Para 66%, ações em
prol do meio ambiente devem ser prioridade na recuperação econômica
pós-pandemia
Para 71% da população do Brasil, as alterações
climáticas no mundo, no longo prazo, são uma crise tão séria quanto a pandemia
de Covid-19. Esse é o principal resultado da pesquisa “Earth Day 2020”,
realizada pela Ipsos, por meio da plataforma Global Advisor, com 14 nações para
o Dia da Terra, celebrado em 22 de abril. O índice dos entrevistados
brasileiros reflete perfeitamente a percepção global, também de 71%.
A China, um dos países mais impactados pelo surto
de coronavírus, está no topo do ranking entre os que mais acreditam que as
mudanças no clima representam um problema de mesma gravidade da pandemia, com
87% de concordância com a premissa. Em segundo lugar, vem o México, com 84%.
Logo atrás, está a Índia (81%).
Em contrapartida, Canadá (64%), Austrália (59%) e
Estados Unidos (59%) são as nações que menos concordam que as alterações
climáticas sejam uma crise tão séria quanto a pandemia.
O levantamento também apontou que 65% dos
entrevistados no mundo acreditam que os governos de seus países devem priorizar
ações de combate às mudanças climáticas durante a recuperação econômica após a
Covid-19. Considerando apenas os brasileiros, são 66%.
Índia (81%), México (80%) e China (80%), novamente,
são as nações que mais concordam com a afirmativa. Por outro lado, os
participantes australianos, alemães e americanos, com 57% de concordância cada
um, mostraram um menor grau de interesse nas iniciativas futuras de seus
governos em respeito às alterações climáticas.
Apesar de as mudanças no clima serem uma pauta
importante em diversos países - como mostrou o estudo -, para quase metade dos
ouvidos globalmente, o tema não deve se sobrepor à retomada econômica. Entre
todos os entrevistados das 14 nações, 44% acreditam que seus governos devem
focar primeiro em ajudar a economia a se recuperar, mesmo que isso signifique
tomar certas atitudes que tenham impacto negativo ao meio ambiente.
No Brasil, apenas 37% concordam com a afirmativa.
Índia (63%), Rússia (55%), e Austrália (50%) são as nações que mais acreditam
que o desempenho econômico deve vir em primeiro lugar, mesmo que seja
necessário causar dano o meio ambiente. Os países com menor índice de
concordância são Alemanha (36%), França (35%) e Japão (35%).
Apoio político
Um segundo recorte da pesquisa, dessa vez realizado
com 29 nações, avaliou as expectativas dos entrevistados em relação ao suporte
de seus governos às questões ambientais. Para 68% dos entrevistados, um governo
estaria desapontando sua população caso não tomasse atitudes efetivas para
combater as mudanças climáticas.
Entre os brasileiros, 74% concordam com a premissa.
A Colômbia, a África do Sul e o Chile são os países que mais esperam ações
pró-ambientais de seus líderes, com índices de 87%, 84% e 83%, respectivamente.
Na outra ponta do ranking, estão Holanda (55%), Arábia Saudita (51%) e Rússia
(35%).
Pouco mais do que a metade dos ouvidos globalmente
(57%) afirma que não votaria em um partido político caso ele não tivesse
propostas sérias contra as alterações climáticas. No Brasil, são 67%. Os
eleitores que mais levam em conta os planos para o meio ambiente de seus
possíveis candidatos são os indianos (75%), os colombianos (72%) e os peruanos
(71%). Já os americanos (43%), japoneses (41%) e russos (29%) tendem a não considerar
tanto os projetos para a área ambiental antes de escolher seus votos na urna.
A pesquisa “Earth Day 2020” contém resultados de
dois levantamentos on-line; sendo o primeiro realizado entre os dias 16 e 19 de
abril de 2020 com 28.000 entrevistados de 14 nações; e o segundo realizado
entre 21 de fevereiro e 06 de março de 2020 com 20.000 entrevistados de 29
nações. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 p.p. para a primeira parte do
estudo (em 14 países) e de 3,1 p.p. para a segunda parte (em 29 países).
Ipsos