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sábado, 5 de setembro de 2020

Brasil registra 3.278.918 de pessoas recuperadas

Número é superior à quantidade de casos ativos, ou seja, pessoas que estão em acompanhamento médico. Informações foram atualizadas às 18h30 desta sexta-feira (04/09)

 

O Brasil já tem mais de 3,2 milhões de recuperados da Covid-19. Em todo o país, são 3.278.918 pessoas curadas da doença. No mundo, estima-se que pelo menos 13 milhões de pessoas diagnosticadas com Covid-19 já se recuperaram. O número de pessoas curadas no Brasil é superior à quantidade de casos ativos (688.393), que são os pacientes em acompanhamento médico. O registro de pessoas curadas já representa a maioria do total de casos acumulados (80,1%). As informações foram atualizadas às 18h30 de hoje (04/09) e foram enviadas pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

A doença está presente em 99,1% dos municípios brasileiros. Contudo, mais da metade das cidades (3.780) possuem entre 2 e 100 casos. Em relação aos óbitos, 4.052 municípios tiveram registros (72,7%), sendo que 854 deles apresentaram apenas um óbito confirmado.

O Governo do Brasil mantém esforço contínuo para garantir o atendimento em saúde à população, em parceria com estados e municípios, desde o início da pandemia. O objetivo é cuidar da saúde de todos e salvar vidas, além de promover e prevenir a saúde da população. Dessa forma, a pasta tem repassado verbas extras e fortalecido a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com envio de recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) para os profissionais de saúde.

O Ministério da Saúde já enviou mais de R$ 83,6 bilhões a estados e municípios para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, sendo R$ 25,5 bilhões voltados exclusivamente para combate ao coronavírus. Também já foram comprados e distribuídos mais de 20,1 milhões de unidades de medicamentos para auxiliar no tratamento do coronavírus, 255,4 milhões de EPI, mais de 14,3 milhões de testes de diagnóstico para Covid-19 e 79,9 milhões de doses da vacina contra a gripe, que ajuda a diminuir casos de influenza e demais síndromes respiratórias no meio dos casos de coronavírus.

O Ministério da Saúde, em apoio a estados e municípios, também tem ajudado os gestores locais do SUS na compra e distribuição de ventiladores pulmonares, sendo que já entregou 10.811 equipamentos para todos os estados brasileiros.

As iniciativas e ações estratégicas são desenhadas conforme a realidade e necessidade de cada região, junto com estados e municípios, e têm ajudado os gestores locais do SUS a ampliarem e qualificarem os atendimentos, trazendo respostas mais efetivas às demandas da sociedade. Neste momento, o Brasil tem 4.092.832 casos confirmados da doença, sendo 51.194 registrados nos sistemas nacionais nas últimas 24h.

Em relação aos óbitos, o Brasil possui 125.521 mortes por coronavírus. Nas últimas 24h, foram registradas 907 mortes nos sistemas oficiais, a maior parte aconteceu em outros períodos, mas tiveram conclusão das investigações com confirmações das causas por Covid-19 apenas neste período. Assim, 589 óbitos, de fato, ocorreram nos últimos três dias. Outros 2.492 seguem em investigação.


CENÁRIO INTERNACIONAL

Até o dia 2 de setembro, o Brasil ocupava a segunda posição em relação ao número de casos (3.098.272) e ao registro de óbitos (121.381). Contudo, quando considerado o parâmetro populacional, por milhão de habitantes, entre os países de todo o mundo, o Brasil ocupa a 10ª posição em relação aos casos (18.031) confirmados e a 10ª em relação aos óbitos (571). A medida populacional é a taxa padrão para comparações entre os países.

 



Ministério da Saúde


Semana do Brasil: pesquisa indica que 84% consideram período favorável para a "nova Black Friday"

Roupas, eletrodomésticos e celulares são os produtos mais desejados pelos consumidores em pesquisa realizada pela Toluna


A Semana do Brasil foi criada pelo governo brasileiro como uma iniciativa que estimule o movimento do comércio em setembro, nos dias próximos ao feriado da Independência - 7 de setembro -, e funcione como uma alternativa à Black Friday, sem concorrer com as vendas para o Natal.

Em pesquisa realizada pela Toluna com 853 pessoas de todas as regiões do país, a Semana do Brasil foi considerada um bom momento para compras por 84,2% dos entrevistados, com 9,3% considerando o mês de setembro como momento não adequado para compras e 6,3% indiferente ao período de compras. Em 2020, a Semana do Brasil acontece entre os dias 3 e 13 de setembro.

Entre as pessoas que consideram a data em setembro um bom momento para comprar, 54,3% apontaram o período de descontos como um incentivo ao consumo; e 53,5% declararam que os preços praticados pelas lojas estão muito altos e promoções ajudariam a realizar as compras desejadas. Já 32% avalia a Semana do Brasil como positiva por ser uma faixa de descontos entre o Dia dos Pais e a Black Friday (opção de respostas múltiplas).

Entre os entrevistados que não consideram o mês de setembro como um bom período de compras, 53,7% declarou que prefere usar seu 13º salário para comprar na Black Friday e próximo ao Natal, 27,5% acreditam que por outros motivos este  não é um bom momento, principalmente relacionados à pandemia. Já 26,2% disse não ter necessidades de compras para o período em setembro. 

Os 853 entrevistados foram questionados sobre quais produtos comprariam na Semana do Brasil. 53,9% escolheu roupas e acessórios, 46,1% votou em calçados e 45,7% disse que compraria eletrodomésticos. Celular, computadores e equipamentos eletrônicos aparecem na sequência, com 44,9%, 38,6% e 36,5%, respectivamente. 

Questionados sobre o valor que estão dispostos a gastar nas compras em setembro, 28,6% optou entre R$ 500 e R$ 1.000. Já 28,4% pretende ultrapassar mil reais em gastos. 

Na pesquisa realizada pela Toluna, os entrevistados responderam se confiam nas promoções da Black Friday, com 54,2% dizendo que confia em algumas, 37,4% confiam totalmente e 8,3% não confiam. 

Com os impactos negativos da pandemia na economia brasileira, os entrevistados responderam sobre a importância de eventos promocionais, seja a Semana do Brasil ou Black Friday. Mais de 80% considera importante o estímulo para compras, já cerca de 18% considera pouco ou nada importante. 

A pesquisa da Toluna foi realizada entre os dias 18 e 20 de agosto de 2020, com 853 pessoas das classes A, B e C, segundo critério de classificação de classes utilizado pela Abep – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, onde pessoas da classe C2 tem renda média domiciliar de R$ 4.500 por mês. Estudo feito com pessoas acima de 18 anos, de todas as regiões brasileiras, com 3 pontos percentuais de margem de erro e 95% de margem de confiança.

Recentemente a Toluna passou por um processo de rebranding e tornou-se a marca principal e holding do grupo que conta também com a Harris Interactive e KuRunData. As três empresas têm um histórico de fornecer insights sob demanda para muitas das principais empresas, agências e organizações do mundo, empregando 1.500 pessoas em 24 escritórios em seis continentes. Com 20 anos de inovação, a Toluna reforça sua visão contínua de democratizar a pesquisa de mercado.

 


Toluna

 tolunacorporate.com


sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Setembro Amarelo: a importância de falar sobre prevenção de suicídio

O Setembro Amarelo é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão. Mesmo com tantos casos notórios, crescentes a cada ano, ainda existe uma expressiva barreira para falar sobre o problema.

Segundo dados recolhidos em 2012 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) , mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, sendo 75% destes indivíduos moradores de países de baixa e média renda. Estima-se que no mundo acontece um suicídio a cada 40 segundos.

Atualmente, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos. Todos os dias, pelo menos 32 brasileiros tiram suas próprias vidas. Todos esses números poderiam ser evitados ou reduzidos consideravelmente se existissem políticas eficazes de prevenção do suicídio.

Como o Setembro Amarelo começou?

A campanha teve início no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) , Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) . As primeiras atividades realizadas pelo Setembro Amarelo aconteceram na capital do país, Brasília. Entretanto, já no ano seguinte várias regiões de todo o país aderiram ao movimento e também participaram.

A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) estimula a divulgação da causa em todo o mundo no dia 10 de setembro, data na qual é comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Esta data foi criada em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de prevenir o ato do suicídio , por meio da adoção de estratégias pelos governos dos países. Neste dia, realizam-se cerca de 600 atividades em 70 países do mundo para salvar vidas.

Objetivos do Setembro Amarelo

O principal objetivo da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo. Para o Setembro Amarelo, a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema.

Suicídio é o ato de tirar a própria vida intencionalmente. Também fazem parte deste comportamento os pensamentos suicidas , planos e tentativas de morte, assim como os transtornos relacionados ao problema.

Durante todo o mês de setembro, ações são realizadas a fim de sensibilizar a população e os profissionais da área para os sintomas desse problema e para a saúde mental. Assim, fazendo-os entender que isso também é uma questão de saúde pública. Infelizmente para muitos, o suicídio ainda não é visto como um problema de saúde pública, mas sim uma espécie de fraqueza de conduta ou personalidade.

Como identificar alguém que precisa de ajuda e corre risco de suicídio?

Pessoas sob risco de suicídio podem:

• apresentar comportamento retraído, dificuldades para se relacionar com família e amigos;

• ter casos de doenças psiquiátricas como: transtornos mentais, transtornos de humor (depressão, bipolaridade ), transtornos de comportamento pelo uso de substâncias psicoativas (álcool e drogas), transtornos de personalidade, esquizofrenia e ansiedade generalizada ;

• apresentar irritabilidade, pessimismo ou apatia;

• sofrer mudanças nos hábitos alimentares ou de sono.

• odiar-se, apresentar sentimento de culpa, sentir-se sem valor ou com vergonha por algo;

• ter um desejo súbito de concluir afazeres pessoais, organizar documentos, escrever um testamento;

• apresentar sentimentos de solidão , impotência e desesperança;

• escrever cartas de despedida;

• falar repentinamente sobre morte ou suicídio;

• apresentar um convívio social conturbado;

• ter doenças físicas crônicas, limitantes e dolorosas, doenças orgânicas incapacitantes como dores, lesões, epilepsia, câncer ou AIDS;

• apresentar personalidade impulsiva, agressiva ou humor instável.

Quais os sintomas de depressão que levam ao suicídio?

Se você está deprimido ou angustiado , sem vontade de viver, é fundamental buscar ajuda o mais rápido possível. Existem alternativas ao suicídio e buscar o auxílio adequado é o primeiro passo. Os acompanhamentos médicos e psicológicos são as maneiras mais eficazes de tratamento.

As pessoas que pensam em suicídio normalmente estão tentando fugir de uma situação da vida que lhes parece insuportável, buscando o alívio por:

• sentirem-se envergonhadas, culpadas ou por se acharem um peso para os demais;

• sentirem-se vítimas;

• sentimentos de rejeição, perda ou solidão.

O que leva a comportamentos suicidas?

Detectar o potencial de comportamentos suicidas é muito importante para a prevenção. Eles são causados por situações que as pessoas encaram como devastadoras. Por exemplo:

• depressão ou transtorno bipolar;

• morte de uma pessoa querida;

• trauma emocional ;

• desemprego ou problemas financeiros;

• algum membro da família que cometeu suicídio;

• histórico de negligência ou abuso na infância

• não aceitação do envelhecimento;

• término de relacionamentos ;

• não aceitação da orientação sexual ou identidade de gênero;

• dependência de drogas ou álcool.

Como ajudar?

Para ajudar uma pessoa com comportamentos suicidas, algumas ações são fundamentais, como:

• ouvir, demonstrar empatia e ficar calmo;

• ser afetuoso e dar o apoio necessário;

• levar a situação a sério e verificar o grau de risco;

• perguntar sobre tentativas de suicídio ou pensamentos anteriores;

• explorar outras saídas para além do suicídio, identificando outras formas de apoio emocional;

• conversar com a família e amigos imediatamente;

• remover os meios para o suicídio em casos de grande risco;

• contar a outras pessoas, conseguir ajuda;

• permanecer ao lado da pessoa com o transtorno;

• procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a importância deles;

• aceitar a queixa da pessoa e ter respeito por seu sofrimento ;

• demonstrar preocupação e cuidado constante.

O que não fazer

Jamais ignore a situação de uma pessoa com comportamentos e pensamentos suicidas. Não entre em choque, fique envergonhado ou demonstre pânico. Não tente dizer que tudo vai ficar bem, diminuindo a dor da pessoa, sem agir para que isso aconteça.

A principal medida é não fazer com que o problema pareça uma bobagem ou algo trivial. Não dê falsas garantias nem jure segredo, procure ajuda imediatamente. Principalmente, não deixe a pessoa sozinha em momentos de crise nem a julgue por seus atos.

Recursos da comunidade e fontes de apoio

Para pessoas com pensamentos suicidas, os primeiras recursos ou fontes de apoio são:

• família;

• amigos e colegas;

• unidades de saúde: CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) , Unidades de Saúde da Família, clínicas, consultórios psicológicos, urgências psiquiátricas.

• profissionais de saúde: médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, agentes de saúde.

• centros de apoio emocional: CVV (Centro de Valorização da Vida), ligue para o 188.

• grupos de apoio.

A grande maioria das mortes por suicídios podem ser evitadas e o diálogo sobre o assunto é o melhor jeito de fazer isso. Se você ou alguém que você conhece possui pensamentos suicidas, peça ajuda.

 

Setembro Amarelo: “Em meio a pandemia, nunca esta campanha de prevenção ao suicídio se tornou tão necessária,” diz profissional da saúde

O neurocientista e psicanalista Fabiano de Abreu dá dicas para pacientes com depressão.

 

Estamos no 'Setembro Amarelo', e nunca na história este tema se tornou tão relevante como no momento de pandemia que vivemos. A campanha iniciada em 2015 no Brasil escolheu o mês de setembro para que possamos nos conscientizar e ajudar contribuindo com a prevenção, assim é possível evitar que a depressão leve ao suicídio. 

 

Após relatos de suicídios relacionado com o coronavírus e o confinamento a ele associada, o neurocientista, psicanalista, membro da Mensa e especialista em estudos da mente humana, Fabiano de Abreu, foi contactado. Após ter confirmado que o número de casos de depressão se acentuou com esta crise psicológica da pandemia, o pesquisador logo concentrou-se em pesquisas e análises para avaliar o que ele já previa ocorrer.

 

“Eu já temia a possibilidade de que pessoas com depressão e/ou ansiedade potencializada, no confinamento, sendo bombardeadas com notícias ruins e a má utilização da ansiedade, poderiam piorar o quadro depressivo ou chegar nele; e ter um aumento no número de suicídios. Tomando ciência do ocorrido, reuni o meu grupo de pesquisa para tentarmos contribuir de alguma maneira para que isso não eleve mais ainda o número de mortos por causa do coronavírus, seja diretamente ou indiretamente.

 

Pessoas com uma ansiedade potencializada e contínua podem entrar em depressão, e pessoas em depressão têm maior risco de suicídio. O risco é maior na vigência da doença e de comorbidades. Estamos imersos num cenário de incertezas e elas geram medos e angústias. É importante cuidar do equilíbrio emocional a fim de evitar ações definitivas para problemas transitórios. O suicídio não é solução; e sim mais um problema de saúde pública a ser tratado."

 

Fabiano encontra dificuldades em aprofundar a sua pesquisa no Brasil devido a burocracia para fazer pesquisas no país, mas como vive também em Portugal, aproveitou a maior facilidade em pesquisas na Europa para chegar às suas conclusões. 

 

Sou registrado na ‘Plataforma Brasil’ onde preciso protocolar uma simples pesquisa e o procedimento é lento e burocrático e eu tenho pressa já que cada dia perdido podem significar vidas perdidas por falta de auxílio. Em Portugal, profissionais da saúde podem fazer pesquisas de forma independente assinando embaixo a responsabilidade. Minha pesquisa foi baseada em entrevistas com psicólogos membros do meu centro de pesquisas, também com base no Instituto Gaio, membro da Unesco onde fiz o meu mestrado em psicanálise e atendo pacientes sem condições financeiras de pagar tratamento, e com base na pesquisa que fiz em Portugal com portugueses e brasileiros que vivem no país. “ 

 

 “Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico", diz o psicanalista.

 

Seguem as dicas do profissional para observar o caso mais próximo e tentar ajudar

 

Em momento de reclusão e isolamento social, por conta do cenário mundial - Pandemia de Coronavírus - se você é portador da doença “Depressão”, observe algumas questões “preventivas” bastante pertinentes:

 

  1. Mantenha o seu tratamento psicoterápico via on-line, a grande maioria dos profissionais estão a trabalhar nessa modalidade.
  2. Se faz uso de medicação, siga corretamente a prescrição médica. Não aumente a dosagem, nem faça desmame por conta própria.
  3. Se a sua medicação está a findar, entre em contato com o seu Psiquiatra, todos estão a trabalhar sob novos protocolos.
  4. Mantenha-se informado somente por vias sérias e éticas de notícias. Evite “Fake News”.
  5. Trabalhe a sua respiração através da meditação. A respiração consciente e ritmada, mantém a homeostase do corpo.
  6. Durma bem, o sono fisiológico possibilita uma “psicoprofilaxia”, filtragem e limpeza de metabólitos cerebrais.
  7. Mantenha uma alimentação equilibrada. Alimentos funcionais, menos processados e coloridos. “Descasque mais e desembrulhe menos”
  8. Beba água, mantenha-se hidratado para o melhor funcionamento de todo o sistema de filtragem e eliminação, mantendo o organismo em bom funcionamento.
  9. Use a criatividade e o espaço possível para uma atividade física que goste.
  10. Evite excesso de álcool, evite drogas. Mantenha-se lúcido.
  11. Mantenha a rotina, isso faz com que você continue orientado no tempo.
  12. Desenvolva um plano, e faça um planejamento para realizar uma “comemoração” quando tudo isso passar. 
  13. Traga para sua mente bons pensamentos e boas emoções. O que nós pensamos nós sentimos.
  14. Pense coisas boas!
  15. Sinta-se pertencendo a um grupo, o sentimento de pertença traz-nos importância.
  16. Faça chamadas de vídeo ou mesmo videoconferência para reunir os amigos.
  17. Não falta tempo, por isso organize a casa, os armários, leia os livros que guardou na estante, assista aos filmes e as séries que queria e não tinha “tempo”.
  18. Descubra um talento oculto, e trabalhe-o como uma TO - Terapia Ocupacional: Escrever, desenhar, pintar, esculpir, cozinhar, bordar…

 

Para casos mais graves em que tenha ocorrido uma tentativa ou pensamentos de suicídio, trabalhe na “redução de danos”, seguindo orientações básicas:

 

  1. Seja presente de forma integral na vida do sujeito portador do transtorno - depressão.
  2. Aproxime-se de pessoas que estão em sofrimento emocional/psicológico.
  3. Ofereça conversa com escuta de qualidade.
  4. Conduza a conversa até perceber que a pessoa está segura e confiando em si.
  5. Pergunte abertamente se ela já pensou na própria morte.
  6. Com o terreno preparado, pergunte se ela já pensou em tirar a própria vida.
  7. Pergunte que método ela escolheria e por que seria assim?
  8. Deixe-a falar, chorar, contar todo o seu plano.
  9. Após tomar conhecimento da idealização e do planeamento, mostra-se solidário.
  10. Compreenda “sem julgar”, a partir daí ofereça um “pacto ou um contrato de preservação” à vida.
  11. O desafio e a confissão trazem alívio. Deixando a pessoa com o recurso de procurar ajuda naquele confidente ou num grupo de ajuda.
  12. Quando nos esvaziamos desse sentimento de angústia e desesperança, começamos a valorizar a vida.
  13. Ter alguém que guarda o nosso segredo conecta-nos a um outro ser. Esse sentimento de confiança forma um elo e traz motivação para superar o momento.
  14. Ter ciência do plano e do planeamento para a execução, podendo tirar da pessoa a ferramenta que ela utilizaria.
  15. Recolha a medicação, retire o que puder ser feito de corda, lâminas cortantes, e não deixe a pessoa sozinha. 
  16. A presença traz a companhia e inibe a tentativa de atentar contra a própria vida.

 



Fabiano de Abreu - Neurofilósofo - neurocientista, neuropsicólogo, neuropsicanalista, neuroplasticista, psicanalista, psicopedagogo, jornalista, filósofo, nutricionista clínico, poeta e empresário.



5 pensamentos saudáveis para ter em 2020

 Conceitos da psicologia positiva podem ajudar a equilibrar a saúde mental

 

De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), durante a pandemia, o número de casos de depressão praticamente dobrou no país e os sintomas relativos à ansiedade e ao estresse aumentaram 80%.

De fato, 2020 não tem sido fácil sob diversos aspectos, econômicos, sociais e psicológicos, mas há formas de evitar o estresse e a ansiedade gerados pelo momento. O bem-estar pode ser conquistado a partir do cultivo de virtudes e potencialidades pessoais, focos do trabalho da psicologia positiva. Confira abaixo 5 pensamentos que irão auxiliar a tirar o melhor deste momento:


“Devo ter mais autocompaixão”

Um dos males modernos mais frequentes é uma profunda cobrança por sucesso e realização pessoal, comumente, por meio do trabalho, que não raro é exagerado e impacta no bem-estar do indivíduo, privando-o de prazeres como a companhia e amigos e familiares e podendo gerar distúrbios, como a Síndrome de Burnout, ou seja, o esgotamento emocional por exaustão extrema.

“Mesmo com a paralização temporária de algumas atividades e a restrição de circulação, muitos continuaram a se cobrar produtividade, muitas vezes, em nível até maior, uma vez que a possibilidade de home office os eximiu do tempo gasto com o trânsito, mas os levou a não limitar seu tempo de atividade profissional diária”, analisa Flora Victoria, mestre em Psicologia Positiva Aplicada pela Universidade da Pensilvânia.

Ela explica que esta cobrança exagerada consigo próprio impacta diretamente na convivência com o mundo exterior. O indivíduo percebe-se ansioso, sem paciência, e quando se dá conta não se permite mais o prazer do convívio e pode até mesmo apresentar sintomas físicos preocupantes.

 “A autocompaixão é o ato de carinho que alguém pode ter por si mesmo”, comenta Flora. “O ideal é parar por um instante e se distanciar da própria situação para um maior entendimento que leve a conexões mentais que possam estimular a estabelecer limites para as tarefas cotidianas”, posiciona.

 

“Busco a empatia e me aproximo do outro”

“O inferno são os outros” já diria Jean-Paul Sartre, mas o convívio com os demais é uma premissa da vida em sociedade.  Sendo assim, mesmo que por vias tecnológicas ou com os rostos tampados por máscaras, a conexão com o próximo é inevitável, ou melhor, fundamental de acordo com a psicologia positiva.

“Há evidências científicas de que o convívio com o próximo faz bem”, diz Flora -- “a sociabilidade começa a ser construída na barriga da mãe e se expande nas fases de evolução do ser humano. Isolado, o indivíduo perde a identidade porque ela é constituída a partir do encontro com o outro”.  

Por isso, embora qualquer um possa encontrar arestas em qualquer que seja a relação -- familiar, amorosa, profissional -- é importante lembrar que são elas que dão sentido à vida. A especialista aconselha a treinar a resiliência, a paciência, o entendimento e, em casos mais difíceis, até mesmo o distanciamento: “boas relações são fundamentais para o bem-estar”.


“Eu presto mais atenção às minhas emoções positivas”

Há uma teoria na Psicologia Positiva chamada´broaden and build´que entende que as emoções positivas aprimoram o repertório de ação do pensamento de um indivíduo.

“A positividade, inclusive, ativa diferentes áreas do cérebro. Enquanto sentimentos como satisfação, esperança, otimismo, entusiasmo, atingem o neocortex, a negatividade de sentimentos, como medo, impotência, impaciência e frustração ativam a amígdala”, explica.

Além do ganho pessoal, a positividade tem efeito quase de “contágio”, ou seja, um efeito cascata de melhora do ambiente, quase que imediato.


“Eu evito focar no medo”

Medo é uma das emoções negativas geradas na amígdala, como visto acima, e gera a necessidade de correr ou lutar, o que envolve sensações físicas de stress, como tensão, e outras descompensações.

Flora explica que o medo foi fundamental para a sobrevivência do ser humano em tempos remotos, quando era ele que alertava sobre os perigos, mas viver sob esta influência constante gera malefícios imediatos e a longo prazo.

Por isso, mesmo num contexto de pandemia, é necessário tomar cuidas, mas não se permitir dominar pelo sentimento.

“Demonstro gratidão pelo que já tenho”

Do outro lado do espectro, a gratidão é uma das emoções positivas mais poderosas para deixar fluir no dia a dia. E não se trata de apenas reconhecer o bem que o outro faz em eventos específicos, mas de enxergar o lado positivo da vida em ações cotidianas, como simplesmente acordar, ou até em algo que à primeira vista seja negativo, mas que pode sempre levar ao aprendizado.

“Uma visão apreciativa do mundo leva a um estilo de vida que preza o ser grato pelo que ocorre ao redor. Implica em menos julgamento de valor e mais emoções positivas, opostas ao sentimento de depreciação por si próprio e pelo mundo, que pode levar à depressão”, explica a mestre em Psicologia Positiva.

E gratidão é prática, enfatiza Flora -- “sabe-se que o conhecimento é produzido por repetição, assim quanto maior a prática, menores são as distâncias entre os neurônios e mais fáceis as sinapses entre eles. Portanto, a gratidão pode ser absorvida pela prática e levar a melhores níveis de serotonina e à sensação de bem-estar”.


Neuropsicóloga dá dicas para estimular o contato visual

Você já observou se seu filho faz contato visual consistente? Embora muitos pais se preocupem em um primeiro momento se os filhos enxergam, observar como as crianças fazem o contato visual é tão importante quanto, já que a visão é essencial para o desenvolvimento de outras habilidades. Isso porque as crianças aprendem muita coisa observando o outro, sejam adultos e outras crianças. E se ela não observa, também não aprende, e, logo, não se desenvolve. 

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A neuropsicóloga Bárbara Calmeto, do Autonomia Instituto, explica que é necessário observar alguns detalhes, como se esse contato visual têm intenção comunicativa e/ou quantas vezes ele faz esse contato durante uma hora, por exemplo. “Essas informações vão balizar os dados que precisamos para avaliarmos a consistência ou não dos comportamentos verbais de uma criança. A visão é um fator que precisa ser desenvolvido porque é muito importante dentro da comunicação, das relações interpessoais e do aprendizado de qualquer criança, inclusive da autista”, pontua.

Abaixo, ela sugere 5 atividades simples que podem ajudar a estimular o contato visual da criança. Confira:
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- Consiga a atenção da criança e faça a atividade escolhida com muita alegria, barulhinhos engraçados e diversão;


- Engaje a criança na sua brincadeira;


- Dê paradas de tempos em tempos para que a criança reaja pedindo continuidade da atividade através do contato visual;


- Reforce fazendo mais atividade com maior intensidade;


- Se a criança não te olhar nas primeiras vezes, repita o processo e engaje-a mais na sua brincadeira. Mantenha a posição frente a ela e da mesma altura, para facilitar esse contato visual.


⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Taxa de suicídio entre jovens e idosos cresce e a prevenção é a melhor forma de combate

O suicídio, na maioria das vezes, é apenas o ponto final de um longo caminho permeado de sentimentos como depressão, variação de humor, ansiedade e outros transtornos que abalam a saúde física e emocional do indivíduo. Segundo estudo da FioCruz, 51% dos casos de suicídio no Brasil acontecem dentro de casa e apenas um em cada três casos de tentativa de suicídio chegam ao conhecimento dos serviços de saúde.

Duas faixas etárias chamam a atenção para os casos de suicídio no Brasil, especialmente neste momento de pandemia e isolamento social: os idosos e os adolescentes.

O Ministério da Saúde, em estudo de 2018, calculou que ocorre cinco suicídios a cada 100 mil brasileiros de qualquer idade. Quando levado em consideração os idosos, o número sobe para nove. Por conta da pandemia da Covid-19, a consequente necessidade de isolamento e distanciamento social pode ser mais desafiador para os idosos.

Já no que diz respeito aos jovens, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2019, mostrou que o suicídio é a segunda causa de morte mais frequente entre pessoas de 15 a 24 anos. Se a adolescência, de maneira inerente, tem esse caráter transitório, isso fica ainda mais potencializado com um cenário de pandemia. Se adicionarmos a descoberta ou o tratamento de uma doença como o câncer, a sobrecarga emocional é ainda maior.

 


Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG

SOBOPE


Pesquisa destaca os efeitos negativos do isolamento social na saúde mental de jovens e adolescentes

 Mestre em psicologia positiva e especialista em parentalidade, Adriana Drulla fala sobre a fase de inseguranças vivida pelos adolescentes e como os pais podem ajudá-los a superar os momentos ruins.


A cada ano, cerca de 800 mil mortes por suicídio ocorrem no mundo, o que representa uma morte a cada 40 segundos. Entre os jovens (15 a 29 anos), é a segunda causa de morte globalmente, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Realmente, a transição da infância para a adolescência representa um período crítico para a vulnerabilidade do comportamento suicida. Para agravar, enfrentamos globalmente um momento de pandemia, com o confinamento impactando diretamente a saúde mental de jovens e adultos. 

Uma pesquisa nacional do instituto Datafolha, em parceria com a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures, vem acompanhando crianças e jovens do ensino público ao longo do isolamento. A falta de motivação, que em maio atingia 46%, chegou a 51% em julho, segundo os responsáveis por 1.556 alunos entre 6 e 18 anos. O percentual dos que estão tristes passou de 36% em junho para 41% em julho. No mesmo período, o de irritados foi de 45% para 48%. E são 74% os que se sentem tristes, ansiosos ou irritados.

Mestre em psicologia positiva e especialista em parentalidade e estudos de compaixão e autocompaixão, Adriana Drulla destaca que os jovens têm uma maior necessidade de conexão social. A adolescência é uma fase de descoberta de si mesmo e de formação da identidade, e para isso o grupo é muito importante. “Ao mesmo tempo é uma fase de desenvolvimento muito sensível. Pesquisas feitas com diversas faixas etárias mostram que, naturalmente, pessoas na faixa etária entre 14 e 17, por exemplo, tem mais chances de desenvolver depressão e ansiedade do que em qualquer outra faixa etária, e a pandemia acentua isso”, revela Adriana.

A insatisfação não vem apenas como resultado da diminuição de interações sociais. Os adolescentes estão vivenciando um período de insegurança muito novo: preocupação com a saúde; com a situação do emprego e da condição econômica da família; a questão da morte; a  separação repentina de amigos; a interrupção escolar; rotina bagunçada; dieta menos balanceada e atividades físicas prejudicadas.

A recomendação para os pais é que acompanhem e orientem seus filhos da melhor forma. “Primeiro, aceitando o sofrimento como natural, ajudando a validar o sentimento do jovem que sofre. É importante que ele se sinta ouvido e compreendido. E a partir desse  lugar  de  vínculo e apoio entenderem juntos, pais e filhos, se existe alguma atitude possível para amenizar essa dor. Ver uma amiga apenas, tomando todo o cuidado, ou então, marcar conversas de vídeo, pode ser uma saída”, completa a especialista. 

É importante que esse jovem tenha alguém que ele confie para desabafar e para falar abertamente. O primeiro passo para ganhar a confiança da criança, do jovem é validando seus sentimentos, acolhendo o que ele está sentindo com empatia. Além dos pais, amigos também são importantes para a elaboração de sentido. 

“Os momentos de dificuldade são importantes porque quando paramos o piloto automático podemos refletir sobre a nossa vida e adotar valores e objetivos mais coerentes com a nossa felicidade. Quando as pessoas conseguem encontrar sentido e propósito para além de si, elas superam as dificuldades com mais facilidade. Esse é inclusive um dos grandes benefícios de se fazer trabalhos sociais, por exemplo”, finaliza Adriana Drulla.

 



Adriana Drulla - Mestre em Psicologia Positiva, pela Universidade da Pennsylvania, é especialista em Compaixão e Autocompaixão. Estudou com Martin Seligman, psicólogo fundador da psicologia positiva, e outros pesquisadores referência neste campo nos Estados Unidos e no mundo. Formada em Conscious Parenting por Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que une psicologia, parentalidade e espiritualidade, é também especialista em Mindfulness e Autocompaixão pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e pela USP.

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O novo olhar de liderança que a pandemia nos ensinou

A liderança é um suporte fundamental em uma crise global sanitária, social e econômica. Ela se torna um pilar de sustentação para que as decisões e transformações sejam ágeis, estratégicas e sistêmicas, com foco na resolução dos três pontos da crise atual. 

Nos últimos meses, em diversas situações, veio à tona a questão: como liderar com o isolamento social? Passei a dar minha resposta com outra pergunta: o que você procrastinou ou evitou desenvolver no modelo da sua liderança? A razão de devolver a resposta com esta questão é fazer refletir sobre o que foi desconsiderado nos últimos tempos. 

O que vivemos hoje é fruto de um modelo de liderança praticado há muito tempo. Uma liderança voltada para interesses imediatos e com uma total cegueira metódica. Deixa-se de lado o fato de que ninguém faz nada sozinho, e que se existe um líder, é porque há uma equipe por trás.   

Quando aprofundamos a conversa sobre valores e competências para formar uma liderança de qualidade, os clichês se repetem com argumentos vazios, prevalecendo o ambiente nocivo de competição, onde despeito, arrogância, inveja e desmotivação drenam a produtividade.

Isso mostra uma carência de um modelo pautado em cultura, metas, métricas, mensuração e sucessão, além de características essenciais, como saber lidar com gente, ser diligente, carismático e ter o dom de inspirar as pessoas. A colaboração, por exemplo, se tornou uma competência de grande valor e destaque nos últimos tempos. 

A conclusão é que a genialidade, da forma como o mundo corporativo vem propagando, é paradoxal ao modelo de uma liderança plural e visionária. Um formato atrasado, que classifica as pessoas, desconsiderando suas singularidades e as oportunidades de explorar suas diferenças a favor da empresa. 

A pandemia e suas consequências no universo dos negócios mostraram a necessidade de adotar uma maior flexibilidade para avaliar habilidades, novos talentos, repensar e aprender a se desapegar de valores que já estão ultrapassados. 

A empresa precisa enxergar cada colaborador como parte de uma grande engrenagem. Desde o estagiário ao presidente, cada um tem a sua importância. Se não houver envolvimento, irá comprometer toda essa engrenagem. 

Quando se cria o hábito de envolver a equipe em decisões estratégicas, a cumplicidade passa a ser um processo natural, fazendo com que os colaboradores se sintam parte de cada resultado.

Vale lembrar que o sucesso de uma empresa, especialmente em crises como a atual, não é mérito de uma única pessoa, mas da junção de várias competências que estejam no mesmo nível de comprometimento com o negócio.

 

 

Marcia Dolores Resende - psicóloga, especialista em Gestão de RH pela USP, em Marketing Estratégico pela ESPM, pós-graduada em Criatividade e Inovação pela FAAP e conselheira em Desenvolvimento Humano e Estudos da Família no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa)


Autoconhecimento é a melhor forma de alcançar o prazer

Embora homens cheguem mais rapidamente ao clímax sexual, as mulheres tem orgasmo mais prolongado podendo até mesmo a ser múltiplos  


O orgasmo é uma sensação de prazer alcançada durante as relações sexuais. O fluxo sanguíneo e a frequência cardíaca aumentam significativamente causando uma contração no corpo seguido de profundo relaxamento. Parece simples, mas um estudo recente da escola Prazerela - mostrou que apenas 36% das mulheres conseguem ter um orgasmo durante o sexo. A dificuldade de chegar ao clímax está associada a fatores emocionais diversos como estresse e desempenho do parceiro ou parceira.  

A ginecologista e especialista em sexologia, Tatielle Teixeira Lemos (14.111), que atende no centro clínico do Órion Complex, explica que não há receita para o prazer e o melhor caminho é o autoconhecimento.  “Para chegar ao orgasmo é importante se tocar, prestar atenção à sua área genital, se permitir sentir prazer. É preciso se soltar, abrir a mente para para atividades como masturbação, lubrificantes, fantasias eróticas e entender onde são as áreas erógenas do corpo”. 

É fato que o orgasmo é possível tanto para homens quanto para mulheres, mas  existe diferença no desenrolar da relação até seu ápice. Tatielle conta que elas tendem a demorar mais a alcançar o clímax, mas em contrapartida, o estado de êxtase é mais prolongado que o masculino. As mulheres ainda podem ter orgasmos múltiplos, que são picos de prazer que ocorrem em sequência, um imediatamente após o outro, sem interrupção. “O orgasmo feminino é muito complexo e não apresenta somente um padrão. Pode ocorrer um único e intenso orgasmo, vários orgasmos de menor intensidade ou uma união dessas duas variações. É também comum a mulher confundir a sensação prazerosa após o coito como se estivesse experimentando novos orgasmos”. 

Tatielle alerta também para o fato de que os múltiplos orgasmos não são a regra geral e não definem por si só se a mulher tem mais, ou não, prazer quando comparada a outras com um único orgasmo. Enquanto isso, os homens se excitam e gozam mais rápido, mas precisam de mais tempo para se recuperar. “Ambos os sexos passam pelo período chamado refratário, uma fase de recuperação antes que se possa engatar uma nova atividade sexual, mas a mulher, em  poucos segundos, já está apta para experimentar mais prazer. Entre eles esse período de recuperação tende a ser maior, sendo que muitos esgotam suas atividades sexuais diárias depois de um único orgasmo”, detalha a médica. 

Embora exista muita expectativa em torno das sensações causadas pelo orgasmo, Tatielle prefere ponderar e ressalta que cada pessoa vai sentir de uma forma. “Não é algo sobrenatural, é apenas a sensação agradável que se tem durante o sexo. Em algumas pessoas pode ser mais sutil, mas não menos prazerosa”. Essas sensações vão desde  contrações involuntárias dos músculos pélvicos, aumento da frequência cardíaca, alteração na temperatura corporal, arrepios e em seguida, já no fim, um  bem estar e relaxamento. 

O tempo médio para atingir o orgasmo é de mais ou menos 8 minutos, mas há quem demore de 10 a 20 minutos. As sensações podem durar de 6 a 10 segundos, porém segundo Tatielle, algumas mulheres podem gozar por até 20 segundos. “O segredo é se entregar e não ficar pensando muito”. 

 

Saúde sexual 

Algumas doenças relacionadas ao desempenho sexual também podem ocorrer nas mulheres. Uma delas é a Anorgasmia, uma ausência recorrente ou persistente do orgasmo. Pode ser primária quando a pessoa nunca teve orgasmo ou secundária quando por algum motivo ela passou a não ter mais. “O diagnóstico é baseado na clínica e na queixa da paciente visto que a capacidade orgásmica da mulher é menor do que se poderia esperar para sua idade, experiência sexual e o tipo de estimulação sexual que recebe”. O tratamento depende da causa, podendo variar de reposição hormonal, mudança na dieta alimentar e terapias sexuais. 

Outra doença curiosa é o Transtorno da Excitação Genital Persistente, uma excitação genital involuntária, que leva o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais e aumento das secreções, sem nenhuma relação à atividade sexual. Os tratamentos também envolvem terapia sexual específica. 


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