O ser humano é moldado por hábitos. Diversos livros consagrados como “O “Poder do hábito” de Charles Duhig e “Previsivelmente irracional de Dan Ariele mostram que nosso comportamento, apesar do livre arbítrio e as inúmeras diferenças culturais e comportamentais, é absurdamente previsível algumas características herdadas de nossos ancestrais por meio de símbolos e crenças.
Esse registro de práticas pode ser cada vez mais
permanente conforme as pessoas insistem nelas, com isso, cria-se maneiras
consolidadas com o passar do tempo e isso fica por anos sendo revalidado.
Porém, existem algumas soluções para quebrar essa “corrente”, mesmo que o vício
mecânico seja um dos mais difíceis de vencer, por conta disso, utilizamos os
hábitos angulares, criado por Duhing, os quais já têm estudos que comprovam sua
eficácia.
Para pacientes com problemas motores, que demandam
de fisioterapia e resiliência, o hábito angular é perfeito, pois ele é capaz de
desencadear uma série de reações em como os indivíduos organizam suas vidas,
para isso, o exercício físico é bastante utilizado, pois deixa essas pessoas
ativas e a repetição dos movimentos auxiliam em várias patologias, inclusive
depressão.
Sobre a importância da organização, em minhas
sessões de fisioterapia, consegui perceber que tornar a rotina mais organizada
ajudou pacientes ansiosos a lidarem melhor com as tarefas, compromissos e,
inclusive, com o processo de tratamento que realizávamos juntos. Como
profissional, posso dizer que tal mudança auxilia muito na evolução das
pessoas, e aponta a relevância de nos conscientizarmos de reinventar hábitos, largar
aqueles ruins, que fazem mal, e ter um olhar crítico para o que fazemos.
Já os conhecimentos trazidos por Yuval Harari em
Sapiens, e diversos estudos de antropólogos da
atualidade, transformaram a forma como entendemos nossos hábitos modernos
e nos provoca a questionar “o porquê” do nosso corpo ter uma certa
dificuldade em se adaptar a esta cultura de conforto, a qual nossa sociedade
nos proporciona com vários tipos de tecnologias e facilidades.
Muito do que enxergávamos como desgaste do corpo por
mau uso antes, hoje vemos como uma incompatibilidade evolucionária, ou seja,
cada vez mais voltamos para nossa essência, percebendo que, assim como nossos
ancestrais, também temos que nos movimentar mais e com movimentação variada,
pois nosso corpo não foi feito pra ficar parado, sentado em cadeiras e sofás
confortáveis por longos períodos.
Carl Jung estudou a fundo estas características do
ser humano convivendo com nativos de tribos e baseado em sua experiência
chegou à conclusão que além da genética, é possível que haja um
inconsciente coletivo, uma força arraigada em comunidades que adotam hábitos
como rituais gerando comportamentos por gerações, sem que se questione o
porquê daquele ritual.
De fato, Jung estava certo em relação aos
comportamentos e atitudes que estão relacionados ao ambiente e como lidamos com
ele, Bruce Lipton demonstrou em sua pesquisa que o cérebro da célula é a
membrana, e o DNA executa o metabolismo de acordo com os comandos vindos da
membrana. É evidente o quanto o ambiente influencia em nossa vida, e que temos
uma grande oportunidade de produzirmos os processos de cura através de como
lidamos com as situações, já que influímos diretamente nas membranas de nossas
células a partir da alimentação, da forma como nos movimentamos, de como
lidamos com as emoções, na verdade todo estímulo que chega ao nosso corpo age
sobre nossas células.
Então, com inúmeros embasamentos e aplicação
diária, o livro “Cura pelo Hábito” foi criado por mim e Rafael Ferreira com uma
visão diferente, com o objetivo de trazer toda a visão da abordagem
biopsicossocial de forma prática, possível para qualquer um colocar novos
costumes na rotina, mostrando que a questão central para a cura de doenças
crônicas principalmente é a mudança de práticas diárias.
Claudio Cotter - graduado em Fisioterapia,
pós-graduado em Medicina Psicossomática e idealizador da CM2 Clínica
Multidisciplinar em São Paulo - SP.
Rafael Ferreira Pinto - graduado
em Fisioterapia, pós-graduado em Medicina Psicossomática e
idealizador da Oki Acupuntura Clínica em São Paulo - SP.
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