Ingestão durante a prática esportiva
traz alguns benefícios esportivos, porém, é fundamental para que os praticantes
de atividades físicas como um todo para que se mantenham hidratados
Recurso vital
para a sobrevivência do ser humano, a água, além de manter o corpo hidratado,
mantém um bom funcionamento das demais partes do corpo. Crédito (foto):
Divulgação.
Na próxima quarta-feira (22 de março), é comemorado no mundo o Dia Mundial
da Água. A data foi estipulada pela Organização das Nações
Unidas (ONU), em 1992, como forma de chamar a atenção da população para a falta
deste recurso que afeta mais de um quarto da população mundial.
E quando o assunto é prática esportiva, não podemos nos esquecer
que este recurso é fundamental, não somente como forma de hidratação, como
também da reposição de mecanismos importantes em nosso corpo, como os sais
minerais.
O profissional de Educação Física da Bodytech
Brasília, Marcos Emanuel, explica que a quantidade ideal de
água a ser ingerida durante a prática de exercícios físicos varia de acordo com
diversos fatores, como a intensidade e duração do exercício, as condições ambientais
(temperatura, umidade do ar), a idade, o peso e o sexo do indivíduo. De modo
geral, recomenda-se que os indivíduos bebam água antes, durante e após o
exercício para evitar a desidratação e garantir um bom desempenho.
De acordo com o profissional, a National Athletic Trainers
Association (NATA) recomenda a ingestão de 500 a 600mL de água ou outra bebida
esportiva de duas a três horas antes do início do exercício e 200 a 300mL,
entre 10 a 20 minutos antes do exercício. Já durante o exercício, a reposição
deve aproximar as perdas pelo suor e pela urina e pelo menos manter a
hidratação, com perdas máximas correspondentes a 2% de perda de peso corporal.
Já ao término da prática esportiva, a hidratação deve ter como objetivo
corrigir quaisquer perdas líquidas acumuladas. No entanto, essa recomendação
pode variar dependendo do tipo de exercício e da intensidade.
“Em atividades físicas de longa duração, como corridas de maratona
ou triatlo, é comum a utilização de bebidas esportivas contendo eletrólitos e
carboidratos para repor os nutrientes perdidos durante o exercício”, ressalta o
professor.
Condicionantes corporais
Além da questão da hidratação, é preciso com que os amantes do
esporte, e não só deles, mas os indivíduos no geral, levem em consideração
fatores como o peso e a idade da pessoa, o que pode interferir na quantidade de
água a ser ingerida durante a prática de exercícios físicos, devido as suas
influências no metabolismo e nas necessidades hídricas do corpo.
“Em relação ao peso, indivíduos com maior massa corporal tendem a
ter uma maior necessidade de água para manter o equilíbrio hídrico do
organismo. Além disso, pessoas com excesso de peso podem ter maior perda de
água durante o exercício devido ao aumento da transpiração e maior demanda
metabólica. Por isso, é importante que essas pessoas se hidratem adequadamente
para evitar a desidratação” explica o profissional.
Marcos também observa que públicos como os idosos tendem a
apresentar uma menor sensação de sede e uma redução na capacidade de regulação
da temperatura corporal, o que aumenta o risco de desidratação durante o
exercício. Além disso, as mudanças fisiológicas decorrentes do envelhecimento,
como a diminuição da massa muscular, podem afetar o metabolismo e a eliminação
de água pelo corpo. “Por isso, idosos devem ter uma atenção especial para a
ingestão adequada de líquidos antes, durante e após o exercício mas, no geral,
é importante lembrar que cada indivíduo é único e as necessidades hídricas
devem ser avaliadas de forma individualizada”, pontua Marcos.
Em resumo, não existe uma quantidade ideal de água que se aplique
a todas as modalidades esportivas ou individuais. É importante estar atento às
necessidades do seu próprio corpo e buscar orientação de profissionais da área
de saúde para ajustar a sua ingestão de água durante a prática de exercícios.
Períodos de seca
Outra preocupação dos esportistas que vivem em cidades do
Centro-Oeste como o Distrito Federal é com a época da seca, período que
compreende a segunda metade do mês de março e se estende até a segunda quinzena
do mês de setembro, englobando estações como o Outono, Inverno e parte da
Primavera. Durante esta fase, a umidade relativa do ar tende a diminuir e as
temperaturas podem ficar mais baixas, o que pode levar a uma maior perda de
água pelo corpo durante a prática de exercícios físicos, mesmo que a transpiração
pareça menos intensa. Além disso, a baixa umidade pode provocar ressecamento
das mucosas e das vias aéreas, o que pode prejudicar o desempenho físico.
Por isso, mesmo durante o Outono-Inverno em Brasília, é importante
que os praticantes de atividade física se hidratem adequadamente para evitar a
desidratação e manter um bom desempenho. Algumas dicas para a hidratação nesse
período são beber água antes, durante e após a atividade física, mesmo que não
se sinta tanta sede, utilizar bebidas esportivas com eletrólitos e carboidratos
em atividades físicas de longa duração, evitar bebidas com álcool, que podem
causar desidratação, manter as mucosas e as vias aéreas hidratadas com a
ingestão de água e a utilização de umidificadores e ficar atento a sinais de
desidratação, como sede intensa, boca seca, fadiga, tontura e diminuição do
volume de urina, e procurar ajuda médica caso necessário.
“Mesmo durante o período seco em Brasília, a hidratação é
fundamental para garantir um bom desempenho na prática de atividades físicas. É
importante manter um consumo adequado de água e outros líquidos, e estar atento
aos sinais de desidratação
Vantagem competitiva
A água é fundamental para o bom desempenho em qualquer atividade
física, incluindo a corrida. A desidratação pode levar à redução do desempenho
e aumentar o risco de lesões e complicações de saúde. Por isso, manter-se
hidratado é essencial para os corredores, especialmente durante provas de longa
duração.
Manter-se hidratado pode ajudar a retardar a fadiga, prevenir
câimbras musculares, reduzir o risco de lesões e melhorar a recuperação após a
atividade física.
No entanto, é importante lembrar que a hidratação não é a única
variável que influencia o desempenho na corrida. O treinamento adequado, a
nutrição, o sono e outros fatores também são importantes para obter um bom
desempenho. Além disso, o excesso de água pode levar à hiponatremia, uma
condição em que o nível de sódio no sangue fica perigosamente baixo, o que pode
causar náuseas.
Em resumo, a água não é uma vantagem competitiva em si, mas a
hidratação adequada é fundamental para o bom desempenho na corrida e pode fazer
a diferença em relação a outros corredores que não se hidratam adequadamente. É
importante lembrar que a hidratação não é a única variável que influencia o
desempenho e que o excesso de água também pode ser prejudicial. Por isso, é
importante buscar orientação profissional para definir a melhor estratégia de
hidratação para cada caso.
Marcos Emanuel - professor da
Bodytech Brasília