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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Delirium é um sinal chave de COVID-19 em idosos frágeis


Uma nova análise de dados de pesquisadores do King's College London, usando informações do aplicativo COVID Symptom Study e pacientes internados no St Thomas Hospital, em Londres, mostrou que o delírium - um estado de confusão mental aguda associado a um maior risco de doença grave e morte - É um sintoma chave de covid-19 em idosos frágeis.

Os resultados, publicados na revista Age and Aging, destacam que médicos e cuidadores devem estar cientes do delirium como um possível sinal de alerta precoce de covid-19 em idosos, mesmo na ausência de sintomas mais típicos, como tosse ou febre.

Liderados pela geriatra Dra. Rose Penfold, do King's College London, os pesquisadores analisaram dados de dois grupos de idosos com 65 anos ou mais de março a maio. O primeiro grupo incluiu 322 pacientes internados no hospital com coronavírus, com teste positivo a doença, enquanto o segundo era composto por 535 usuários do aplicativo COVID Symptom Study que relataram ter um resultado positivo no teste.

Eles descobriram que os idosos internados em hospitais classificados como frágeis, de acordo com uma escala padrão, tinham maior probabilidade de ter delirium como um de seus sintomas do que pessoas da mesma idade que não foram classificadas como frágeis. Delirium, junto com cansaço e falta de ar, também foram mais comuns em usuários mais frágeis do aplicativo COVID Symptom Study, em comparação com pessoas mais saudáveis ​​da mesma idade.

Um terço dos usuários de aplicativos que experimentaram delirium não relatou sofrer os sintomas 'clássicos' da covid-19 de tosse e febre, enquanto o delirium foi o único sintoma para cerca de um em cada cinco (18,9%) dos pacientes hospitalizados.

A fragilidade do grupo de pacientes hospitalizados foi medida por meio do teste Clinical Frailty Scale (CFS), administrado por um médico. Os usuários do aplicativo COVID Symptom Study App foram solicitados a preencher um pequeno questionário perguntando sobre sua saúde, que é comparável ao CFS.

Este é o primeiro estudo que mostra que o delirium é uma síndrome geriátrica provável de coronavírus em idosos frágeis, embora a conexão biológica precisa entre as duas condições ainda precise ser entendida. Os resultados também destacam a necessidade de uma avaliação sistemática da fragilidade para os idosos, juntamente com a conscientização e a triagem para delirium para esta população vulnerável em hospitais, lares de idosos e na comunidade.

A Dra. Rose Penfold do King's College London explica. "Pessoas mais velhas e mais frágeis correm maior risco de contrair covid-19 do que aquelas que estão mais em forma, e nossos resultados mostram que o delírio é um sintoma chave neste grupo. Médicos e cuidadores devem estar atentos a quaisquer alterações no estado mental em pessoas idosas, como confusão ou comportamento estranho, e esteja alerta para o fato de que isso pode ser um sinal precoce de infecção por coronavírus".

A Dra. Claire Steves, do King's College London, disse: "Os últimos seis meses nos mostraram que o coronavírus pode se espalhar catastroficamente por lares de idosos. Sabendo que o delírium é um sintoma em pessoas frágeis, os idosos ajudarão as famílias e os cuidadores a identificar os sinais anteriores da doença e agir de forma adequada e implementar medidas de controle de infecção, como isolamento, aumento da higiene e equipamento de proteção individual para proteger este grupo altamente vulnerável. "

O professor Tim Spector, professor de Epidemiologia Genética no King's College London e líder do COVID Symptom Study, disse: "Em abril, atualizamos o aplicativo para permitir que os usuários registrem relatórios de saúde em nome de amigos e familiares que não podem acessar o aplicativo. Isso aumentou significativamente o número de pessoas mais idosas no estudo, fornecendo percepções vitais. "

 


Rubens de Fraga Júnior - Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.


Estudo detalha como o exercício aeróbico reverte o processo degenerativo que leva a doenças metabólicas

Experimentos com camundongos e com humanos mostram que o treinamento aumenta no tecido adiposo a expressão de uma enzima-chave para a saúde metabólica do organismo, combatendo o efeito deletério do envelhecimento e da obesidade (imagens: Danilo Ferrucci e Bruna B. Brandão)

Mais do que um simples reservatório de energia para períodos de privação alimentar, o tecido adiposo desempenha papel central na regulação do metabolismo. Para isso, libera diversas moléculas na circulação, incluindo pequenos RNAs capazes de modular a expressão de genes-chave em diferentes partes do organismo, entre elas fígado, pâncreas e músculos.

Já foi demonstrado que tanto o envelhecimento como a obesidade podem comprometer essa produção de microRNAs reguladores pelo tecido adiposo e favorecer o surgimento de doenças como diabetes e dislipidemia. A boa notícia é que, de acordo com um novo estudo divulgado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), tal processo degenerativo pode ser revertido pela prática de exercícios físicos aeróbicos.

“Experimentos com camundongos e com humanos revelaram que o exercício aeróbico estimula a expressão de uma enzima chamada DICER, que é essencial para o processamento dos microRNAs. Consequentemente, observamos um aumento na produção dessas moléculas reguladoras pelas células adiposas e uma série de benefícios para o metabolismo”, conta Marcelo Mori, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) e um dos coordenadores da pesquisa, apoiada pela FAPESP e realizada em parceria com grupos das universidades de Copenhague (Dinamarca) e Harvard (Estados Unidos).

Os experimentos foram conduzidos durante o pós-doutorado de Bruna Brasil Brandão, ex-aluna de doutorado de Mori que agora está em Harvard, no laboratório coordenado pelo médico Carl Ronald Kahn. Os resultados mostraram que, durante a prática aeróbica, ocorre uma comunicação cruzada entre os tecidos muscular e adiposo por meio de moléculas sinalizadoras secretadas na circulação. Essa troca de informações torna o consumo de energia pelas células adiposas mais eficiente, possibilitando a adaptação metabólica do organismo ao exercício e o ganho de performance muscular.

Os roedores foram submetidos a um protocolo de corrida em esteira durante uma hora, por oito semanas. À medida que ganhavam condicionamento físico, a velocidade e a inclinação da esteira eram aumentados. Ao final, os cientistas notaram, além da melhora na performance, uma elevação significativa na expressão de DICER nos adipócitos, que foi acompanhada de redução do peso corporal e da adiposidade visceral.

Ao repetir o experimento com animais geneticamente modificados para não expressar a DICER nas células adiposas, o grupo notou que o efeito do exercício aeróbico foi bastante reduzido. “Os animais não perderam peso e nem gordura visceral e não houve melhora no condicionamento. Além disso, notamos que as células adiposas estavam usando o substrato energético de uma forma diferente que a dos animais não modificados, deixando menos glicose disponível para os músculos”, explica Mori.

Em humanos, seis semanas de treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT, na sigla em inglês) foram suficientes para aumentar em mais de cinco vezes, em média, a quantidade de DICER no tecido adiposo. O efeito foi observado tanto em voluntários jovens (em torno de 36 anos) quanto nos idosos (em torno de 63 anos). Contudo, a resposta variou bastante entre os indivíduos, sendo que em alguns deles o nível de DICER chegou a crescer 25 vezes e, em outros, praticamente não mudou.

Mecanismo detalhado

O papel de DICER e do processamento de microRNAs no tecido adiposo foi descrito pela primeira vez em 2012 na revista Cell Metabolism em trabalho liderado por Mori enquanto fazia parte de um grupo internacional de pesquisadores chefiado por Kahn. Nesse trabalho, observou-se que a expressão da enzima diminuía no tecido adiposo de camundongos à medida que os animais engordavam e que isso reduzia a longevidade. Descobriu-se ainda que o efeito deletério da obesidade poderia ser revertido com a restrição de calorias.

Em 2016, na revista Aging, o grupo de Mori mostrou, também em camundongos, que a restrição calórica preveniu a queda da produção de microRNAs pelo tecido adiposo causada pelo envelhecimento, bem como o desenvolvimento de diabetes do tipo 2. Na Nature, em 2017, os pesquisadores comprovaram que os microRNAs produzidos pelo tecido adiposo caíam na circulação e agiam em tecidos distantes, regulando a expressão gênica (leia mais em agencia.fapesp.br/24786/).

“Neste novo trabalho, vimos que o exercício aeróbico, assim como a restrição calórica, consegue reverter a queda na expressão de DICER e na produção de microRNAs graças à ativação de um sensor metabólico muito importante: a enzima AMPK [sigla em inglês para proteína quinase ativada por monofosfato de adenosina]”, diz Mori.

Segundo o pesquisador, esse sensor é ativado quando a célula consome ATP (trifosfato de adenosina, a molécula que serve de substrato energético para a célula) e surge um déficit de energia. Nos experimentos com camundongos, observou-se que o exercício aeróbico ativou a AMPK nas células musculares e isso, de algum modo, induziu a expressão de DICER nas células adiposas.

“O óbvio seria que o efeito sobre a expressão gênica ocorresse na mesma célula em que há o déficit energético, o que de fato acontece. Mas, nesse caso, o sensor também é ativado no músculo e controla a resposta que acontece no tecido adiposo”, explica.

Com o objetivo de confirmar a comunicação entre os tecidos, os cientistas coletaram soro sanguíneo de um animal treinado e injetaram em um roedor sedentário. Esse “tratamento” aumentou a expressão de DICER no tecido adiposo. Em outro experimento, adipócitos em cultura foram incubados com o soro de camundongos treinados e o mesmo efeito foi observado.

“Esse resultado sugere que existe uma ou mais moléculas na circulação de indivíduos treinados capazes de por si só induzirem uma melhora metabólica no tecido adiposo. Se conseguirmos identificar quais componentes são esses, podemos investigar se eles também conseguem induzir outros benefícios do exercício aeróbico, como a cardioproteção. E, no futuro, talvez possamos pensar em transformar isso em um fármaco”, afirma Mori.

Buscando detalhar ainda mais o mecanismo de regulação metabólica, os pesquisadores analisaram todos os milhares de microRNAs expressos no organismo dos camundongos treinados e compararam com os encontrados no animal sedentário.

“Identificamos uma molécula chamada miR-203-3p, cuja expressão aumenta tanto com o treinamento quanto com a restrição de calorias, e mostramos que esse microRNA é o responsável por promover o ajuste metabólico do adipócito. Quando fazemos um exercício prolongado e o estoque de glicogênio do músculo é consumido, sinais moleculares são enviados ao tecido adiposo. Nesse momento entra em ação o miR-203-3p, que faz uma espécie de ajuste fino do metabolismo do adipócito. Vimos que essa flexibilidade metabólica é fundamental para a saúde e também para o ganho de performance”, explica Mori.

Quando essa modulação não acontece, acrescenta o pesquisador, o adipócito aumenta seu consumo de glicose durante o exercício, deixando menos substrato energético disponível para o músculo. Isso poderia levar a uma hipoglicemia precoce, considerada um dos principais limitadores da performance de atletas.

“No animal que não expressa DICER nos adipócitos, essa conversa entre tecido adiposo e músculo não acontece. É um modelo que mimetiza o animal envelhecido e também o obeso. Ou seja, quando DICER está diminuída, a saúde metabólica é pobre e os processos degenerativos são acelerados”, diz.

A pesquisa contou com apoio da FAPESP por meio de diversos projetos: (17/01184-917/07975-818/21635-817/03423-017/04377-215/01316-715/03292-812/04079-812/06238-6 e 10/52557-0). Os resultados descritos na PNAS foram comentados na revista Science no início de outubro.

O artigo Dynamic changes in DICER levels in adipose tissue control metabolic adaptations to exercise pode ser lido em www.pnas.org/content/117/38/23932.

 

 

 

Karina Toledo

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-detalha-como-o-exercicio-aerobico-reverte-o-processo-degenerativo-que-leva-a-doencas-metabolicas/34542/


Novembro Azul é mês de alerta para o diabetes, fator de risco no combate ao novo coronavírus


Especialistas do Grupo Opty explicam as implicações da doença na visão e contam sobre aguardados avanços no tratamento


Novembro Azul marca não somente o alerta para o cuidado com a saúde masculina, mas também a luta contra um inimigo, muitas vezes desconhecido pelo paciente, que atinge quase 7% da população no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira do Diabetes: dia 14 de novembro é o Dia Mundial de Combate ao Diabetes. Em tempos de pandemia, ampliar o apelo para que os brasileiros controlem essa doença que pode ser um fator de risco no enfrentamento à COVID-19 é ainda mais fundamental, assim como o reforço da importância da realização do exame de fundo de olho, que detecta a retinopatia diabética – a maior causa de cegueira na população abaixo dos 60 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A prevenção e o tratamento não podem parar.

“Quem tem diabetes não corre maior risco de se contaminar pelo coronavírus, mas possui maior possibilidade de complicações pela infecção. A baixa imunidade, ligada à elevação do açúcar no sangue, traz mais complexidade ao quadro do paciente e também é um fator para o desenvolvimento da retinopatia diabética, quando o diabetes afeta a retina, parte dos olhos responsável pela captação de imagens, e seus vasos sanguíneos”, explica o Dr. Alan Barreira, especialista em retina e vítreo do HCLOE, empresa do Grupo Opty em São Paulo.

Novembro Azul é uma oportunidade de conscientizar a população para as sérias complicações associadas ao diabetes, que pode trazer consequências para a visão e o corpo em geral, quando o diagnóstico é tardio. “O intuito é melhorar a qualidade de vida dos portadores dessa doença. A boa notícia é que fazendo exames regularmente e o acompanhamento oftalmológico, é possível manter os problemas sob controle”, comenta o Dr. Renato Braz Dias, especialista em retina e vítreo do Hospital de Olhos INOB, empresa do Grupo Opty em Brasília. O exame de fundo de olho pode trazer informações importantes em pessoas de todas as idades. Diversas enfermidades podem ser detectadas, entre elas alterações metabólicas, como o diabetes mellitus.

A concentração elevada de glicose no sangue predispõe a inchaço dos tecidos, má irrigação sanguínea e aumento do risco de infecções. Dessa maneira, algumas das alterações mais comuns encontradas nos olhos, decorrentes do controle inadequado do diabetes, são alterações na córnea (úlceras recorrentes e redução de sensibilidade), no nervo óptico, no cristalino (com desenvolvimento de catarata), na íris e até mesmo descolamento de retina em casos mais avançados.

Em números – Pelo menos 425 milhões de pessoas no mundo têm diabetes. No entanto, cerca de 50% delas não sabem que têm o problema, embora cerca de 2 milhões de mortes todos os anos sejam atribuídas a complicações do diabetes. (Atlas IDF 2017).

De acordo com a publicação As Condições de Saúde Ocular no Brasil (2019), do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, uma das consequências da diabetes, a retinopatia diabética, é responsável por 1,8 milhão de casos de cegueira devido a doenças oculares em todo o mundo. Depois de 20 anos de doença, estima-se que mais de 75% dos pacientes têm alguma forma de retinopatia diabética. Ainda segunda a publicação, há evidências de estudos conduzidos durante mais de 30 anos de que o tratamento pode reduzir o risco de perda visual em mais de 90% dos casos. Porém vale reforçar que, embora alguns tipos de retinopatia possam ser tratados, uma vez que a visão tenha sido perdida devido à essa causa, ela não pode ser totalmente recuperada.

Tratamentos possíveis – Quando a retinopatia diabética avança, existem algumas opções de tratamento que podem ser utilizadas, que devem ser avaliadas caso a caso. Entre elas estão:

  • A fotocoagulação da retina a laser, método que pode minimizar os prejuízos gerados por áreas doentes da retina ou até mesmo impedir o vazamento de líquido por microaneurismas retinianos.
  • A injeção de medicação dentro do olho, o chamado tratamento antiangiogênico, pode ser necessária, quando surge o inchaço de retina na região responsável pela visão central, a mácula. Essa medicação possibilita que o líquido que gera essa condição seja reabsorvido.
  • A cirurgia chamada de vitrectomia posterior pode ser imprescindível nos casos extremos, com o acometimento retiniano mais grave, quando há o descolamento de retina ou o sangramento vítreo.

Novidades – “Os avanços tecnológicos na Oftalmologia têm ocorrido a passos largos, e sempre surgem novidades nos tratamentos. A bola da vez são os sistemas de inteligência artificial, que, treinados para detectar as diferenças entre olhos saudáveis e não saudáveis, podem atender a essa demanda crescente de casos de retinopatia diabética, analisando as fotografias dos olhos em busca de sinais da doença”, conta o Dr. Renato Braz. “A Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador norte-americano, já aprovou dois desses dispositivos de diagnóstico, que não demoram para também serem autorizados no Brasil”, comenta.

Para os pacientes com retinopatia diabética que fazem uso de injeções de medicação nos olhos para estabilizar ou melhorar sua visão, também há notícias promissoras, de acordo com informações divulgadas pela Academia Americana de Oftalmologia. “Na maioria dos casos, essas aplicações oculares têm se mostrado eficazes para evitar o inchaço e a ruptura dos vasos sanguíneos da retina, que podem resultar de níveis elevados de açúcar no sangue, mas precisam ser injetadas nos olhos com frequência, às vezes mensalmente. Esses dois novos tratamentos em desenvolvimento, que usam terapia genética, seriam alternativas menos invasivas: um deles requer uma única injeção sob a retina”, conta o Dr. Renato Braz, sobre os aguardados estudos norte-americanos. Ambos os métodos estão em ensaios clínicos de fase 2, o que significa que pode levar dois ou mais anos para que sejam aprovados e se tornem disponíveis ao público.

Também para facilitar a aplicação da medicação, outro estudo em desenvolvimento comentado pela comunidade científica, já na fase três de testes clínicos, é de um sistema de liberação lenta, um pequeno dispositivo recarregável (do tamanho de um grão de arroz) que armazena os medicamentos. Uma cirurgia é necessária para sua implantação na “parede” do olho. Alguns pacientes podem não precisar repetir o tratamento por até nove meses.

Prevenção e controle – Enquanto novos progressos na medicina estão no horizonte, a prevenção e controle do diabetes são o melhor tratamento recomendado. Para vencer o diabetes e a retinopatia diabética, é necessária uma abordagem multidisciplinar, com o acompanhamento de um endocrinologista e de um oftalmologista. “Não é fácil, mas não há milagre ou segredo: o controle das taxas de açúcar no sangue passa por uma alimentação saudável, prática de atividades físicas, vigiar as taxas de glicose no sangue frequentemente, tomar corretamente os medicamentos prescritos pelos médicos e reduzir fatores de risco, como estresse, sobrepeso e tabagismo”, explica o Dr. Alan Barreira. 

 


Opty

www.opty.com.br


Tontura pode ser sinal de que algo mais grave está acontecendo


 Diabetes, alterações da tireóide, colesterol, anemia e até problemas arteriais e neurológicos são algumas possíveis causas do sintoma


Nem toda tontura é labirintite. Apesar de ser comum achar que esta é a causa do sintoma, nem  sempre é assim. Existem muitas outras doenças que podem levar à sensação de vertigem e é importante que seja feita uma avaliação por um profissional especializado. A tontura pode ser um sinal de que algo grave esteja acontecendo no organismo. 

Segundo a otorrinolaringologista Milena Costa, a primeira questão que precisa ser esclarecida é a de que tontura não é uma doença, é um sintoma, assim como a febre. "Quando a pessoa tem tontura, provavelmente há alguma coisa acontecendo no organismo dela que está irritando o labirinto e gerando o sintoma de tontura."  

A causa precisa ser investigada com cautela porque são muitas as possibilidades e algumas delas podem ter consequências sérias. "É comum que existam problemas metabólicos envolvidos, como diabetes, pressão alta, alteração da tireóide, colesterol ou excesso de cafeína e/ou doce. Tudo isso pode causar estímulo no labirinto e gerar tontura" segundo a médica.

 

Doenças próprias do labirinto 

Existem alguma doenças que são próprias do labirinto como a  Doença de Meniere, uma síndrome rara que ataca o ouvido interno e causa zumbido, perda auditiva e vertigem. Atinge, mais frequentemente, pessoas entre os 40 e 50 anos de idade. 

Outra alteração que ocorre diretamente no labirinto é Vertigem Posicional Paroxística Benigna, nesse caso, pequenos cristais que fazem parte do sistema auditivo mudam de lugar e causam a tontura. É comum em pessoas diabéticas ou com outros distúrbios metabólicos.

 

Tratamento

"É fundamental uma avaliação com um profissional especializado para seja investigada a causa. Só então o tratamento correto pode ser estabelecido", diz Milena. Existem medicamentos específicos que podem ser receitados. "Mas manter hábitos saudáveis como beber bastante água, mantendo o corpo hidratado, praticar exercícios físicos regularmente, evitar estimulantes, não fumar e ter uma alimentação balanceada já podem ajudar bastante na prevenção de doenças".

 


Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.


O impacto dos hábitos na saúde

O ser humano é moldado por hábitos. Diversos livros consagrados como “O “Poder do hábito” de Charles Duhig e “Previsivelmente irracional de Dan Ariele mostram que nosso comportamento, apesar do livre arbítrio e as inúmeras diferenças culturais e comportamentais, é absurdamente previsível algumas características herdadas de nossos ancestrais por meio de símbolos e crenças.

Esse registro de práticas pode ser cada vez mais permanente conforme as pessoas insistem nelas, com isso, cria-se maneiras consolidadas com o passar do tempo e isso fica por anos sendo revalidado. Porém, existem algumas soluções para quebrar essa “corrente”, mesmo que o vício mecânico seja um dos mais difíceis de vencer, por conta disso, utilizamos os hábitos angulares, criado por Duhing, os quais já têm estudos que comprovam sua eficácia.

Para pacientes com problemas motores, que demandam de fisioterapia e resiliência, o hábito angular é perfeito, pois ele é capaz de desencadear uma série de reações em como os indivíduos organizam suas vidas, para isso, o exercício físico é bastante utilizado, pois deixa essas pessoas ativas e a repetição dos movimentos auxiliam em várias patologias, inclusive depressão.

Sobre a importância da organização, em minhas sessões de fisioterapia, consegui perceber que tornar a rotina mais organizada ajudou pacientes ansiosos a lidarem melhor com as tarefas, compromissos e, inclusive, com o processo de tratamento que realizávamos juntos. Como profissional, posso dizer que tal mudança auxilia muito na evolução das pessoas, e aponta a relevância de nos conscientizarmos de reinventar hábitos, largar aqueles ruins, que fazem mal, e ter um olhar crítico para o que fazemos.

Já os conhecimentos trazidos por Yuval Harari em Sapiens, e diversos estudos de antropólogos da atualidade, transformaram a forma como entendemos nossos hábitos modernos e nos provoca a questionar “o porquê” do  nosso corpo ter uma certa dificuldade em se adaptar a esta cultura de conforto, a qual nossa sociedade nos proporciona com vários tipos de tecnologias e facilidades.

Muito do que enxergávamos como desgaste do corpo por mau uso antes, hoje vemos como uma incompatibilidade evolucionária, ou seja, cada vez mais voltamos para nossa essência, percebendo que, assim como nossos ancestrais, também temos que nos movimentar mais e com movimentação variada, pois nosso corpo não foi feito pra ficar parado, sentado em cadeiras e sofás confortáveis por longos períodos.

Carl Jung estudou a fundo estas características do ser humano convivendo com nativos de tribos e baseado em sua experiência chegou à conclusão que além da genética, é possível que haja um inconsciente coletivo, uma força arraigada em comunidades que adotam hábitos como rituais gerando comportamentos por gerações, sem que se questione o porquê daquele ritual.

De fato, Jung estava certo em relação aos comportamentos e atitudes que estão relacionados ao ambiente e como lidamos com ele, Bruce Lipton demonstrou em sua pesquisa que o cérebro da célula é a membrana, e o DNA executa o metabolismo de acordo com os comandos vindos da membrana. É evidente o quanto o ambiente influencia em nossa vida, e que temos uma grande oportunidade de produzirmos os processos de cura através de como lidamos com as situações, já que influímos diretamente nas membranas de nossas células a partir da alimentação, da forma como nos movimentamos, de como lidamos com as emoções, na verdade todo estímulo que chega ao nosso corpo age sobre nossas células.

Então, com inúmeros embasamentos e aplicação diária, o livro “Cura pelo Hábito” foi criado por mim e Rafael Ferreira com uma visão diferente, com o objetivo de trazer toda a visão da abordagem biopsicossocial de forma prática, possível para qualquer um colocar novos costumes na rotina, mostrando que a questão central para a cura de doenças crônicas principalmente é a mudança de práticas diárias.

 



Claudio Cotter - graduado em Fisioterapia,  pós-graduado em Medicina Psicossomática e  idealizador da CM2 Clínica Multidisciplinar em São Paulo - SP.

 

Rafael Ferreira Pinto - graduado em Fisioterapia,  pós-graduado em Medicina Psicossomática e  idealizador da Oki Acupuntura Clínica  em São Paulo - SP. 


Pandemia faz casos de bruxismo aumentar a procura por dentistas

Especialista fala da importância em tratar o problema


A pandemia da Covid-19 fez com que muitas pessoas apresentassem problemas de saúde derivados de estresse e ansiedade. Nos consultórios odontológicos, a procura por atendimento para casos de bruxismo tem sido elevada durante todo o período de 2020. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 84 milhões de brasileiros sofrem de bruxismo, o que equivale a 40% da população. No Google, a busca pelo termo “bruxismo” bateu recorde em 2020. O último mês de agosto em comparação com dezembro de 2019, o termo teve aumento de 80% nas pesquisas.

O problema, que consiste no ranger ou pressionar dos dentes, principalmente durante o sono, se não for tratado, pode causar desgaste e dor nos dentes. “O coronavírus, juntamente com o período de isolamento e avanço da doença trouxeram muita tensão na vida das pessoas. Essa tensão, combinada com medo, angústia e ansiedade fazem com que o bruxismo fique mais evidente, levando mais pacientes a procurar pelos consultórios odontológicos”, explica o Dr. Gustavo Féres.

Os principais sintomas do bruxismo são dor na face, na cabeça e sensação de mandíbula travada. “Ao apresentar os sintomas característicos do problema é indicado que a pessoa procure um especialista para iniciar o tratamento, que é feito com o uso da placa de bruxismo. Ela protege os dentes evitando o contato entre as arcadas dentárias e age no reposicionamento da mandíbula, proporcionando alívio e mais saúde para o paciente”, finaliza o dentista.


Cuidado na hora de comprar: leite e composto lácteo são quase iguais só no rótulo

Acabe de vez com a dúvida que surge na hora da compra: apesar de serem similares para o consumidor, cada produto tem uma composição nutricional diferente

 

Embalagens parecidas e nomes tão similares! Às vezes, é difícil notar a diferença na prateleira, mas leite em pó e composto lácteo são produtos distintos. É importante saber o que difere um produto do outro, principalmente no que se refere ao valor nutricional de cada um. 

De acordo com a nutricionista Ana Carolina Netto, idealizadora do Espaço Acolher Nutrição, no Rio de Janeiro, o composto lácteo é um produto feito à base de soro do leite (no mínimo 51% do total do produto) e enriquecido com substâncias variadas. “Entre os principais nutrientes encontrados no composto lácteo, estão os ingredientes vegetais (milho e soja), vitaminas (em especial, A e D) e minerais (zinco e cálcio, por exemplo), com objetivo de melhorar sua qualidade nutricional”, ela explica.  

Mas é preciso ter atenção ao levar esses produtos pra casa. Além dos nutrientes mencionados, o composto lácteo também é acrescido de aditivos alimentares e maltodextrina, um extrato derivado do milho, que serve de açúcar e é utilizado para aumentar a palatabilidade da bebida.  

Apesar de ser tornar o composto lácteo saboroso, esse componente faz com que a criança adquira um hábito inadequado de alimentação em uma idade determinante para o seu desenvolvimento, preferindo doces e comidas não-nutritivas a refeições balanceadas, segundo Ana.  

A especialista em Nutrição Materno-Infantil destaca que o consumo de açúcar dos pequenos deve ser controlado rigorosamente pelos pais. “Mesmo que o composto lácteo indique em sua embalagem que ele pode ser consumido a partir do primeiro ano de vida, de acordo comSBP  não deve oferecer que nenhuma dose de açúcar aos alimentos das crianças menores de dois anos”, afirma.  

Já o leite é um produto natural, composto por água, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais, enzimas e lactose, sendo comercializado de forma fluida ou em pó. Pode ser oferecido para crianças a partir de um ano de idade, desde que não apresentem quadros de alergia à proteína do leite de vaca ou intolerância a lactose ou outros problemas de saúde que indiquem a exclusão da bebida da rotina alimentar.

E para as crianças menores de um ano de idade? A nutricionista Ana Carolina é categórica em dizer que o leite materno segue sendo indicado como alimento exclusivo. “A melhor dica é seguir alimentando a criança com o leite materno mesmo. Inclusive, no geral, o leite materno sempre será o melhor alimento para a criança até os dois anos”, ela explica.

Apenas em casos de comprometimento para o aleitamento materno deve-se, com a devida orientação pediátrica e acompanhamento do nutricionista, usar fórmulas infantis, estas que não representam nenhum dos produtos citados – nem o composto lácteo, nem o leite encontrado nos mercados.

“Nesse caso, trata-se de um produto exclusivo e substituto do leite que deve ser utilizado dentro das condições e individualidade de cada bebê. Nessas situações, em hipótese alguma o composto lácteo, bebida láctea ou até mesmo o leite de vaca devem ser ofertados”, completa a profissional.


Pesquisa revela que pessoas mudaram alimentação na quarentena; no Brasil, 45% disseram ter adicionado produtos plant-based à dieta


 Consumo de frutas e vegetais aumentou nos últimos meses, assim como a procura por alimentos e receitas saudáveis


Após sete meses de confinamento em casa, parece que as pessoas começaram a tomar consciência sobre a necessidade de adotar uma boa alimentação para ter uma vida mais saudável. Pelo menos é isso que mostra uma Pesquisa Global Sobre Hábitos Alimentares na Pandemia encomendada pela Herbalife Nutrition e conduzida pela One Poll. O estudo foi realizado em 30 países, com um total de 28 mil indivíduos, entre eles 1.000 brasileiros.

O levantamento realizado entre 22 de setembro e 6 de outubro revelou que, globalmente, 41% das pessoas fizeram uma grande mudança em sua dieta. Entre as novas medidas alimentares adotadas pela população, estão o aumento no consumo de frutas e verduras (51%), a ingestão de mais alimentos à base de plantas (43%) e o esforço para comer menos carne (43%).

Segundo os resultados da pesquisa, para 49% dos entrevistados essa mudança só foi possível por conta do tempo extra em casa, que permitiu pesquisar mais sobre alimentos saudáveis, enquanto 45% usaram as horas livres para cozinhar mais e aprender novas receitas.

Ficar longe de influências negativas, como snacks e sobremesas disponíveis no ambiente de trabalho e nas idas aos restaurantes, foi outro ponto que parece ter contribuído com a mudança na alimentação de 31% dos pesquisados. Outros 39% dos entrevistados também disseram que aproveitaram esse tempo para fazer uma mudança positiva.

"As dietas plant based são uma tendência global. Observamos novas gerações cada vez mais conscientes sobre impacto de suas escolhas à saúde e ao meio ambiente. As evidências científicas suportam que dietas com predominância de grãos, cerais integrais, hortaliças e frutas estão associadas a longevidade e estilo de vida mais saudável. Dietas ricas em proteínas vegetais, por exemplo, diminuem as chances de doenças do coração", coloca a nutricionista Dra. Carolina Pimentel, Membro do Conselho Consultivo de Nutrição da Herbalife Nutrition do Brasil.

Outro dado apresentado pela pesquisa foi que 72% dos entrevistados comem carne como parte de sua dieta, 21% são "flexitarianos" e o restante, veganos ou vegetarianos. As dietas plant-based parecem ser uma tendência: 62% dos entrevistados no mundo disseram que gostariam de incorporar mais alimentos à base de plantas em seu cardápio, apesar de não saberem ao certo como começar.

O levantamento também mostrou que 46% disseram estar mais abertos em relação aos vegetais e opções de "carnes" preparadas à base de proteína vegetal durante a pandemia. E 43% dos entrevistados também acreditam que, ao longo da vida, a maioria das pessoas vai fazer uma dieta baseada em vegetais.


Hábitos alimentares dos brasileiros

A pesquisa sobre hábitos alimentares na pandemia encomendada pela Herbalife Nutrition também identificou algumas mudanças adotadas pelos brasileiros.

Segundo 47% dos entrevistados, sua alimentação foi modificada nos últimos meses e, para 73%, a pandemia ajudou a manter essa mudança.

Dentre as novas medidas alimentares adotadas pelos brasileiros, estão o aumento no consumo de frutas e verduras (50%), a ingestão de mais alimentos à base de plantas (45%) e o esforço para comer menos carne (46%). Aliás, a intenção de incorporar mais alimentos plant-based na dieta apareceu para 70% dos entrevistados, mas que também reveleram não saberem ao certo como começar.

Em relação ao consumo de açúcar, 32% dos entrevistados brasileiros disseram ter reduzido a ingestão, diante de 26% na amostra global.

Uma explicação para a mudança pode ser a necessidade de perda de peso, uma vez que a Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS) divulgada neste mês pelo IBGE apontou que 60,3% da população brasileira acima dos 18 anos estão com excesso de peso.

"Atingimos o maior número de brasileiros com excesso de peso dos últimos anos. Todos precisamos repensar a importância do controle do peso por meio de uma alimentação saudável e prática diária de atividade física. Esta pesquisa aponta que os entrevistados já percebem a necessidade de mudar esses comportamentos", finaliza a nutricionista Carolina.



herbalife@idealhks.com

 

 

 

No próximo domingo (dia 8) será realizado o GP de Valência da Moto2


A próxima corrida da temporada acontece neste domingo, dia 8, em Valência. Depois das longas e velozes retas de Aragón, as próximas corridas levam a Moto2 a um
circuito mais tortuoso e ténico.

Na última corrida da Moto2, o GP de Teruel, o piloto Sam Lowes manteve seu forte ritmo, conseguindo uma terceira vitória consecutiva para assumir a liderança do Campeonato Mundial, com sete pontos de vantagem no momento em que a temporada entra na sua reta final. Obtendo máxima vantagem do pneu traseiro macio da Dunlop, Lowes tornou-se o primeiro piloto da temporada a conquistar a pole, a vitória da corrida, recorde de volta mais rápida da corrida e recorde de volta absoluto no mesmo fim de semana. Lowes realmente foi dominante em Aragón, enquanto Luca Marini marcou apenas 5 pontos e Bezzecchi saiu sem ponto algum. Seu rival mais próximo na busca pelo título, Enea Bastianini, terminou em terceiro. Alguns números dessa última corrida:

Vencedor: S. Lowes

Pole position: 1m 51,296 - S. Lowes

Volta mais rápida: 1m 51,730 - S. Lowes

Velocidade máxima: 296 km/h - J. Martin

Recorde de volta mais rápida da corrida: 1m 51,730 - S. Lowes

Melhor tempo do circuito: 1m 51,296 - S. Lowes

A próxima corrida da temporada acontece neste domingo, dia 8, em Valência. Depois das longas e velozes retas de Aragón, essas próximas corridas levam a Moto2 a um circuito mais tortuoso e ténico - cerca de 17 segundos mais curto por volta. Nenhum piloto dos quatro primeiros do Campeonato conseguiu terminar no pódio nos últimos sete anos, e, do grid atual, somente Thomas Luthi e Jorge Navarro conseguiram esse feito, em 2019. Jorge Martin e Marcos Ramirez conseguiram pódios na Moto3. Podemos ter um 7º vencedor diferente em 2020?

Em paralelo ao Campeonato Mundial de Moto2 de 2020, segue a disputa do “Triumph Triple Trophy”. Nas últimas quatro corridas, Sam Lowes tem sido o piloto do momento, pontuando em todas as corridas e pulando para terceiro lugar na classificação. Jorge Martin também conquistou bons pontos nas últimas duas corridas, chegando ao quarto lugar. Leader Bezzecchi não pontuou nas últimas duas pistas, mas segue com chances, faltando três corridas para o fim. Matematicamente, podemos definir o primeiro Triumph Triple Trophy na segunda corrida de Valência.

 O “Triumph Triple Trophy” tem como objetivo reconhecer que existem mais histórias de sucesso em um GP do que apenas a vitória da corrida, e premiará um piloto com uma Street Triple RS no fim da temporada. Os pontos são atribuídos a um piloto no topo de cada uma dessas categorias (ou a vários pilotos, em caso de empate): velocidade máxima do fim de semana (7 pontos), pole position (6 pontos) e volta mais rápida da corrida (5 pontos). O motor de corrida Triumph Moto2 de 765 cc é um desenvolvimento da motocicleta de estrada Street Triple RS 765 cc, líder da sua categoria, e produz 140 cv de potência.

Confira a classificação geral do Campeonato Mundial da Moto2 2020:

 

Posição

Piloto

Chassi

Motor

País

Pontos

1

S. Lowes

Kalex

Triumph 765cc

Inglaterra

178

2

E. Bastianini

Kalex

Triumph 765cc

Itália

171

3

L. Marini

Kalex

Triumph 765cc

Itália

155

4

M. Bezzecchi

Kalex

Triumph 765cc

Itália

130

5

J. Martin

Kalex

Triumph 765cc

Espanha

105

6

R. Gardner

Kalex

Triumph 765cc

Austrália

85

7

T. Nagashima

Kalex

Triumph 765cc

Japão

81

8

J. Roberts

Kalex

Triumph 765cc

Estados Unidos

80

9

T. Luthi

Kalex

Triumph 765cc

Suíça

72

10

F. di Giannantonio

Speed Up

Triumph 765cc

Itália

65

 

Triumph Motorcycles Brazil

Somos uma farsa?

 Opinião


Recentemente, durante uma palestra, o professor lançou uma pergunta à 'queima roupa', para a plateia, na certeza de que rapidamente a resposta viria: "o que você faz com excelência, ou seja, aquilo que ninguém faz melhor do que você, que te confere uma marca?" Como eu era a primeira da fila, fiquei olhando para ele com desespero imediato... Logo, pensei, ele vai apontar para mim e terei que dar uma resposta! Mas o professor, com uma generosidade absurda, continuou ajudando, "na gastronomia, na costura, no desenho..." Pensando, creio eu, que me ajudaria, mas só piorou a minha situação. Não conseguia me lembrar de nada. Foi quando pensei: será que eu sou uma farsa? Não existe nada que eu faça muito bem?

A dinâmica atual da vida nos impele a fazer de tudo um pouco - e essa multifuncionalidade nos afasta, pouco a pouco, da sofisticação própria da especialidade. Se você fizer parte de uma equipe diretiva escolar, então terá que transitar da pedagogia ao financeiro, passando pelo jurídico, administrativo, contabilidade, construção civil, nutrição, pediatria, enfermagem, etc. Quase que um pouco de tudo. Novamente, lá vem o professor com a pergunta: “o que você faz, livre de dúvidas, algo que ninguém faria melhor?” Entraria em crise, não fosse a tese defendida pelo Millôr Fernandes e resgatada naquele momento, em pensamento, de que: "quem não tem dúvidas está mal informado".

Com isso, não quero deixar uma fresta sequer para a acomodação, todavia, quero trazer essa minha constante desconfiança diante estado de excelência, por mim entendido como transitório, de passagem, ou ainda melhor, um horizonte que, cada vez que conquistado, se afasta. Sendo assim, o conforto da dúvida é próprio de todos aqueles que estão em movimento - trabalhando, a serviço - e menos daqueles que detém as verdades, que se “acham” excelentes. 

No tempo da velocidade, da fluidez, do volume, dormimos com uma realidade e acordamos com outra. Durante a nossa escolaridade, nunca ninguém questionou o fato de que Plutão poderia não ser um planeta. Já durante a escolaridade dos nossos filhos, em um ano se afirmou que era um planeta e, no outro, deixou de ser... Logo, nunca foi tão necessário o cultivo da curiosidade, característica humana que habita no nosso lado criança. É nesse lado criança, também, que reside o viés perguntador, ousado, que se atira para desvendar o que desconhece e que cria o que ainda não existe. Infelizmente, na passagem para o ‘reino’ adulto, muitos de nós desabilitamos o lado criança e, por consequência, as suas características humanas inerentes. Ora, desde quando é passaporte para ser adulto apagar a criança que existe em nós? 

Bom é crescer sendo criança, mantendo a leveza que permite rir de nós mesmos e perguntar tudo o que não sabemos, sem medo dos julgamentos alheios. A fase dos “porquês” não pode passar... deve ser eterna! Nossas escolas ensinam mais a dar respostas certas que fazer boas perguntas e, creio que isso precisaria ser revisto, pois tão importante quanto dar respostas certas ou fazer algo com "excelência" é saber construir boas perguntas para despertar novas dúvidas para humanidade. Foi assim que aconteceram os principais avanços no mundo. 

 


Acedriana Vicente Vogel - diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino. 

 

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