Estresse crônico,
noites mal dormidas e autonegligência tornam a maternidade um fator de risco
real para a saúde do coração feminino — e os números comprovam isso
Cuidar da casa, dos filhos, do trabalho, da
alimentação, da escola, das consultas médicas da família — e esquecer de si
mesma. Essa é a realidade silenciosa de milhões de mulheres no Brasil, que
acumulam tarefas e responsabilidades até que o corpo (ou o coração) peça
socorro.
A sobrecarga mental da maternidade — também
conhecida como “carga mental” — é hoje reconhecida pela medicina como um
fator relevante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em mulheres.
O estresse crônico, a falta de sono reparador e a ausência de tempo para
autocuidado formam um cenário perigoso para a saúde do coração.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre
mulheres no mundo, superando inclusive o câncer. No Brasil, o número de óbitos
por problemas cardíacos entre mulheres cresceu 14% nos últimos dez anos,
conforme aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
“A ideia de que problemas cardíacos são mais comuns
nos homens ainda é um mito. As mulheres, principalmente as mães, estão
adoecendo em silêncio por causa da carga emocional e física que carregam
diariamente — muitas vezes sem apoio ou reconhecimento”, afirma a
cardiologista Dra. Fernanda Weiler, membro da Sociedade Brasileira de
Cardiologia e certificada internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida.
Para a médica, é urgente falar sobre o impacto da
vida moderna — e do modelo de maternidade sobrecarregada — na saúde do coração
feminino. “Quando uma mulher deixa de se alimentar bem, dorme mal, não consegue
praticar atividade física e vive sob estresse constante, ela está criando o
terreno ideal para desenvolver hipertensão, arritmias, infartos e até
depressão, que também se relaciona com a saúde cardiovascular”,
completa.
Dra. Fernanda defende uma abordagem preventiva e
integral. A partir dos seis pilares da Medicina do Estilo de Vida —
alimentação, sono, manejo do estresse, atividade física, relacionamentos
saudáveis e cessação de substâncias nocivas —, orienta seus pacientes a
enxergarem que cuidar de si é parte essencial do cuidado com os outros. “Maternidade
não pode ser sinônimo de autonegligência”, pontua.
Cofundadora do grupo “Mais uma D.O.S.E”, que propõe
uma vida mais saudável a partir da produção natural de neurotransmissores como
dopamina e serotonina, Dra. Fernanda reforça: pequenas mudanças de rotina podem
ter impacto duradouro na saúde do coração. “Marcar consultas regulares, praticar algum
movimento diário, aprender a dizer ‘não’ e dividir responsabilidades são
medidas que salvam vidas”, conclui.
Dra Fernanda Weiler - formada em medicina pela Universidade de Brasília (UNB) com residência em cardiologia pela mesma Universidade. É membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e certificada internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida. Entre 2014 e 2015 foi professora da UNB, mesma Universidade em que se formou. Sua extensão em Medicina do Estilo de Vida, feita na Harvard Medical School (EUA) fez com que Dra Fernanda passasse a olhar a saúde cardíaca como resultado também (e principalmente) das escolhas de vida de cada pessoa. Defensora da atividade física e da promoção dos bons hábitos, dedica parte de sua carreira a incentivar seus pacientes e seguidores das redes sociais a adotarem melhores hábitos no que tange aos seis pilares da Medicina do Estilo de Vida. Dra Fernanda é também co-fundadora do grupo “Mais uma D.O.S.E (dopamina, ocitocina, serotonina, endorfina)”, que visa a melhora na qualidade de vida através da Medicina do Estilo de Vida.
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