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sábado, 23 de outubro de 2021

Quero um amor para juntar os pés no domingo


Pixabay

Desejo um amor para juntar os pés em uma tarde de domingo, foi isso que respondi quando me questionaram sobre o tipo de pessoa que quero para minha vida. Talvez essa frase tenha ficado fora de contexto, eu sei, mas essa é uma das coisas mais simples do mundo. Nada que seja muito caro, entende? Bom mesmo é a simplicidade que os momentos singelos são capazes de nos proporcionar.


Café na cama, sabe? Não precisa ser um banquete na bandeja enfeitada com flores do campo, também não é que não goste de flores, nada disso. É só um cafezinho feito na hora e um pãozinho com manteiga, seguido de um beijo doce para que o dia seja leve.

É preparar a marmita do outro, separando cuidadosamente o arroz do feijão, pois ele não gosta quando a comida se mistura uma na outra. "Detalhes tão pequenos de nós dois", disse o Rei. É isso! Detalhes, detalhes, detalhes...

É saber dar o espaço necessário para que ele tenha seus silêncios escutados, pois todo mundo precisa de momentos assim para manter a sanidade. Desejo um amor que queira contar sobre seu dia, mas que também queira ouvir o meu.

É, quero um amor saiba ouvir.

Que um simples passeio no parque não seja mais do que um simples passeio no parque, onde a gente senta na grama e observa o céu, sem que isso precise ser um acontecimento histórico. Que nossa vida seja repleta de momentos simples assim, como ficar em casa assistindo um documentário qualquer que nos torne melhores do que somos.

Quero um amor que discuta comigo as mazelas dos que têm menos do que a gente. E que isso lhe cause indignação, mais do que pena. E que juntos possamos mudar o mundo, nem que seja apenas o mundo de quem está ao nosso redor, o que já é bem importante.

Desejo alguém que não deixe de escutar sua banda preferida, mas que abra os ouvidos para conhecer a minha. Que possamos nos permitir inteiros um ao outro, conhecer o que gostamos de ler, quais atores preferidos nos levam ao cinema. Que possamos ser quem somos - sendo ainda melhores quando estamos juntos.

Quero uma pessoa real, de carne e osso, remela e bafo, normal como qualquer outra. Desejo alguém que fique de cara quando eu pisar na bola, que brigue, que implique, mas que escute os meus motivos sem julgamento precipitado. Uma pessoa que me permita nunca desistir de aprender sobre as melhores formas de ser eu mesma, muito mais do que ser quem ela deseja.

Desejo alguém que tenha suas manias mais chatas e que não esconda nenhuma delas, pois se me permiti amar é porque quero o pacote completo. Quero alguém que não implique com minha coleção de havaianas, de chapéus, de meias ou com o mau humor que me tira da linha após dez minutos em qualquer fila.

Não quero um copiloto que sente ao meu lado esperando que eu decida o trajeto, mas alguém que faça questão de pegar junto, de revezar na cabine para evitar o cansaço e que não tenha medo de refazer o caminho se o destino indicar algum dano. Quero um amor que seja âncora, que estacione, que pouse no meu porto (e no peito) e fique enquanto houver combustível.

Desejo alguém que descanse serenamente na paz do meu colo, que recoste a cabeça sem pressa, sem dúvidas, sem preocupações. E que me acorde no meio da noite se perder o sono, que me conte seus medos, seus segredos, seus anseios e seus sonhos.

Desejo alguém que durma sem medo de destapar os pés no frio gelado que faz aqui no Sul, pois sabe que jamais permitiria que passasse frio. Quero uma pessoa que feche os olhos na certeza de que irá me encontrar ao seu lado ao acordar.

Uma pessoa que devolva o meu sorriso de bom dia, completamente feliz por estar onde está, certa de que outro lugar qualquer não seria tão gostoso quanto ali, protegida no meu abraço apertado - e sem fim.

Quero um amor para juntar os pés em uma tarde de domingo.



Ju Farias - jornalista e autora do livro Com licença, posso entrar?, pela editora Autografia. Atualmente, a gaúcha também escreve para o portal A soma de todos os afetos e prepara o lançamento de mais um livro.

@ascartasqueguardeioficial no Instagram e @comlicencaoficial no Facebook


Compaixão gera Autossatisfação

Compaixão transforma a compreensão da dor alheia em resultado positivo para todos os envolvidos, iniciando por nós mesmos, e, diferente da empatia promove ação.

A felicidade é a base para a construção de "tempos melhores".

O sucesso futuro é uma consequência do bem-estar subjetivo do presente, é o que mostra um estudo consagrado de 200 casos que somaram mais de 275 mil participantes, realizado pela professora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia em Riverside, Ed Diener, da Universidade de Illinois, e Laura King, da Universidade do Missouri.

Os cientistas concluíram que pessoas felizes apresentam mais oportunidades de ter ótimas relações de amizade, excelentes relacionamentos conjugais, alcançam salários maiores, performar melhor no trabalho, mais criatividade, logo solucionam problemas com maior rapidez, mais saúde, otimismo, energia, altruísmo do que aquelas "menos felizes". A metanálise traduziu ainda dados relevantes para ambientes corporativos, colaboradores felizes são, em média:

* 31% mais produtivos;

* vendem 37% a mais;

* são três vezes mais criativos;

O comportamento compassividade é uma fonte geradora de felicidade exponencial. Alguns cientistas se referem a essa experiência como sendo um efeito dual da felicidade: por um lado, ser feliz é a causa, e, por outro, é o objetivo principal da vida de todo ser humano, (segundo pesquisa da ONU de março de 2021).


Compaixão vai além da empatia

A compaixão seria uma resposta emocional à empatia com resultados concretos. Enquanto a compaixão nos leva à ação, a empatia cria laços de identificação nem sempre favoráveis, que precisam ser bem identificados para evitar emoções negativas, como a identificação com uma dor presumida em outra pessoa, como a projeção de um sentimento pessoal do qual não se tem consciência.

O CEO do LinkedIn, Jeff Weiner, disse, durante seu Talk no Wisdom 2.0, que o foco de sua vida é "expandir a sabedoria coletiva do mundo por meio da compaixão". E que isso se tornou a estrela guia da rede social. Weiner também expressa a importância de se entender a diferença entre compaixão e empatia. Durante um seminário na Stanford Graduate School of Business, o CEO falou sobre preconceitos, dizendo que "a reação natural que muitas pessoas têm quando discordam de alguém é de espelhar cegamente as emoções, ou assumir más intenções".

Já a compaixão é a "bondade enraizada na apreciação de outros seres humanos como pessoas reais, que também sofrem, independentemente de nossas afinidades e semelhanças" é o que mostrou o professor de psicologia C. Daniel Batson.

No estudo, participantes que se imaginaram na posição "dolorosa" do outro, demonstraram sinais mais fortes de desconforto e angústia pessoal, levando o observador a não prestar atenção integral à experiência do outro, ou até de evitá-la.

Agir de forma compassiva é uma resposta mais objetiva, que gera uma ação apropriada, que transcende a emoção pessoal. O ato de ajudarmos ao outro gera sentimentos positivos para nós mesmos, para quem é alvo de nossa ajuda e para quem testemunha essa ajuda. Segundo pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon, quando vemos alguém ajudar outro o nosso sistema nervoso simpático entra em ação, e ainda que provoque certo desconforto de início, no momento seguinte nosso sistema nervoso parassimpático é ativado, aliviando esse sentimento e nos proporcionando prazer ao observar a dor amenizada.

É preciso desconstruir antigas máximas: compaixão é ingrediente indispensável para a satisfação pessoal duradoura, além de criar um ambiente positivo, produtivo, e não por acaso, feliz.

 


Sandra Teschner - pós-graduada em Neuropsicologia e Chief Happiness Officer certificada pela Florida International University. Fundadora do Instituto Happiness do Brasil, centro de estudos e projetos de Felicidade Intencional. É palestrante internacional, e empreendedora social.

https://sandrateschner.com.br/)

Instagram: @sandrateschner


5 dicas para manter a jornada do gamer saudável

A saúde psicológica e física estão diretamente ligadas, por isso, é importante estar atento aos sinais do comportamento e do corpo, e buscar um especialista


A atuação do gamer ganhou mais visibilidade no último ano, já que houve um salto na profissionalização desse público durante a pandemia, impulsionada pela permanência frequente das pessoas dentro de casa. O universo gamer cresceu 7,1% em 2020, se comparado a 2019, segundo a Pesquisa Game Brasil, que ouviu cerca de seis mil pessoas. A maioria deu início às maratonas de jogos para fugir um pouco da realidade, mas sem se preocupar com sua saúde física e mental.

Mas quem acha que ficar sentado durante horas na frente do computador é fácil, está muito enganado. É necessário manter uma rotina saudável, focada no equilíbrio do corpo e da mente e, por isso, o Dr. Victor Kurita (CRM 98008 SP), com que atua com foco no cuidado dos gamers, separou algumas dicas para que esses jogadores, sejam eles profissionais ou amadores, possam ter uma jornada proveitosa e com bom rendimento. Afinal, quando se está bem de saúde as conquistas são mais prazerosas.

Boa alimentação: Se alimentar bem é fundamental, ingerir sempre uma fonte de proteínas (carne, frango, peixes, ovos e alguns derivados de leite), uma fonte de carboidratos (arroz, batata, cereais, entre outros) e muitos nutrientes vindos de frutas, verduras e legumes.



Adotar uma rotina de pausas, descanso e meditação: Se o gamer estiver muito acelerado, ele pode fazer respirações controladas, inspirando e expirando devagar. Ele não precisa fazer só depois da maratona, mas durante. É bom que esse controle seja feito a cada 40 minutos.



Respeitar os horários de sono: Respeitar o ciclo de sono, dormir ao menos 7 horas diárias, desligando o computador duas horas antes de ir deitar.



Alongamento antes de começar a jogar: É importante esticar os dedos e punhos por 15 segundos,variando as posições, para que não venham a surgir dores futuramente, sobretudo com os movimentos repetitivos.



Cuidados com a visão: O jogador deve também se consultar com um oftalmologista anualmente, já que a tela do computador por muitas horas seguidas e diárias pode causar alguma alteração.

No cenário atual, onde a internet é a maior ferramenta de trabalho, é normal que os gamers se deparem com haters e bullies, podendo causar sintomas de ansiedade e até mesmo depressão. No entanto, o Dr. Victor alerta que, ao surgirem os primeiros sinais, é imprescindível procurar um profissional e fazer o acompanhamento regular para lidar com essas pessoas.

"Para manter o desempenho alto, é importante dar atenção aos sinais que o corpo e a mente destacam. Quanto mais o físico e o psicológico estão alinhados, melhor o jogador vai se sentir ao fazer seu trabalho, evitando problemas futuros que o impeçam de continuar fazendo o que gosta", finaliza Kurita.



Dr. Victor Kurita - Formado pela Faculdade de Medicina do ABC, o Dr. Victor Kurita tem mais de 20 anos de experiência na área de saúde, é filho de pais orientais e teve uma educação bastante tradicional, motivado por sua própria história de superação do vício em jogos, ele se especializou no atendimento desse público. Por meio da Medicina Integrativa o Dr. Kurita tem ajudado os jovens a superar seus desafios equilibrando a saúde mental e física e incentivando o diálogo entre pais e filhos.


SÍNDROME DO NINHO VAZIO: COMO LIDAR COM A PARTIDA DOS FILHOS?

Apoiar a decisão dos filhos e prezar pela realização deles, é a melhor saída nesse caso. As mães são as mais atingidas pela síndrome

 

Os jovens estão deixando a família, às vezes para bem longe, cada vez mais cedo. Seja para estudar fora do país em um programa de intercâmbio ou mesmo para trilhar seu caminho rumo à fase adulta. Na teoria todas as mães sabem que criam os filhos para o mundo, mas quando chega à hora e eles resolvem sair de casa, a história muda de figura e na prática é a saudade que entra em cena. Porém, não saber lidar com ela pode acarretar a chamada “síndrome do ninho vazio”. 

De acordo com a psicanalista Kélida Marques, isso acontece, pois “os seres humanos precisam de uma complementação e quem nos dá isso são os nossos filhos, que naturalmente nos preenchem”. E, em função do elo maternal estabelecido na infância, o transtorno atinge principalmente as mulheres. Dessa forma, por causa do grande vazio existencial causado pelo distanciamento, ainda que provisório em alguns casos, os pais tendem a encarar a mudança de forma negativa. 

Porém, por mais que a saudade fale alto, é possível minimizá-la com algumas recomendações simples. O envolvimento da mãe e do pai ao longo de toda a jornada, desde a tomada de decisão até a preparação para a viagem, é fundamental para facilitar o processo e gerar mais confiança. “Além disso, é importante que a agência de intercâmbio especializada esteja sempre ao lado do aluno, dando suporte a ele e a família sobre cada passo da viagem, pois isso ajudará a família a se sentir mais segura e viver a experiência junto com o aluno” – explica Arleth Bandera, CEO da Eagle Intercâmbio, agência sediada no Vale do Silício, na Califórnia. 

A empresária, afirma que é importante que os pais sejam 100% ativos nessa experiência, ajudando a dar assistência identificando oportunidades de atividades extracurriculares e compreendendo os momentos de estresse, afinal, é um caminho longo e o cansaço pode aparecer em forma de irritação.  “Incentivar a autonomia pode ser doloroso de inicio, mas ajuda o jovem a confiar na sua capacidade de solucionar questões do cotidiano. Os pais sempre relatam essa experiência como enriquecedora no amadurecimento dos filhos” – conta Bandera. 

Mas, como ressiginifcar esse sentimento de falta dos filhos e encontrar um sentido positivo para a fase que está vivendo? Para a especialista Kélida, “ao invés de focar na saudade e na falta que os filhos fazem na rotina, procure pensar no quanto os momentos que viveram juntos foram importantes e fundamentais para que eles se tornassem os adultos que são hoje”. 

Ao invés de sofrer porque não verá mais o seu filho todos os dias, a psicanalista dá a dica: “escolha se alegrar com mais esse passo que ele ou ela está dando na vida. Lembre-se disso, mande embora este sentimento de vazio e preencha seu tempo cuidando cada vez melhor da sua qualidade de vida, pois você merece” – resume. Arleth Bandera complementa, “Se o seu filho está em outra fase da vida, estudando em outro país e preparando-se para ter um futuro profissional de sucesso, isso é motivo de orgulhar-se. E para enfrentar a distância e a saudade, a tecnologia e a internet são aliadas fundamentais nesse período.” – finaliza.

 


Kélida Marques - Conhecida como provedora do amor, Kelida Marques é psicanalista, hipnóloga e terapeuta holística reikiana. Com formação em psicologia, atua visando capacitar às mulheres em sua máxima tríade: mente, corpo e espírito. Sem vínculo religioso, porém, com uma enorme bagagem espiritual, a espiritualista fala com propriedade sobre conexões entre almas, cartas psicografadas, sagrado feminino, terapias alternativas e realiza rituais para o amor em seu canal do Youtube e presencialmente em sua casa espiritual, realizando uma verdadeira transformação na vida de milhares de pessoas.

 

Eagle Intercâmbio

www.eagleintercambio.com


Posições de Yoga podem aliviar desconfortos na terceira idade

pexels
Professor de Yoga Francisco Kaiut defende que a prática para idosos traz diversos benefícios e aumenta a qualidade de vida.

 

Em Outubro, é comemorado o mês dos idosos, para celebrar aqueles com mais experiência que fazem parte da nossa sociedade. Infelizmente, atingir idades avançadas, em alguns casos, também pode ser sinônimo de desconfortos causados por problemas físicos ou emocionais. Hábitos saudáveis como a alimentação correta e a prática regular de yoga podem trazer conforto e alívio de sintomas. 

De acordo com o professor de yoga e criador do Método Kaiut, Francisco Kaiut, os cuidados com idosos envolvem diversas áreas e o método desenvolvido por ele possui posições adaptáveis para as necessidades de cada tipo de corpo e de todas as idades. Além disso, Kaiut defende que as posições têm impacto direto em diferentes zonas do corpo, fato que faz com que haja alterações tanto nas sensações físicas pelo estímulo das articulações, quanto no lado emocional por proporcionar uma regulação do sistema nervoso, diminuindo efeitos do estresse e ansiedade.  

Por isso, o especialista sugere algumas posições de yoga para estimular o início da prática nos idosos.  

Primeiramente, para alívio da ansiedade, pode-se deitar no chão com as pernas para cima, apoiadas na parede. Para garantir que o corpo esteja relaxado e seguro na posição, deve usar-se apoio - como uma almofada - embaixo da cabeça ou do quadril. A distância do quadril da parede também deve ser ajustada de acordo com cada corpo. A ideia é ficar confortável na posição, sem dores! Mantendo-se na posição por alguns minutos, é possível deixar que a gravidade desacelere o corpo, proporcionando um interior mais saudável. 

Ao trabalhar simultaneamente diferentes articulações, o yoga funciona como aliado do sistema nervoso, regulando o mesmo e criando resultados positivos em todo o corpo. Outra posição que pode ajudar é o Sukhasana na cadeira, ou seja, sentar-se em uma cadeira com os pés e os joelhos juntos, em seguida, elevar o calcanhar esquerdo sobre o joelho direito. Pode-se também curvar o corpo para frente, caso haja disponibilidade de movimento para fazer isso sem despertar insegurança e dor. Depois de alguns minutos, deve-se inverter a perna e repetir. Assim, o yoga ajuda a preservar funções cognitivas, massageia internamente os órgãos e descomprime vasos, trazendo alívio, conforto, mobilidade e qualidade de vida.

  

Francisco Kaiut - professor de yoga, quiroprata e terapeuta natural que dedicou sua vida a encontrar uma abordagem simples e fácil para lidar com os desconfortos no corpo, dores crônicas e ansiedade. Essa busca resultou na criação do Método Kaiut Yoga, um método moderno de yoga que proporciona saúde e bem-estar, especialmente frente aos problemas da vida contemporânea.


Distúrbio de aprendizagem em matemática atinge cerca de 5 a 7 por cento da população infantil

Estatística aponta que em uma sala de aula com 25 alunos, pelo menos 1 criança é portadora da discalculia

 

A dificuldade em matemática nas salas de aula é um problema que assombra muitas crianças e jovens. Resolver os problemas de uma prova cheia de números é quase um pesadelo. Essa objeção pode estar atrelada a diversos fatores, como qualidade de ensino das escolas no Brasil, a falta de uma didática e materiais de estudos adequados e, muitas vezes, a fatores genéticos, como a discalculia, um distúrbio específico de aprendizagem de origem neurobiológica que afeta a aquisição de conhecimentos sobre os números e os cálculos.

No período de pandemia, esse fator foi evidenciado. Uma recente pesquisa desenvolvida pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo apontou que estudantes regrediram no aprendizado de português e matemática após um ano de homeschooling, devido a necessidade do isolamento social. Mesmo afetando outras ações cotidianas, como ler um relógio, a placa de um carro, memorizar números telefônicos e calcular um simples valor de compra, os professores tendem a ser os primeiros a identificarem o transtorno nas crianças. Mas, desde sempre, é importante que os pais também estejam atentos aos sinais.

Diante desse cenário, a Smartick, método de aprendizagem de matemática para crianças de 4 a 14 anos, que ensina a matéria em apenas 15 minutos por dia, em conjunto com especialistas das Universidades espanholas de Málaga e Valladolid, desenvolveu um teste online e gratuito para detectar o risco de discalculia nas crianças. A prova, que é realizada a partir de um tablet ou computador, tem duração aproximada de 15 minutos e é composta por exercícios relacionados às três principais áreas do aprendizado matemático: comparação, aritmética e reconhecimento de quantidade, algarismos e numeração. O material foi elaborado com a participação de 800 alunos em diferentes áreas da Espanha para a sua validação.

Ao realizar o teste, os pais e professores recebem um relatório com o risco de discalculia, os pontos fortes e de atenção em cada uma das áreas avaliadas. De acordo com o resultado é recomendável que os pais e/ou responsáveis procurem um profissional para uma avaliação completa, que inclui testes psicológicos de inteligência, atenção e leitura. "As crianças com discalculia precisam de um treinamento diário adaptado, baseado em uma compreensão profunda de conceitos e procedimentos. Os exercícios e atividades do plano de estudos personalizado que propomos no método podem ajudar muito os alunos com estas dificuldades", explica Javier Arroyo, cofundador da Smartick.

A discalculia afeta de 5 a 7% da população. O ideal é diagnosticar o mais cedo possível, de preferência ainda quando criança, entre os 6 e 8 anos de idade. Uma criança que não é precocemente diagnosticada com o distúrbio provavelmente receberá rótulos e tratamentos diferenciados, seja na escola, entre os colegas, ou até mesmo em casa. "Isso tem duas consequências claras: no nível acadêmico, a criança desenvolverá uma aversão a matemática, o que agrava o problema; enquanto a nível psicológico, ocorre uma perda da autoestima, sentimento de incapacidade, o desenvolvimento de ansiedade antes de ir a escola. Esse custo pessoal pode acabar tendo um grande impacto no seu desempenho no restante das disciplinas", conclui Javier.

O método Smartick é adaptado também para crianças que têm este e outros distúrbios de aprendizagem, como dislexia e TDAH. O aplicativo pode ser baixado pela loja de aplicativos do tablet ou de forma online pelo próprio site, para as crianças que usarão pelo computador.

 

Smartick

Round 6 é a série mais assistida da história da Netflix. E isso é razão para preocupação de pais e educadores

A série coreana se tornou grande sucesso do público infanto-juvenil. O doutor em neurociências Fabiano de Abreu e a psicóloga Leninha Wagner alertam que a classificação etária não está sendo obedecida, o que pode trazer problemas à saúde mental de crianças e adolescentes.

 

 

Na noite da última terça-feira, a Netflix confirmou que a produção coreana se tornou a mais visualizada da história da plataforma, com 111 milhões de acessos. No ar desde o dia 17 de setembro, o conteúdo dela tem chamado a atenção de pais e educadores de crianças e adolescentes, ainda que sua classificação etária seja indicada para maiores de 16 anos.

 

Diante da repercussão da série, muito tem se comentado sobre a violência gratuita apresentada em seus episódios. Isso se agrava quando se percebe que a classificação etária não está sendo seguida, “e isso pode afetar a percepção e o comportamento dos mais jovens”, alerta o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu. “Ao assistir estas produções repletas de conteúdo de cunho violento, as crianças e adolescentes acabam ‘normalizando’ e tomando isso como algo comum”, destaca.

 

Sobre os efeitos destes programas na saúde mental, ele acrescenta: "Nunca podemos generalizar. O ser humano é derivado de genótipo e fenótipo, este primeiro como precursor e este segundo como resultado da experiência com o ambiente externo como educação, criação, influências, traumas, inteligência, entre qualquer outro fator que interfira na personalidade que revelam comportamentos que possam se desdobrar em consequências em outras etapas da vida. Uma criança pode ver algo ruim e não repetir, com a consciência de que aquilo não é bom ou não faz bem, como pode querer repetir desafiando ou querendo chamar a atenção. Porque pessoas diferentes, respondem de forma diferente ao mesmo estímulo. Por isso, cada um deve observado individualmente, inclusive, em sua influência sobre as demais”.

 

Além disso, a psicóloga e neuropsicóloga Leninha Wagner explica que “somos uma espécie em constante transformação e podemos sempre ‘melhorar’, mesmo que não tenhamos a condição de ‘modificar’. Além disso, “cada um de nós carrega sua idiossincrasia, e não se pode trocar a essência pela aparência. Pois a inautenticidade é a maior geradora de frustração e depressão. Mas a partir do reconhecimento e identificação de nosso perfil afetivo, podemos promover formas mais saudáveis de sentir. A interface da Educação com a Saúde Mental é uma necessidade que se faz urgente, para que as próximas gerações possam ser contempladas com a maior ferramenta de transformação da realidade: autoconhecimento e poder de escolha. Precisamos nos conhecer para aprender a escolher o melhor para cada um em favor se todos”, completa.

 

Para quem não assistiu, o enredo da série utiliza-se de brincadeiras simples de criança como: ‘Batatinha frita 1,2,3’, ‘Cabo de guerra’, ‘Bolas de gude’ e outras, para assassinar a ‘sangue frio’ as pessoas que não atingem o objetivo final.

 

 

Jennifer da Silva 

MF Press Global 


Saiba quais as modalidades esportivas indicadas para a idade do seu filho


Segundo o Ministério da Saúde, 6,4 milhões de crianças no Brasil estão com excesso de peso e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. A doença afeta principalmente 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos. Nesta faixa etária, 28% já apresentam obesidade. Entre os menores de 5 anos, o índice de sobrepeso é de 14,8%. 

Isso, por si só, já justifica a importância da prática de atividade física, mas os benefícios são maiores. Além do desenvolvimento motor e cognitivo, a convivência com outras pessoas e a consciência social são altamente estimuladas, assim como o desenvolvimento físico, mental e emocional.  

De acordo com a Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra da Infância e Adolescência na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o esporte também é um importante aliado no tratamento de transtornos como déficit de atenção e dislexia, ajuda a controlar posturas agressivas e reduz as chances de desenvolver quadros de ansiedade e depressão.  

“As atividades coletivas contribuem também para o reconhecimento de hierarquias, respeito e disciplina. A disputa saudável ajuda os jovens a saberem lidar com frustrações relacionadas a perdas, contribuindo com o amadurecimento”, reforça a psiquiatra. 

A partir do momento que a criança já tenha uma certa maturidade física, mental e social, já é possível incentivar a prática de esportes. Entretanto, é preciso se atentar aos esportes adequados para cada faixa etária, ainda que as crianças se desenvolvam em graus/níveis diferentes.  

Para ajudar nesta escolha, a psiquiatra Danielle Admoni selecionou as atividades em três faixas etárias diferentes: 2 a 5 anos, 6 a 9 anos e 10 a 12 anos.

 

2 a 5 anos

A coordenação motora fina só se desenvolve nas crianças a partir dos 6 anos. Nesta fase, a atenção e o equilíbrio ainda são limitados. A visão e a capacidade de seguir objetos em movimento ainda não estão completamente desenvolvidos. Portanto, as atividades indicadas são aquelas que dependem da coordenação motora mais grosseira e habilidades básicas, como correr, nadar, rolar, cambalhotas, jogar e pegar objetos de um para o outro.  

“As habilidades podem ser aperfeiçoadas, mas não dependem de um esporte organizado e com regras. Nessa idade, as crianças aprendem explorando, experimentando e copiando as pessoas. As atividades devem ser estimuladas por meio de demonstrações e ter tempo pré-determinado. Evite atividades competitivas e, de preferência, participe com seu filho”, pontua a psiquiatra.

 

6 a 9 anos

Aos 6 anos, a maioria das crianças já tem habilidades motoras suficientes para esportes mais organizados, com regras e em grupo. As regras deixam de ser aleatórias e centradas na própria criança. Mas ainda pode faltar a coordenação entre os olhos e as mãos, exigida em algumas atividades. É possível também que a criança ainda não consiga entender ou lembrar de todas as regras e estratégias de determinados esportes em equipe.  

Sendo assim, os esportes mais adequados são aqueles que podem ter suas regras flexibilizadas e que exijam habilidades mais básicas. Incluem-se nessa lista correr, nadar, pedalar, fazer artes marciais, ginástica olímpica, dança, jogar futebol ou tênis. Esportes que precisam de tomadas de decisão rápidas, reflexos apurados e estratégia de equipe (por exemplo, basquete, handebol e vôlei) ainda não são adequados, a não ser que sejam bastante modificados.  

“As regras devem ser adaptadas para promover ação e participação, sem focar em competitividade, mas em desenvolvimento de novas habilidades. O material e as condições do jogo também devem ser de acordo com a faixa etária: bolas pequenas, campos menores, tempos mais curtos, menos jogadores e mudança frequente de posições”.

 

10 a 12 anos

Nesta fase, a maioria das crianças já consegue realizar atividades complexas, já tem boas habilidades motoras e cognitivas, inclusive para seguir estratégias de jogo, tanto individual como em equipe. Porém, o foco ainda deve ser em desenvolvimento, diversão e participação, não em competição. Vale lembrar que, neste período, muitos já podem estar na puberdade. Ou seja, isso influencia no esporte adequado, pois pode haver crianças muito maiores, mais fortes e mais pesadas do que outras da mesma idade.  

Por isso, o ideal é que as crianças joguem com outras no mesmo estágio de desenvolvimento, para não ter desvantagem. Estas devem ser encorajadas a participar de esportes que não dependem tanto do tamanho, como tênis, natação, artes marciais, ginástica olímpica e dança. Esportes de saltos só são indicados após os 11 anos. Os mais competitivos, com 12-13 anos. Musculação só depois do estirão de crescimento e sob orientação especializada. 

“Lembrando que é fundamental que a criança sinta prazer na atividade física praticada, e não que esteja fazendo só porque é modinha entre os colegas ou, principalmente, que tenha sido imposta pelos pais. O ideal é oferecer as opções de acordo com a idade do seu filho, permitir que ele as experimente e escolha a que mais se identificou. Se a criança praticar um esporte que não lhe proporcione alegria, bem-estar e satisfação, além de afetar seu psicológico, é capaz que, futuramente, ele se torne um indivíduo avesso às atividades físicas e, por consequência, uma pessoa sedentária”, alerta Danielle Admoni.


ENTENDA A ENERGIA DA SUA CASA ATRAVÉS DA NUMEROLOGIA

Os números mantêm valor, tanto energéticos, quanto espirituais e conhecer essa relação pode ser muito benéfica para o seu ambiente.

 

Os números estão presentes em quase tudo em nossas vidas, seja em nossos documentos, nas placas de carros, endereços ou telefones. Porém a importância desses elementos não está somente na organização, mas sim, na maneira como eles influenciam em nossas vidas através de determinadas vibrações energéticas.

“A relação dos números com a sua natureza mística é o que determina e transmite harmonia, entendimento e crescimento. Cada número tem um significado importantíssimo dentro da numerologia, ou seja, os números têm muito mais a dizer do que você Imagina”, afirma a espiritualista Juliana Viveiros da iQuilibrio.

A partir dessas informações, a espiritualista nos ensina a conhecer a energia dos ambientes de acordo com a sequência numérica. Para calcular a numerologia da sua casa você, por exemplo, você precisará do número da sua casa, e da letra, se tiver. “Se você mora em um apartamento, não precisa considerar o número do prédio, do bloco, o andar, a vila ou condomínio. O que importa é o número do seu apartamento” – reforça.

Para chegar ao número final basta somar todas os números da sua casa até chegar a um único algoritmo, por exemplo, se o número da sua casa for 1349, some: 1+3+4+2 = 17 e continue somando (1+7= 8). Sua casa tem energia do número 8. Agora, se a sua casa possui complemento, por exemplo: Casa 73B, basta consultar o valor de cada letra e fazer a soma. A letra B corresponde ao número 2, por isso (7+3+2=12) e (1+2=3). Sua casa tem a energia do número 3!

Valor energético das letras

A=1, B=2, C=3, D=4, E=5, F=6, G=7, H=8, I=9, J=1, K=2, L=3, M=4, N=5, 0=6, P=7, Q=8, R=9,S=1, T=2, U=3, V=4, W=5, Y=6, X=7, Z=8

Agora que você já sabe fazer o cálculo, veja o significado energético de casa resultado:

Numerologia 1:

A energia desse número é de muita liderança, força, renovação e inovação o que pode criar um ambiente propenso a atitudes egoístas e individualistas. Cuidado! No geral, os moradores costumam ser ousados e teimosos, gostam de arriscar e são independentes, elétricos e dinâmicos.

Numerologia 2:

Essa energia influencia muito em uma relação saudável já que faz com que os integrantes dessa casa se inclinem a ser parceiros e amorosos. Intuição, sensibilidade e criatividade sempre estão presentes em um lar com energia 2. Para aqueles que são casais, namorados, músicos, místicos e que gostam de se envolver com a natureza é um número cheio de mistérios e passividades.

Numerologia 3:

A casa da diversão, essa energia é forte e expansiva, colocando influências na área da comunicação, sinceridade e facilidade em meio a lutar por novos caminhos e oportunidades. Esse número também fará com que o ambiente atraia divertimentos e festas. Muito cuidado com a falta de paciência que consequentemente desgastarão as energias, além disso pode haver muita tendência de procrastinar.

Numerologia 4:

Esse número é capaz de fazer com que o lar seja como o abraço materno. Por isso essa energia está muito ligada a estruturação, segurança e proteção. Os moradores serão influenciados pela praticidade, sinceridade, planejamento e muita determinação. E para aqueles que são amantes da natureza vão adorar esse número por ele representar os quatro elementos e trazer essa energia presente.

Numerologia 5:

Uma casa cheia de aventuras, isto é, essa energia é para aqueles que gostam de viagens, festas, comunicação, integração, liberdade, independência e muita aventura. Os moradores geralmente tendem a pender para a versatilidade e expansão para aqueles que trabalham com vendas, eventos ou comunicação é uma energia que vai beneficiar demais os integrantes desse lar.

Numerologia 6:

Essa casa tende a ser muito justa, envolve muita empatia e família, por ser aconchegante, acolhedora, feliz, familiar e energética ela traz sentimentos de proteção e tranquilidade. É como se o ambiente fosse uma terapia capaz de revitalizar todas as vontades e capacidades de todos os moradores.

Numerologia 7:

Vibração mística e intuitiva, é como se fosse um ambiente sagrado que traz proteção e refúgio. O caminho do autoconhecimento e da espiritualidade sempre estão presentes entre os moradores dessa casa. Indicado para aqueles que são apaixonados por estudos esotéricos, filosofia, pesquisas e principalmente para ter uma companhia amorosa e fiel. Ou a própria companhia que fará com que tudo fique bem.

Numerologia 8:

Prosperidade e desenvolvimento material, esse número se liga muito com o dinheiro! Por isso os moradores serão incentivados a agir com liderança, organização, empreendedorismo, poder e muita autoridade. Vale ressaltar que é preciso tomar muito cuidado com o exagero da ambição, nem sempre tudo gira em torno das cosias materiais.

Numerologia 9:

Sabedoria, empatia, tranquilidade, família e compaixão. Essa é uma casa de realização, finalização e felicidade. As pessoas que moram nessa energia geralmente se doam muito e vivem para agradar uns aos outros. Esse número é indicado para descobrir uma verdadeira missão e propósito.

“Se quiser equilibrar a energia do seu ambiente, é possível fazer alguns ajustes, incluindo letras e símbolos. Para isso, um especialista poderá te orientar qual a melhor maneira e o melhor elemento para trazer aquilo que você busca” - - pontua Juliana Viveiros. 

 

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Depressão sazonal: como as mudanças climáticas impactam seu estado mental

Depressão sazonal, também conhecida como transtorno afetivo sazonal (SAD), está relacionada ao desenvolvimento de sintomas depressivos diretamente associados às mudanças climáticas.  

Em geral, a desordem afetiva sazonal começa no outono ou inverno e termina na primavera ou início do verão. Mas não se trata de uma regra, já que o principal desencadeador da depressão sazonal é a menor incidência de luz solar, que pode ocorrer até no verão, quando há mudanças bruscas de temperatura.  

De acordo com um estudo realizado no Departamento de Psicologia Médica, da King’s College/Universidade de Londres, em países tropicais como o Brasil, uma média de 1% da população é afetada pela depressão sazonal, equivalente a quase 2 milhões de pessoas. 

Já segundo a Academia Americana de Médicos da Família, entre 4% e 6% dos americanos podem ter depressão sazonal. A incidência também é grande em países nórdicos, como Finlândia, Noruega e Suécia, uma vez que os dias são mais curtos e há menos horas de luz no inverno.

 

O que ocorre na depressão sazonal

Próximo de estações ou períodos com menos luz solar, muitas pessoas, especialmente as mais suscetíveis à depressão, sentem perda de energia, mudança de humor, maior irritabilidade e até ansiedade generalizada. 

“Tendemos a mudar algumas atitudes e comportamentos devido à baixa temperatura, como ficar mais tempo em casa, diminuindo a exposição ao ar livre. Por consequência, reduzimos a produção de hormônios como a serotonina e a melatonina, responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer. Essa desarmonia pode deixar a pessoa mais deprimida, ansiosa e cansada, gerando o transtorno afetivo sazonal”, explica Dr. Adiel Rios, Mestre em Psiquiatria pela UNIFESP e pesquisador no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.  

Além disso, com a menor exposição ao sol, diminuem os níveis de vitamina D no organismo, fundamental para a absorção de cálcio, como também para várias funções do sistema imunológico, digestivo, circulatório e nervoso. Daí o maior cansaço e desânimo.  

O transtorno é quatro vezes mais comum em mulheres e costuma acontecer com maior frequência após os 20 anos de idade. “Com alguns pacientes, os sintomas podem continuar mesmo com a chegada do verão. Nestes casos, é preciso ter acompanhamento com um especialista, até para investigar uma possível depressão comum”, diz Adiel Rios.

 

Sintomas típicos

Os principais sinais de uma depressão sazonal são semelhantes ao de uma depressão normal: 

- Labilidade emocional (variação frequente do humor) 

- Desinteresse pelas atividades do cotidiano 

- Dificuldade de concentração 

- Dificuldade para dormir ou sono excessivo 

- Tristeza sem causa aparente 

- Afastamento familiar e social 

- Fraqueza generalizada 

- Dores no corpo

 

Tratamentos

Há diversas alternativas que podem reduzir os impactos negativos da depressão sazonal, e que dependem da gravidade dos sintomas:

 

Uso de medicamentos

Alguns medicamentos podem ser indicados, como antidepressivos. “Estes inibem a reabsorção da serotonina no cérebro, reduzindo sintomas como tristeza e cansaço excessivo. Além disso, há estudos que apontam que a deficiência da vitamina D pode ser compensada com a suplementação, atuando na manutenção do equilíbrio mental e corporal, e proporcionando a energia perdida neste período”, orienta o psiquiatra Adiel Rios.

 

Psicoterapia

Ainda que a depressão sazonal esteja relacionada aos mecanismos biológicos, buscar ajuda psicoterapêutica é fundamental. “A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), auxilia o indivíduo a entender suas emoções e, consequentemente, saber lidar com elas em diferentes situações”. 

As sessões de psicoterapia, que podem ser feitas individualmente ou em grupo, envolvem, por exemplo, exercícios de reflexão (para ajudar na identificação dos sentimentos negativos) e de respiração (para promover o relaxamento).

 

Fototerapia (terapia de luz)

A fototerapia consiste na aplicação de luz brilhante sobre a pessoa como substituição à exposição solar, sendo realizada em hospitais e clínicas especializadas.  

O indivíduo permanece deitado, enquanto recebe a luz durante um período de 20 a 60 minutos, dependendo da força da luz e o tempo de tratamento estipulado pelo médico. A fototerapia é bastante indicada para pessoas com depressão sazonal, sendo aplicada, normalmente, em conjunto com medicamentos. 

“Vale lembrar que a adoção de hábitos saudáveis é sempre benéfica. A escolha de alimentos nutritivos, como frutas, verduras e legumes, é totalmente favorável à redução da incidência de depressão. A prática regular de atividade física é um importante aliado, pois estimula a liberação dos hormônios responsáveis pelo bem-estar. Por fim, uma boa dica para driblar a depressão sazonal é tirar umas férias e, claro, ir para lugares com o clima bem mais animador”, finaliza Adiel Rios.


Ansiedade social aumenta na retomada da vida ao ‘normal’

Sair de casa, socializar, retomar os velhos hábitos, ir ao cinema, reencontrar amigos, andar pelas ruas, sentar em um restaurante... tudo o que parecia tão simples já não é mais tão trivial para muita gente. Isso porque, depois de mais de um ano e meio com tantas restrições, o medo ultrapassou a saudade que muitos estavam de voltar a viver o ‘novo normal’.

Para o psicólogo e psicanalista Ronaldo Coelho, da capital paulista, já é possível verificar o efeito da diminuição das restrições e do imperativo de retoma das atividades e relações presenciais no consultório de psicanálise. É comum o efeito aparecer como ansiedade social, "É preciso investigar de onde vem essa ansiedade e essa angústia de estar novamente com outras pessoas, uma situação que diz mais do que somente o medo da contaminação", explica.

Em uma analogia simples, o especialista avalia o mundo agora fora das telas. "Enquanto estávamos por trás de um computador ou de um celular, havia um tempo delimitado para falar sobre algo, tratar alguma questão, fazer uma reunião ou conversar um certo tema. Neste cenário, quando a tarefa se completa, simplesmente nos desligamos e seguimos nossa vida no conforto de nossas casas. Sem a possibilidade de simplesmente desligar a própria câmera ou encerrar a chamada quando o assunto acaba, como fica a interação presencial? Esse pode ser um fator que desencadeia uma ansiedade social", revela.

Quando compreendemos o que está havendo, podemos nos reposicionar diante o que nos aparece como perigo e esta tensão pode ganhar outro sentido. "A pessoa pode entender que a expectativa de que algo deva estar acontecendo o tempo todo é derivada desse momento onde a relação se dava assim nas telas, mas que no presencial as expectativas podem ser outras. Por exemplo, pode se fazer "nada" juntos e esse ser o motivo do encontro: somente estar juntos, independente do que aconteça. Isso é libertador", fala Ronaldo.

Segundo estimativas da OMS, os índices de ansiedade e depressão não irão diminuir com o fim da pandemia. A pandemia somente acelerou um processo que estava em curso e que tende a continuar. Portanto, é de se esperar que muitas pessoas continuem precisando de cuidados com a saúde mental, inclusive para conseguirem retornar ao trabalho e à rotina existia pré pandemia.

Por fim, Ronaldo dá uma dica para você identificar em si como está diante desse cenário. "Se a pessoa já completou sua imunização, bem como os familiares que moram com ela, e mesmo assim está com medo de encontrar amigos próximos que também completaram seu ciclo vacinal e que não estão se aglomerando em festas, por exemplo, ela deve se perguntar do que afinal está com medo. Esse é um termómetro importante, pois quando o motivo racional da manutenção do isolamento não se sustenta, há que se pensar que pode estar acontecendo para a Covid um deslocamento de outro medo."

 

Ronaldo Coelho -  idealizador e professor do curso Análise do Discurso na Clínica Psicanalítica, que tem por objetivo formar psicólogos e psicanalistas para realizarem uma análise consistente de seus pacientes desde a primeira sessão. Atua como psicanalista em seu consultório particular e mantém o canal Conversa Psi no YouTube. Graduado em Psicologia (USP) e Mestre em Psicologia Institucional (USP). Foi professor de Psicologia Médica do curso de graduação de Medicina (UNIFESP) e preceptor da Residência Multiprofissional em Saúde (UNIFESP). Trabalhou em hospitais como Hospital São Paulo e Hospital Universitário da USP, onde, além da assistência aos pacientes e familiares, realizava supervisão clínica de atendimentos psicológicos desenvolvidos por estudantes e psicólogos, orientação de pesquisas e aulas em Psicologia Hospitalar.

https://www.youtube.com/conversapsi

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