para perto. Entre os comportamentos mais comuns, Bruno pontua: latidos em excesso, lambeduras no corpo, destruição de móveis e objetos e marcação de território (xixi e cocô feito fora do local apropriado). “Trabalhar antecipando estes comportamentos é fundamental para criar uma boa relação e amenizar estes sintomas” – garante o adestrador.

Apesar de alguns tutores alegarem que entendem o que eles pedem, Bruno Moreno faz questão de reforçar que na maioria dos casos a interpretação está errada. “Cachorros quando latem e arranham o sofá ou a cama onde os tutores estão, não necessariamente significa que eles querem ir lá pra cima (como muitos interpretam), na maioria das vezes, ele só querem brincar (e talvez até prefira que você vá para o chão); outro exemplo clássico  é quando o tutor entende como ‘declaração de amor’ aquela euforia com direito a pulos, latidos e xixi no chão, quando chegam em casa, mas isso é um sinônimo claro de ansiedade e o ideal é não retribuir esta festa para não intensificar esse comportamento – garante.

Ainda de acordo com o adestrador, existem sim, caraterísticas específicas para cada raça, mas ainda dentro de uma mesma espécie é comum termos animais com comportamentos distintos. “E isso nada mais é do que o reflexo do comportamento do dono. Por isso, minha indicação é treinar o animal o tempo todo, a partir dos 50 dias de vida e manter uma rotina adequada de passeios, atividades e descanso” – pontua.

Brinquedos interativos e ossos naturais são ideais para trabalhar enriquecimento ambiental e gastar energia dos cães. Bruno destaca a importância desses hábitos na vida deles. “Os cães são animais primitivos então eles não buscam brinquedos caros, você pode diverti-los com garrafas pets e o tubo de papelão que envolve o papel toalha, por exemplo. Ainda para instigar o espírito de caça, esconda grãos de ração pela casa e deixe que ele os encontre” – resume.

Por fim, as dicas para entreter o pet e reduzir as chances dele desenvolver stress, ansiedade ou depressão, são: respeite o tempo deles (filhotes, cães adultos e idosos precisam de atividades diferentes), não reprima, não bata, não grite e sempre incentive o bom comportamento (recompensando com carinhos e petiscos), não tenha pressa para incluir algo novo e não mude a rotina de maneira repentina. Use e abuse de sons relaxantes (voz calma e serena), carinhos e cuidados.

Quer saber mais como o adestrador pode te ajudar? Siga-o nas redes sociais: @segredodoadestramento

Idosos não podem ter nível de estresse alto durante isolamento social, diz especialista




Estabelecer rotina e ocupações são essenciais nesse momento de pandemia


Mesmo durante o período de isolamento social, crianças, jovens e adultos têm tido atividades para se ocupar, tarefas escolares, trabalho remoto, home office. Mas, e os idosos? Menos atarefadas, as pessoas da terceira idade precisam de mais atenção. Além dos cuidados de saúde e higiene reforçados nesse período, por fazerem parte do grupo de risco, a preocupação com a saúde mental é cada vez maior.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, o isolamento social pode aumentar em 14% o risco de morte nas faixas etárias mais avançadas. ‘‘A solidão pode ocasionar no organismo uma reação de ‘lutar ou fugir’, desencadeada por situações de alto estresse que causam uma resposta inflamatória que, consequentemente, reduz a produção dos leucócitos, células de defesa do organismo contra as infecções. Assim, ao mesmo tempo que o idoso está em isolamento para se proteger da Covid-19, é possível que ele tenha redução da sua imunidade’’, explica Cristiano Caveião que é coordenador do curso de Gerontologia – Cuidado ao Idoso do Centro Universitário Internacional Uninter.

É preciso fazer com que o idoso também tenha atividades regulares. ‘‘Manter uma rotina normal é fundamental. Quando falamos em rotina, é o estabelecimento de horários para as refeições, atividades de entretenimento, como jogos de tabuleiro e memória, assistir televisão, conectar-se nas redes sociais, e claro, manter-se ativo realizando exercícios para manutenção da força muscular’’, orienta Caveião.

A meditação também pode ser uma saída. O importante, de acordo com o professor, é não o infantilizar ou deixar com que a pessoa se sinta inútil. ‘‘É importante que essas atividades sejam produtivas, que possam gerar desejo pela sua realização. Em hipótese alguma pode ser retirada sua autonomia, sempre deve ser consultada a sua decisão’’, conclui o especialista.



5 dicas para lidar com seu próprio mau humor na quarentena


Se em dias comuns, sem motivo aparente, acordamos de mau humor, imagine neste isolamento social? Nem é preciso citar as inúmeras razões. A questão é:   como encarar mais um dia de quarentena sem deixar que seu humor atrapalhe suas tarefas? Confira 5 dicas para lidar com esse estado emocional:


Não tome decisões de cabeça quente

Boas decisões são aquelas que foram construídas levando em conta os prós e contras de cada cenário. Geralmente, elas são maduras, ou seja, vão se confirmando ao longo do tempo. Apesar de boas escolhas não serem garantia de sucesso, as impulsivas tendem a ser ruins e gerar arrependimento. Portanto, evite tomar decisões quando o lado racional não estiver no seu melhor modo.


Repense seus julgamentos

Nos dias em que não estamos bem, há uma inclinação a ver o “copo meio vazio” ou olhar o mundo com lentes embaçadas. Nossa percepção é muito influenciada pelo estado emocional do momento. O mau humor é capaz de fazer com que seus julgamentos sejam mais duros com você mesmo e com os outros. Aliás, não se julgue. Procure entrar em contato com o que está lhe causando esse estado de incômodo ou irritação. Se puder, deixe para fazer uma nova avaliação quando estiver em um dia melhor.


Não consegue se segurar? Fortaleça o isolamento

Em momentos de mau humor, tendemos a ficar com o “pavio curto”. Por isso, pense três vezes antes de emitir opiniões, principalmente se for em resposta a algo que você não gostou ou discorda. Se o mau humor estiver tão forte a ponto de sequer conseguir disfarçar, saia de cena, se dê um tempo e retorne o contato com as pessoas quando estiver mais tranquilo. 


Encurte seu home office

Se você está trabalhando em casa e tem a opção de controlar seus horários, encurte seu expediente no dia em que o emocional não estiver nada bem. Se tiver alguma reunião virtual, remarque, se for possível. Isso evitará exposições a situações limite.


Escolha atividades prazerosas

Caso o mau humor acorde com você em pleno sábado, escolha um roteiro que não dê mais motivo para se irritar. Não curte cozinhar? Peça um delivery. Deixe de lado o que exija esforço e foque no que possa até trazer de volta o seu bem-estar.




Flávia Teixeira - psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ, professora de pós-graduação em Psicologia Hospitalar na UFRJ e com especialização em Aprimoramento Interdisciplinar em Transtornos Alimentares pela USP.

Cuidados importantes asseguram bom funcionamento do refrigerador e freezer


Com o distanciamento social, houve uma tendência da população acondicionar um volume maior de alimentos

A necessidade de ir com menos frequência ao supermercado fez com que os estoques de alimentos aumentassem no refrigerador e no freezer. Alguns cuidados simples ajudam a manter o equipamento em bom funcionamento e os alimentos em boas condições para o consumo. Um cuidado importante é procurar deixar livre um caminho para circulação do ar internamente no congelador, garantindo que todos os alimentos fiquem à mesma temperatura. Além disso, deve-se evitar abrir e fechar a porta com muita frequência. O diretor técnico da ASBRAV, engenheiro, Ricardo Albert, salienta também a importância de fazer a higienização interna.

“Alguns tipos de vírus e bactérias têm uma vida longa em baixas temperaturas. Então, é recomendada a desinfecção do resfriador em cada troca de carga ou periodicamente (mensal/trimestral conforme o uso)”, explica.
Os problemas operacionais mais encontrados são a obstrução do condensador (serpentina que fica atrás do aparelho) e/ ou a utilização desta serpentina para secar roupa, o que é altamente não recomendado. Outra dúvida recorrente é em relação ao degelo.

“Os produtos mais modernos apresentam degelo automático. A formação de gelo, por mais paradoxal que possa ser, forma um isolamento térmico para os produtos atingirem temperaturas menores que zero grau Celsius. Então, se não houver degelo automático logo que formar gelo (cerca de 1cm) o evaporador deve ser degelado”, finaliza.





Marcelo Matusiak


5 dicas de como aquecer o lar no inverno



Ambiente
Divulgação


Com a chegada do inverno, algumas atitudes podem ser tomadas para proteger a casa do clima frio dos próximos meses, deixando o lar mais e aquecido, auxiliando também a passar o isolamento social em casa com mais conforto.

A Telhanorte apresenta dicas simples de pequenas reformas e produtos acessíveis que podem deixar o lar com sensação térmica aconchegante e agradável.


Abuse das cores quentes

No inverno a dica é aproveitar as cores quentes, seja em acessórios decorativos ou tintas, como os tons de mostarda, chocolate e cereja. Nos acessórios vale de tudo, almofadas, capas de sofá, mantas, tapetes e cortinas.


Escolha das cortinas e tapetes

Dois itens que possuem materiais diversos, que adaptam o uso tanto para estações mais quentes ou frias. Sobre a escolha das cortinas, é ideal a utilização de cortinas duplas ou produzidas em materiais pesados, que impedem a passagem do ar gelado para o interior da casa.

Já os tapetes, atuam para impedir o contato com a superfície fria nessa época do ano. Por isso, para os quartos e salas, opte pelos felpudos. Já para os banheiros, escolha os antiderrapantes e para a cozinha, os de fibra sintética são mais aconselháveis, pois não criam umidade e são fáceis de limpar em casa de gorduras.


Para melhorar a sensação térmica da casa

Os aquecedores, lareiras artificiais, abajures e velas também deixam a casa confortável do ponto de vista térmico, além de dar um toque especial na decoração. Luminárias e abajures também podem ser incluídos na decoração como uma alternativa para o aquecimento nas noites de inverno.


Cuidado no banheiro

No banheiro, como citamos, os tapetes antiderrapantes com base de borracha podem torná-lo mais aconchegante. O chuveiro elétrico é uma boa opção, pois permite infinitas regulagens de temperaturas, tornando o banho mais relaxante e confortável, isso sem falar do aquecimento instantâneo da água, sem jatos gelados e, consequentemente, sem desperdício.


O que é possível adaptar na cozinha para o inverno?

Para a cozinha é possível optar pelas torneiras elétricas, que podem ser facilmente instaladas e possuem um preço acessível, ou misturadores com aquecedor a gás ou elétrico, que são úteis tanto no inverno como no verão, além de possuírem um design mais arrojado e moderno.

Precisa comprar algum produto para completar seu espaço de home office? Aposte em lojas online, como a Telhanorte, e garanta um preço justo e rápida entrega.

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Saiba como as crenças limitantes atrapalham na inovação



Muito mais do que uma frescura ou preguiça, as crenças limitantes são cicatrizes formadas por algumas das experiências ruins que todos nós algum dia vivenciamos. Elas geralmente estão relacionadas com a sensação de insegurança sobre autoestima (“não sou bom o suficiente”), incapacidade (“não consigo viajar de carro”) ou julgamento de outras pessoas (“minha chefe me olhou com uma cara ruim”).

Isso acontece porque a nossa mente, na tentativa de evitar sofrimento, cria um processo de sabotagem. Então, um modelo mental (crença) bloqueia o indivíduo da realização de determinadas ações. Assim, o que antes era uma proteção justificada acaba se tornando um limitador e um desafio para o sucesso de grande parte dos empreendedores.

Neste artigo, nós ajudaremos você a reconhecer e superar alguns conflitos limitantes e determinar um novo rumo em sua carreira. Continue a leitura e confira!


Como identificar o seu sistema de crenças?

O primeiro passo para a identificação de seus padrões limitantes é a observação. Isso implica que você deve “ler” o comportamento de seus pensamentos diante de algumas situações e identificar a mensagem de bloqueio que é enviada ao seu cérebro.

Como exemplo, suponha que você tenha dificuldades para escrever textos em inglês, mesmo depois de ter concluído um curso de idiomas. Toda vez que começa uma redação, não consegue terminá-la e corre para as redes sociais.

Sempre que essa situação se repetir e você se sentir desconfortável, atente-se para a mensagem que age como um gatilho em seus pensamentos, como:
escrever textos em inglês é muito difícil;

vou errar e as pessoas vão me julgar; ou nunca termino o que começo.

Nesse exemplo, falamos sobre uma pessoa que concluiu um curso de idiomas. Então, como ela pode achar que nunca termina o que começa? Como ela julga que escrever em outro idioma é difícil, se ela completou o curso?

Como podemos ver, essas crenças são irreais e simplesmente entregues a você, sendo capazes de limitar a liberação de seu pleno potencial. Lembre-se de que os empreendedores são feitos para brilhar e modificar o mundo.


Como superar as crenças limitantes?

Conhecer a maneira pela qual você reage diante de determinadas situações ajuda bastante na identificação de seus bloqueios. Até superá-los, você deverá realizar um processo e torná-lo um hábito. Para isso, deixamos algumas dicas que vão ajudá-lo na substituição de seu sistema de crenças.


Reflita e olhe para dentro

Sempre que identificar um bloqueio, pare o que estiver fazendo e busque entender a mensagem que está sendo enviada para a sua mente. A seguir, pense sobre o assunto de forma racional, como: pergunte-se se você realmente não consegue realizar tal atividade; veja se já realizou algo semelhante. Pergunte-se se a outra pessoa realmente não gosta de você, ou se ela está apenas tendo um dia ruim; ou veja se outras pessoas também apresentam as mesmas dificuldades que você.


Busque por evidências

Para responder às perguntas da etapa anterior, busque fornecer fortes evidências de suas capacidades — como os cursos que fez, as experiências positivas anteriores, os comentários de outras pessoas ou os prêmios recebidos. Não tenha medo de argumentar!


Mude os seus hábitos

A descoberta de novos modelos mentais é a forma mais natural de você substituir o seu sistema de crenças. Uma vez que ele está diretamente relacionado aos seus hábitos, obter novas experiências é a melhor forma de trabalhar com modelos mentais diferentes.

Frequente novos lugares, conheça outras pessoas, viaje, escreva, leia e consuma coisas e vivências diferentes. É como construir uma casa, iniciando pelo alicerce.

O mais importante é compreender que as suas crenças limitantes não definem quem você é. Com esforço, análise e determinação, além de apenas identificá-las, é possível realizar uma verdadeira reprogramação da sua mente.





Georgia Roncon - Empresária e empreendedora com mais de 13 anos de experiência em gerenciamento comercial, marketing, desenvolvimento de equipes, criação de produtos e implementação de cultura organizacional e inovação, atualmente é Co- Founder do ECQ Lifelong Learning. É formada em Letras Inglês e possui MBA em Gestão Empresarial e Marketing pela FGV. Apaixonada por educação, marketing e tecnologias é  co- fundadora da AGE GROUP, que atua em seguimentos como:  Turismo, Investimentos e com Educação em Inovação e Tecnologia com o ECQ Lifelong Learning, que opera tanto no Brasil e nos EUA.




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OS CONTRATUALISTAS: LOCKE, O LIBERAL



Já não se sustenta a ideia de que há um contrato social no sentido de o povo articular-se e fazer um “combinado”, organizando-se, formando uma nação pacífica. A vida é como sempre foi: luta por poder. O assunto, então, não é o desejo quimérico de construir um país de pessoas generosas. Isso não ocorreu nem em tempo algum nem em lugar nenhum.

Nem mesmo na Utopia de Thomas More, que caiu no imaginário popular como um “lugar de sonhos”, a coisa é diferente. Na ilha utópica, o poder fica com os religiosos e os não crentes são escravizados ou mortos. A vida é, pois, essa eterna disputa; qualquer fantasia deve ser abandonada. Se é contenda, então, que haja regras, ou será cada um por si.

A conversa em sério deve voltar-se à justa igualdade de condições dos disputantes pelos espaços em sociedade: as regras do jogo. Está bem: somos autônomos; na nossa autonomia atuamos de modos diferentes; o produto do meu esforço há de ser auferido por mim. Mas a autonomia, a diferença e o esforço não podem privilegiar ninguém, não é?

Bem, o Brasil não tem muito que contar sobre justiça social. Nossas regras do jogo, no correr da nossa História, não nos puseram em campo com igualdade de condições. Um lançar de olhos ao derredor verá que alguns são os donos da bola, dos uniformes, do campo. Se atentarmos melhor, compreenderemos que alguns são donos da torcida e até do juiz.

Não jogamos um jogo honesto. Nossos registros são de exclusão: ademais de nossas mazelas de Colônia, de Reinado e de República Velha, mais recentemente a engenharia social desenvolvimentista da segunda metade do século passado (particularmente a Ditadura de 64) amontoou gente de toda e qualquer forma nas periferias das grandes cidades.

Resta que hoje se lhes falta a parte que, sem ela, não há condições equilibradas de jogar: emprego, escolas, esgoto, saúde, previdência, quaisquer recursos públicos satisfatórios. Ora, por bem ou por mal, todos querem o seu prometido “lugar ao sol”. Essa gente trazida dos interiores longínquos e deixada à própria sorte também, por suposto, quer o seu.

Os conflitos cada vez mais graves que vivemos podem parecer estranhos para quem esteja confortável e alienado, mas é um exercício regular de direito dos sobrados em desvantagem nas posições sociais. Seja dizer: buscar direitos não é coisa de “comunista”; pleitear que a luta pela vida seja em condições de igualdade é pressuposto do pensamento liberal.

Locke (Os Pensadores, Abril Cultural), alicerce do liberalismo: no estado de natureza, “sendo todos providos de faculdades iguais, não há possibilidade de supor-se qualquer subordinação entre os homens que nos autorize a destruir a outrem, como se fôssemos feitos para o uso uns dos outros como as ordens inferiores de criaturas são para nós” (p. 36).

Para sair do estado de natureza e viver sob um pacto social, o homem não pode aceitar privilégios de subgrupos, “porque não é qualquer pacto que faz cessar o estado de natureza entre os homens, mas apenas o de concordar mutuamente e em conjunto, em formar uma comunidade, fundando um corpo político” (p. 39) uniforme, ou seja, de iguais.

A coerência de seu texto avaliza essa pretensão que subordina a vontade egoísta à possibilidade de civilização: ao optar pela vida em comum, o homem abandona o poder de fazer tudo quanto julgue conveniente, “para que seja regulado por leis feitas pela sociedade, até o ponto em que o exija a preservação dele próprio e do resto da sociedade” (p.83).

“Como a primeira lei natural fundamental que deve reger até mesmo o poder legislativo consiste na preservação da sociedade e, até o ponto em que seja compatível com o bem público, de qualquer pessoa que faça parte dela” (p. 86). Em suma, as “leis não devem ser destinadas a qualquer outro fim senão ao bem do povo” (p. 90). Evidente: o bem geral.

Na luta constante por vantagens nos espaços sociais, se as condições são de igualdade, os ânimos concorrentes se arrefecem, seja por satisfação pessoal no sistema, seja pela medida análoga do concorrente. No nosso caso brasileiro, o prevalecimento de certos grupos sobre a maior parte do povo torna injusta a disputa pelos confortos da existência.

Somos como um jogo de cartas marcadas. De fato, ainda que não exista um contrato social, os contratualistas, com razão, são unânimes em afirmar que uma população traída não só pode, mas deve se rebelar. Parece que estamos sempre em ensaios de uma rebelião postergada. Não sei, não: um dia, talvez, isso aconteça; quem sabe a gente até melhore.



Veja como higienizar os alimentos e embalagens para evitar contato com o coronavírus



Hábitos de higiene são essenciais para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus, dentro ou fora de casa. Entre as medidas, cabem cuidados até mesmo com os alimentos comprados em supermercados e restaurantes.  A nutricionista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Ariane Braz, ressalta que tudo deve ser higienizado antes de ser armazenado e explica como fazer isso de forma eficaz diante de diferentes situações. Saiba quais são as dicas:

  • Como higienizar as embalagens dos produtos industrializados?
 O primeiro cuidado é, logo ao chegar do supermercado, deixar as compras concentradas em um local específico onde será realizada a higienização. Para produtos embalados em plástico, vidro ou latas, o ideal é lavar com água e sabão ou passar álcool gel. Outra opção é borrifar álcool 70% em toda superfície.
Já para proteções feitas com papelão, a recomendação é descartar a embalagem original ou, quando isso não é possível, higienizá-la com auxílio de um pano descartável ou papel toalha úmido com álcool 70%. Assim, evita-se o contato com a água e qualquer prejuízo ao conteúdo.

  • Devo higienizar legumes, verduras e frutas mesmo quando não é feito o consumo de partes deles, como a casca?
 Sim, é importante que haja prudência para que não ocorra uma contaminação cruzada. No caso desses alimentos, é preciso lavá-los em água corrente para retirar toda impureza aparente e, posteriormente, em uma tigela, deixá-los por 15 minutos em uma solução com um litro de água e uma colher de sopa de água sanitária. É possível usar também o hipoclorito de sódio - neste caso, o indicado é seguir as recomendações dadas pelo fabricante, que devem constar na embalagem do produto. Após o tempo sugerido, passe os alimentos novamente na água corrente e deixe-os secar naturalmente.

  • No caso de delivery, qual deve ser o procedimento?
 É importante que, no momento que receber a comida, as embalagens sejam imediatamente descartadas e o conteúdo seja colocado em um recipiente limpo. Após esse processo, reaqueça todo o conteúdo em uma temperatura de 70º. Ponto importante: dada essa recomendação, é preferível evitar o consumo de comidas frias como salada e itens da culinária japonesa. Sem o processo de aquecimento na temperatura acima indicada, elas oferecem risco maior de contaminação.





Hospital Edmundo Vasconcelos
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo.
Tel. (11) 5080-4000
Linkedin:www.linkedin.com/company/19027549
Instagram:www.instagram.com/hospitaledmundovasconcelos/



STF decide sobre desconto em mensalidades de escolas.


Advogado especializado comenta possíveis desdobramentos

Célio Müller - especializado em Direito Educacional, explica que leis estaduais já aprovadas podem entrar em vigor.


Segundo informações publicadas pela Agência Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nas últimas semanas pelo menos três ações que contestam a constitucionalidade de decretos estaduais que permitiram descontos nas mensalidades escolares durante a pandemia do novo coronavírus (confira aqui a matéria). Os processos tentam suspender leis do Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Ceará que estabeleceram a redução.

O advogado especializado em direito educacional, Célio Müller, explica que essa fragilidade na lei estadual ocorre porque que há alguns anos o Supremo Tribunal Federal julgou que a competência pela regulamentação do contrato entre escola e família pertence à União Federal “O STF firmou entendimento de que carece aos estados competência para legislar sobre contratos educacionais e questões acerca de situações de mensalidades escolares, podendo determinar questões pedagógicas, porém sem poder regulamentar assuntos referentes a mensalidades”, diz.

O Pará foi o primeiro estado brasileiro a sancionar lei (PL 74/2020) que torna obrigatório o desconto de pelo menos 30% da mensalidade no período de pandemia gerada pela Covid-19.  O Ceará, o Maranhão e o Rio de Janeiro também aprovaram leis semelhantes. São Paulo, bem como outros estados, já formularam projetos simulares, mas ainda não estão em vigor.

Para Müller, caso a lei estadual seja invalidada, as escolas teriam mais liberdade para negociar suas mensalidades sem a fixação de um índice próprio, o que contribuiria com uma solução adequada para cada família e para o funcionamento adequado das instituições, que vêm enfrentando dificuldades financeiras por conta por conta da pandemia.

Do contrário, caso escolas de todo o Brasil sejam obrigadas a adotar descontos lineares, o efeito será prejudicial para toda a sociedade. “O fechamento de colégios particulares exigirá a absorção de milhares de alunos pelo ensino público, que não teria capacidade para gerir essa demanda.”, conclui.

De acordo com pesquisa nacional recém-divulgada pela União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, as perdas de receita nas instituições de ensino podem chegar a 50%. Além disso, mais de 95% das escolas já declararam ter caso de cancelamento de matrícula e 21% dos alunos estão inadimplentes.  





Célio Müller – Advogado especializado em Direito Educacional, sócio-titular do escritório Müller Martin Advogados, autor do “Guia Jurídico do Mantenedor Educacional” e co-autor do “Manual de Direito sobre Instituições de Educação”.  Palestrante em inúmeras instituições, destacando-se: Sistema Etapa, Grupo Santillana, Rabbit Partnership, Humus Consultoria Educacional, Bett Educar, entre outros. Foi professor da Pós-graduação em Gestão Educacional do Sieeesp e do MBA em Gestão Empresarial da Faculdade Trevisan. Membro do Colégio de Advogados da Fenep. Articulista de variadas publicações da área de ensino, destacando-se: Gestão Educacional, Profissão Mestre, Jornal da Escola Particular, Guia Escolas, Jornal do SinepeSC, e outras.






Oceanos e suas biodiversidades em alerta


Pandemia pode aumentar poluição nos oceanos, devido ao maior consumo de embalagens. Cerca de 80% das tartarugas marinhas morrem devido à ingestão de resíduos, principalmente de plástico


A sociedade deveria estar comemorando o Dia Mundial dos Oceanos, celebrado em 8 de junho, mas infelizmente será necessário lembrar a data como um alerta para a biodiversidade que vive dentro e fora deles. Afinal, eles absorvem 90% do calor do planeta, recolhem 30% do dióxido de carbono e fornecem 50% do oxigênio necessário para sobrevivência na Terra. Com a pandemia e o maior consumo de embalagens, a poluição nos oceanos tende a aumentar e com ela as consequências negativas à vida marinha.

De acordo com a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), 25 milhões de toneladas de resíduos sólidos chegam aos oceanos todos os anos, e 50% desse valor é de plástico, material que mais afeta os animais marinhos. Para a médica-veterinária, Cristina Fotin, da Comissão de Médicos-veterinários de Animais Selvagens do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), as tartarugas e aves, como o albatroz e petrel, são os que mais sofrem com essa situação e os médicos-veterinários têm atuado no resgate e recuperação desses animais.

“Essa situação dos lixos nos oceanos pode gerar, além da morte por ingestão dos resíduos, alterações congênitas e hormonais, sofrimento, deformações físicas e a diminuição ou interrupção da cadeia alimentar, uma vez que há a morte de algumas espécies importantes para o processo”, alerta Cristina. Ela também conta que depois dos plásticos, os artefatos de pesca são os resíduos mais prejudiciais.

Com a pandemia mundial do coronavírus e a necessidade da população do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) descartáveis, como máscaras e luvas, assim como de mais embalagens plásticas e de isopor, por conta das compras delivery, especialistas entrevistados preveem que um aumento de resíduos nos oceanos. O ser humano não está na praia, mas continua consumindo, e sem um destino adequado, com certeza chegará aos oceanos.

Por outro lado, com o isolamento imposto às pessoas, os animais que vivem no entorno dos oceanos estão podendo circular mais livres. “Os lugares não estão ocupados, estão mais tranquilos, com menos ruídos e dessa forma estão sendo utilizados principalmente pelas aves marinhas”, comemora a oceanóloga e coordenadora do Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Paula Canabarro.


Responsabilidade do médico-veterinário

Quando se fala em poluição nos oceanos, é imprescindível analisar as duas formas em que os resíduos chegam. Uma delas, segundo o médico-veterinário e vice-presidente do Instituto Mar, Rodolfo Pinho da Silva Filho, são os resíduos que as pessoas deixam na areia, na beira-mar. A outra, é com o ciclo da água, aqueles resíduos que não foram devidamente destinados e acaba nos oceanos.

“Com a pandemia do coronavírus, o lixo que estava na praia diminuiu, porém o que vem do ciclo da água continua chegando e talvez em maior volume agora. O que precisamos é a conscientização de todos, começando pelos médicos-veterinários, para informar a população da realidade e da destinação correta de resíduos. O homem entende o meio ambiente como se fosse um anexo da vida dele, e não é, nós fazemos parte.”, explica Silva Filho.


Recuperação de animais marinhos

A oceanóloga e coordenadora do Centro de Recuperação de Animais Marinhos da (CRAM-FURG), Paula Canabarro, conta que das tartarugas que chegam para serem recuperadas, só é possível reabilitar de 20 a 30 % das que ingeriram lixo. “Das que morrem, 80% tinham lixo em sua cavidade abdominal ou trato intestinal”, lamenta.

No CRAM chegam anualmente 200 animais marinhos para serem reabilitados. ”As tartarugas marinhas são os animais que mais aparecem com ingestão de lixo, e entre os resíduos plásticos e fios de nylon. Porém, encontramos lixo no trato intestinal em todos os outros bichos que chegam para nós”, comenta.




Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


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